Masashi e Katsuragi #15 (+18)


- Hum...
Masashi gemeu, sentindo seus lábios macios e úmidos, embora seus dentes rudes e penetrados na pele, atravessando a veia que dispersava o sangue para sua boca, e impunha uma pressão forte no pescoço. Sentiu suas mãos frias contra as nádegas, era puxado entre suas pernas e afundava-se em sua umidade. Gemeu, na junção do prazer com a dor. E quando soltou, sentiu uma leve gota deslizar no pescoço, após ser estancado com uma pressão desagradável de sua língua. E fitou o moreno, com olhos turvos e estreitos, mas continuou vigoroso, entrando e saindo, puxado por ele, mesmo quando sentiu seu clímax atingido, com seu espasmo íntimo e o toque frio de seu sêmen. Mas continuou, conforme puxado, num vaivém, mordeu o lábio inferior e aspirou ar aos pulmões enquanto a voz saia soprada e rouca.
- Ah...
- Kimochi?
Katsuragi murmurou, apertando-o no corpo em alguns espasmos e suspirou, apreciando os movimentos que ele fazia, ah e era tão gostoso, ele sabia fazer direitinho, apesar de ser virgem antes de si. Mordeu o lábio inferior, puxando-o para si mais uma vez em sua cintura e gemeu baixinho, prazeroso ao senti-lo tocar a si novamente na parte sensível do corpo.
- Droga, que delicia, Masashi...
- Hum...
Masashi murmurou, assentindo ao que dizia ele. Empurrou-se novamente, retomando o ritmo contínuo, não era rápido demais mas firme.
- Gostoso...
Soprou dos lábios com um rastro de vermelho apagado nos lábios, aonde antes a maquiagem era mais forte.
- Quer gozar?
O maior murmurou a ele e contraiu-se novamente a apertá-lo em si, suspirando a observá-lo e puxou-o para si, selando-lhe os lábios algumas vezes.
- Pode gozar dentro.
Masashi gemeu diante da apertada, estava dolorido, duro e sensível. Fechou os olhos ao retribuí-lo no beijo superficial, e até lambeu seus lábios enquanto continuava o vaivém e ainda que não fosse uma mulher, estava certamente úmido aonde penetrava. Com força, empurrou-se para ele, e ali se manteve enquanto atingia o clímax e deixava o prazer dentro dele.
- Ah...
Katsuragi gemeu baixinho, prazeroso e fechou os olhos ao senti-lo atingir o ápice, aquecendo a si por dentro, realmente gostoso por ser humano e sorriu a ele, desviando o olhar ao menor que parecia estremecer com a sensação prazerosa do ápice. Deslizou a mão pelos cabelos dele, acariciando-os e puxou-o para si, selando-lhe os lábios.
- Acho que eu não posso engravidar, já estou morto, então não se preocupe.
- Ah...
Masashi suspirou com um leve rastro da voz e acomodou-se sobre ele, mesmo ainda entre as suas pernas. Fechou os olhos, recuperando-se da "anemia" temporária e sentiu toda sua atenção. Seu jeito carinhoso que não era realmente típico.
- Não precisa agir como se eu fosse quebrar, Katsuragi. Não estou triste.
- Não estou agindo assim, ora. Não se preocupe, sei que já é grandinho.
Katsuragi falou a ele e suspirou, incomodado com o modo como ele falava consigo, de fato não estava cuidando dele por achar que estava triste, cuidava dele porque queria passar uma noite boa com ele, e queria que ele entendesse isso de alguma forma. Suspirou, agora no fim dos movimentos, podia movê-lo e virou-se de lado, ajeitando-o consigo na cama, abraçando-o e beijou-o no pescoço algumas vezes, lambendo sobre a ferida onde ainda escorria algumas gotas de sangue.
Masashi virou-se com ele conforme se ajeitou. Acomodou-se sentindo seu abraço o qual retribuiu com o passar de um dos braços acima de sua cintura e fechou os olhos, suspirando com as lambidas no pescoço, faziam uma leve cócega, mas arrepiou a si, de modo agradável. O maior sorriu a ele, observando-o e selou seus lábios novamente.
- Não vou deixar nada de ruim acontecer com você... Nunca.
- Nada ruim vai me acontecer, bobo.
- Não vai. - O maior sorriu a ele. - E um dia eu vou te transformar.
- Não. - Masashi resmungou mas sorriu e sentou-se a cama. - Não aja como se eu fosse sensível, não ligo para o seu ex-namorado. Nem que você tenha quase enlouquecido por causa dele. Só não aja como se ainda estivesse traumatizado por causa dele.
Katsuragi ouviu-o em silencio e arqueou uma das sobrancelhas.
- Não quer que eu transforme você? - Indagou, ignorando a outra parte da conversa. - Você ficaria jovem pra sempre, não poderia ver o sol, mas você se acostuma. E veja bem, o Fei não era meu namorado.
- Não foi você mesmo quem disse que sentia falta do sol ou que gostaria de se quente.  Você mesmo mostrou a vontade que tinha de ser humano.
- E por isso não vai querer ficar comigo? Não posso ficar sem você, Masashi.
- Eu estou com você.
- Mas um dia não vai estar mais.
- Ainda tenho dezenove anos, Katsuragi. - Disse o menor e acariciou seus cabelos longos.
- Mas e se acontecer alguma coisa com você?
- Não vai querer que eu te transforme? Não vou poder fazer isso só porque não ia poder mais ficar no sol? - Sentou-se igualmente, observando-o.
- Eu vou pensar sobre isso.
- Fale comigo, Masashi, eu preciso saber. Não quero perder você, não posso.
- Eu vou pensar, Katsu. Por que está agindo assim?
Katsuragi observou-o por alguns instantes e negativou, ajeitando-se na cama e tentou se acalmar ao perceber que estava agindo como um louco, o problema é que não podia dizer a ele o que sentia, o nó na garganta era grande demais e tinha medo que ele fosse embora se soubesse que vampiros só escolhem um parceiro, o queria, mas não sabia se era recíproco, talvez fosse apenas um passa-tempo para ele. O fato é que permaneceu em silencio na cama, e pode sentir o coração bater forte no peito, e não tinha mais batimentos há cinquenta anos.
- Você está doente? Eu estou doente?
- É, eu vou morrer.
- Mas você já está morto... - Disse, confuso.
- Estou só brincando.
Masashi observou o moreno, e não disse nada a ele. Estava sim um pouco desagradado a respeito do antigo companheiro dele, ou somente seu amigo de sexo. Não sabia agir como ele gostava, pervertido, educado e inteligente. Certamente era bonito, cabelos longos e loiros, olhos claros também, tinha definições de sobra para ser extremamente atraente e interessante, já consigo a história era diferente. Chegou no bordel por escolha, mas sequer pôde trabalhar para mostrar que sabia satisfazer alguém. E nem podia, ele havia tomado tudo desde o início, dando suas ordens, e com certeza com seu jeito, combinaria mais com o outro do que consigo. Ele queria ser de alguém, ainda que quisesse fazer com que fosse dele. Suspirou, observando seus traços que eram evidentemente mais velhos do que os próprios, ainda que não parecesse ter a idade que deveria ter, mas as únicas suave rugas que tinha nos cantos de seus olhos puxados, eram extremamente agradáveis, e sorriu ao pensar sobre aquilo.
- Seus olhos são lindos.
O maior sorriu a observá-lo, retirando do obi o cigarro e acendeu-o, tragando-o a assoprar a fumaça de lado e estendeu a ele, oferecendo, embora soubesse que ele certamente não fumava por ser novo demais.
- São cheios de rugas.
- Não são cheios de rugas. Tem uma fina linha de expressão, que deixa seus olhos ainda mais bonitos.
Katsuragi assentiu e sorriu novamente ao ouvi-lo, guiando o cigarro aos lábios novamente.
- Você é tão lindo, que faz qualquer garoto daquele bordel parecer um boneco de voodoo.
Quantos anos você tem visualmente? 
Masashi indagou, não retrucando seu elogio exagerado. Katsuragi arqueou uma das sobrancelhas a observá-lo.
- Não se pergunta a idade de uma dama.
- Dama? 
O menor sorriu canteiro e abriu a boca, próxima a sua, aceitando a fumaça que soprou de sua cigarrilha. 
- Não faça isso, garoto, seus pulmões estragam. 
O maior falou a ele e estreitou os olhos, apagando o cigarro ao lado da cama, num cinzeiro.
- Você me oferece e reclama quando eu aceito. Diz, quantos anos tem.
- Quarenta.
- Quarenta?!  - Indagou evidentemente surpreso.
- Uhum.
- Nossa... Você poderia ser o meu pai.
- Poderia. - Sorriu. - Tecnicamente tenho noventa anos.
- Você seria meu bisavô.
Katsuragi riu baixinho.
- Quando eu morri você nem era nascido, nem pensava em nascer.
- Oji-chan.
O maior estreitou os olhos.
- Pare.
Masashi sorriu. 
- Mas você é sensual demais. Me pergunto como parecia com a minha idade, se é tão jovem com 40 anos.
- Ah, eu era muito sexy. - Katsuragi riu. - Mentira. Vem cá, minha delicia, deixa eu te olhar um pouquinho.
- Você tem foto? 
Masashi indagou e ajeitou-se, chegando mais perto dele, mesmo que estivesse ainda nu tal como ele mesmo. O maior observou o corpo dele, bonito nu, lindo na verdade e mordeu o lábio inferior, deslizando a mão por ele.
- Embaixo da cama, tem um baú.
- Eu vou levá-lo. E veremos no bordel.
- Eh? Mas por que?
- Você não quer fazer de novo?
- Podemos passar a noite aqui.
- Hum, mas a casa não é meio insegura?
- Não vai cair, não se preocupe, e se caísse, eu te salvaria antes de tocar o chão.
- Hum... Então vamos fazer o que agora?
- O que você quiser. Não quer olhar o baú?
- Tem fotos somente suas?
Katsuragi manteve-se a observá-lo por alguns instantes.
- Talvez seja melhor não olhar.
- O que mais tem?
- Fotos de família e do bordel antes, com os garotos que trabalhavam comigo.
- Ah sim.
O maior abaixou-se e puxou o pequeno baú, abrindo-o de frente para si e pegou duas fotos, uma própria quando era criança e outra quando era adolescente, mostrando a ele e mantendo as outras fotos guardadas. Masashi aceitou as fotos e observou-as, estavam gastas pelo tempo, mas podia ver a criança, assim como o adolescente, era realmente bonito e com a idade não perdera sua essência. Sorriu e entregou-as a ele. 
- Sempre bonito.
Katsuragi sorriu de canto e jogou as outras fotos sobre a cama, e junto delas caíram alguns enfeites de cabelo e pequenas flores secas que havia pego quando criança.
- Não tem nenhuma foto do Fei. - Riu baixinho. - Mas você ficou chateado sim, tanto que não quis pegar a caixa. - Riu novamente e mordeu o lábio inferior. - Adoro você com ciúmes. 
Falou a ele e observou as fotos, puxando uma delas e guardando sutilmente embaixo do travesseiro. Masashi sentiu o selo repentino e fitou o moreno, não gostando do seu agrado com a situação, estava desconfortável, demais, como nunca havia se sentido antes, tanto que se sentiu sem ânimo. 
- Vamos embora.
- Não, Masashi... Masashi! - O maior segurou as mãos dele. - Desculpe. Não vou mais falar sobre isso.
- Baka. - Murmurou. 
- Eu sou. 
O maior murmurou e sorriu, aproximando-se dele e lhe selou os lábios, porém afastou-se ao ouvir o barulho sutil do lado de fora, se pondo de pé quase num pulo. Observou o local e puxou o kimono, colocando-o em volta do corpo, caminhou em direção à janela fora do quarto, vedado sem sinal da luz do sol e observou o quintal da casa, notando a fina camada de gelo que já se formava sobre o lago e os flocos que caíram sobre o jardim, cobrindo tudo de branco. Voltou ao quarto em passos rápidos e observou-o na cama.
- Tem certeza que não está com frio? Porque acho que realmente teremos que passar a noite aqui, e devia se aquecer um pouco. 
Falou a ele e pegou no armário um cobertor, tinha tudo ali, como havia dito, mantinha o lugar bem arrumado, limpo, porque ficava sempre por ali quando estava triste ou chateado com algo. Ajeitou o cobertor sobre o corpo dele e deitou-se ao lado do outro.
- Não quero ouvir reclamações, fique embaixo do cobertor.
Masashi observou-o ao se levantar e ajeitou-se na cama, segurando somente um lençol. De fato, após o sexo a pele já começava a esfriar. E sentiu-se arrepiado ao perceber que nevava lá fora, um frio psicológico talvez. Aceitou o cobertor, embora não estivesse afim de todo aquele cuidado, mas sorriu achando graça. 
- Eu sou um homem, não um bebê.
- Você é meu bebê, cale a boca. 
Katsuragi riu baixo e deitou-se sobre ele, selando-lhe os lábios e permaneceu a observá-lo um pequeno tempo, sentindo o nó na garganta aos poucos diminuir e com uma das mãos alisou os cabelos dele, colocando-os atrás de sua orelha.
- Eu te amo. 
Falou baixo, quase rouco, falta de costume, nunca havia dito aquilo em quase cem anos.
- Não quero que me trate como criança só porque tenho menos de quarenta anos. Sou um homem e sou capaz de cuidar de você. 
Disse o menor a ele e mordeu o lábio, já avermelhado e suavemente roxo pelo clima frio que não afetava a pele, já coberto. Encarou a expressão que ele fez ao dizer aquilo, pareceu confuso sobre como se expressar com aquilo, mas talvez estivesse tanto quanto ele, não era algo fácil de se dizer, além de estar num ambiente conservador, embora vendessem sexo, não vendiam sentimentos, eram complexos. Mas gostava dele e descobrira isso aos poucos, e o fazia ainda. 
- Ore... Daisuki.
O maior manteve-se em silêncio ao ouvi-lo e quase engoliu em seco, era praticamente um "obrigado". Assentiu após um pequeno tempo e afastou-se, deixando-o respirar um pouco longe de si e com o kimono ainda sobre os ombros caminhou até a porta, observando o local lá fora, as paredes negras que um dia já tinham sido brancas.
- Vou... Fazer um chá.
- Eu quero o chá. Mas antes, apenas venha... Eu não quis dizer que não gosto de você.
- Eu entendo, não se preocupe... Tenho noventa anos.
- O que você entende?
Que você não gosta de mim como eu gosto de você. 
Katsuragi sorriu, ainda de costas e ajeitou o kimono frouxo no corpo.
- Eu gosto... De você.
- Eu sei. - Katsuragi virou-se a observá-lo e abriu um pequeno sorriso. - Volto logo.
Masashi levantou-se, mesmo sem roupas e de pele arrepiada, puxou-o pelo pulso. 
- Não sorria como se fosse quebrar. Estou confuso, tudo confuso. Não sei como me sentir, não sei o que te dizer. Gosto que se preocupe, ao mesmo tempo odeio que faça eu me sentir um garotinho. E por quê? Porque eu sei que você gostava de se sentir domado por alguém, se sentir sendo de alguém e ao mesmo tempo é diferente comigo. Comigo faz com que eu seja seu. E mesmo assim, não sei por em palavras fáceis para expressar.
- Faço isso com você porque tenho medo que vá embora. Sorrio pra você porque foi assim que eu aprendi a agir. Nunca demonstre sentimentos, nunca fique tempo demais com alguém, nunca se aproxime demais de alguém que sabe que não pode ter. 
Katsuragi sentiu as lágrimas que molharam os olhos, porém piscou algumas vezes, espantando-as, ou tentando.
- Não consigo olhar pra você sem querer te abraçar, não consigo ficar perto de você sem querer te cobrir e cuidar de você, você é humano, você é frágil, é facilmente ferido, facilmente morto... Deus, o que eu faria se você morresse... Eu morreria também. Você é um idiota se acha que eu preferia ser domado por alguém ao invés de estar aqui cuidando de você. Nunca fui domado por ninguém, nunca deixei ninguém fazer comigo o que fez hoje. O Fei não me domava, brigávamos pra saber quem o faria e na maioria das vezes, eu o fazia. Ele era um prostituto pra mim, alguém que me animava, que passava um tempo comigo, eu não era nada além de um mero cliente, ele fazia o que eu queria. Isso passou a me irritar, eu não quero alguém que faça exatamente o que eu quero, eu quero alguém que vá contra mim, quero alguém que fique com vergonha com as minhas ordens, alguém que fique comigo independente se eu estiver bem humorado ou mal humorado, alguém que possa me abraçar enquanto eu durmo, alguém que possa me dar um beijo de bom dia, e não alguém que vai tirar a roupa pra eu ver e me comer do modo como eu mandar. Eu era jovem, era um idiota, até mesmo um cretino. Deus sabe como eu mereço nunca mais ver o sol, fiz tanta crueldade com aqueles garotos. Eu não presto, sei que não mereço que você me ame, não mereço que ninguém me ame, mas eu queria tanto que me amasse. Quer dizer, eu sou tão orgulhoso pra dizer uma coisa dessas. - Sorriu, meio desajeitado, desviando o olhar. - Bom, que se dane, porque eu amo você. Sou um vampiro, tenho noventa anos, já deveria ter morrido, ou no incêndio ou em algum acidente com o cigarro, não sei. Vampiros só escolhem um parceiro na vida, sabia? É estranho, mas mesmo morto, meu coração bate só perto de você, de mais ninguém. Tive medo de dizer isso e achar que eu estou falando um monte de besteira e indo rápido demais, mas por que eu precisei viver cem anos para me apaixonar por alguém? ... - Deu uma pequena pausa e sorriu, como sempre mantendo a pose que tinha. - Se você quiser ir... Tudo bem. Ninguém vai tomar o seu lugar, mas eu espero que você ache alguém que possa te aquecer a noite, que não vá te matar por acidente enquanto faz qualquer coisa, e que não vai beber seu sangue até te matar... Mas se ficar... Não me peça pra não cuidar de você, não me peça pra não tratar você como tudo que eu tenho de mais precioso no mundo, porque você é.
Katsuragi observou o moreno e até então suas palavras cuspidas da forma mais bonita que poderia. Cuspidas por serem jogadas como se não fosse nada tão incrível, mas era. Era um típico rapaz japonês, então sabia da força de cada palavra ao dizê-la, não sabia se ele havia perdido isso com o tempo ou se realmente estava dizendo com seu coração mórbido, mas existente. O toque brilhoso em seus olhos eram de umidade, e traziam lágrimas que se esconderam dispersas em seus olhos vermelhos. Estava confuso como sempre esteve desde que fora escolhido por ele, ele era por si só uma contradição, estar vivo ou não, odiar o sol ou amá-lo. Pedir que conviva sem fazer o que ele desejava e ao mesmo tempo dizia que queria ser abraçado e tolerado em seus momentos intoleráveis, ele exigia sem perceber o que fazia, mesmo embora quisesse ser contradito. Era contraditório em todos os aspectos, em ser cuidado mesmo quando ele mesmo tirava a força que tinha ao roubar de si o próprio sangue com sua sede sem controle. Fechou os olhos e por um instante balançou a cabeça sem lhe dizer nada. Envolveu-se com o quimono desajeitado e colocado sobre o corpo de qualquer jeito enquanto cruzava os braços em frente ao peito. Descansou a testa em seu ombro, e suas palavras faziam-no parecer mais frágil do que ele considerava a si mesmo, podia não ser fisicamente. 
- Quero xingá-lo. Não sou frágil assim. Não vou morrer tão facilmente, mas vou estar aqui por você. Foi por você que cheguei até aqui de qualquer forma, se isso não é retribuí-lo, então não sei como poderia fazer isso.
Katsuragi uniu as sobrancelhas ao vê-lo colocar o kimono, por um momento achou que ele fosse realmente sair e sentiu os ombros pesados quase desmontarem, porém cessou ao ouvir suas palavras e plantou os pés firmes no chão, embora não acreditasse que ele havia escolhido ficar consigo. Assentiu a ele, sem palavras para expressar algo, embora as lágrimas estivessem novamente presentes nos olhos e sabia, sabia que era extremamente contraditório, era um vampiro que queria parecer forte, quando na verdade era frágil como uma boneca de porcelana, quebraria mais fácil do que ele. Avançou em direção a ele, embora não tivesse sido realmente rápido e lhe selou os lábios, agarrando sua face entre os dedos e tocou-o, sentindo-o morno, o suficiente. Ele era um pedaço de vida quente entre os dedos, e era o primeiro amor que teve, e o único. Sentiu as lágrimas que escorreram pela face e sentiu vergonha dele, não queria chorar na frente do outro, não queria mesmo e negativou consigo mesmo, novamente era contraditório, queria ficar com ele e abraçá-lo para nunca mais soltar, mas não queria que ele visse a si daquele modo. Virou-se, interrompendo o beijo e limpou as lágrimas com a manga do kimono, que não se importou se era caro ou não.
- Vou trazer o chá, me desculpe.
Masashi ergueu o rosto ao sentir seus dedos finos e frios sobre a pele. E retribuiu seu beijo que não durou, mas pareceu dar sabor com um toque úmido que separou os lábios dos seus. E quando fora solto por ele, dadas as suas costas mais largas que as de uma mulher, chegou pertinho e envolveu sua cintura, afagou seu pescoço com o nariz e sentiu o cheiro de seus cabelos longos. 
- Vai sujar o quimono com tinta. - Sussurrou-lhe ao pé do ouvido.
O maior sorriu ao ouvi-lo e segurou as mãos dele entre as próprias, acariciando-as.
- Quer descer comigo?
- Você entendeu o que sinto por você?
O maior assentiu e virou-se a observá-lo.
- Mesmo?
- Mesmo.

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