Ikuma e Taa #58


Taa abriu os olhos, observando o outro ao lado de si na cama e abriu um pequeno sorriso, aproximando-se a lhe selar os lábios.
- Bom dia. 
Murmurou e suspirou, sentia-se mais forte, não muito, mas era melhor do que no dia anterior. Levantou-se e seguiu até o quarto da filha, aproximando-se do berço da pequena a observá-la, quietinha, talvez ainda dormisse. Ajeitou o cobertor sobre ela e sentou-se na poltrona em frente ao local, suspirando e puxou a pequena corda acima do berço a tocar a música de ninar, baixinha, ouvindo-a enquanto observava a filha, ajeitando-se na poltrona.
Ikuma levantou-se algum tempo depois ao outro, silencioso. Formulou a higiene pessoal da face e boca e seguiu com a toalha que enxugava a face até a copa, abandonando o tecido azul escuro sobre o ombro, enquanto servia-se com o puro sangue tipo A. Noutro copo, uma nova dose cheia, alguns pedaços de salmão temperados com sangue seco, pegou os hashis deixando-os já no mesmo pote junto ao copo com a bebida e caminhou ao quarto da bebê. Abaixou-se o beijando no topo de sua cabeça, e deixou seu desjejum no móvel do lado. Taa ergueu a face a observá-lo e sorriu.
- Te acordei?
- Uh, acha que consegue fazer isso? - Ikuma riu com a voz grave, rouca, devido o despertar recente. - Sou atento quando preciso.
- Verdade... - Taa riu. - Ela ainda esta dormindo...
- É normal, não se preocupe. Agora come, sei que ainda está aéreo.
Taa assentiu e virou-se na direção da comida a pegar os hashis e o potinho, levando um pedaço do peixe aos lábios.
- É que... Ainda é estranho ter um bebê contigo. - Riu.
- Ora, teve tantos meses pra se acostumar com isso.
- É que agora parece mais estranho. Vendo ela assim... Aqui.
- Não precisa se reprimir.
- É que ela é linda... Vendo tudo que temos juntos hoje parece estranho. - Taa riu.
- Imagino.
- Não me zoou ainda, tudo bem?
- Quem disse que não? Você não sabe o que coloquei no peixe. 
Ikuma ditou e caminhou a saída do quarto, rindo maldoso e seguira a cozinha onde serviu-se igualmente. Taa desviou o olhar ao peixe, estreitando os olhos.
- Ikuma!
O menor riu a ser chamado, porém não retornou então. Comia vez outra e buscou a minúscula mamadeira, abrindo-a a servi-la da bebida a pequenina e nova residente. De volta ao quarto, levava o próprio desjejum na preta owan e os hashis já na mesma, já noutra mão portava o pequenino recipiente servido para a primeira refeição da filha em casa.
- Coma, senão vai derrubar a Shizu.
- O que tem aqui?
- Não seja estúpida, lagarta. Não está vendo que estou comendo o mesmo.
- Vai saber, você é meio louco. - Taa riu e desviou o olhar a filha, vendo-a dormir ainda. - Meu deus, Ikuma... Acho que ela puxou pra você.
Ikuma riu e deixou o pequeno pote sobre o móvel, buscando àquele pequeno corpo em seu leito, o debruçando ao peito quando no colo. O maior sorriu, observando-o.
- É tão bonito ver isso, sabia?
- O que, mamãe?
- Você com ela.
- Eu achei que fosse me sentir mal quando fosse um pai, achei que ia me sentir responsável demais, mas hoje eu vejo que nada disso vai acontecer, é claro que vou ser responsável, já me sinto super-protetor, mas não somos um casal normal.
- Pois é. Nunca fomos... Mas vamos cuidar bem dela.
- Vamos, e ela logo vai crescer. O tempo passa rápido.
- Uhum... - Taa sorriu, observando a filha pequena nos braços dele. - Quero ver os olhinhos dela.
Ikuma sentiu os tênues movimentos, constando o despertar da pequenina, enquanto abria sua boquinha tão pequena, num tipo de bocejo. Taa sorriu, levando uma das mãos a face dela, acariciando-a e logo voltou a atenção a própria comida.
- Acha que ela esta com fome?
- Você quer dar a mamadeira dela?
- Não, tudo bem, pode dar.
O menor abaixou-se e entregá-la meticulosamente a ele, tomando em posse o potinho em sua mão. Taa sorriu a pegar a pequena nos braços e logo a mamadeira, levando-a aos lábios dela e viu a pequena abrir a boquinha e sugar o liquido vermelho do local. Próximo ao outro, Ikuma pegou mais do peixe, levando a sua boca.
- Come também, lagartinha. Tem que ficar saudável pra cuidar da minha filha.
Taa assentiu e riu, aceitando o peixe.
- Agora está uma tripa de novo.
- Serei uma tripa eternamente, acostume-se.
- Eu sei, tripa.
Taa riu. Ikuma levou mais do peixe a sua boca, aproveitando-o a igualmente comê-lo. O maior aceitou o peixe, sorrindo e logo desviou o olhar a filha a ter terminado todo o líquido da mamadeira, deixando-o sobre o móvel.
- Ela é bem calma, o nome combina.
- Uhum... - Taa acariciou o rostinho pequeno. - Vampiros são assim?
- Alguns se mexem mais, mas não costumam chorar por qualquer coisa.
- Entendi.
- Só chora se acordar durante muito tempo e estiver com fome.
- Ela parece mesmo tão quietinha... Parece até morta... No sentido ruim.
Ikuma riu bem audível e afirmou no maneio da cabeça.
- Acho que vou ter que ficar chacoalhando ela pra ver se esta viva. - Riu.
- Ela não morre, não se preocupe. - Ikuma riu.
Taa virou-se a selar os lábios do outro, aproximando-se ainda mais do maior. Ikuma o retribuiu no contato, e lhe acariciou os cabelos compridos.
- Tome o sangue, lagarta.
Taa estendeu a mão a pegar o potinho.
- Quer que a leve pro berço?
- Por favor. - O maior entregou com cuidado a filha a ele.
Ikuma pegou a pequenina, levando-a ao berço onde a deitou, e viu-a se mexer bem devagar no lugar.
- Tem um ursinho bem macio ali na estante, pegue pra ela.
O menor buscou o bichinho de pelúcia macia, levando-o ao berço e deixou ao lado da pequena, que ainda sequer o segurava. Taa levantou-se a observá-la e sorriu, cobrindo-a com o pequeno cobertor.
- Tenho a sensação de que você está se reprimindo.
- Hum? Não... Estou normal.
- É? Então okay.
- Juro. - Taa riu, abaixando-se a beijar o rosto da filha. - Mas eu quero chorar.
- Por quê?
- Não sei. 
Taa riu e aproximou-se a abraçar o outro.
- Por quê? - Ikuma levou a mão no fim de suas costas, pousando apenas.
- Não sei... Acho que estou... Sensível ainda.
- Pensando em que?
- Você vai achar gay.
- Você é gay, cara.
- É, tem razão.
- Diga.
- Eu fico feliz... De ter uma família com você... Porque eu nunca tive uma família. E é bom ver ela no berço e saber que é nossa, que temos uma vida juntos, que temos algo tão bom juntos... Isso me deixa muito feliz...
- E por que acharia isso gay? Você já é gay o suficiente, lagarta. Isso não é tão gay quanto você de quatro pedindo pra mim meter na sua bunda. Mas eu também estou feliz, por isso não há nem como eu te zoar por isso.
- Não fale assim perto do bebê.
- Ah, claro, porque ela vai usar como a primeira palavra dela.
- Vai saber.
- Vai olhar pra e você e dizer ... Bunda.
Taa riu.
- Se a primeira palavra dela for um palavrão você vai apanhar.
- Ah, vou? De quem?
- De mim.
- Aham, claro.
- Bato mesmo. - Piscou ao outro.
- Piso em você, lagarta.
- Prefere que eu bata pra você ao invés de em você que eu sei. - Riu.
- Prefiro pisar e cortar seu rabo, sabe como é.
- Idiota. - Riu. - Vamos deixar ela dormir.
- Quem disse que não estou deixando? - O importunou.
- Vem logo, loira. 
Taa puxou o outro ao quarto, fechando a porta do quarto da filha e logo seguiu a cama, sentando-se. Ikuma seguiu junto ao demais, porém tornou abrir a porta antes disto.
- Assim ouvimos ela chorar. - Disse a traçar o caminho ao quarto. - O que há?
- Estou cansado ainda.
- Então dorme, lagarta.
Taa chamou o outro a lhe selar os lábios ao vê-lo se aproximar.
- Eu te amo.
Ikuma suspirou a observá-lo.
- Eu ia te zoar mas não vou fazer isso. Também o amo...
- Deita mais um pouco comigo? Ainda é cedo.
O menor ponderou e por fim traçou o curso ao outro lado da cama, deitando-se nela.
- Dormir é a terceira melhor coisa pra mim.
- Terceira?
- Primeira é sexo e a segunda é cookie.
- Eu entro aonde nisso aí?
- Você não é uma coisa.
Taa sorriu, sutil, ajeitando-se abaixo do edredom.
- Gosta mais de mim que de transar, comer e dormir?
- Isso nós fazemos juntos.
- Gosta?
- É óbvio.
- Então tá bom, maridão.
- Olha só, lagarta com ciúme dos meus biscoitos.
- Claro, vou esconder todos.
- Eu acho.
- Acha nada, eu como.
- Eu abro sua barriga de novo.
- Vem deitar, cacete.
- Estou deitado, animal.
- Então eu estou bêbado. - Taa riu, virando-se a abraçá-lo.
Ikuma o puxou a que se deitasse, o agarrando na cintura. Taa gemeu baixo, observando-o próximo a si.
- Vai me agarrar e esmagar, é?
- Vou agarrar e amar.
- Pare de ser fofo, seu maldito.
- Vamos, descanse aí, lagarta.
- Boa noite...
- Boa tarde, lagarta.
- Isso...
Taa murmurou a fechar os olhos. Ikuma puxou o edredom, o cobrindo e tornou abraçá-lo por sua; novamente; fina cintura.
- Obrigado, Ikuma.
- Por nada. Sh...

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