Kaname e Shiori #26


Shiori observou o outro a adentrar o local e levantou-se, unindo as sobrancelhas a caminhar até ele, abraçando-o.
- Kaname... - Murmurou e o observou, os olhos já em seu tom castanho escuro. - Estou com fome... Acabou o sangue... E-Eu fiz comida, mas... Não tinha nada, então tive que fazer sem...

Kaname encostou a porta que foi tempo curto e suficiente para sentir o repentino abraço que partira do demais, já de modo habitual. O observou conforme ouvia, e em resposta apenas erguera a sacola escura, portando nela, o que mesmo sem dizer, era evidente.
- Comemos sem e tomamos como acompanhamento.

Shiori assentiu e ergueu-se a selar-lhe os lábios.
- Me desculpe... Eu devo ter bebido todo o sangue sozinho... Tenho sentido muita fome.

- Não é sozinho.
O maior piscou a ele a medida em que desvencilhou o abraço e deixou a sacola sob o balcão, servindo logo uma taça da bebida, cujo ainda ingeria sem costume. O menor d
esviou o olhar a taça, suspirando a conter a vontade enorme que tinha de beber todo o líquido de uma vez e logo seguiu a cozinha, pegando o último prato que havia deixado no local para que não esfriasse e colocou na mesa.
- P-Pronto.

Kaname ingeriu um curto gole da bebida, e a dispôs a ele.
- Tomem. - Sorriu ao moreninho.

Shiori sorriu igualmente e pegou a taça, levando-a aos lábios e golou algumas vezes, quase terminando a bebida e logo a entregou a ele novamente.
- Desculpe...

- Pode beber tudo. Tem mais aqui. Mas vai devagar, senão sequer sente o gosto. Está com apetite? Do jantar.
- Estou... Estava morrendo de vontade de tomar sorvete... Eu comprei um pote pra você tomar comigo depois. - Sorriu. - Mas não se preocupe, eu comprei no mercado aqui perto e esperei escurecer, eu juro.
- Eu sei que sim. - Kaname tocou-lhe as pontas escuras dos medianos fios de cabelo. - Sente-se, vamos comer.

Shiori sorriu e assentiu, sentando-se ao lado dele.
- Eu espero que esteja gostoso. Peguei uma receita nova...

- Hum, é? - O maior sentou-se após ele. - Aonde? - Indagou sem haver delongas para servir-se da refeição.
- Hai. - Sorriu. - Na internet... Espero que não fique bravo por eu ter mexido no seu notebook.
Kaname experimentou-a, e assentiu silenciosamente mostrando agrado.
- Oishi? - Sorriu.
- Coma.
- Hai. - Shiori sorriu e serviu-se da comida feita por si mesmo, experimentando-a.
- Gostou? - Kaname indagou e voltou a comer.
- Hai, oishi... - O menor sorriu e suspirou a desviar o olhar a própria barriga. - Ele também gostou.
- Está se mexendo aí, hum?
- Sim... Quer sentir? Achei que era muito cedo pra isso, mas... Foi a primeira vez que ele mexeu. - Sorriu e levou a mão sobre a barriga crescida, acariciando-a.
- Não se distraia, a comida vai esfriar. - Kaname alertou e voltou a comer, ainda assim o tocou em seu ventre.
- Hai... Desculpe... - O menor sorriu a ele a levar a mão sobre a dele no local, deixando-o tocar a si. - Está sentindo?
- Hum. - Assentiu e o acariciou ali.
- Será que ele pode ouvir a gente?
- É claro que pode. - Kaname sorriu a ele.
- Own... - Sorriu.
- Geralmente crianças nascem tristes quando a gestação é silenciosa, ou quando os pais gritam demais.
- Mas ele vai nascer feliz, não vai? - Shiori sorriu a acariciá-la.
- Sim, veja bem, nunca brigamos.
- Nós... Nunca brigamos mesmo.
- A menos quando nos conhecemos.
- Sim... Tirando essa vez. - Riu baixo.
- Hum...
Kaname murmurou de modo que conteve algum tipo de riso, desprovido de senso de humor, senão malícia.

- Foi... Foi bom. - Murmurou.
- Foi, é? - Riu desta vez.
- Foi... - Shiori riu.
- Não foi bom no dia, hum?
- Foi sim, é que... Eu me assustei.
- Você não sabe, mas tem um "marido" assustador.
Kaname dizia ao tocá-lo no queixo, num breve resvalo.

- Marido? - Shiori sorriu.
- Quase isso.
- Ah... Vamos nos casar?
- O que há com esse "ah, vamos nos casar?"
- Estou só perguntando. - O menor uniu as sobrancelhas.
- E as sobrancelhas?
- Nada. - Riu baixinho.
- Hum, hum... Então coma que não é só você que sente vontade e fome.
Shiori assentiu e seguiu o próprio jantar. Kaname levantou-se brevemente e serviu novamente as taças com bebida, serviu-o novamente desta e uma nova tomou para si, tornando se sentar e retomar o jantar. Shiori sorriu a ele e pegou a taça, bebendo alguns goles da bebida. O maior o observou e silenciosamente continuou a refeição, até que a terminasse. O menor igualmente o fez, seguindo a própria refeição até o final e terminou bebendo o restante da própria bebida.
- Esta muito bom... - Shiori sorriu.
Não quer mais?
- Iie... Estou cheinho.
- De sangue também desta vez?
- Hai. - Sorriu.
Kaname sorriu a ele e deu término à bebida.
- Vou pro banho. - Dizia ao se levantar da mesa, levando consigo os pratos à pia.

- Iie... Pode deixar que eu tiro.
- Você não quer vir?
- Quero sim. - Sorriu. - Eu posso?
- Eu acabei de perguntar. Tapadinho.
- Hai... - Uniu as sobrancelhas.
- Então deixe isso de lado por enquanto e vamos lá.
- Ta bem. - O menor levantou-se e segurou a mão dele.
- Por que gosta tanto de segurar minha mão pra tudo?
Kaname indagou-o e subira as escadas até o quarto.

- Eu só gosto... - Shiori murmurou e soltou a mão dele, subindo junto do outro.
O menor voltou segurar-lhe a mão.
- E por quê?

- É bom. - Sorriu.
- Mas você fica assim o tempo todo. Até pra ir até o quarto, você gosta.
- Hai. E eu espero que seja o único a segurar a sua mão. - Fez bico.
Kaname voltou-se brevemente a observá-lo.
- E é.

- Você ama só a mim, não é? - Sorriu.
- Não. Tenho outro alguém para amar.
- T-Tem?
Kaname sorriu, meio de canto.
- Tenho, nosso bebê.
Shiori sorriu, meio de canto e até sentiu algumas lágrimas nos olhos, afinal, nunca havia pensado que ouviria aquilo dele, mas era tão lindo, que não sabia o que dizer, então manteve-se em silêncio apenas, seguindo ao banheiro com ele. 

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