Tsubaki e Izumi #20


Era cedo quando Izumi chegou ao serviço, não havia ninguém ainda no café, mas o turno da manhã naquele dia era próprio, era encarregado de abrir a loja e organizar os utensílios para que os demais pudessem trabalhar, ganhava para fazer aquilo enquanto ainda não tinha o certificado de confeiteiro. Ao chegar, abriu a porta e notou em frente a cafeteria um carro um pouco estranho com dois rapazes dentro, perguntava-se se eles não iriam assaltar a loja, então, permaneceu do lado de fora um tempo, olhando o celular sutilmente, esperando noticias do outro. Enfim, um dos rapazes seguiu para fora do carro e caminhou em direção a si.

- ... Eh?
- O Tsubaki vai demorar pra chegar?
- Ele... Só vem aqui a tarde... - O menor disse, porém amedrontado, preferiu falar sobre os outros funcionários. - Mas o Jun estará aqui daqui a pouco!
- Hum, avise ele que temos negócios a tratar com ele.
- ... Qual é o seu nome?
- Ele vai saber quem é.
- ... 
Izumi assentiu e uniu as sobrancelhas, medroso como era e logo viu o rapaz ruivo cruzar a esquina, pegando a tempo os rapazes que saíam. 
- Merda... Izumi, entra.
- O que? O que está havendo? 
- Entra logo, vou ligar pro Tsubaki, não deve falar com eles, entendeu?
- Eles são da Yakuza? ... O que eu fiz? O que o Tsubaki fez?
- Sh, melhor você nem saber, vai pra cozinha.



Ao chegar, Tsubaki via o ruivo um pouco acelerado no salão. Deveria na verdade estar na cozinha, mas havia se ocupado com as vitrines no lugar de Izumi. 

- Jin, Suzu. 
Disse a cumprimenta-los. Normalmente não estaria tão cedo por ali, mas devido a ligação do ruivo acabou se fazendo necessário. Verificou se tudo estava bem pela loja. Naquele horário os serviçais nem haviam se completado por ali. Tomou o celular do bolso, formulou uma ligação e no fim dela, já havia resolvido aquele tipo de visita, que por sorte, havia sido num fluxo pequeno de funcionários. 
-  Tudo bem? 
Indagou ao confeiteiro, que arrumava tudo com um olhar no que fazia e outro em si.
- Porra, tudo bem, mas o Izumi viu os caras. Isso vai dar ruim, ele parece ser do tipo certinho que não gosta de problemas, esse ele denunciar você pra polícia? Falei pra não colocar ninguém que não fosse de confiança.
- Está tentando me ensinar, Jin'ichi? Certinho, mas tem um filho desde o colégio. Ele já deve ter vivido onde ele sabe que as coisas não são certinhas. Além do mais, não pretendo envolve-lo em nada. Mas se você não fosse um desesperado, ele nem ia perceber nada.
- Porra, mas como eu ia saber? Entrei em pânico caralho.
- E depois se acha confiável. Tenho uma reunião mais tarde, vou dar um jeito nisso.
- Deixei ele organizando umas caixas lá atrás no estoque caso os caras quisessem voltar.
- Não vão voltar. Eles devem ser novos. De todo modo, quando algo aparecer, se finja de desentendido, deixe ele aqui dentro e me ligue como se estivesse falando com a polícia, certo?
- Certo... O que está havendo?
- Você não precisa saber. - Tsubaki deu-lhe um peteleco na testa. - Vai trabalhar, não te pego pra ficar preocupado.
- Porra. Achei que ia pintar polícia e tudo.
- Não palhaço, eu disse que quando acontecer você liga pra mim e finge, finge que é a polícia, assim eu venho e dou um jeito e o Izumi acha que não sabe o que está acontecendo.
- Eu entendi, porra. Ta bom.
- Fique tranquilo. Em alguns minutos vai chegar a entrega. Pedi alguns ingredientes novos pra vocês. 
Tsubaki disse e seguiu para a sala onde se encontrava o garoto. Devagar, Izumi empilhava algumas caixas no estoque onde fora colocado, sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas tinha medo por ele, não queria que se envolvesse com algo errado.
- Ei, estoquista. - O maior disse, por chamar sua atenção. - Tudo bem?
Izumi desviou o olhar a ele na porta e uniu as sobrancelhas. 
- Me diz você.
- Eu não pareço bem?
- Quem eram os rapazes?
- Você não tem de se preocupar com isso. Eles trabalham com meu pai.
- Ah... Pareciam caras da Yakuza.
- Você sabe, japoneses são assim. Nem todos nascem com feições como a sua.
Izumi uniu as sobrancelhas. 
- Eu não quis dizer que eles eram feios...
Tsubaki riu. 
- Mas está dizendo que é bonito.
- Eu...?
- É. Eu disse que nem todos nasciam como você, e você deduziu que os estava chamando de feios, o contrário de você.
O menor uniu as sobrancelhas. 
- Ah... Eu não sou convencido assim...
- Estou brincando com você. - Tsubaki disse e afagou seus cabelos. - Já tomou café?
Izumi sorriu meio de canto. 
- Iie... Ainda não.
- Quer me acompanhar em um? Ainda não temos clientes.
O menor sorriu. 
- Claro.
- Então vamos fazer inveja no Jin. - O maior disse, chamando-o no gesto da mão. - E Hasui, como está?
Izumi assentiu e estendeu a mão a ele, segurando-a.
- Está bem.
- O aniversário dele será em breve, não? Ele me disse algo como isso.
- Sim, na semana que vem... - Sorriu. - Eu queria que você fosse até a nossa casa, pra comer o bolo...
- Vocês querem ir passear? Quer ir no parque?
Izumi assentiu e sorriu. 
- Acho que ele ia gostar muito.
- E você?
- Eu também, ir com você seria muito bom. Como... Um encontro, não?
- Hum, encontro no parque? Você gosta de parques?
- Gosto. - O loiro sorriu. - Desde pequeno...
- Eu imaginei. Você e Hasui são como irmãos.
Izumi riu baixinho. 
- É... Poderíamos ser.
- Então vamos levá-los ao parque. O que quer comer?
- Bolo? 
- Quer ficar na cafeteria ou no escritório?
- Escritório.
- Vá até lá, eu levo o café. Quer chá verde com chantilly?
Izumi sorriu e assentiu, seguindo devagar até o escritório dele, e seguia feliz, gostava de passar um tempo com ele. Tsubaki havia esquivado do assunto, embora sua vontade de perguntar acabasse aborrecendo sutilmente a si, sabia que a curiosidade era natural diante da situação. Ao deixa-lo pediu ao barista que preparasse o café, o outro fizesse o chá e lhes cedeu tempo para comer do mesmo modo, desde que não deixassem clientes esperando. Levou para o menor um bolo de flores que Jin havia sugerido, empolgado com a ideia de receber uma opinião sobre o doce. Para acompanha-lo escolheu pão tostado, não tinha realmente fome, mas queria comer com sua companhia. Se surpreendeu ao pensar sobre aquilo. Izumi observou o escritório dele e sentou-se na poltrona em frente a sua mesa, preferiu não mexer em nada e apenas o aguardava, era melhor assim. O moreno não demorou para seguir até ele e ao fazer levava consigo a bandeja. Feito isso, fitou-o sentadinho no sofá. Deixou o desjejum no lugar e então se sentou a sua frente. 
- Aqui. Jin quer saber se o bolo ficou bom, hum.
Izumi sorriu a ele ao vê-lo entrar e ajeitou-se no sofá, assentindo e cortou um pequeno pedaço do bolo, experimentando.
- Oishi.
Depois dirá a ele. Ele gosta de você. 
Tsubaki sorriu ao dizer e tragou do café, sentindo o sabor suave da bebida.
- Ele gosta? - O loirinho sorriu. - É meio que uma novidade as pessoas gostarem de mim. - Disse e bebeu do chá.
- Não é. Seu filho gosta de você. Seu amigo que costumava cuidar de seu filho, cuidava porque gostava de você. Você só não dava atenção porque estava preocupado com outra coisas.
Izumi uniu as sobrancelhas e assentiu a ele.

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