Yuuki e Kazuto #63


- O jantar foi ótimo. 
Disse o menor, com um sorrisinho.
- Ah sim, a comida estava boa. 

- Bem, agora que chegamos em casa...
- Sim, faremos, troque de roupa e venha se deitar. 
Kazuto sorriu, animado e seguiu rapidamente para o banheiro, em busca do pijama que usaria para dormir, enquanto o pequeno seguia, Yuuki fuçou no celular sobre a cabeceira da cama e fitou o número dos vampiros que havia conhecido recente, chamavam a si e o menor para um passeio.
- Hum, Misaki me mandou uma mensagem.
- O que?
- Misaki, pai de Yukio.
- ... Por que eu está te mandando mensagens?
Yuuki arqueou uma das sobrancelhas.
- Calma garoto, ele apenas nos convidou para ir a praia com eles, e levar Suzuya.
Kazuto abriu um pequeno sorriso.
- Praia? E você quer ir?
O maior suspirou, havia notado a empolgação do garoto, e não tinha como recusar aquilo a ele e ao filho, então, assentiu.

- Iremos sim.



Kazuto abaixou-se a altura do filho pequeno, deslizando a mão sobre a face dele e acariciando-o levemente a passar o protetor solar, mesmo que já estivesse anoitecendo. Usava o short curto e a regata preta, sem estampa alguma, acariciou-lhe os cabelos e riu baixinho, sujando-lhe o nariz com o creme.
- Mamãe... Por que eu tenho que ficar com protetor de sol se é de noite? 
Suzuya uniu as sobrancelhas.
- Porque tem. -Kazuto murmurou. - Vai que você inventa de sair de novo e ficar no sol? -Estreitou os olhos. - Você quase me mata do coração.
- Mas mamãe... O protetor não vai fazer menos dodóis.
- Serve pro mormaço da noite, Suzuya. Mesmo a noite na praia é mais abafado que normalmente. - Disse Yuuki.
- Uhum, a mamãe vai passar também. - Kazuto sorriu. - Papai vai querer? - Riu baixinho, observando o maior.
- Ta bom... - O pequeno fez bico.
- Usarei quando chegar, não tem sol no carro, Kazuto.
- É... Mas é bom ne. 
Kazuto murmurou e logo aproximou-se do maior, selando-lhe os lábios. Suzuya sorriu ao ver a ambos e logo correu em direção ao próprio quarto, pegando a boia azul claro e colocou-a em volta de si, voltando a sala.
- Vamos!
Yuuki sentiu o suave toque nos lábios e mesmo em proximidade encarou o pequeno com os ligeiros passos a um caminho que não soube onde daria, voltando depressa até a sala com o acessório inflado a volta de sua cinturinha.
- Aonde pensa que vai com isso?
Kazuto virou-se a observar o filho pequeno e riu.
- Pra praia... É pra eu não afundar, papai.
- Mas ela vai murchar até chegar na praia.
- É, meu amor, tire ela, na praia nós enchemos de novo.
- Mas... - Suzuya apertou-a levemente entre os dedinhos. - É tão bonita... E tem uns desenhos de peixinho.
- Como vai se sentar com ela?
- É só eu erguer ela um pouquinho...
- Não, bebê. Tira ela, mamãe guarda pra você, ou pode levar ela na mão, mas não vai usar ela, não vai conseguir ficar confortável no carro.
- Ta bom... - Suzuya ergueu os bracinhos.
Kazuto riu e abaixou-se, puxando a boia a retirá-la dele.
- Pronto.
- As coisas já estão no carro. Vai pegar algo mais, Kazuto?
- Quer sua mamadeira, Suzu?
- Não! - O menor fez bico. -  Eu sou grande já!
- Ah, então mamãe pega um copinho com suco.
- Assim eu quero.
- Grande, é? - Disse Yuuki.
- Sou!
Kazuto riu baixinho e seguiu a cozinha a pegar pouco do suco que havia feito misturado ao sangue para ele.
- Vou ficar grande que nem a mamãe.
- Não vai fazer muita diferença. - Disse Yuuki.
- Hey! 
Kazuto voltou da cozinha, observando o maior e logo entregou o copinho ao filho. Suzuya riu baixinho, pegando o copinho e levou aos lábios a beber alguns goles da bebida.
- O que foi, meio metro? - Disse o maior.
- Não tenho meio metro. - Kazuto estreitou os olhos.
- Mamãe tem um e cinquenta.
- E dois.
- Somos dois pequenos, você não vai crescer muito, Suzuya.
- Ta bom... Também não quero ficar grandão. - Fez bico.
- Vai ficar pequenininho. Vamos, pirralhinho. - Kazuto riu e segurou a mão do filho a caminhar junto dele para fora do apartamento. - Vamos?
- Não se preocupe, você ainda tem muito tempo pela frente, três anos é um bebezinho.
Yuuki disse seguindo o caminho da saída, portando em mão as chaves do carro.
- Não sou um bebezinho... 
Suzuya fez bico e logo seguiu junto da mãe ao elevador, observando os botões. Kazuto apertou o botão do térreo assim que o maior adentrou o local junto a si.
- Pronto. - Sorriu.
- É claro que é. Já está querendo crescer, é?
- Mas não quero sair da casa do papai e da mamãe...
- Não vai... Vai morar comigo pra sempre. 
Kazuto abaixou-se a pegá-lo no colo e beijou-lhe a face.
- Até pouco tempo gostava de ser bebê. Querendo crescer que nem seu amiguinho novo?
- Hai... Quero ficar bem grande igual o Yuki. - Sorriu.
- Que amor, tem dois Yukis na sua vida agora. - Riu.
- Você vai ficar, ele é maior porque é mais velho que você.
- Eu sei, ele tem assim. 
Suzuya mostrou os seis dedos ao pai, tentando segurar o potinho com o suco. Kazuto segurou o copinho do filho e riu baixinho, logo entregando-o novamente a ele.
- Ele tem o dobro então.
- Hai. Ele disse... - Sorriu.
- Parece que não só você, mas outro baixinho também gostou de ter um amigo.
- Eu? Ahn?
- É, mamãe ficou conversando com a mamãe do Yuki.
- Que por sinal é duas vezes maior. - Yuuki provocou.
- Okay, vocês dois, parem de me chamar de baixinho.
- Mamãe esta ficando bravo.
- Esqueceu de crescer.
- Yuuki!
Suzuya uniu as sobrancelhas, levando o copinho aos lábios.
- Vai assustar o Suzuya, pirralho.
- Então pare.
- Eu sou mais baixinho que você, mamãe...
- Baixinho.
Kazuto suspirou, sorrindo ao filho menor.
- Aham, vamos mudar de assunto. Em que casa vamos ficar?
- Como se isso fosse um grande defeito, pirralho.
- Vocês ficam me zoando todo santo dia.
- Vocês? Eu.
- É, você.
Suzuya repousou a face sobre o ombro da mãe.
- Não seja estúpido. 
Yuuki deu-lhe um sutil peteleco contra a testa e seguiu ao carro no estacionamento do edifício.
- Ai! Yuuki! 
Kazuto estreitou os olhos, dando um pequeno tapa sobre o ombro do outro, seguindo junto dele ao carro. O pequeno riu baixinho e afastou-se a beber mais do suco.
- Vai atrás com o Suzuya?
- Não. Vou colocar ele na cadeirinha.
- Ah.... Não quero ir!
- Não quer o que?
- Ir na cadeirinha!
- Mas tem que ir, amor.
- Mas eu já sou grande!
- Não é nada grande.
Suzuya fez bico.
- Pare de ser chatinho. Cadê o seu ursinho?
O pequeno apontou ao carro.
- Então não vai falar comigo?
Ele negativou.
- Não se comporte assim, Suzuya. Responda-o.
Kazuto uniu as sobrancelhas.
- Tá bom...
Kazuto pegou-o no colo a colocá-lo sobre a cadeirinha no carro e apertou o cinto do pequeno, lhe entregando o ursinho, o pequeno ajeitou-se no local a abraçar o bichinho.
- Você quer que ele vá atrás com você?
- Sim...
- Ta bem, a mamãe vai. - Kazuto selou os lábios do maior.
- Hum. Depois vem para frente se ele dormir. Ou chame o colega dele pra vir no carro.
- Acho que o Misaki vai preferir levar ele.
- Quero a mamãe...
Kazuto assentiu e logo sentou-se no banco ao lado dele.
- Pronto, anjinho.
Yuuki encaminhou-se à direção. Sentou-se fronte ao volante no veículo e fechadas as portas, entregou o pequeno pacotinho amarelo claro ao filho, contendo pequenos docinhos como passa-tempo para sua viagem. Suzuya sorriu, pegando o pacotinho e observou os docinhos.
- Doce! - Pegou uma das balas e levou aos lábios.
Kazuto riu baixinho a segurar o ursinho do filho enquanto ele comia.
- Qual é o nome dele?
- Kuma
- Ah que... Criativo..
- Quase o nome do seu tio. - Yuuki comentou. - Nós vamos espera-los aqui ou eles vão passar aqui ou podemos simplesmente ir?
- Ele tem um tio? - Kazuto uniu as sobrancelhas. - Misaki disse que eles iriam vir ne. Podemos esperá-los ali na frente.
- Eu tenho um titio? - Suzuya sorriu. - Porque ele não veio me visitar...?
- Ikuma, é o nome. E tem, mas não temos contato faz um bom tempo.
- Nem eu conheço ele... Bem... Podia chamá-lo para jantar qualquer dia.
- Não é necessário.
- Mas papai...
- Por que não?
- Não é necessário. - Yuuki tornou concluir a frase.
- Por que não? -Disse o pequeno.
Kazuto levou a mão a boca pequena do filho antes de concluir a frase e fez sinal de silêncio. 
- Se o papai diz não... Não discuta.
Suzuya assentiu.
- Quando estiver com cinco anos, visitará seus avós, tios, algumas pessoas mais.
- Por que cinco?
- Uma boa idade pro seu batismo.
- Batismo...?
- Sim.
- O que vocês fazem?
- Ele vai beber sangue diretamente de um humano. Escravo de sangue.
- Não... Ele tem cinco anos, não pode fazer isso.
Suzuya uniu as sobrancelhas.
- Ele não vai matar ninguém, ele só vai morder.
- Isso é horrível...
- Ah, como você é sentimental. Ele é um vampiro, ele nasceu vampiro, nem vai ligar pra isso.
- Mamãe... É o Misaki!
- Hum? 
Kazuto virou-se em direção a janela, abrindo-a.
- Oi Kazuto-chan. - Misaki sorriu. - Yuuki. Bem, nós vamos mostrar o caminho, é só seguir a gente, tá bem?
- Oi Misaki! 
Kazuto soltou o cinto do filho pequeno, deixando-o sair do carro e ajudou-o a descer.
- Cadê o Yuki? - Suzuya uniu as sobrancelhas.
Misaki virou-se a observar o filho e chamou-o com uma das mãos.
- Papai, vou com a mamãe rapidinho. 
Yukio soltou o cinto de segurança após a afirmação do próprio pai. Empurrou a porta do veículo conforme aberta pelo próprio e junto ao ursinho carregado nos braços, caminhou até o automóvel, observando por fim o rapaz louro, junto ao pequenino, já que na ponta dos pés os olhava pela janela. Afastou-se conforme o menorzinho saia.
- Oi Kazuto-san, Yuuki-san. - Falou baixinho em cumprimento e estendeu o ursinho do caçulinha. - Trouxe pra você, mas acho que já tem um.
Suzuya observou o ursinho e sorriu, aproximando-se a pegá-lo nos braços e observou-o mais de perto, abraçando o maior em seguida e beijou-o no rosto.
- Obrigado, Yuki-san... Esse é diferente do meu! Eu vou amar os dois igualzinho... Um porque foi o papai que deu e o outro porque foi o amiguinho. - Sorriu e caminhou a mãe, estendendo o ursinho com uma das mãos. - Mamãe ó... Olha que bonito.
Kazuto pegou o ursinho, observando-o e sorriu.
- Que lindo, filho. Disse obrigado pro amiguinho?
Suzuya assentiu, pegando o bichinho novamente. Yukio sorriu curtinho e assentiu conforme o agradecimento do pequenino. Caminhou a direção do próprio pai, chamado de mãe e lhe segurou o braço.
- Você vem com a gente no carro? Diz que vem...
Misaki riu baixinho, observando o menorzinho.
- Quer que eu leve os dois, Kazuto-san? Assim pode ficar mais a vontade com o Yuuki.
Murmurou, mesmo sabendo que talvez o outro vampiro pudesse ouvir a si.
- Hum... Não sei Misaki... O Suzu precisa ir de cadeirinha...
- Você quer ir com eles, Suzuya? - Yuuki indagou ao filho.
- Quero...
- Pode ser? - Perguntou ao rapaz no exterior do veículo.
Kazuto observou o outro e assentiu apenas.
- Certo, tudo bem.
- Oba! 
Suzuya sorriu e correu ao carro a pegar o outro ursinho e o pacotinho de balas, tentando carregar tudo nas mãozinhas pequenas. Misaki riu baixinho e pegou os ursinhos a ajudar o pequeno.
- Pronto.
- Obrigado, Misaki. Se acontecer algo, é só... Parar ne. Ou me ligue.
- Tudo bem, Kazu, não se preocupe.
- Vocês tem a cadeirinha ou eu devo leva-lá, Misaki?
- Hum... Ainda temos a cadeirinha do Yuki no carro. Bem como eu disse, Yuuki-san. Vamos na frente, não é muito longe. Caso alguma coisa, me ligue também. 
Misaki sorriu e indicou aos meninos o caminho do carro.
- Ah, espera... 
Suzuya voltou correndo e abraçou a mãe. Kazuto sorriu, abaixando-se e lhe beijou a face.
- Já já a mamãe está com você de novo.
- Hai... 
Suzuya caminhou ao pai e ergueu os bracinhos, observando-o. Yuuki observou o pequenino e por fim levou as mãos a sua pequena cintura o levando ao colo a dar-lhe o abraço.
- Não vai levar o copinho de suco? Vou tomar tudo. - Falou baixo, pra ele.
Suzuya abraçou o pai e lhe beijou a face.
- Não! Mamãe... Meu copinho.
Kazuto riu baixinho e entregou o pequeno copinho de suco a ele.
- Me põe no chão, papai... - Suzuya moveu-se no colo do maior até ser colocado no chão.
Yukio permaneceu quieto próximo a mãe, até fitar o pequenino outra vez no chão e caminhou a ele, segurando sua mãozinha. Suzuya caminhou junto do outro, segurando a mão dele igualmente e logo seguiu ao carro.
- Vamos!

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