Nowaki e Tadashi #33


Já fazia alguns dias que Tadashi não o via. Ligava para ele, mas recebia a informação de que estava ocupado trabalhando, e estava meio chateado, achava que não queria receber a si, mas não podia invadir seu consultório exigindo vê-lo, afinal, mesmo que tivesse terminado seu casamento, não era nada pra ele ainda. Tinha bastante tempo livre, então preferiu fazer alguma coisa para se ocupar antes que ficasse louco e com o salário em mãos, após ter pago algumas contas, seguiu ao mercado, onde fez uma compra de alimentos e produtos de higiene, relativamente grande somente para si, e porque não era. Levou as sacolas ao abrigo onde antes ficava e esperou pela moça, dona da casa que atendesse a si. Ela o fez com um sorriso enorme, ao perceber que havia voltado e que estava bem, que não estava drogado de novo, e agradeceu ainda mais pela compra que havia feito para os garotos. Conversou um pequeno tempo com ela e quando despediu-se, estava feliz por ter ajudado e por não ser mais aquele garoto no qual as pessoas tinham raiva. Iria passar na clínica para falar com ele, se não tivesse sido abordado por 
dois homens de farda e cessou o caminho a observá-los, e estava com o cigarro na boca, prestes a acendê-lo.
- Posso ajudar?

- Tadashi Hamada?
- Eu, o que precisam? - Arqueou uma das sobrancelhas.
- Você acabou de sair daquele abrigo, certo?
- Sim, mas eu não moro mais ali e nem uso drogas. 
- Vire de costas.
- Eh? 
- Vire de costas! Agora!
Tadashi uniu as sobrancelhas e virou-se, não teve problema, sabia que não iam achar nada em si e sentiu os policiais tatearem o corpo, em busca de algo que pudesse incriminar a si, e para a própria surpresa, levara um soco na nuca logo após.
- Então você não usa drogas, não é? E o que é isso?
- Isso o que? Eu não tenho nada!
O garoto desviou o olhar, mesmo a massagear a nuca ainda, sentindo a cabeça como se fosse explodir e observou o objeto em sua mão a pequena cápsula já conhecida de cocaína, e sentiu um arrepio percorrer o corpo, aquilo não pertencia a si.
- Isso não é meu! Vocês colocaram isso aí!

- Claro, diga isso na delegacia.
Tadashi uniu as sobrancelhas, e não sabia realmente o que estava acontecendo, tentou correr, mas fora segurado e algemado, empurrado para o carro parado ali perto e obviamente havia levado cerca de mais dois socos antes de chegar ao veículo, policiais normais ali, não teriam agido desse jeito, alguém havia armado alguma coisa para si. Adentrou o carro, sentindo os lábios latejando, obviamente haviam se cortado pelo soco e abaixou a cabeça, desviando o olhar ao celular no bolso, que fora arrancado logo em seguida e negativou consigo mesmo. Ao chegar na delegacia, fora empurrado para uma cadeira enquanto preenchiam a própria ficha, não era culpado e era uma tremenda injustiça, o que o próprio amigo ia pensar se tivesse uma ficha criminal na delegacia? Podia perder o emprego. E o outro... Se soubesse que estava ali, o que diria para si? Sentiu vergonha por um momento e logo fora colocado em frente ao telefone, o qual observou em silêncio e ponderou.
- Você tem direito a uma ligação.
O menor assentiu, de cabeça baixa ainda e permaneceu ali, porém não ligou, preferiu ir direto para a cela mesmo. O chão onde fora jogado era frio, agora sem as algemas pôde limpar o sangue que havia no canto dos lábios, só conseguia pensar em uma pessoa que poderia fazer aquilo consigo, mas não queria acreditar que ela podia fazer. Não ligou para ele, não tinha coragem, sabia que ele não acreditaria em si, e preferia ficar ali até descobrir o que fazer, pensaria. Droga... Queria tanto vê-lo, e já podia sentir as lágrimas nos olhos.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário