Nowaki e Tadashi #35


Tadashi arqueou uma das sobrancelhas, não havia ligado para ninguém e não ligaria, só de pensar que o outro estava lá fora e podia pensar o pior de si, já sentia o frio percorrer a espinha. Levantou-se, ajeitando os cabelos bagunçados e seguiu para fora do local, vendo o moreno parado ali e por um momento nem pensou ao se atirar aos braços dele, abraçando-o.

Nowaki falava ao telefone enquanto o homem seguia a busca do garoto. Não demorou para vê-lo quando liberado, e embora fosse abraçado logo à sua vinda, o que mais chamava a atenção era o fato de ter nariz e lábios feridos. E sem dizer nada a ele ainda, tocou o topo de sua cabeça, terminando a ligação. E claro, passou os dados da unidade, também os do policial e seu companheiro de atividade.
- Nowaki... Eu não tinha nada, juro. - Murmurou e uniu as sobrancelhas.
- Eu sei, Tadashi. 
O maior disse, e bem, essa seria uma história para mais tarde, se o próprio policial já não houvesse dito que havia sido pago para isso. Segurou o rosto do garoto e ergueu suavemente, dando uma conferida. Observou o homem responsável pela apreensão do garoto, e deu um meio sorriso. 
- Você vai ser notificado.
Tadashi desviou o olhar a ele, sentindo-o virar o rosto a conferir o estado de si, estava machucado, isso era meio óbvio, mas não entendeu nada. Sentia dor no abdômen também e certamente estaria roxo, mas mostraria para ele em casa.
- Vamos, Tadashi. E da próxima vez faça o que eu mandei você fazer. Dê meu telefone e diga que sou seu tutor, já falei pra fazer isso. - O maior disse e por fim levou-o consigo até a saída da delegacia. Guiando consigo até o automóvel em seguida.- Quer passar na clínica pra medicar esses machucados?
Tadashi seguiu com ele até o carro, meio cabisbaixo e ao adentrar, aconchegou-se no banco macio, negativando.
- Não, já sei que vou encontrar quem tentou me foder lá.
Nowaki fitou-o após entrar no veículo, tomando posse do volante, mas não ligou o carro. 
- Há quanto tempo não o vejo.  
O menor desviou o olhar a ele e sorriu.
- Desculpe você me encontrar assim...
O outro negativou e tocou suavemente seu lábio. 
- Tudo bem. Eles vão ter problemas por isso.
- Não precisa perder seu tempo por minha causa, tudo bem. - O menor murmurou e retirou o lenço do nariz, onde estava apoiando, encharcado de sangue.
- Como tem passado? - Nowaki indagou e somente então ligou o carro. - Exceto por essa porcaria.
- Tudo bem, eu... Fiz algumas coisas pra ocupar o meu tempo... Achei que não iria mais querer me ver.
- Estive ocupado com algumas mudanças na clínica.
- Hum. Como soube que eu estava preso? Aliás, desculpe te causar problemas.
- O Ren foi me avisar. Disse que o viu tendo problemas com os policiais. - O maior disse e seguia o caminho já o levando para casa. A própria, já que cuidaria daqueles ferimentos.
- ... Ren. Não queria te ligar porque... Tentaram me incriminar de todos os jeitos, não queria que pensasse algo errado.
- Eu perguntaria pra você. Faria um exame e saberia a verdade.
- Ah, eu não pensei nisso...
- Enfim, fique tranquilo.
- Hai... - Suspirou e logo levou novamente o lenço sujo ao nariz.
- Vamos chegar e já limpamos seu nariz.
- Ah, iie... Não precisa, eu estou bem.
Nowaki estacionou logo, e deixou o veículo ao chegar em casa. Chamou pelo garoto após sair juntamente, e guiou-o para dentro da casa que já conhecia.
- Vem cá.
Disse após dirigir-se até a cozinha, buscando a pequena bolsa branca com acessórios de primeiros socorros. O menor s
aiu do carro junto dele, seguindo para dentro e negativou ao vê-lo, estava com vergonha, porque já havia cuidado bastante de si.
- Iie, não precisa.

- Tadashi, senta aqui, agora.
Tadashi uniu as sobrancelhas e logo se sentou, como havia pedido.
- Calma.

- Calma nada. Você tem cara de pau numa hora e na outra fica todo recatado, é seu nariz, seus lábios machucados, não é qualquer coisa.
O menor sorriu a ele, meio de canto.
- Não quero te incomodar.

- Esse pensamento veio um pouco tarde. Devia ter pensado nisso quando parava na clínica com overdose. Agora isso, não é trabalho.
Nowaki disse e chegou perto dele, sentou-se, talvez um pouco irritadiço pelo maldito policial. Umedeceu o algodão que usou para limpar sua pele, tirando o sangue seco.

Tadashi manteve-se a observá-lo em frente a si, com um sorrisinho nos lábios ainda, que sumiu ao senti-lo tocar os lábios com o algodão, estremeceu e sentiu a pontada de dor que gerou um gemido baixinho.
Suavemente, o médico pressionava o algodão, e não o retirou, ainda que protestasse, devia limpá-lo. Fez o mesmo no nariz após, contra sua vontade, verificá-lo por dentro, tentando achar alguma fissura ou algum desvio fora do comum, por sorte nada de errado havia ocorrido. 
- Iie... Nowaki... Iie! - Tadashi falou, tentando virar o rosto para evitar o toque no nariz e uniu as sobrancelhas. - Não quero que olhe aí!
- Sh! Já olhei.
Disse o maior após segurá-lo e soltá-lo após verificar. Com um cotonete embebido em anti-séptico anestésico penetrou o orifício nasal e limpou o sangue por lá, esperando não lhe causar um espirro. 

- Iie! - O menor falou novamente, tentando segurar sua mão antes que penetrasse o nariz com o cotonete e uniu as sobrancelhas. - Iie, está doendo!
- E eu sou médico e sei arrumar isso daí, Tadashi.
- ... Mas eu tenho medo.
- Larga disso, posso te ajudar.
O maior disse e segurou seu rosto, logo enfiando o cotonete em seu nariz, com cuidado. Tadashi u
niu as sobrancelhas e fechou os olhos, o nariz ainda sangrava, então esperou que ele limpasse o local.
Nowaki l
impou cuidadosamente seu nariz, anestesiando com o líquido borrifado. E após fazer isso em ambas as narinas, deu-lhe uma bolsinha facial com gel, gelado. O outro suspirou ao fim, com o nariz não mais sangrando e segurou a bolsa, colocando-a sobre o nariz. Por fim, ergueu a camisa, mostrando o tórax e abdômen com alguns roxos de batida.
Nowaki fitou-o enquanto silenciosamente, com a cabeça erguida, mostrava seu corpo provavelmente dolorido. Negativou, mais convencido de que levaria as consequências ao policial não qualificado àquele trabalho.
- Quer se deitar?

Tadashi sorriu, meio de canto e assentiu.
- Desculpe.
Pediu novamente, sabia que era incômodo para ele, gostava de ficar tranquilo, e no fundo sabia que era só um drogado mesmo, como sempre taxado. Levantou-se, observando-o, e era tão bonito, gostaria de causar menos problemas a ele, gostaria de ser a esposa perfeita que Megumi mostrava ser para ele. Certamente fora ela que mandara os policiais atrás de si, disse que iria matar a si e bem, podia ter sido morto mesmo, e estava começando a ficar com medo de sair de casa, mas tinha mais medo que fizessem mal a ele.

- Vamos, venha deitar.
Disse o maior e se levantou, caminhou ao freezer e pegou as bolsas de gel já resfriadas, portando-as consigo. Segurou-o pelo ombro, guiando consigo até as escadas, levando-o ao cômodo mesmo que ele mesmo já soubesse o caminho. Indicou a cama.
- Deite-se. Vou colocar a bolsa de gelo e buscar um analgésico pra você.

Tadashi deitou-se na cama, como indicado, observando-o e sentia um pouco de frio com as bolsas.
- Eu não quero te incomodar, doutor. - Sorriu. - Só deite comigo.

- Tadashi... Eu sempre lido com suas diversas facetas, mas essa, muito recatada, eu não quero lidar. Apenas diga o que quer, se está com dor fale, se quer remédio diga, se quer água, pare de achar que tudo incomoda. Se estou perguntando, é porque não me importo de fazer, se me incomodasse, não iria sugerir.
- Hum. Nesse momento, eu quero seu corpo nu, mas estou muito dolorido pra pedir. - Riu.

- É, eu também acho. - Nowaki disse e sorriu ao garoto, acariciando seus cabelos.
- Hum, mas... Pensa nesse peitoral sem a camisa...
- Você não vai conseguir, não invente. Devia ter vindo antes de apanhar. Eu vou pegar o remédio.
- Eu estava vindo, mas me pegaram antes. Achei que iam me estuprar na cadeia, imagine.
- Claro que não. - Nowaki negativou e sorriu. - Você voltou no abrigo, como está a senhora de lá?
- O Ren te falou é? - Riu. - Ela está bem.
- É, chegou lá cheirando seja lá a maldição desagradável que ele fumou.
- Ah... A maconha. Ele tem uma certa obsessão por isso.
- Ah, mas essa maconha deve ter uma péssima qualidade. E como estão seus amigos?
- Também não gosto, mas até queria usar alguma coisa com você qualquer dia, alguma coisa que te soltasse um pouquinho. - Sorriu. - Hum, estão bem, drogados como sempre.
- Não preciso de drogas pra me soltar, Tadashi. Você está falando pra um médico que trabalha com isso e sabe a merda de ser um viciado. - O maior disse e deu-lhe um peteleco na testa.
- Ai. - Fez bico e riu em seguida. - Hum, bebida então? Você é muito sério. Queria ver você dizendo umas besteiras pra mim. Seu corpo molinho em cima do meu...
Nowaki riu, entre os dentes.
- Vai precisar de muito pra isso, criança.

- Criança, é? Hum, senpai. Não gosta do meu corpinho de adolescente? Vai, pode falar que você acha muito sensual transar com um menor de idade.
O moreno fitou-o e até amenizou o sorriso aos poucos.
- É bem errado.

Tadashi riu, meio dolorido.
- Mas você gosta.

- Não gosto especialmente por isso.
- Porque é errado? O que é errado é melhor.
- Nem sempre. E você mesmo já devia saber disso. Preciso te dar umas chineladas pra aprender. Te por de castigo ajoelhado no milho.
Tadashi riu e negativou.
- Acho que a surra que eu levei hoje foi suficiente. Ninguém vai te prender, doutor, por transar comigo.

- Não precisa me dizer sobre a vida, Tadashi. - Nowaki sorriu, não gostando muito do "conselho".
- Hum, como queira. - O menor falou, e estava meio chateado por achar que ele estava se irritando consigo haviam alguns dias, por isso não quis dizer nada. - Estou congelando.
- Eu vou tomar banho, você quer vir?O menor assentiu, tomar banho com ele? Obvio que queria. Levantou-se, meio rapidamente e sentou-se na cama, deixando escapar um gemido dolorido pelo movimento exagerado.
- Hey, sem pressa. O banheiro não vai sair correndo.
Nowaki disse e sorriu-lhe de canto a medida em que se levantava, seguindo a busca das roupas a usar após o banho.

- Hai... - O menor sorriu, droga, queria muito transar com ele, sentia falta e isso certamente se refletiria no próprio membro abaixo da roupa. - V-Você me ajuda?
O moreno assentiu, observando o corpo dele, seus braços meio erguidos e quanto por fim se aproximou, notou o volume abaixo de sua calça, o que fez com que estreitasse os olhos.
- Pode murchar aí, não vai acontecer.
- Ah... Mas por que?
- Não senhor, você tem que descansar.
- Eu descanso depois.
- Tadashi!

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