Daisuke e Misaki #4


Um pesaroso suspiro deixou as narinas quando pela décima vez, Daisuke recebeu a ligação da agente apenas naquela semana. Às pressas tentava fazer o trabalho, quase a se atrapalhar devido a insistencia da jovem mulher. Havia se passado um mês desde o início daquele livro, e mesmo que habilidade de um vampiro fosse ainda mais competente à de um mero ser humano, Daisuke ainda tomava seu tempo a diversão, não ficaria trancafiado dentro de casa apenas por trabalho, necessitava de sua vida à noite.
- Está certo, Kyoko!
Exclamou o cainita a afirmar sobre a possível ajuda de algum editor na empresa, talvez sua voz espessa sempre calma tivesse soado mais alterada que o normal para a fêmea já conhecida, ou até mais que simples agente, a mulher sabia bem das condições do vampiro, conhecia sua espécie, fosse ela o que se poderia chamar de amiga. Ao desligar o aparelho telefônico, a par de uma possível visita, o vampiro correu a ajeitar a casa, limpando os rastros vampíricos na moradia, quando por fim concluiu o afazer, sentou-se no confortável estofado na sala, e com a tênue iluminação da lareira,
 se prontificou com o computador acima de suas pernas, o óculos defronte as vistas, e escrevia.
Misaki já havia voltado para o trabalho, afinal, não poderia ficar longe tanto tempo. Ao adentrar o local, três das amigas seguiram a si com milhares de perguntas.
- Onde você estava?! Misaki! 
- Eu estava em casa. - Respondeu calmamente, sentando-se e deixou a bolsa ao lado.
- O que aconteceu, está pálido. Tem se alimentado direito?
- Tenho e estou bem. Não se preocupe.
- O que aconteceu, me conte.
- Eu vou te bater se não parar Sayu.
- Ah, por favor!
O moreno suspirou.
- Por favor, não me deixe preocupada.
- Estou grávido. 
A menina paralisou, observando o outro.
- E-Está?

- Estou. Com licença.
Levantou-se, deixando as meninas para trás e caminhou até a moça irritada com o celular na mão.
- Kyoko? Algum problema? 

- Sim, preciso que ajude um escritor com um livro.
- Não pode mandar outra pessoa?
Ela olhou para si e apenas o olhar foi suficiente para saber a resposta. Assentiu e caminhou até a própria mesa, pegando a bolsa e logo caminhou até a sala dela novamente, pegando o papel das mãos da moça com o endereço.
- Te vejo depois.

- Se cuide.
- Aham.
Misaki disse, porém sabia que já havia cometido aquele estúpido erro de não se cuidar, então não se importava mais com o que poderia acontecer. Sentia-se meio fraco, tonto, não sabia se pelo impacto da notícia ou se pela fome que sentira de repente, pálido, como poderia estar? Bem, talvez devesse comer.
Caminhou até o carro, deixando a bolsa no banco 
e observou o papel.
- Hum... Daisuke. - Riu, cínico. - Tem o mesmo nome dele então... Obrigado destino por essa infeliz coincidência pra deixar meu dia ainda pior.
Ligou o carro, dirigindo até o endereço indicado, mesmo sem a vontade de ajudar mais um dos escritores que demoravam tanto para passar o livro. Eles só irritavam a si. Estacionou o carro, caminhando até a porta e tocou a campainha, aguardando.

Os olhos do vampiro em sua cor atípica voltaram-se à porta no hall conforme a companhia fora tocada. Daisuke pousou o notebook sobre o estofado de couro onde antes repousava os quadris e levantou-se de seu aconchego. Os dedos breve engrenharam os cabelos claros e ajeitou os fios sutilmente ondulados nas pontas, afagando-os descontraidamente. Tão logo ajeitou o suéter de linho preto a cair suavemente em seu tronco à expor o início de suas clavículas notáveis e pele tão branca, o vampiro apenas ajeitou os óculos de mesma cor defronte seus olhos de cor diferenciada, e somente deu-se por conta da falta de lentes de contato quando finalmente já havia aberto a porta, tendo em vista o jovem andrógino com seus cabelos bonitos e mesclados a cair despreocupadamente sob teus ombros.
Misaki suspirou, esperando pela pessoa que viria abrir a porta e logo observou  o vampiro já conhecido, tão lindo e somente agora fora capaz de reparar, já que, ao contrario do outro dia, estava claro. Conteve as lágrimas nos olhos ao vê-lo e hesitante estendeu a mão a ele, trêmulo e por um segundo quase se fez incapaz de falar com ele, de proferir as palavras.
- Misaki... Da editora. - Murmurou.

- Olá, Misaki. Eu sou Daisuke, seu escritor. Por favor, me ajude com isso.
Concluiu o vampiro em seu tom diplomático, e firmou um breve aperto na mão hesitante que fora entregue a si. Quando finalmente ao abandoná-la, permitiu espaço à entrada do homem bonito a encantar suas vistas, o vampiro fechou a porta em suas costas e caminhou devagar até a sala-de-estar.
- Fique à vontade.

O menor assentiu, adentando o local e seguiu o outro com passos calmos até a sala, sentando-se no sofá e retirou um caderno da bolsa junto a caneta.
- Do que... Do que se trata o seu livro?

- Romance, vampiros.
Daisuke respondeu objetivo à concluir sua indagação, enquanto continuou posto em pé próximo ao jovem rapaz acomodado no estofado escuro da sala, e cruzava os braços robustos e volumosos sobre o peito.
- Aceita algo para beber, Misaki-san? - Indagou formal.

O menor anotou no caderno e logo desviou o olhar a ele ao ouvi-lo.
- Ah... Água, por favor.

- Nada além disso?
O maior tornou indagá-lo enquanto educadamente lhe dera as costas, seguindo a cozinha onde preencheu o copo comprido com água gelada, Daisuke logo regrediu a posição anterior e lhe serviu o copo d'água, entregando-lhe em mão.
- Algo quente?

Misaki assentiu ao ouvi-lo e logo pegou o copo, bebendo alguns goles da água.
- Não, obrigado, estou bem assim.

- Certo... 
O maior assentiu suave e voltou a cozinha. Pegou a caneca de porcelana azul escura o qual preencheu do mocaccino extra-forte e voltou a sala na companhia de Misaki. Ousou a se acomodar defronte e próximo ao homem, voltando tuas orbes alternadas entre o jovem bonito, e o notebook que deixou acima das coxas outra vez.
- Na verdade eu não entendo a pressa com qual Kyoko deseja concluir esse livro, não entendo o porquê de tê-lo mandado aqui também, afinal eu suponho que não poderia fazer nada em relação ao livro, certo?

O menor assentiu ao ouvi-lo e observou o notebook sem desviar o olhar a ele diretamente.
- Ela me mandou ajudá-lo, mas creio que é para pegar as informações, coisas assim...

- Hum...
Um leve murmurio soou abafado contra o copo frente a boca do vampiro, e após um gole do moca bem adoçado, o abandonou sob a mesa de centro da sala, voltando os olhos sutilmente dourados ao outro homem.
- Que tipos de informações precisa?

- Não sei... Pode me passar um resumo da historia para levar a ela? Se quiser também posso ajudá-lo...
- Uh. - Um riso tênue soou suavemente nasal, quando por fim, Daisuke abandonou o notebook sobre o móvel em frente a si mesmo. - Kyoko está atrapalhada, eu suponho. Ela lhe diz para vir aqui e nem ao menos diz o que quer. Está me apressando a escrever um livro de quase quatrocentas páginas em um mês, ela sabe que sempre cumpro meu prazos. Mas bem, vou permitir que faça seu trabalho. O livro de trata sobre o romance entre um ser humano e um vampiro, algo clichê para estórias, porém visto que bem buscado pelo público feminino.
Suspirou, e permitiu-se a dar continuidade aos serviços ambos enquanto descrevia pouco do trabalho ao belo homem em presença, sem lhe conceder espaço longe das vistas que fixas observavam seu rosto bonito. Misaki a
ssentia ao ouvi-lo, anotando cada detalhe no caderno de anotações que carregava.
- Me deixou sozinho. - Interrompeu.

- Você continua muito bonito. - Igualmente interrompeu, porém, suas palavras.
Misaki ergueu o olhar, observando o outro.
- Disse que eu era diferente.

- Você é diferente.
- Mas me deixou igualmente aos outros!
- Eu deveria ter ficado?
- O que você acha?
- Por quê?
- Porque eu queria que estivesse lá quando eu acordasse!

- Que diferença isso faria, Misaki?
- Muita... - O menor sentiu as lágrimas molhando a face novamente e deixou o copo d'água sobre o móvel. - Desculpe, isso tem acontecido muito ultimamente.
Sem afetar-se pelas lágrimas do alheio, as vistas do vampiro apenas deslumbravam seu suave semblante bonito, talvez ainda mais à cada vez que permitia ter aquela feição chorosa. Impensado, Daisuke levou uma das mãos ao rosto do jovem afeminado e lhe virou a face para lhe tomar os lábios e prová-los novamente.
O menor uniu as sobrancelhas ao sentir o beijo e aproximou-se ainda mais do vampiro, levando uma das mãos até a face dele, acariciando-o e retribuiu o beijo. A língua do maior passeou pela boca do outro a saborear o gosto sutilmente doce já provado antes, devagar lhe sugava o beiço, e mordiscava-os meticuloso com as lanças afiadas, sem permitir que as tais lhe rompessem o bonito lábio inferior. Misaki sentiu as mordidas delicadas do outro e suspirou, cessando o beijo e afastou-se, abaixando a cabeça.
- Não posso...

- O que? - Daisuke indagou em mínimo tom de audição, enquanto uma de suas mãos pousava abaixo do queixo alheio, lhe elevando o rosto para direção do próprio. - Não pode fazer amor comigo mais uma vez?
Tornou perguntar o cainita, enquanto roçava os lábios aos do rapaz à frente, e com uma das mãos que tivera livre, se livrou do óculos de leitura por sob as vistas.

Misaki negativou, observando-o e segurou uma das mãos do outro, levando-a abaixo do casaco e a camisa que usava, deixando-o tocar o abdômen que se arrepiou sutilmente com a mão fria do vampiro.
- Estou grávido.

As vistas do maior pairaram acima daquele belo rosto andrógino, e na inércia de alguns minutos, logo fora possível o proferir de algo desentendido ao vampiro.
- Hum, então tem alguém...

- Não. Descobri um tempo depois que transamos.
Mudo, as vistas nítidas de Daisuke apenas continuaram a fixar o homem ali, sem mais comentários o cainita apenas observava sem saber o que dizer a ele, quando por fim sem alteração ao semblante, ajeitou-se no estofado, sem desviar-se de sua presença aos olhos.
- Está dizendo que espera um filho meu?

Misaki assentiu apenas, soltando a mão do outro.
- Bem... Que sorte a minha.
- Hum? - O menor uniu as sobrancelhas.
- Gerar um filho em um homem tão bonito quanto você. Certamente terei um filho lindo.
O menor riu baixo, desajeitado e logo voltou a observá-lo.
- Você não percebe a seriedade disso?

- Deveria reagir de outra forma?
- Estou gravido de um vampiro que eu mal conheço e que nem gosta de mim, ótimo, vamos rir.
- Nada disso impede de que seja uma boa criança. Você é apaixonado por alguém.
Misaki negativou e abaixou a cabeça, as lágrimas voltando a escorrer pela face.
- Algum problema?
Daisuke indagou mediante as novas lágrimas que vieram a descer sutilmente por teu rosto escondido.

- Não quero cuidar do bebê sozinho... - Murmurou.
- Mas eu irei cuidar da criança.
- Mas você não quer nem me ver mais... Me largou na outra casa.
- O fato de ter ido embora não significa isso. Eu somente não me envolvo demais, no entanto, agora está gerando um filho meu.
Misaki aproximou-se do outro, ajeitando-se e repousou a face sobre o ombro do maior.
- Você me deixa confuso, me deixa sem saber como lhe responder as perguntas que faz.
Uma das mãos do vampiro se voltou ao rosto do alheio, e num tênue entrelace de seus cabelos cujo engrenhou aos dedos e firmou os fios de sua nuca. Exigiu que aquele rosto estivesse a se voltar ao próprio, e devagar introduziu a língua em sua boca outra vez, e suavemente roçou-a junto da própria, porém desviou-se logo a sua bochecha, enquanto ambas as mãos desciam a teu tronco, acariciando o corpo coberto por onde correu.

Misaki abriu um pequeno sorriso nos lábios, retribuindo o toque com a língua e massageou a dele com a própria, fechando os olhos e apreciou as caricias pelo corpo. Inclinou pouco o pescoço para trás, expondo-o a ele e levou uma das mãos até os cabelos do maior, acariciando-os, guiando-o devagar até encontrar o local exposto.
A língua fria corria vagarosamente sua pele corada, saboreando-a com as carícias bem sutis no toque labial. As mãos ousadas do vampiro deliberadamente correram aos quadris do outro homem e o elevou, o deitando confortavelmente sobre o estofado fofo, e debruçou as formas físicas robustas acima do alheio, tendo-se de modo que pudesse livrar-lhe das roupas inoportunas e sem pressa ia se provendo do outro rapaz.
Misaki riu baixinho e desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas e deixou-o retirar as próprias roupas.
- Não está com fome? - Murmurou.

- Com você não tenho pressa.
Daisuke sussurrou enquanto o tinha diante dos orbes fixos a tua imagem, e tão logo os voltou famintos em tuas ancas nuas, talvez o devorasse somente com aquele impudico modo de olhar o andrógino, e firmes as mãos não tão delicadas massageavam cada local onde corria em seu corpo. 
O menor levou uma das mãos até a camisa do outro, puxando-a e a retirou, jogando ao chão.
- Você tem que terminar o livro, hum.. - Riu baixinho.

- Eu vou terminar.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário