Kazuma e Asahi #29


As portas se abriram logo atrás da garota que entrou as pressas no local, quase em desespero, buscava a desviar o olhar o moreno, que se encontrava entre alguns chefes militares numa pequena confraternização, ou reunião, seja lá o que fosse, a garota nova se meteu, e puxou suavemente o casaco do general, puxando-o para longe da conversa, claro, de modo sutil, ou tentava ser porque ele não queria se afastar.
- Kazuma... É importante. Senhor!

O moreno seguiu-a é claro, embora sua imposição fosse desagradável de modo que ao alcançar o caminho um pouco mais a fora dos demais na reunião, desferiu um tapa, sem força, afastando sua mão.
- O que pensa que está fazendo, enfermeira?

Ela arregalou os olhos ao sentir o tapa, porém não era importante, visto que estreitou os olhos diante da reação do outro.
- Te avisando que o Asahi sumiu.
- Se quer falar comigo, deve pedir licença e chamar, não puxar a minha roupa. Quem avisou sobre isso?

- Senhor eu estou na igreja. Os soldados... Levaram ele.
- Quais soldados?
- Os chineses.

Kazuma suspirou, desgostoso. Se se preocupava com ele, é claro que sim, mas não aguentava ter de lidar com problemas vindos da igreja, não tinha mais paciência. Aquele rapaz tinha o dom de se meter em situações ruins sem ser chamado.
- Entraram na igreja e pegaram ele?
- Sim senhor. Hana me pediu para não voltar, mas... Eu acredito que sabiam que ele estava com o senhor.

O maior riu, achava graça da situação, ainda mais por acharem que um general teria problemas com um padre a ponto de começar uma guerra por amor ou fosse qual fosse o sentimento que poderiam ter. Eram burros, de fato.
- Direi aos soldados que busquem por ele. Deixaram algum recado?

- Não senhor, ninguém sabe onde eles estão. Vou voltar para a igreja, precisam de mim lá, eu... Desculpe não avisar antes, já fazem dois dias.
- Hum, e por que demorou dois dias?

- Hana não quis me deixar vir.
- Por quê? - Ele disse e soou mais alto do que inicialmente.
- Ela disse que o senhor tinha mais com o que se preocupar do que "um padre idiota".
- Por Deus, sou um general tão imprestável a ponto de meus soldados serem ainda mais inúteis? Porra. Diga a Hana que terá uma visita especial pela manhã. Vai logo!
Ele esbravejou e deu as costas a ela, emputecidos por não ter sido avisado, emputecido por ter sido puxado, emputecido por ter aquele rapaz tão azarado.

A garota assentiu, sabendo que a outra teria problemas, claro, havia fugido sem que ela visse, e quando voltasse certamente levaria uma boa bronca. Voltou a igreja, sem ter muito o que fazer, e rezou por um momento, que o padre estivesse bem.
- Puta que pariu esse moleque.
Kazuma resmungou, maldita enfermeira, tinha tão pouca inteligência quanto os chineses, afinal, o que diria se de repente aparecesse na igreja levando os mantimentos e não visse por ali o responsável por ela? Estúpida. Dirigiu-se onde estava e por lá, chamou selecionou os homens que seguiriam a busca pelo rapaz. Iniciando o caminho desde a base aos arredores, em pequenas tropas para as direções opostas.

Algumas horas se passaram, e os homens se dispersavam com o tempo, alguns, sem sinal algum do loiro, retornavam para a base com más notícias, outros, continuavam até a província seguinte, mas não parecia haver sinal do padre sumido. Um dos soldados retornou pouco mais tarde, logo após que todas as tropas haviam retornado e ao parar em frente ao moreno, estendendo o pequeno adorno branco, usado na gola da batina e negativando, expôs que também não tinha notícia alguma do rapaz desaparecido, se retirando dos aposentos do maior logo após.
Kazuma não se surpreendeu com as notícias após a primeira tropa, a segunda e a terceira com o mesmo tipo de notícias. Regrediram à base boas horas depois, já podia sentir o cheiro do jantar sendo feito, visto que saíra logo após o almoço, o tempo bem havia passado sem notícia. Retomariam em breve após um curto intervalo dos soldados. Àquela altura fitava o adorno, e embora não deixasse de pensar no rapaz, sabia que aquela era uma provável provocação do grupo inimigo, era por sorte, emocionalmente equilibrado, não se abalaria até vê-lo. Levantou-se um pouco mais tarde, tempo suficiente, retomou nova tropa e assim seguiu de volta à busca.
Não haviam notícias, não haviam pistas, o rapaz havia sido levado e agora, sentia o peito apertar, como ele estaria? O que estaria fazendo? Estava na mão de pessoas ruins, se alimentando? O deixavam passar fome? O que estariam fazendo com ele? De certa forma aquilo era uma situação irônica, já que achou que nunca fosse ocorrer nada ruim com ele, o protegia, mas havia sido roubado abaixo do nariz. Tsc... Precisava achá-lo. 

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