Yuuki e Kazuto #20


Estava sol lá fora e o menor caminhava até o apartamento do outro com o capuz cobrindo os cabelos, assim que adentrou o local, retirou o casaco e subiu até o andar dele. A mão hesitou em bater na porta, como sempre, e antes de tocá-la, ouviu um barulho próximo a mesma, encostou-se na parede ao lado e logo o vampiro abriu a porta, o fitou e sorriu, aproximando-se e o abraçou, retirando os óculos escuros que ele usava como sempre, observando os olhos dourados.
- Yuuki... Vai fazer o que lá fora, hum? Está sol. - Riu.

- O que faz aqui?
Disse o maior com o típico tom áspero ao ser abraçado e indagado pelo garoto, afinal, pensava que não devia satisfação alguma àquela criança.

- Vim te ver... Senti sua falta! - Sorriu e selou-lhe os lábios.
- Porque age como se não ligasse ou visse o que acontece realmente entre nós, pirralho? -Comentou o indagando após receber o toque sutil nos lábios.
O menor deu um passo para trás.
- Porque eu gosto de você...

- E pretende continuar estando assim próximo, mesmo sabendo que não são sentimentos correspondidos? Você está tentando não ver o que realmente acontece? Me pergunto até quando continuará assim.
- Mas eu quero fazer você gostar de mim... - Disse baixo e o olhar se desviou ao chão.
- Hum, que seja.
Yuuki retornou os poucos passos dados até o exterior do apartamento e novamente o adentrou. O casaco trajado há pouco tempo fora retirado do corpo e jogado sobre o balcão. Foi a sala onde se sentou e acomodou-se no estofado, apoiando os pés sobre a mesa de centro à frente do sofá. Com um simples gesto feio com a mão, a ruiva vampira que trabalhava no local se aproximou, atendendo as vontades de seu senhor, que pedira simplesmente uma bebida, e esta já sabia a qual se tratava, não demorando a atender. Passou a saborear o vinho, afinal não sairia dali pelo resto da tarde, a não ser se tivesse fome.

O menor adentrou o local junto ao outro e fechou a porta. Sentou-se ao lado dele e ajeitou-se no sofá, observando-o.
- Atrapalhei a sua tarde não é...? Desculpe, achei que não fosse sair... Só queria te ver mesmo, Yuuki...

- Hum...
O murmurio havia soado como um riso curto e irônico do vampiro, e realmente era essa a intenção. Virou mínimo do corpo para que então os olhos expostos fossem observar a face infantil posta ao lado de si. Um dos braços, o cotovelo foi apoiado sobre o encosto do assento e a mão guiada aos cabelos loiros cujos dedos finos o entrelaçavam e bagunçava os fios, desalinhando-os enquanto permanecia a observar o outro vampiro.

Kazuto sorriu ao vê-lo bagunçar os cabelos e aproximou-se pouco dele, levando uma das mãos até a face do maior, acariciando-o.
- Você fica mais lindo a cada dia que passa...

- Você fica mais viadinho a cada dia que passa. - Retrucou ao elogio recebido.
Kazuto riu.
- Obrigado, eu acho. - Aproximou a face da do vampiro. - Posso te dar um beijo...?

- Por que quer um beijo?
O loiro o indagou sem desviar o olhar, que insistentemente permanecia sobre os alheios, talvez penetrando-os e observava o rapaz como se estivesse a enxergar através de suas vestimentas, proposital com certeza. 
O menor percebeu o olhar do outro e a face se corou levemente.
- Ahn... P-Porque faz tempo que não sinto o sabor dos seus lábios... - Murmurou e novamente aproximou os lábios dos dele mas sem tocá-los - Deixa...?

- E por que deveria senti-lo? Sequer somos amantes. Estive pensando, Kazuto, você pode ser comparado a um carrapato. Grudento, pequeno e ainda gosta de sugar sangue. Ah, quanto ao sangue, sinto que tenha vindo da natureza de seu pai, ou seja, eu. Me tornei pai de uma criança chata e ainda homossexual, tsc.
O maior resmungou após a conclusão da fala, certamente estava a provocá-lo e adorava agir de tal modo, até incomodar o mais novo. Kazuto s
elou os lábios dele e riu baixo.
- Ok, pai. Mas isso não muda o fato que quero um beijo. - O menor segurou a face do outro com uma das mãos e selou os lábios dele algumas vezes. - Por favor... Vem, eu faço o que quiser.

Após o toque recebido ousadamente sobre os lábios, Yuuki já estava cansado de pensar em quão atrevido era aquele pirralho, então sequer se deu ao trabalho de pensar novamente sobre isto. Os olhos foram das íris alheias até os lábios, observando-os.
- Se mata?

- P-Por um beijo seu...? - A língua roçou nos lábios dele e mordeu o próprio lábio inferior. - Me diga como e eu me mato...
- Vampiros são sensíveis ao fogo.
O maior sussurrou, e nos lábios pequenos, disfarçados em sua espessura através da maquiagem, fora moldado um sorriso típico.

- Quer mesmo que eu... Me mate...?
-Tanto faz, faça o que quiser da sua vida insignificante.
Após ditas as palavras, o maior teve os poucos milímetros cortados à unificar os lábios aos do outro vampiro, e beijou-o de modo abrupto e indelicado como de costume, não demorando para que o beijo insensível fosse cessado. O menor a
cariciou a face dele no local onde a mão estava e retribuiu o beijo, sentindo a língua do outro passando pela própria do modo rude como sempre e assim que ele o cessou, selou os lábios dele algumas vezes.
- Hum... Disse que somos sensíveis ao fogo não é...? O que acha de me ajudar com isso então, hum? - Abriu um sorriso malicioso nos lábios.

- Não sou babá, pirralho.
Kazuto estreitou os olhos e se ajeitou no sofá.
- Hum, eu não queria mesmo... - Murmurou.

- Vá embora, garoto.
- Não quero.
- Vá embora, se eu quiser transar eu te chamo mais tarde. Não adianta ficar aqui agora.
O menor se levantou.
- Não sou sua bonequinha

- Ah, é sim. - Riu.
- Não sou!
- Sabe que é. Vá embora.
- Você é um idiota!
O loiro se virou e caminhou para fora do quarto do maior, batendo a porta ao sair.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário