Atsushi e Kaoru #36


Ao chegar no Japão, antes mesmo de voltar para casa, Kaoru havia seguido para o médico, não acreditava que pudesse ter alguma doença então preferiu fazer isso logo, havia sido deixado lá pelo vocalista e amigo, preferiu assim do que pedir que ele fosse buscar a si, não queria alarmá-lo a toa. Ao adentrar o local, deu o nome e esperou a própria vez, que não demorou, naquela hora o local estava vazio. Suspirou e conforme seguiu para a sala do médico e se sentou em frente a ele, já estava um pouco nervoso. Explicou tudo a ele, todos os sintomas que sentia, o que estava estranho, o modo como havia tomado uma falta de ar durante algumas horas, algumas dores no abdômen e até enjoos que já notava que tinha, temia mesmo pelo pior, sabia que provavelmente seria uma doença ruim se fosse alguma, não era comum ter sintomas isolados daquela forma.
- Bem, podemos fazer alguns exames para saber o que está acontecendo, mas o resultado não vai sair na hora, enviaremos para a sua casa. 
Assentiu, num suspiro. 
- Quanto tempo demora, doutor?
- Cerca de um ou dois dias, não se preocupe, faremos o mais rápido possível. 
- ... Acha que eu posso ter mesmo alguma doença ruim?
Ele suspirou.
- Eu não sei dizer, só com os exames mesmo saberemos. Você já tem quarenta e... Dois anos, certo?
- Sim.
- Bem, espero que não seja nada grave. Você já fez seu exame de próstata?
- Ah... Eu... Acho... Que minha próstata está muito bem, não precisamos mexer nela.
Ele riu e negativou. 
- Não precisa ter medo de fazer esse exame. 
Kaoru pigarreou.
- Eu não tenho medo, é que sei que não tem nada relacionado a isso.
- Bem... Se acha melhor, faremos outros, mas pense bem, se mudar de ideia.
Ele assentiu e desviou o olhar, sentindo-se desconfortável. Ao se levantar e se vestir, fora encaminhado para os exames que faria, alguns cansativos, havia tirado radiografias, feito exames de sangue, tudo que pudesse indicar se havia algum problema com o próprio corpo.
- Tudo bem, Niikura-san, em breve daremos o resultado a você.
- Obrigado, doutor... 
Ele sorriu, meio de canto e apertou a mão do guitarrista, igualmente num sorriso. Ao sair, já não era mais tão cedo, Kaoru estava exausto, havia acabado de chegar de um show e não queria realmente estar a tarde toda dentro de um hospital. Pegou um táxi para casa e ao parar em frente, seguiu para a porta, onde abriu sem incomodá-lo, ainda eram oito da noite.
- Um táxi? 
Atsushi indagou ao vê-lo entrar. Acabara de chegar, logo atrás dele, mas estava de carro e já havia colocado na garagem quando o encontrou à porta parecendo cauteloso ao abri-la. Sorriu e o segurou pela cintura, de costas mesmo como estava, ou talvez meio de lado, uma vez que ao surpreende-lo, ele se virou parcialmente atento. 
- Okaeri?
Kaoru assustou-se conforme ouviu sua voz e riu, virando-se em frente a ele para lhe selar os lábios e deslizou as mãos pelos cabelos dele, sentia ainda o frio na barriga, sentia o corpo leve, não sabia como agir, não conseguia olhar o rosto dele e não pensar que morreria só de pensar em perdê-lo, mas tentou agir como sempre. 
- Não quis incomodar você.
- Você nunca me incomoda. - Atsushi disse e tocou seu cabelo ondulado, tal como ele tocava o próprio, meio preso, meio solto. - Deve estar cansado. Correu tudo bem?
Kaoru assentiu e sorriu a ele.
- Sim, eu... Estou exausto na verdade. Foi tudo bem.
- Hum, então você prefere chá ao invés de cerveja? 
Atsushi indagou e seguiu a guiar seu caminho para dentro de casa, seguindo ele colado atrás dele. 
- Ah, na verdade, eu agradeceria a cerveja. - Dito, deu um sorrisinho.
- Hum, cerveja então. 
O maior dispensou-o com um tapa breve na bunda e seguiu para a cozinha, pegou a garrafa, onde girando a tampa facilmente abriu a cerveja. 
- Aqui, zombie hero.
Kaoru riu e pegou a cerveja, caminhando até o sofá onde se sentou. 
- Como estão os bebês?
- Vamos ver como estão. - Atsushi disse e sibilou aos felinos, o que não era de fato necessário para que pudesse encontrá-los. - Parecem muito bem. - Disse enquanto também se provia de uma bebida, seguiu para ele em seguida. - Hum, costumava me encontrar com mais ânimo. Algum problema?
Kaoru sorriu ao observar os gatinhos que vieram recepcionar a si, deslizou uma das mãos pelo pelo deles, por fim, desviou o olhar ao outro e assentiu, bebendo mais um gole da cerveja. 
- ... Está sim. Eu só... Bem não é importante.
- Diga. - Disse o maior ao se sentar logo em frente a ele, noutro sofá.
Kaoru observou-o e sentia um aperto no peito ainda, não sabia se devia contar a ele e preocupa-lo, talvez devesse ficar em silêncio.
- ... Eu tenho sentido tontura e falta de ar há alguns dias, assim como outros sintomas meio isolados e estranhos... Eu fui hoje ao médico fazer exames por isso não te chamei pra me buscar eu... Acho que posso estar com câncer.
Atsushi ouviu-o dizer, contando a parte oculta de seu dia. Na verdade ao ouvir, não sabia exatamente como expressar, desencostou-se do sofá, tocando sua perna. 
- O médico disse isso?
Kaoru sentiu seu toque na perna e negativou, podia sentir as lágrimas nos olhos, mas piscou, afastando-as. 
- Não... Ele disse que precisa confirmar os exames, mas... Não sei, eu... Espero não perder você agora que acabei de te encontrar. 
Murmurou, abaixando a cabeça e deixou o cabelo cobrir a face, negativando.
- Hey, não se precipite. 
Disse o maior, acalmando-o, acariciando sua perna porém apertou de leve. Ao alcançar sua mão o puxou, indicando que viesse para si. 
- Não é nada. Talvez seja apenas um reflexo do cigarro. Estresse. Talvez seja apenas saudade. - Brincou e deu o colo a ele, o abraçou. Não queria pensar em nada como aquilo, sabia apenas que cuidaria dele. - Quando teremos o resultado dos seus exames?
Kaoru assentiu ao ouvi-lo, levantando-se e sentou em seu colo, embora se sentisse um pouco desconfortável daquele modo, não se importava naquele momento. 
- ... Dois dias, ele disse.
- Eu... Se eu estiver mesmo ruim, eu não quero que me veja adoecer.
- Não seja apressado, você sempre fez exames regulares, estava bem, não está doente. E se tiver, vou cuidar de você, estarei a seu lado, afinal, não seria na saúde e na doença, hum?
Kaoru desviou o olhar a ele e assentiu, meio de canto, não sabia o que dizer, na verdade, estava muito preocupado e as mãos tremiam.
- Kaoru, calma. Amanhã nós ligamos para o hospital e pedimos que os exames seja agilizados.
O menor assentiu e levantou-se. 
- Me desculpe.
- Hey, não estou brigando. 
Atsushi disse e segurou o moreno. Acomodou o rosto em seu ombro. Kaoru desviou o olhar a ele e suspirou, assentiu, abraçando-o junto a si.
- ... Eu te amo, eu... Só quero esquecer isso agora, podemos... Beber até desmaiar? - Riu.
- Ou eu posso pegar você até você esquecer disso. 
Atsushi disse e sorriu. Na verdade não disse nada, mas estava incomodado, talvez tanto quanto ele, o sorriso afrouxou a medida em que novamente se encostou em seu peito. Kaoru observou-o, na verdade, não podia ver seu rosto, mas podia ouvir sua respiração, era estranho senti-lo daquele modo, parecia apreensivo, parecia compartilhar os próprios sentimentos e não conseguiu fazer nada além de abraça-lo, firme, beijando-o no topo de sua cabeça.
- Atsushi... Tudo bem, eu vou dar um jeito. Se... Estiver mesmo doente, eu faço o tratamento...
- Não precisa me consolar, eu estou bem, eu não quero que você se preocupe, por isso estou infeliz, porque não posso dizer que não se sinta assim.
- Tudo bem. - Kaoru murmurou, deslizando a mão em seus cabelos. - Eu não tenho certeza ainda, então... Tenho que esperar.
- Você está bem, você toma cerveja diet. - Brincou e deu um risinho.
Kaoru riu e ergueu o rosto dele, selando-lhe os lábios. 
- Não vou deixar você... Ta bem?
- Claro que não vai. - Atsushi disse e tocou sua bochecha, afagando-a. - Pode ser apenas problemas com cigarro.
- Sim, problemas com o cigarro. - Sorriu. - ... Eu posso parar de fumar, tudo bem.
Dito, o menor deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-o e suspirou, puxando seu rosto delicadamente. Selou seus lábios e empurrou a língua para ele, beijando-o e virou-se de frente a ele, levando ambas as pernas ao redor de seu corpo.
- Espere o resultado pra se preocupar. 
Disse o maior, pela milésima vez, não queria se preocupar desnecessariamente. Se voltou para ele ao sentir sua perna passar em torno de si, ao olhar seu rosto, retribuiu seu beijo, abraçando sua cintura, apertou-o consigo.
Um suspiro deixou os lábios do menor e estremeceu, sentia-se meio incômodo ainda, preocupava-se, era inevitável, mas queria ter aquele momento com ele e não se importar com mais nada. Beijou-o em seu rosto, pescoço e deu uma pequena mordida, movendo-se suavemente sobre seu colo.
- ... Você consegue fazer agora?
- Claro que sim. - Atsushi sussurrou junto a seus lábios. - Foi o que te pedi, não? Hum?
Kaoru sorriu e assentiu, selando-lhe os lábios novamente e acariciou seus cabelos. 
- Faz amor comigo. - Murmurou, ainda contra os lábios dele.
- Uh... Como não conseguiria com um homão desse me pedindo. 
O maior sorriu ao morder o lábio inferior e leva-lo para se deitar no sofá. Kaoru riu baixinho e deitou-se a observa-lo sobre si, podia ver a cortina que seus cabelos negros faziam, e chegou a suspirar, ele era um homem muito bonito.
- Hum, parece que seus dedinhos soltaram eles em algum momento. 
Atsushi disse percebido dos cabelos que desfizeram o nó com que os prendia. Ao se abaixar, lambeu seu queixo de leve, apenas para sentir a barba rala na região, gostava de sua textura espinhosa.
Kaoru riu baixinho e assentiu, segurando seus cabelos novamente entre os dedos e beijou-o no rosto.
- Gosto deles soltos.
- Hum, parece que sim. 
Disse o maior e desviou ao pescoço dele, seguindo com a língua como mesmo em seu queixo. Mordiscou-o ali, puxando entre os dentes. Kaoru sorriu e deslizou as mãos até às costas dele, lamentou-se por ter se banhado há tanto tempo atrás e ter estado no hospital, gostaria de estar mais apresentável para ele. 
- Hum... Quer que eu tome um banho antes? 
Disse e um gemido involuntário deixou os lábios.
- Hum, talvez devêssemos ir juntos. Eu estava trabalhando. 
Disse o maior, embora continuasse namorando sua pele.
- Droga... Está tão gostoso aqui. - Kaoru riu.
- Hum, então vai ter que me aceitar depois de um dia de trabalho. 
Atsushi sorriu a ele e nos movimentos sutis num ângulo mais abaixo, ajeitava a roupa para abrir e dar passagem ao corpo. 
- Como se eu me importasse. 
Kaoru murmurou e riu, deslizando a mão por dentro da camisa que ele usava, sentindo sua pele macia, quente. O riso soou entre os dentes cerrados do maior e após abrir a própria roupa, fez com a dele, dando atenção a seu jeans escuro, abrindo para afrouxar sua calça. Conforme subiu com a mão, Kaoru puxou a camisa dele, retirando-a a deixar de lado e voltou a atenção onde ele tentava abrir a própria calça. 
- Quer ajuda?
Atsushi interrompeu o que fazia, deixando tirar a própria camisa, que parou ao lado do sofá, acima do tapete. Negou ajuda quando sugeriu e sorriu conforme se ergueu e acomodou entre suas pernas. 
- Já precisei de ajuda pra tirar, hum? 
Sorriu e puxou sua calça, arrancando-a por suas pernas.
- Nem bêbado. 
Kaoru murmurou e riu, sentindo-o retirar a calça e aproximou-se dele, selando-lhe os lábios, sobre a mesa pegou a garrafa de cerveja e levou aos lábios dele, deixando-o golar a bebida.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário