Miyako e Sayuki #33


Já havia se passado duas semanas desde a viagem. Miya observou a agente que prontamente buscou as próprias malas, agora três delas e ajudou que levasse até a porta de casa. Havia chegado sem dizer, sem aviso prévio, até então dizia a ele não saber a data do fim do serviço. Ajeitou as malas com rodas fronte a porta, e a terceira tirou do braço alheio para o próprio. Agradeceu a mulher, que além de agente já era amiga.

Sayuki se sentava a mesa, já desanimado, fazia tanto tempo que ela viajara e nem havia dado um dia para volta, tinha uma noticia ótima, mas não quis dar pelo telefone, porém estava guardando há tanto tempo, que não sabia se tinha animo para dizê-la. Havia descoberto logo que ela foi embora e se perguntava quando voltaria. Pegou a xícara de chá já adoçada e deixou-a sobre a mesa, oferecendo-a ao rapaz ali sentado, o dos cabelos curtos e negros.
Com ajuda da agente, que já resmungava sobre o próximo trabalho, como se fosse esquecê-lo, Miyako entrou em casa, ao abrir a porta, levando a outra das malas cujo deixou ali mesmo. Ouviu o ruído na sala de estar, e caminhou pelo hall num gesto silencioso, tinha até um meio sorriso, imaginando que talvez se distraísse com o televisor. No entanto notou-o logo fronte a mesinha de centro, servindo do chá sobre o suporte artesanal e seu convidado inesperado, que fosse quem fosse, já havia estragado a recepção ou indícios do bom humor. Sayuki se virou em direção a entrada ao ver a outra e abriu um enorme sorriso, deixando a própria xícara ali e seguiu em direção a ela.
- Miya!

A morena sentiu a colisão corporal, e pairou as ambas mãos a altura de sua cintura, com seu gesto repentino ao abraço que compartilhou e sentia o cheirinho natural e corporal do louro, ao que fez-se tão próximo. Ainda assim fitou por cima de seu ombro o outro ali. O loiro afastou-se pouco, observando-a e logo desviou o olhar ao rapaz ali.
- Ah, esse é o Yoshi, ele é meu amigo, estava na cidade e passou pra me ver. 
Yoshi, essa é a Miya. - Sorriu.
- Ah, você é a famosa Miya? - Sorriu igualmente o rapaz e se levantou. - Muito prazer.
- Clichê. - Ela resmungou fosse ao companheiro ou consigo mesma ao ouvi-lo. Assentiu num maneio com a cabeça, num tipo de cumprimento. - Estou cansada, vou tomar banho.
Sayuki uniu as sobrancelhas a observá-la e desviou o olhar ao outro em seguida.
- Mas... Nem me deu oi direito.

Miya fitou o lourinho novamente, num instante que permaneceu em silêncio. Logo o segurou em sua nuca, onde pressionou os dedos e impôs de seus lábios aos próprios, os comprimindo com firmeza. Assim como a língua que penetrou em sua boca, e beijou-o, umedecendo seus lábios e provocando sua língua com os movimentos rápidos que lhe deu. E o término foi brando, num selo.
-  Tadaima. - Sussurrou e deu atenção a uma das malas, que levou consigo.

O loiro fechou os olhos no beijo que sentiu e tentou retribui-la mas estava confuso e por fim assentiu, observando-a ir até o quarto.
- Hum, acho melhor eu ir embora.
- Não, se quiser pode ficar... Não sei o que houve.
- Não Sayu, eu falo contigo depois. Se precisar de algo me diga.
- Hai... Tchau, Yoshi. - Murmurou e acenou a ele, observando-o sair.
A morena seguiu de volta quando ouvira o barulho da porta, ou mesmo a conversa estúpida que acabavam de ter. Regrediu ao enfermeiro e encarou-o na marcha que fez até alcançá-lo e uma das mãos ressoou ao encontrar a parede, ao lado de seu rosto, onde apoiou.
- Se precisar de algo me diga. - Repetiu a frase do outro que a pouco havia ido embora.

Sayuki assustou-se com a batida na parede e virou-se, observando-a.
- O que foi? Enlouqueceu? Ele é só um amigo.

- Então saia, vá embora, viaje e não me diga quando irá voltar e então quando chegar, veja uma mulher dentro de casa comigo.
- Está com raiva disso? Não me encontrou na cama com ele, ele estava só tomando chá.
- Então faça o que estou dizendo, Sayuki. Saia e me deixe encontrar uma amiga dentro de casa na sua ausência. E tomar um chazinho.
- Certo, me desculpe.
- Po... - Miya resmungou e deu cesso na menção. - Inferno! - Rosnou e afastou dele após o protesto que deu contra a parede.
O loiro encolheu-se e permaneceu a observá-la. A mão, Miya elevou e pairou sob o ar, num gesticular que pedia por alguns minutos para si mesma. A sacola na mão, sentiu vontade de jogá-la em qualquer maldito canto, no entanto o deixou sobre a mesa de centro, onde o chá deixado pelo visitando e claro, não deixou no lugar, e manchou o tapete com sua cor amadeirada. Tão logo subiu outra vez, a fim de tomar o banho.
O loiro, encolheu-se ainda mais a vê-la e abaixou-se ao ouvir o barulho da xícara, encolhendo-se junto da parede.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário