Fei e Hazuki #20


Hazuki saiu logo do próprio quarto, deixando a escova sobre o móvel e seguiu ao quarto do maior, adentrando-o sem bater e observou o outro, sorrindo a ele. Os passos fora do comodo foram audíveis e logo observou o ruivo na porta.

- Se divertiram na casa de banho?
O moreno uniu as sobrancelhas e virou-se, ajoelhando-se ao lado do outro.
- Quem disse que estávamos lá?

- Bem... O Mitsuki disse.
Os cabelos loiros do menor eram visíveis já atrás do ruivo, agarrando-lhe o braço e puxou-o.
- Mentira, Hazuki-san!
- Mentira nada.
- Mas foi você, Isumi!
Hazuki desviou o olhar ao outro, unindo as sobrancelhas novamente.
- Bem, foi ótimo. E daí?
Fei indagou entre olhos despreocupados, semi-cerrados com a sugada que aspirou a fumaça com seu cheiro de chocolate levemente mentolado. O moreno riu baixinho, observando-o.
- Você parece tão calmo sempre. 

- Ah... Vai me contar depois, não é Hazu?
- Contar o que? - Desviou o olhar a ele.
- É, o que ele iria contar, Mitsu? Você ficou bisbilhotando lá.
- Como se você não tivesse ficado também. 
- Não fiquei não!
- Vocês dois podem fazer o favor de ir brincar lá fora?
Hazuki o loirinho fez uma reverência, puxando o ruivo consigo a retirar-se do quarto e fechar a porta. Fei r
iu, tragou e apagou a cigarrilha numa ultima vez. Ao deixá-la em sua inércia sobre o pequeno móvel ao lado do futon, voltou-se ao outro rapaz e devagar o levou a se deitar na cama, debruçar-se em seu corpo, e lhe fitou a face o qual passou a delinear com o dígito indicador, soprando suavemente a fumaça cheirosa ao encontro de seus lábios.
- Um dia lhe darei duas crianças como essas pra cuidar.

O moreno deitou-se como o outro queria e o observou, mantendo os lábios fechados apenas a sentir a fumaça contra os mesmos, observando os olhos cinza do outro tão próximos de si. O ouviu e uniu as sobrancelhas, sorrindo e selou-lhe os lábios algumas vezes.
- Você quer, hum? - Indagou entre tênues toques labiais.
- Hai... - Sorriu. - Vamos ter uma família?
- Hum... Nós vamos?
- Eu quero.
- Então vamos.
Hazuki assentiu e lhe selou os lábios novamente.
- E então uma hora vão discutir colocando a culpa em quem ficou atrás da porta ouvindo o papai e a mamãe transar.
- Esses moleques não tem jeito. - Riu baixo.
- Parecem crianças.
- Uhum... Não sei quem é pior.
- O Mitsuki é bobinho e o Isumi espertinho que não sabe mentir.
- Pois é. - Riu. - Viu ou ouviu os dois em algum lugar ali?
- Não, mas deixa eles assistirem, isso é agradável.
Hazuki uniu as sobrancelhas.
- Ficou louco, Fei?

- O que tem?
- Não podemos deixar eles olharem ne.
- Por quê?
- Porque não ora. É... Algo particular.
- Ah, mas imagine o quanto eles se excitam com isso.
- Quer que nossos empregados fiquem transando é?
- Ah, Mitsuki e Isumi são tão ukes quanto você, Gong Zhu.
- Ah, o Mitsu não é tão uke não hein.
- Você não viu como ele responde o Isumi? Todo manhosinho?

- Ah, mas é o jeitinho chato dele.
- Não tem como uma praguinha daquela ser seme de alguém. Além de que ele é menorzinho que o Isumi.
- Ah... Sei lá. - Riu. - Não chame ele de praguinha, o Isumi é mais praguinha que ele.
- Ah é? E por que?
- Já viu o jeito que ele age? - Riu.
- Que jeito?
- Todo bobo com jeito malicioso e ouvindo a gente atrás das portas. 
- Fazer o que? Sou dono dele.
Hazuki estreitou os olhos.
- Refletem.
- Você fica me ouvindo atrás das portas também é?
- Não, mas malicioso eu sou.
- Hum... Que bom. - Abriu um pequeno sorriso malicioso nos lábios.
- E o Isumi certamente se aproveita do Mitsuki, mas os coitados devem ficar só no lambe lambe, feito gatos no banho.
- Devem. Se esfregando. - Riu. - Vou ensinar umas coisinhas pro Mitsu.
- Vai mesmo? Me ensine também.
- Não, vou ensinar pra ele.
- Ah é assim?
- Você já sabe. - Riu.
- Mostre pra mim.
- Iie. Só vou ensinar ele a ser seme. - Riu.
- Como se você não sabe?
- Ah... Vou ensinar algumas coisinhas que você faz. - Riu.
- E como fará isso?
- Vou falar, ora.
- Vai ensinar ao garoto como eu faço as coisas em você? - Riu num maldoso tom. - Aposto que ele ficará imaginando.
- Quer mostrar pra ele? - Riu. - É mais fácil eu falar.
- Que ele ficará imaginando como o faço em você. Só não me culpe se ele imaginar como faço nele. - O provocou, deu-lhe uma piscadela.
- Imbecil. - Murmurou.
- Oh, que adorável.
Fei tornou a rir e lhe segurou a face entre as mãos, selou os lábios alheios. O moreno t
entou desviar a face e estreitou os olhos a ele.
- Chato!

- O que há? Hum... Não seja malvado.
- Acha mesmo que eles se pegam, hum? - Riu baixinho.

- Não sei, acho que não. Mitsuki teria dito a você.
- É, tem razão. E eles brigam feito gato e rato, qualquer dia desses saem no tapa.
- Amor e ódio, hum...
- Eles não se amam, ou fingem muito bem.
- Se não se gostassem não estariam andando pra lá e pra cá juntos, Gong Zhu.
- É, tem razão, na verdade, eles sempre foram assim... Eu chego a ter dó de ir embora e deixar eles aqui pro Katsuragi.
- Eu diria a mesma coisa.
- Vão sofrer tanto...
- Hum, talvez. Não acho que sofro aqui.
- O ultimo lugar que eu quero ficar é aqui... Ter estranhos te tocando todas as noites...

- Não parecia se importar com isso.
- Sempre me importei e sempre te disse isso.
- Não. Você parecia se importar comigo a te tocar.
- Porque eu te via só como amigo antes... E sabia que não podíamos ficar juntos... Só se fossemos embora daqui.
- E é mais errado dormir com um amigo do que com um estranho? Nunca entendi seu ponto de raciocínio.
- Não é... Mas... Eu tinha tanta afeição por você... Se eu me apaixonasse... Acabaria estragando tudo... Eu tinha medo de me apegar muito a você pelo ciúmes que certamente eu sentiria... Será difícil amanhã...
- Vai dar tudo certo, hum. Logo estaremos juntos e a sós.

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