Atsushi e Kaoru #6


Kaoru franziu o cenho, e já era a terceira vez que havia brigado com a esposa na semana, a briga era devido ao cheiro de cerveja que tinha no dia anterior quando chegou em casa, se estava trabalhando, não tinha porque chegar em casa com aquele cheiro, e fora assim que havia chego. Tentou se explicar, dizendo que havia saído com um amigo mas por fim se irritou e não fez diferença, resolveu dormir no sofá e no dia seguinte, seguir cedo para o estúdio. Por lá, resolveu os assuntos que tinha que resolver, mas por ser fim de semana, se sentia sozinho após tanto trabalho, já era noite, e a mão ponderava sobre pegar ou não o celular para ligar para ele, talvez devesse, talvez não, era um amigo somente, não tinha nada demais, podiam sair novamente, e tinha um lugar em mente para levá-lo, já havia chutado o balde.
- ... Moshi, moshi Atushi-san? Você vai fazer algo hoje a noite?

Atsushi pegou o celular sobre a mesa, tão automático que não percebera o momento em que atendeu a ligação e teve de interromper o amigo ao pedir uns minutos ao gesticular com a mão.
- Sim? - Disse e ouviu o guitarrista soar abafado pela linha. - Oh, Niikura-kun. - Retrucou inicialmente, ouviu-o prosseguir com um convite preciso. - Iie iie, algo em mente?
Retrucou, realmente sem planos até então, embora ainda estivesse num reunião de trabalho, estaria em breve, dispensado para ir para casa. Estava surpreso no entanto pelo convite tão logo.

- Hai... Estou querendo ir num lugar, posso passar pra te pegar? -Kaoru falou num suspiro, espreguiçando-se. - Talvez em duas horas?
- Eu estou de carro, mas dependendo do lugar onde queira ir, posso deixar por aqui e na volta eu pego. Bem, ou se não passo em casa primeiro e você aparece por lá.
- Pode ser, eu te pego lá. - O menor falou a ele, ignorando a forma ambígua como havia soado.
- Hum, tudo bem. Você sabe o endereço ainda, ah?
- Eu... Não. - Sorriu. - Pode me passar por mensagem?
- Uh, ok, vou passar.
Atsushi disse num riso que soou num sopro nasal, perceptível através da linha telefônica e após o fim da ligação, retomou a conversa com o guitarrista ao lado, enquanto digitava a mensagem endereçada para ele, com o endereço de casa.

Kaoru suspirou, num pequeno sorriso para si mesmo, e ao virar, cruzou com o amigo de banda, quase batendo de frente com ele.
- Ow, desculpe, Kyo. - Franziu o cenho, ajeitando a jaqueta dele que havia amarrotado. - Já estou saindo, precisa de mais alguma coisa?

Kyo voltou-se ao guitarrista a medida em que sentiu-o consigo colidir e ajeitar a roupa como se houvesse pedido por isso. No fim se ajeitou por si mesmo e negativou ao moreno, havia se esquecido de algo no estúdio e não tinha pendências além de um item que pegaria, logo iria embora.
- Não, pode ir descansar.

- Ah iie, vou sair... Chamei o Atsushi pra ir num lugar. - Falou descontraído. - Está tudo bem com você e o Shin?
O vocalista notou em seu comentário, pareceu soar despreocupado ao mesmo tempo em que mudava o assunto rapidamente. Assentiu a ele com um movimento da cabeça, não entendendo o intuito da pergunta senão por um assunto desviado.
- Atsushi, é?

- ... Ah, hai. Somos amigos, deixamos o que aconteceu pra lá... E saímos outra vez então... Chamei ele pra sair.
- Hum e por que não o Die?
- Por que não o Atsushi?
- Por que o Atsushi?
- Porque nos entendemos, ele se parece comigo, gostamos das mesmas coisas.
- O Daisuke também se dá bem com você, Toshiya também. Você quer é sair com o cara.
- ... Não estamos saindo. - Kaoru falou e franziu o cenho.
- Se está indo a algum lugar com ele, sim, você está saindo com ele. 
- Mas não no sentido que você acha, estamos saindo como amigos.
- Não estou pensando em sentido algum. 
- Hum... Bem... Até depois então.
- Boa sorte. - Kyo disse e embora não houvesse traço de humor, estava certamente provocando o amigo.
Kaoru estreitou os olhos e sacudiu a cabeça, sabia da provocação, por isso, seguiu para o camarim, se aprontaria ali para encontrá-lo em sua casa.
Após o fim do serviço, Atsushi juntou o que precisava para resolver e faria em casa, era fim de semana, teria o dia seguinte com uma folga, poderia descansar depois de uns dias mais agitados, ainda que houvesse saído vez outra. Ao tomar o veículo dirigiu-se para casa, tomou um banho, lavou os cabelos quais precisou secar na saída com auxilio de um secador. Vestiu-se com um jeans preto, uma camiseta e um casaco de mesma cor, tinha um toque formal e informal juntamente, visto que não sabia exatamente onde iriam.
Ao sair do banho, Kaoru vestiu-se, e ao contrário dele, optou por deixar os cabelos secarem naturalmente, não fazia diferença, acreditava, afinal era homem e tinha os fios curtos. Vestiu-se com roupas pretas, típicas, até mesmo no casaco e seguiu para a saída, onde pegou a chave do carro e dirigiu-se para a casa dele, no endereço passado. Ao chegar, estacionou em frente e o viu ali a esperar, o cigarro aceso e seus cabelos bonitos emoldurando o rosto.
- Vamos? - Disse ao abrir o vidro.

Após o fim dos ajustes, o maior acabou seguindo a fora de casa. Aproveitou para tomar um pouco de ar e tragar um cigarro mentolado enquanto aguardava o guitarrista da outra banda. Com sua chegada acabou se desacomodando de onde estava e deliberadamente tomou lugar no banco de passageiro a seu lado.
- Bora.

O menor sorriu a ele ao vê-lo adentrar o veículo e assentiu, dando partida a seguir onde tinha a intenção de levá-lo e levou um dos próprios cigarros aos lábios, acendendo-o.
- E onde é o destino? Não estou sabendo ainda.
- Hum, é surpresa.
Kaoru falou a ele com um sorriso canteiro e embora estivesse achando ele bonito, não diria nada, apreciava apenas seu perfume de banho recente. 

- Ah surpresa, certo.
Disse o vocalista num meio sorriso de canto e um trago no cigarro, o que poderia ser lamentável a ofuscar os cheiros pelo carro, fosse da conservação do veículo quanto de seu perfume usado ou do banho recém tomado. Fitou-o de soslaio, e pela forma como se vestia, parecia bem.

- E como você está? Digo... Como passou esses dias?
- Trabalhando, aposto que nada muito diferente de você.
- Não nada.
Kaoru riu, virando na esquina da rua onde queria levá-lo e por fim, estacionou em frente ao local, não sabia se ele já havia estado ali, mas parecia um bom lugar para ir com ele, quer dizer, ambos gostavam de mulheres, na teoria, então.
Em sua parada, Atsushi voltou-se ao local que de início parecia uma danceteria, algo como um bar, mas sabia que no fim era um pouco mais que aquilo.
- Uma boate?

- Hai, não gosta?
- Só não achei que fosse vir numa boate com você. - O maior riu, mais num sorriso que riso.
- Eh? - Riu. - Somos homens, então... Sei lá.
- Não me parece o tipo que curte vir em boate, ainda mais por sua esposa. Mas pode ser bom.
- Hum, bem, estamos brigados e de fato eu não venho em uma boate há uns vinte anos. - Kaoru riu. - A última vez que vim foi com o Die, aquele maldito pervertido.
Atsushi riu e assentiu, por fim saiu do carro primeiro e parou fronte a entrada da boate, de fora podia-se ouvir levemente alguma música.
- Vamos, Niikura-kun.

O menor saiu do carro com ele, assentindo e seguiu para dentro do local, sendo recebido pela garota que indicou uma mesa para ambos, e veriam as garotas dançarem naquela noite, atendidos por algumas dançarinas com roupas igualmente curtas.
- Prefere uma sala reservada ou aqui no salão? Acho que é melhor reservado.

- O salão está bom, é uma dança, podemos ver todas elas.
Disse o maior a ele, respondendo sua pergunta enquanto recebidos pelas atendentes e dançarinas, todas com curvas sutis, bonitas.

- Hum, tem certeza? Tenho medo que alguém veja a gente aqui e vaze alguma informação.
- Bom, então as salas. Deveria ter decidido desde o princípio. - Disse a ele, num sorriso canteiro.
Kaoru riu e negativou, pedindo pela sala reservada a uma das atendentes, e receberiam as dançarinas por lá, como no salão. Seguiu com ele ao local, uma das salas ao fundo e ao adentrar, sentou-se no longo sofá vermelho, pedindo um uísque com duas pedras de gelo a garçonete.
- O que quer beber?

Atsushi seguiu junto a ele, direcionado até a sala cujas luzes pouco iluminadas davam maior beleza à pele das dançarinas, que brilhavam sutilmente por algum tipo de cosmético.
- Conhaque. - Pediu, e já podia ver a chegada de duas das garotas.

O menor sorriu a ele, meio de canto com seu pedido, e era um bom pedido de bebida, embora ele tenha dito que não gostava de nada muito forte e quando recebeu o uísque foi quando passou a beber, sempre pedindo outra dose ao fim da bebida. Observava as dançarinas, vendo-as na tentativa de excitar a si e ao outro, e estranhamente, observava seus corpos e não pensava em nada, a mente era como um grande vazio, não se sentia excitado, nem animado para aquilo, talvez pela primeira vez. Sentiu a garota se sentar sobre si, roçando o corpo ao próprio e desviou o olhar, mesmo assim, não via graça alguma, mesmo tendo-a sobre o baixo ventre, e aquilo não era normal. Na quarta dose de uísque, desviou o olhar a ele, observando-o a se entreter com a garota de mesmo modo, e não sabia se ele se sentia do mesmo modo que a si.
O maior tragou a bebida, que vez outra acabava substituindo por saquê com pequenos pedaços de abacaxi, era o máximo que poderia misturar do álcool, do contrário acabaria tendo um problema estomacal. Recostava-se no assento estofado, macio e sentia a pele fria da morena que rebolava no colo, suavemente roçava o corpo ao próprio, mas nada que passasse dos limites de seu trabalho e bom, o contrário dele, conseguia apreciar a garota, conseguia se excitar com as curvas leves de seu corpo, seria difícil não fazê-lo quando havia uma insistente fricção no sexo, ainda assim, é claro que não via a necessidade de ir até a boate, poderia ter ficado em casa e poderia ter transado com ele mesmo, mas não questionou sua escolha de noitada. Fosse talvez uma provocação para sua mulher ou quem sabe uma auto afirmação. Desviou o olhar a ele e deu um sorriso de canto.
Kaoru suspirou assim que as dançarinas se retiraram e desviou o olhar a ele, meio de canto, haveria uma pausa para a troca das garotas, e trariam outra bebida para ambos, porém, não queria pensar em outra garota, não naquele momento. Observava-o ainda e sentia-se meio aéreo pela bebida, meio afetado, e nem havia visto as garotas que adentraram o local, quando por fim tinha outra delas sobre o corpo. Desviou sutilmente o olhar, notando o corpo com as sutis curvas dela, porém ao invés de se concentrar em sua dança, inclinou o pescoço para o lado, em direção ao outro, repousando a nuca sobre o estofado vermelho num pedido mudo, que ele se aproximasse de si.
Atsushi percebia-o voltado a si, o que consequentemente fez com que o olhasse após um trago da bebida, não entendia seu mudo pedido de proximidade, e por isso mesmo olhava-o com a sobrancelha arqueada.
- Kaoru-san, quer ir embora, ah?
Indagou e fitou a garota sobre o colo, que se sentou e esfregou por lá, levantou-se no entanto com um sorriso leve e uma risada baixa, discreta, evidentemente tentando provocar a si sobre a ereção sob suas nádegas quase desnudas.

- Iie...
Kaoru murmurou e sentiu a mão suave da garota sobre a própria face, puxando em sua direção e negou, voltando o olhar a ele, teria achado insolência, se não estivesse bêbado. Por fim, desviou o olhar a ele novamente e puxou-o por seu queixo, indicando a ele o que queria e por fim, não se importou se tinha companhia sobre o colo, o beijou, penetrando a língua em sua boca, e tinha certeza que a garota olhava a si com um olhar extremamente confuso, já que havia parado de se mover.

Atsushi sentiu o toque áspero de seus dedos no próprio queixo, sua proximidade ao se esticar e por fim beijar superficialmente os próprios lábios de modo que não durou, mas resvalou sua língua por entre as extremidades, penetrando a boca, compartilhando o gosto de seu uísque. Não sabia de sua dançarina, mas continuou sentindo o movimento da morena no colo, talvez gostasse do que via e até ouviu-a rir nasalado.
- Kirei naa... - Disse ela com a voz quase lasciva, mas interrompeu o beijo do músico e tocou a os pelos baixos de sua barba feita. - Quer ir pra minha casa, hum?

Kaoru sorriu meio de canto, e era evidente que estava alto devido a bebida, mas não queria ir para casa com ele, não queria esperar. Tinha uma suave resposta no baixo ventre, a garota já havia percebido, e com um sorrisinho, comentava algo com a amiga enquanto observavam a si e a ele. Observava o corpo do outro, silencioso e o único gesto que fez foi deslizar a mão, pesada sobre sua coxa, negativando a ele.
- Não posso dirigir.
Falou, baixo e suspirou, desviando o olhar a garota em seguida, e cessou o toque, ele era amigo próprio, amigo, não podia fazer aquilo.

Atsushi fitou-o em seu passeio visual, percebendo-o correr pela imagem dorsal e sua mão sobre a coxa, pesado, interrompeu no entanto antes que chegasse onde poderia ser de interesse.
- Eu posso dirigir.
Disse e desviou-se brevemente para a jovem no colo, dando-lhe uma piscadela.

- Hum.
O menor assentiu, e sabia que se fosse para a casa dele, não iriam para conversar, iria fazer aquilo novamente com ele, e dissera que era somente um amigo. Franziu o cenho e desviou o olhar, afastando a garota com uma das mãos, indicativo.

- Façam de novo...
- Iie.
Falou a garota, repousando a nuca sobre o estofado novamente, porém em direção a ela.
- Kaoru.
Disse o maior, notando-o sem conforto, incomodado certamente. E embora se sentisse leve, não estava tão insano. Esticou-se para o guitarrista e tocou seus cabelos, afagou sua nuca e roçou as unhas a subir no couro cabeludo, massageando-o. O outro s
entiu o toque suave sobre os cabelos, gostoso e desviou o olhar a ele, meio de canto, indagativo.
- Eh?

Atsushi gesticulou as dançarinas que buscassem as bebidas, dando um tempo para trocar algumas palavras ou saliva, com ele. Na saída das dançarinas que pareciam interessadas no que ocorria ali dentro, logo pôde se voltar o músico.
- Está confuso, hum?

- ... Não, estou bem. - O menor falou a ele, pigarreando e ajeitou o próprio casaco sobre o corpo. - Acho que podemos ir.
- Não parece bem.
Disse o maior e chegou próximo a ele, tocou novamente os pelos ralos em seu queixo, acariciando-o na região antes que deslizasse ao pescoço e tocasse seu peito.

Kaoru desviou o olhar a ele, e de fato, estava meio confuso, e isso era evidente, mas não diria a ele. Ergueu o queixo quando o sentiu tocar a própria barba, deixando-o em seu toque sutil e seguiu sua mão com os olhos conforme desceu ao próprio peito.
- ...

Atsushi percebia-o em seu caminho visual e não pretendia descer, porém a medida em que fitado, sentiu-se de alguma forma incentivado e assim desceu, tocando seu abdômen magro e com poucas linhas de definição, não era apegado à musculação, diferentemente de seu vocalista, mas aquilo dava a ele um tronco delicado, por assim dizer, ainda que continuasse de toda forma masculino. Sentiu o cinto da calça e por fim o meio de suas pernas, alcançando sua ereção levemente existente. Não que tivesse facilidade em tocar um pau que não fosse o próprio, mas tinha facilidade em querer toca-lo.
O menor observou todo o caminho feito por ele até o próprio sexo, sua mão pesada, tateava o corpo em busca de algo específico e deixou-o tocar, até inclinou novamente o pescoço para trás, e embora não quisesse dizer, gostava daquele toque. O risinho de uma das dançarinas trouxe a si de volta a realidade, e desviou o olhar a ele.
- ... Vamos pra sua casa.

O maior ouviu a dançarina ruir pelo cômodo, denunciando sua volta o que fez com que se voltasse para ela, mas deu uma apalpada nele antes que o soltasse, apertando seu sexo que como resposta, pareceu endurecer um pouco mais ou talvez fosse um espasmo. u
- Hum. - Murmurou, afirmativo.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário