Daisuke e Misaki #4
- Está certo, Kyoko!
Exclamou o cainita a afirmar sobre a possível ajuda de algum editor na empresa, talvez sua voz espessa sempre calma tivesse soado mais alterada que o normal para a fêmea já conhecida, ou até mais que simples agente, a mulher sabia bem das condições do vampiro, conhecia sua espécie, fosse ela o que se poderia chamar de amiga. Ao desligar o aparelho telefônico, a par de uma possível visita, o vampiro correu a ajeitar a casa, limpando os rastros vampíricos na moradia, quando por fim concluiu o afazer, sentou-se no confortável estofado na sala, e com a tênue iluminação da lareira, se prontificou com o computador acima de suas pernas, o óculos defronte as vistas, e escrevia.
Misaki já havia voltado para o trabalho, afinal, não poderia ficar longe tanto tempo. Ao adentrar o local, três das amigas seguiram a si com milhares de perguntas.
- Onde você estava?! Misaki!
- Eu estava em casa. - Respondeu calmamente, sentando-se e deixou a bolsa ao lado.
- O que aconteceu, está pálido. Tem se alimentado direito?
- Tenho e estou bem. Não se preocupe.
- O que aconteceu, me conte.
- Eu vou te bater se não parar Sayu.
- Ah, por favor!
O moreno suspirou.
- Por favor, não me deixe preocupada.
- Estou grávido.
A menina paralisou, observando o outro.
- E-Está?
- Estou. Com licença.
Levantou-se, deixando as meninas para trás e caminhou até a moça irritada com o celular na mão.
- Kyoko? Algum problema?
- Sim, preciso que ajude um escritor com um livro.
- Não pode mandar outra pessoa?
Ela olhou para si e apenas o olhar foi suficiente para saber a resposta. Assentiu e caminhou até a própria mesa, pegando a bolsa e logo caminhou até a sala dela novamente, pegando o papel das mãos da moça com o endereço.
- Te vejo depois.
- Se cuide.
- Aham.
Misaki disse, porém sabia que já havia cometido aquele estúpido erro de não se cuidar, então não se importava mais com o que poderia acontecer. Sentia-se meio fraco, tonto, não sabia se pelo impacto da notícia ou se pela fome que sentira de repente, pálido, como poderia estar? Bem, talvez devesse comer.
Caminhou até o carro, deixando a bolsa no banco e observou o papel.
- Hum... Daisuke. - Riu, cínico. - Tem o mesmo nome dele então... Obrigado destino por essa infeliz coincidência pra deixar meu dia ainda pior.
Ligou o carro, dirigindo até o endereço indicado, mesmo sem a vontade de ajudar mais um dos escritores que demoravam tanto para passar o livro. Eles só irritavam a si. Estacionou o carro, caminhando até a porta e tocou a campainha, aguardando.
Os olhos do vampiro em sua cor atípica voltaram-se à porta no hall conforme a companhia fora tocada. Daisuke pousou o notebook sobre o estofado de couro onde antes repousava os quadris e levantou-se de seu aconchego. Os dedos breve engrenharam os cabelos claros e ajeitou os fios sutilmente ondulados nas pontas, afagando-os descontraidamente. Tão logo ajeitou o suéter de linho preto a cair suavemente em seu tronco à expor o início de suas clavículas notáveis e pele tão branca, o vampiro apenas ajeitou os óculos de mesma cor defronte seus olhos de cor diferenciada, e somente deu-se por conta da falta de lentes de contato quando finalmente já havia aberto a porta, tendo em vista o jovem andrógino com seus cabelos bonitos e mesclados a cair despreocupadamente sob teus ombros.
Misaki suspirou, esperando pela pessoa que viria abrir a porta e logo observou o vampiro já conhecido, tão lindo e somente agora fora capaz de reparar, já que, ao contrario do outro dia, estava claro. Conteve as lágrimas nos olhos ao vê-lo e hesitante estendeu a mão a ele, trêmulo e por um segundo quase se fez incapaz de falar com ele, de proferir as palavras.
- Misaki... Da editora. - Murmurou.
- Olá, Misaki. Eu sou Daisuke, seu escritor. Por favor, me ajude com isso.
Concluiu o vampiro em seu tom diplomático, e firmou um breve aperto na mão hesitante que fora entregue a si. Quando finalmente ao abandoná-la, permitiu espaço à entrada do homem bonito a encantar suas vistas, o vampiro fechou a porta em suas costas e caminhou devagar até a sala-de-estar.
- Fique à vontade.
O menor assentiu, adentando o local e seguiu o outro com passos calmos até a sala, sentando-se no sofá e retirou um caderno da bolsa junto a caneta.
- Do que... Do que se trata o seu livro?
- Romance, vampiros.
Daisuke respondeu objetivo à concluir sua indagação, enquanto continuou posto em pé próximo ao jovem rapaz acomodado no estofado escuro da sala, e cruzava os braços robustos e volumosos sobre o peito.
- Aceita algo para beber, Misaki-san? - Indagou formal.
O menor anotou no caderno e logo desviou o olhar a ele ao ouvi-lo.
- Ah... Água, por favor.
- Nada além disso?
O maior tornou indagá-lo enquanto educadamente lhe dera as costas, seguindo a cozinha onde preencheu o copo comprido com água gelada, Daisuke logo regrediu a posição anterior e lhe serviu o copo d'água, entregando-lhe em mão.
- Algo quente?
Misaki assentiu ao ouvi-lo e logo pegou o copo, bebendo alguns goles da água.
- Não, obrigado, estou bem assim.
- Certo...
O maior assentiu suave e voltou a cozinha. Pegou a caneca de porcelana azul escura o qual preencheu do mocaccino extra-forte e voltou a sala na companhia de Misaki. Ousou a se acomodar defronte e próximo ao homem, voltando tuas orbes alternadas entre o jovem bonito, e o notebook que deixou acima das coxas outra vez.
- Na verdade eu não entendo a pressa com qual Kyoko deseja concluir esse livro, não entendo o porquê de tê-lo mandado aqui também, afinal eu suponho que não poderia fazer nada em relação ao livro, certo?
O menor assentiu ao ouvi-lo e observou o notebook sem desviar o olhar a ele diretamente.
- Ela me mandou ajudá-lo, mas creio que é para pegar as informações, coisas assim...
- Hum...
Um leve murmurio soou abafado contra o copo frente a boca do vampiro, e após um gole do moca bem adoçado, o abandonou sob a mesa de centro da sala, voltando os olhos sutilmente dourados ao outro homem.
- Que tipos de informações precisa?
- Não sei... Pode me passar um resumo da historia para levar a ela? Se quiser também posso ajudá-lo...
- Uh. - Um riso tênue soou suavemente nasal, quando por fim, Daisuke abandonou o notebook sobre o móvel em frente a si mesmo. - Kyoko está atrapalhada, eu suponho. Ela lhe diz para vir aqui e nem ao menos diz o que quer. Está me apressando a escrever um livro de quase quatrocentas páginas em um mês, ela sabe que sempre cumpro meu prazos. Mas bem, vou permitir que faça seu trabalho. O livro de trata sobre o romance entre um ser humano e um vampiro, algo clichê para estórias, porém visto que bem buscado pelo público feminino.
Suspirou, e permitiu-se a dar continuidade aos serviços ambos enquanto descrevia pouco do trabalho ao belo homem em presença, sem lhe conceder espaço longe das vistas que fixas observavam seu rosto bonito. Misaki assentia ao ouvi-lo, anotando cada detalhe no caderno de anotações que carregava.
- Me deixou sozinho. - Interrompeu.
- Você continua muito bonito. - Igualmente interrompeu, porém, suas palavras.
Misaki ergueu o olhar, observando o outro.
- Disse que eu era diferente.
- Você é diferente.
- Mas me deixou igualmente aos outros!
- Eu deveria ter ficado?
- O que você acha?
- Por quê?
- Porque eu queria que estivesse lá quando eu acordasse!
- Que diferença isso faria, Misaki?
- Muita... - O menor sentiu as lágrimas molhando a face novamente e deixou o copo d'água sobre o móvel. - Desculpe, isso tem acontecido muito ultimamente.
Sem afetar-se pelas lágrimas do alheio, as vistas do vampiro apenas deslumbravam seu suave semblante bonito, talvez ainda mais à cada vez que permitia ter aquela feição chorosa. Impensado, Daisuke levou uma das mãos ao rosto do jovem afeminado e lhe virou a face para lhe tomar os lábios e prová-los novamente.
O menor uniu as sobrancelhas ao sentir o beijo e aproximou-se ainda mais do vampiro, levando uma das mãos até a face dele, acariciando-o e retribuiu o beijo. A língua do maior passeou pela boca do outro a saborear o gosto sutilmente doce já provado antes, devagar lhe sugava o beiço, e mordiscava-os meticuloso com as lanças afiadas, sem permitir que as tais lhe rompessem o bonito lábio inferior. Misaki sentiu as mordidas delicadas do outro e suspirou, cessando o beijo e afastou-se, abaixando a cabeça.
- Não posso...
- O que? - Daisuke indagou em mínimo tom de audição, enquanto uma de suas mãos pousava abaixo do queixo alheio, lhe elevando o rosto para direção do próprio. - Não pode fazer amor comigo mais uma vez?
Tornou perguntar o cainita, enquanto roçava os lábios aos do rapaz à frente, e com uma das mãos que tivera livre, se livrou do óculos de leitura por sob as vistas.
Misaki negativou, observando-o e segurou uma das mãos do outro, levando-a abaixo do casaco e a camisa que usava, deixando-o tocar o abdômen que se arrepiou sutilmente com a mão fria do vampiro.
- Estou grávido.
As vistas do maior pairaram acima daquele belo rosto andrógino, e na inércia de alguns minutos, logo fora possível o proferir de algo desentendido ao vampiro.
- Hum, então tem alguém...
- Não. Descobri um tempo depois que transamos.
Mudo, as vistas nítidas de Daisuke apenas continuaram a fixar o homem ali, sem mais comentários o cainita apenas observava sem saber o que dizer a ele, quando por fim sem alteração ao semblante, ajeitou-se no estofado, sem desviar-se de sua presença aos olhos.
- Está dizendo que espera um filho meu?
Misaki assentiu apenas, soltando a mão do outro.
- Bem... Que sorte a minha.
- Hum? - O menor uniu as sobrancelhas.
- Gerar um filho em um homem tão bonito quanto você. Certamente terei um filho lindo.
O menor riu baixo, desajeitado e logo voltou a observá-lo.
- Você não percebe a seriedade disso?
- Deveria reagir de outra forma?
- Estou gravido de um vampiro que eu mal conheço e que nem gosta de mim, ótimo, vamos rir.
- Nada disso impede de que seja uma boa criança. Você é apaixonado por alguém.
Misaki negativou e abaixou a cabeça, as lágrimas voltando a escorrer pela face.
- Algum problema?
Daisuke indagou mediante as novas lágrimas que vieram a descer sutilmente por teu rosto escondido.
- Não quero cuidar do bebê sozinho... - Murmurou.
- Mas eu irei cuidar da criança.
- Mas você não quer nem me ver mais... Me largou na outra casa.
- O fato de ter ido embora não significa isso. Eu somente não me envolvo demais, no entanto, agora está gerando um filho meu.
Misaki aproximou-se do outro, ajeitando-se e repousou a face sobre o ombro do maior.
- Você me deixa confuso, me deixa sem saber como lhe responder as perguntas que faz.
Uma das mãos do vampiro se voltou ao rosto do alheio, e num tênue entrelace de seus cabelos cujo engrenhou aos dedos e firmou os fios de sua nuca. Exigiu que aquele rosto estivesse a se voltar ao próprio, e devagar introduziu a língua em sua boca outra vez, e suavemente roçou-a junto da própria, porém desviou-se logo a sua bochecha, enquanto ambas as mãos desciam a teu tronco, acariciando o corpo coberto por onde correu.
Misaki abriu um pequeno sorriso nos lábios, retribuindo o toque com a língua e massageou a dele com a própria, fechando os olhos e apreciou as caricias pelo corpo. Inclinou pouco o pescoço para trás, expondo-o a ele e levou uma das mãos até os cabelos do maior, acariciando-os, guiando-o devagar até encontrar o local exposto.
A língua fria corria vagarosamente sua pele corada, saboreando-a com as carícias bem sutis no toque labial. As mãos ousadas do vampiro deliberadamente correram aos quadris do outro homem e o elevou, o deitando confortavelmente sobre o estofado fofo, e debruçou as formas físicas robustas acima do alheio, tendo-se de modo que pudesse livrar-lhe das roupas inoportunas e sem pressa ia se provendo do outro rapaz.
Misaki riu baixinho e desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas e deixou-o retirar as próprias roupas.
- Não está com fome? - Murmurou.
- Com você não tenho pressa.
Daisuke sussurrou enquanto o tinha diante dos orbes fixos a tua imagem, e tão logo os voltou famintos em tuas ancas nuas, talvez o devorasse somente com aquele impudico modo de olhar o andrógino, e firmes as mãos não tão delicadas massageavam cada local onde corria em seu corpo. O menor levou uma das mãos até a camisa do outro, puxando-a e a retirou, jogando ao chão.
- Você tem que terminar o livro, hum.. - Riu baixinho.
- Eu vou terminar.
0 comentários:
Postar um comentário