Yuuki e Kazuto #43


O menor adentrou a casa do outro, retirando o casaco e observou a empregada, já estava acostumado coma presença dela, então apenas a ignorou como o outro fazia, seguindo ao quarto. Lambeu os lábios manchados de sangue pela alimentação recente e observou o maior sentado na cama, sorriu e abaixou-se, selando-lhe os lábios, manchando-os com o pouco sangue, deixando o casaco ao lado.
- Tinha razão...

Yuuki repousou o antebraço acima de um dos joelhos, os quais, tinha em postura, sentado em beira a cama, as pernas afastadas num modo de sentar sem rodeios ou formalidade, e numa das mãos, a mesma com que levou o dorso fronte os lábios, limpando o sangue que suavemente os tingia, segurava o pequeno cilindro de nicotina, um cigarro.
- O que?

- Sangue vicia. - Kazuto riu e sentou-se ao lado dele. - Mas depois que eu bebo fico com uma vontade enorme de transar com você.
- Hum, é?
Yuuki indagou a levar do pequeno rolo de nicotina até a boca, tragando-a. Kazuto a
ssentiu, observando-o.
- Como está, amor?

- Não me chame de amor.
O maior voltou-se a fitá-lo, expelindo a massa cinzenta de fumaça em sua face. Kazuto t
ossiu algumas vezes.
- H-Hai...

- Fraquinho.
O maior lhe sussurrou antes de tornar atenção ao exterior do quarto, através do vidro da porta da área. Kazuto o
bservou o outro, unindo as sobrancelhas.
- O que foi?

- Nada, estou apenas lembrando você.
Kazuto sorriu, unindo as sobrancelhas.
- O que?

- Lembrando que você é fraquinho.
- Ah... - Encolheu-se, abraçando as pernas.
- Hum, desanimou, ah?
- Hai.
- Chegou cheio de si, o que houve?
- Achei que estava pensando algo bom de mim.
- Nunca penso coisas boas.
- Nunca...?
- Nunca.
Yuuki tornou tragar o cigarro, por tempo inerte entre os dedos. Kazuto a
joelhou-se, engatinhando pela cama e aproximando-se do outro e lhe beijou o pescoço, levando os braços ao redor do mesmo.
- Pensa sim que eu sei.

- Sabe? Então me diga o que sabe.
O menor sorriu, beijando-lhe a face.
- Você pensa em mim todos os dias, mesmo que seja só um pouquinho e me espera voltar pra casa quando não estou. E você queria dizer que me ama, mas não pode, porque é muito orgulhoso pra fazer isso.

- Uh, -O maior virou-se tênue apenas a que pudesse fitá-lo e lhe deu com com a ponta dos dedos na testa numa batida que estalou não muito alto.- Acordou agora?
- Ai! - O menor afastou-se, colocando uma das mãos na testa. - ...Yuuki!
- Ah, acho que agora acordou. Teve bons sonhos?
- Imbecil. Eu sei que é verdade.
- Oh, parece que teve.
- Hum... - Encolheu-se. - Quer transar comigo?
- Por que tão de repente essa pergunta?
- Porque eu quero carinho e você só me dá durante o sexo.
- Te dou carinho?
- Ao menos um pouco.
- Ora, você percebe coisas que nem eu mesmo vejo.
Kazuto suspirou e levantou-se, pegando um dos cigarros sobre o móvel, acendeu-o, deixou o isqueiro sobre o local e saiu, caminhando até a varanda, observando a lua tão bonita enquanto tragava algumas vezes o cigarro. O próprio provedor de nicotina, Yuuki levou a boca dando fim em seu comprimento não fumado, assim pressionou a bituca de cigarros contra o cinzeiro apagando sua fina brasa. Os olhos do menor se voltaram a rua, observando as pessoas que passavam, silencioso, imaginando algumas situações. O olhar se desviou ao cigarro e suspirou, tragando-o mais algumas vezes, segurando as lágrimas nos olhos.
- É previsível o fato de que quer chorar. - O maior comentou mesmo dali a se pôr no conforto da cama.
- O que acontece se eu apagar esse cigarro no meu braço?
- Você não vai morrer se fizer isso.
- Está falando sério?
- Acha que vai morrer por uma ponta de cigarro?
- Só estou perguntando.
- Estou dizendo que não vai morrer.
- Hai. - Jogou o cigarro pela sacada. - Acho que vou tomar banho.
- Mas faria um estrago, afinal, ia grudar na sua pele até ela derreter e então você teria que puxar e quando puxasse, certamente ia sair um pedaço e tanto.
- Ah... - O observou. - Isso... Deve doer.
- Um pouco.
O menor observou o cigarro sobre a comoda e sentou-se na cama.
- Pensando em brincar com cigarros?
Kazuto negativou.
- Então porque o foco?
- Só perguntei mesmo.
- Hum.
- O que vai fazer amanhã?
- Por que a pergunta?
- Quero sair com você.
- Se me der vontade...
- Nem que seja pra caçar.
- E por que quer sair?
- Por que quero fazer algo contigo.
- Hum... Como se já não passasse o dia inteiro fazendo algo comigo.
- Podíamos ir jantar...
- Se refere como humano comum?
- Hai.
- Você sempre pede por um jantar assim, o que te chama atenção nisso?
- Um encontro com você.
- Quem sabe.
O menor assentiu conforme desviou o olhar a ele, vendo-o se afastar em direção ao banheiro e na verdade, havia cansado de discutir, na verdade, desde o dia em que ele havia destruído a mesa de jantar, havia cansado de muitas coisas, então somente se deixava levar, como o vento que roçava nos cabelos lá fora.

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