Reika e Takatsuki #29

Takatsuki adentrou o quarto, ainda puto da cara, normal, era óbvio ao ver a loira ali, e não ficaria naquele local nem mais um segundo. Claro, que não havia pensado corretamente, só jogara a mala sobre a cama, jogando as roupas dentro dela de forma desajeitada e nem se virou ao ouvi-la.
- O que está fazendo? -Reika indagou ao rapaz, negativando para si mesma.
- Indo embora.
- Indo embora pra onde?
- Pra casa.
- Ah, sua mãe vem te buscar?
- Vou pegar um ônibus, uma carona na estrada, tanto faz.
- Você não pode sair sem autorização.
- Eu pulo o muro.
- Vai em lugar nenhum.
Ela disse e pegou a mala que ele jogava as roupas e jogou-a no chão, consequentemente bagunçando todas as roupas já nada arrumadas. Takatsuki arregalou os olhos, desviando o olhar a ela, boquiaberto.
- Vai se foder!
- Vou me foder por que, Takatsuki? - Ela indagou, já não tão suave como dizia antes.
- Porque você chamou ela aqui!
- Quem disse isso pra você?
- Eu sei!
- Como você sabe disso?
- Qual outro motivo ela teria para estar aqui?
- Porque ela veio atrás de mim?
- Sozinha?
- E viria com quem mais?
- Você não mandou mensagem?
- Não.
- O que falou pra ela?
- Falei que estávamos juntos, seu trouxa.
- E ela aceitou numa boa?
- O que isso tem a ver com o que estamos falando, Takatsuki?
- ... Vai voltar a dormir com ela?
- Novamente, o que isso tem a ver sendo que eu disse que estamos juntos?
- Quero saber, se ela não te ofereceu nada.
- Ela disse que eu quem tinha curiosidade lésbica, porque agora estou com um cara. Não seja idiota, por que eu dormiria com ela?
- Porque ela é mulher.
- Se o Jun aparecesse e quisesse vir atrás de você dormiria com ele porque ele é homem?
- Não.
- E então? Isso responde sua pergunta?
- Mas eu gosto mais de você do que você de mim.
- De onde tirou isso?
- Eu sabia bem antes de você.
- Saber não significa nada. Você é um idiota impulsivo, não me acordou, deixou eu me atrasar, socou os bolinhos no meu peito e saiu esbravejando sozinho sem me perguntar nada. Ela chegou hoje, como eu ia saber que ela estava aqui? O pessoal da sala e mesmo você sabia mais que eu.
- Como eu ia saber que você não tinha nada a ver com isso? E comprei eles justamente porque eu iria trazer pra você comer aqui.
-  Era só você me perguntar antes de supor, não teria sido mais fácil?
- ... Hai.
- Então, seu porrinha!
- Desculpe.
- Não desculpo.
- Só não quero perder você.
- Eu sei que não temos agido exatamente como um casal... Porque não estamos habituados a isso. Mas não é porque uma garota apareceu que vou de repente ir atrás dela.
- Mas não é qualquer garota.
- É sim.
- Comeu o bolinho?
- Ah claro que sim, depois de jogar ele em mim eu com certeza ia parar e comer ele.
- Vai saber.
- Bem, vou voltar pra sala. Arrume toda essa bagunça.
- ... Certo.
Reika ainda segurava a pequena sacola entregue antes por ele, deixou-a sobre a cômoda bem ajeitadinho. Fitou-o de soslaio, e seguiu para a saída do quarto. Takatsuki permaneceu ali parado, observando-a enquanto saía e parecia um gato caído do caminhão da mudança.
- Está com essa carinha emburrada e não vai dizer pra eu ficar?
- Você não vai.
- Hum?
- Você não vai sair.
- Então é por isso que não vai dizer?
- Sim.
- Que cu doce é esse, Takatsu?
Ele riu.
- Você quer fazer amor, ou vai ficar parada aí insinuando voltar pra sala?
- Não estou pensando em sexo. Estou pensando em prolongar essa sua carinha de sofrimento.
- Não faz isso...
- Espero que amanhã você se controle.
- Ela vai ficar então?
- Ela mudou de escola.
- Pff.
- Vai querer faltar hoje? Já sabe o que aconteceu.
Ela disse a ele e deixou o material de escola por um instante, junto dos bolinhos e a bebida.
- Hai, sabe que estou chateado, não quero aguentar a aula.
- Ela disse que você é gay enrustido. Eu disse a ela que você não era enrustido.
Reika disse, sorriu a ele, esperando que percebesse a provocação. Takatsuki arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu vou matar essa vaca.
- Vai? Por que?
- Porque eu vou!
- Mas você é um viadinho mesmo.
- Não sou! - Fez bico.
- É sim. Tá vendo esse bico? Bico de viadinho.
- Sou viado mesmo.
- Eu sei que é. - Reika sorriu ao moreno e tocou seus cabelos escuros. - E um puta de um uke esclerosado, ciumento.
Ele sorriu a ela, aproximando-se e lhe selou os lábios.
- Quero meu seme.
- Porque eu vou!
- Estou aqui. - Ela disse após o breve selo em seus lábios, o retribuindo.
- Quero seu corpo com o meu.
- Por que eu deveria?
- Porque eu te amo, e você me ama.
- Deveria ser mais convincente.
Ele sorriu meio de canto.
- Deveria porque eu quero foder com você a luz do luar?
- Não disse romântico.
- Então tire a luz do luar.
- Benzinho, eu quero lágrimas.
- Quer que eu chore? Quer que eu implore porque estou com dor, é isso?
- Com dor, é?
- Uhum, meu pau está doendo.
- O que foi que excitou você? Ficar irritado te excita?
- Não, você me excita.
- Hum, usotsuki, não ficou excitado tão repentinamente. Fala pra mim seu pervertido.
- É você mesmo, lembrei como você é linda quando entrou por aquela porta.
- Ah é? - Ela riu. - Seu bajulador, vem logo.