Kyo e Shinya #43


Shinya sorriu a ele, observando-o enquanto tomava o café feito. Colocou em frente a ele o pratinho pequeno contendo o sanduíche, com o pão cortado em formato de coração e riu baixinho.
- Feliz dia dos namorados.

Kyo observou o lanche, chegou arquear a sobrancelha e voltar a direção visual ao outro, mas negativou enquanto sorria como sempre contido e mordeu o lanche.
- Feliz dia dos namorados. - Disse após engolir.

- Gostoso? - O maior murmurou e sorriu novamente.
Kyo assentiu ao outro, observando próximo à mesa, e tomou do café.
- Quer mais café?
- Não por enquanto, depois eu pego. Vamos sair hoje.
- Sair?
- Uhum. Comer algo, ver filme... Dia dos namorados, afinal.
- Hum. - Shinya sorriu. - Hai. Não vai ter vergonha de sair comigo desse tamanho?
- Alguma vez eu já tive?
Shinya sorriu.
- Então, patinho.
- Own... Quack.
Kyo sorriu com a xícara fronte os lábios, mas acabou rindo. O maior riu junto dele e suspirou em seguida, levando a mão sobre a barriga, acariciando-a.
- Estou sentindo ela chutar.

- Quer sair daí.
Shinya sorriu, porém o sorriso logo cessou, unindo as sobrancelhas.
- Ai...

- Hum... Parece que ela quer mesmo.
O maior afastou-se do balcão.
- K-Kyo... Eu... Acho melhor irmos pro hospital.

- Uh?
O menor indagou com a xícara na boca e deixou-a no balcão, fitando o outro. Shinya d
eu a volta no balcão, devagar e segurou a mão do outro, apertando-a com pouca força e fechou os olhos.
- É... Acho que ela vai mesmo nascer.

Kyo observou o loiro e sorriu, entrando no que pensava ser brincadeira. O maior uniu as sobrancelhas a observá-lo.
- Porque está sorrindo?

O menor fitou-o, notando pelo timbre que não era brincadeira e se levantou.
- Vamos pro carro.

Shinya assentiu e estendeu uma das mãos a ele. Kyo caminhou e buscou as chaves, logo deu atenção ao companheiro. Havia abandonando o café do mesmo jeito na mesa, sem ser terminado e deixou a casa, levando-o ao veículo.
- Preciso pegar alguma coisa lá?

O maior seguiu junto dele, rapidamente até o carro e apertou a mão dele ao sair.
- Hum... A... A bolsa dela está na poltrona.

- Lá em cima no quarto?
- Sim.
Kyo deixou-o se sentar já no carro e correu em busca dos apetrechos da logo, nova moradora da casa. E por um instante olhou todo o cômodo, logo deveriam se mudar dali, pensou. Ao voltar, entrou no carro e deixou as coisas da bebê no carro, já havia até avisado ao hospital a chegada, e dirigiu até lá, por sorte, ele parecia bem. Shinya ajeitou-se no carro, suspirando algumas vezes e uma das mãos apoiou sobre a barriga, e como doía, nunca tinha sentido tanta dor, embora silencioso, sabia se conter diante daquilo.
- Psiu, pense que ela virá hoje. Hoje vai dormir com alguém nova.
Shinya sorriu, sentindo os olhos cheios de lágrimas e assentiu. O menor dirigiu, tentou não ser rápido demais, nem devagar, até chegar onde desejado. O baterista observou o hospital e sorriu a ele, tentando não parecer apavorado, embora estivesse, abriu a porta e saiu do carro, observando a enfermeira ali com a cadeira de rodas a espera. Sentou-se e segurou a mão do outro. Kyo apertou seus dedos finos e firmes.
- Preciso ir preencher sua ficha. Já volto.

Shinya uniu as sobrancelhas e assentiu, observando-o se afastar enquanto seguia ao quarto com a enfermeira, após preencher a ficha, Kyo voltou ao carro e pegou a bolsinha do bebê, que levou junto, onde o encontrou já acomodado.
- Kyo... Eu estou com medo, quero ir embora...
- Quer ir embora sem tirar essa coisinha daí?
O maior negativou.
- Então, fique feliz, nossa criança cansou de esperar pra conhecer você.
Shinya riu baixinho.
- Está feliz?

- Poderia não estar?
O maior sorriu e apertou a mão dele novamente, unindo as sobrancelhas.
- Ah...

- E o nome? - Kyo indagou e sentou-se próximo a ele.
- Você gosta de Kasumi, não gosta?
- Você gosta?
- Sim...
O menor sorriu.
- Então não tenho nada contra.

- Kasumi então. - Sorriu.
Kyo assentiu para ele e acariciou por um instante seu cabelo, não atrapalhando no procedimento médico em torno. Shinya suspirou e antes de deitar já havia tomado a anestesia, por isso as dores se tornaram menores, o doutor já caminhava para iniciar o parto e manteve-se imóvel, sentindo os toques sobre o abdômen, fechou os olhos. O menor aceitou a roupa indicada pela enfermeira, vestindo por sobre a roupa, já que não poderia ficar sem nada que protegesse a si ali, o maior sorriu.- Gostei de você de médico.
Kyo negativou ao ajeitar a roupa, resmungando.
- Vou querer levar isso pra casa. - Riu.
- Como é bobo.
Shinya riu baixinho e observou o doutor, concentrado no parto, e já sentia o corte no abdômen, era incomodo, mas não doía. Fechou os olhos e suspirou, esperando o fim do procedimento enquanto apertava a mão dele sutilmente algumas vezes, somente quando sentia algo estranho ou alguma sensação diferente. Só voltou a abrir os olhos quando ouviu o choro fraco da filha, e desviou o olhar ao médico, tentando vê-la sobre o pano.
Kyo voltou-se a região somente ao ouvir o ruído sem força, suave, e rouquinho. Encarou a pele suja ainda de sangue, e um cordão que era rompido com ajuda da tesoura médica, e a própria mão que o empunhava. Fitou o outro, seus olhos curiosos, que não podia ver e buscava encontrar a pequenina. Shinya uniu as sobrancelhas, observando a enfermeira que levou a filha e apertou a mão do outro.
- Kyo, onde estão levando ela?!

- Estão indo limpar e vestir a roupa que trouxemos. - O menor apertou sua mão de leve.
- Ah...
O maior murmurou, assentindo e apertou-o na mão novamente ao sentir o toque da primeira agulha no abdômen.

- Estão remendando você. - Brincou.
Shinya riu baixinho e desviou o olhar a ele.
- Não olha, não quero que veja isso.

- Como se eu achasse isso ruim.
- Sei que não acha, mas vai que fica pensando nisso toda vez que olhar pra mim. - Riu baixo.
- Claro que não. Vou pensar na belezinha que saiu de você.
Shinya riu baixinho, até estranhando o modo como ele falava consigo, tinha tanta diferença. Observou a enfermeira que se aproximou a entregar o bebê nos braços dele, indicando que a mostrasse para si. Kyo voltou-se a recém chegada, aceitando-a nos braços e abaixou-se, mostrando ao outro a pequenina. E como era linda, quase sem nenhum movimento, fraquinha. Sorriu. Shinya sorriu a ele e a ela, estendendo uma das mãos e segurou a mãozinha tão pequena da filha.
- Consegue pegar?
O maior assentiu e estendeu os braços devagar, pegando a filha pequena nos braços.
- Oi Kasumi...

Kyo sorriu ao ouvi-lo dizer e ajeitou-se, sentado a seu lado, observando a pequenina.
- Viu seu papai? Ele é lindo não é? Queria ver os olhinhos dela.
- Que mãe cega. - Kyo resmungou. - Logo deve abri-los.
Shinya riu baixinho.
- Podemos voltar pra casa hoje?

- Eu não sei.Talvez amanhã.
O maior uniu as sobrancelhas.
- Não tenha pressa, nós vamos voltar de qualquer jeito.
Shinya assentiu e observou a filha pequena, logo a enfermeira ao lado.
- Ah não, eu não quero entregar ela...

- Temos que fazer alguns exames, eu logo trago ela de volta.
O maior assentiu e abaixou a cabeça, entregando a filha.
- Não seja tão teimoso, Shin. Ela não vai sair correndo.
- Desculpe, quero ficar com ela..
- Eu sei, corujinha.
O maior sorriu.
- Descanse um pouco e depois que acordar eu trago algo pra você comer.
- Vai passar a noite comigo?
- Com vocês.
Shinya sorriu e o menor retribuiu o sorriso.
- Já já ela volta.

- Kyo... - O maior segurou a mão dele. - Eu te amo.
O menor sentiu o toque e retribuiu-o ao ouvi-lo.
- Eu também. - Sussurrou, suficientemente audível.

Shinya sorriu novamente, repousando a cabeça sobre o travesseiro.

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