Miyako e Sayuki #32


Os passos denunciaram que a outra havia entrado no consultório. Miya se arrastava para dentro do local, e a expressão, não era nada boa, não porque havia acontecido alguma tragédia, mas porque tinha que fazer algo que certamente iria causar uma desavença com o loiro. Deu um longo suspiro e por fim quando se fez pronta, tocou-o no ombro, já que estava de costas.
- Ah! Miya, que susto.
- Desculpe, sensei, achei que tinha ouvido quando entrei.
- Iie... Estava arrumando umas fichas, agora perto do natal os alunos estão resolvendo atualizar para o ano que vem e... Estou muito cansado.
- Hum, por que não se senta um pouco e eu faço um chá pra você?
- Chá? Sentar? Iie, tenho que terminar o que estou fazendo.
- Você sabe que não pode ficar muito tempo de pé com o salto, pode fazer mal ao bebê.
- Eu ainda nem sei se existe um bebê... - Disse o loiro, cabisbaixo.
- Não seja tão pessimista, hum?
Sayuki suspirou e assentiu para a morena, seguindo em direção a cadeira onde se sentou e esticou as pernas por um momento, retirando até mesmo os sapatos brancos de salto alto.
- Por que quer que eu sente? Tem algo que quer me dizer? Você não... Aprontou algo, não é?
E ao dizer, Sayuki havia sentido aquela palpitação, ansiedade, medo, tudo junto.
- Não, por Deus, o que de errado eu poderia ter feito se tudo que eu sei fazer é trabalhar?
- Então o que é?
- Sensei, sei que não é a melhor hora... Mas meu agente quer me mandar para uma pequena viagem a Coréia.
- O que?! Nem pensar!
- Eu sei, sei que vai agir assim, mas eu preciso ir. É um bom dinheiro e já poderei ver minha família no processo, dizer que estou bem, viva.
- Miya, nem pensar! Agora que estou em processo e esperando pra ver se confirmei a gravidez?
- Eu sei disso, mas eu não posso recusar.
- ... Não posso ir com você, vou perder meu emprego.
- Por isso eu não pedi que viesse. Vai ser rápido, eu juro, menos de um mês.
Sayuki suspirou, revirando os olhos e cruzou os braços em frente ao peito.
- Não quero que vá.
- Sensei, por favor.
- Como vou saber que não vai aprontar algo lá?
- Quando foi que eu fiz isso, ah?
- Você nunca viajou antes!
- Eu não vou fazer nada ruim. Eu amo você.
O loiro fez um momento de silêncio.
- Promete que volta o quanto antes?
- Prometo. Não tem com que se preocupar e além disso, vou ficar com o celular ligado o tempo todo.
- Se desligar o celular, eu vou até lá te buscar pela orelha.
Miya riu.
- Eu sei que vai. Pego você aqui quando acabar o expediente, ta bem?
- Ta bem... Boa aula.
A morena acenou a ele e deixou a sala, porém o nó na garganta não havia deixado o outro, angustiado com a necessidade de uma viagem dela, nunca haviam se separado, sabia que iria sentir falta, e não queria ficar sozinho, principalmente se tivesse algum daqueles sintomas irritantes que a gravidez dava no início, eram tantos efeitos colaterais de tratamento, ficaria louco, mas não poderia fazer nada, então preferiu apenas assentiu para não arrumar uma briga, a veria em breve de um jeito ou de outro. 

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