Kaname e Shiori #34


Shiori esperou o outro por um longo tempo, e por fim, visto que ele certamente iria se atrasar seguiu o caminho em direção à cama. Deitou-se, ajeitando-se no local e ligou a televisão num canal qualquer, vendo um filme com uma história fraca e sem algo interessante que prendesse a si, acabou adormecendo. Acordou segundos segundos depois de pegar no sono com o choro fraco que vinha do outro quarto e levantou-se num pulo, correndo até o quarto do filho que pegou nos braços e o acariciou em sua pequena cabecinha.
- Meu anjinho... O que foi? Você acabou de comer...
Murmurou e seguiu com ele no próprio colo até o quarto onde se deitou com o pequenininho na cama. Pegou ao lado na comoda o celular e uniu as sobrancelhas. Talvez... Não, não podia ser. Suspirou e digitou o número do outro, mas caiu na caixa postal. Observou o local a volta, aconchegando-se abaixo do cobertor e abraçou o filho pequeno, mantendo-o contra o próprio tórax e cobriu-o com o cobertor, observando o quarto com apenas os olhos para fora do cobertor e tinha medo de sair da cama, e se algo de ruim 
acontecera com o outro?
As chaves de Kaname tilintaram ao cair sobre a mesa de centro da sala. Tirou o casaco que vestia e pendurou-o próximo a porta. Só então acendeu a luz. Caminhou às cortinas da sala, fechando-as a escurecer um pouco mais do cômodo, de alguma forma, sentia que os outros dois residentes da casa ainda não dormiam. Fez-se obrigado a seguir até a cozinha e beber algum tanto qualquer de sangue, ah e era tão saboroso, ainda que se perguntasse o por que de gostar daquilo. E ao servir um pouco mais na taça, caminhou a dirigir-se até o quarto, onde caminhou com as luzes apagadas e somente com o abajur aceso, revelando a figura encolhida do moreninho e algum volume próximo de si, o próprio filho. E dele só via os olhos, como uma criança com medo de escuro.
- O que há? - Indagou baixinho conforme seguiu até a cama.

- Kaname! - Shiori falou, porém não tão alto para tão assustar o pequeno nos próprios braços. - Ele chorou... Eu achei que... Que você não estava bem... O que houve?
- Ah, senti-me um pouco mal por falta de sangue, provavelmente. Mas estou bem. - Dizia o maior e oferecer a taça sobre a mão para ele.
- Iie... Tem que beber. - Sorriu a ele. - Vem deitar com a gente.
- Eu preciso de um banho e venho deitar.
- Ta bem ne.
Kaname voltou após um banho rápido, e tragou da bebida que havia deixado ali. Por descuido havia molhado o cabelos e agora o sacudia com a toalha, tirando a umidade dos fios negros e compridos. E sentou-se ao lado do menor, ainda acordado.
- Vai dormir não, corujinha?

- Estou esperando você, não gosto de dormir quando não está aqui.
O menor murmurou e sorriu a ele, abaixando o cobertor e expondo o rostinho tranquilo do filho, com os olhinhos fechados.

- Esse pontinho vai dormir aqui, hum? - Kaname indagou e não deixou de sorrir embora singelo e tocou o pequeno em seus poucos cabelinhos lisos.
- Se quiser, se não o levo de volta. - Sorriu. 
- Não me importo.
- Pensei... Bem, nada...
- Leve-o.
- Ah, hai. - Shiori assentiu e levantou-se, seguindo ao quarto do filho onde o deixou no berço, cobrindo-o com o pequeno cobertor.
Ao término da bebida, logo Kaname seguiu igualmente ao quarto do bebê. Observando a figurinha baixa e morena do rapaz o qual por trás de si o puxou na cintura e num gesto abrupto o pendurou no ombro, levando-o de volta ao próprio quarto. Shiori quase chegou a gritar, porém não o fez por causa do bebê que dormia, esperou que ele retirasse a si do quarto e riu, pendurado sobre o ombro dele e moveu-se sutilmente.
- Socorro!

- Socorro, é? Já sei o que você pensou.
- O que? - Riu.
- Que eu ia cuidar de você.
- Cuidar? - Riu baixinho e moveu-se. - Me sooolta!
- Cuidar desse corpinho miniatura.
- Ah... Mas não vai?
- É pra isso que estou levando você.
- Então eu fico quietinho. - Sorriu.
- Espertinho. - Dito, Kaname jogou-o sob a cama do quarto. - Uh, vamos lá.
Shiori riu novamente, a risada gostosa do pequenininho, que não costumava dar muito antigamente e observou-o.
- Hum... Está cheiroso.
- Cheiroso, é? Passei a noite toda no hospital.
- Então talvez você seja cheiroso.
O pequeno abriu um pequeno sorriso, e Kaname negativou a ele, colocando-se sobre seu corpo a colar os lábios aos do outro, estava cansado, mas ficar com ele parecia uma certa recompensa após um dia longo no trabalho, afinal, nunca estivera acompanhado até então, até o pequeno chegar ali.
- Kaname... Gosto de estar com você e fico feliz de ter te encontrado.
O maior deu um sorrisinho, era como se ele houvesse lido os pensamentos que tinha.
- Também gosto de estar com você.
Shiori deu um sorrisinho e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele, acariciando-os e repousou a face dele sobre o próprio ombro, deixando-o descansar por alguns minutos e daquele modo ficou, apreciando a companhia dele, pensando em todo o trajeto que havia feito até ali, em como era maltratado até encontrá-lo, estava feliz de certo modo.
- Kaname eu acho melhor fazermos no banho, o que acha? ... - O silêncio de estendeu pelo quarto. - Kaname?
O pequeno o puxou sutilmente para observar seu rosto e por fim, o viu de olhos fechados. Deu um risinho consigo mesmo e preferiu não acordá-lo, deixando-o dormir daquele jeito mesmo, sobre si, como se fosse o próprio filho anteriormente. 

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