Kaname e Shiori #11


Shiori o observou do local onde estava, sentado no sofá vendo tv, e era raro vê-lo em casa, mas era domingo, então achou que talvez fosse normal. Seguiu em direção a janela da cozinha, observando o local do lado de fora, e viu os flocos de neve a cair e manchar tudo de branco, abriu um enorme sorriso nos lábios e virou-se em direção a ele, ao vê-lo inalterado, porém, o local não era quente, mas não podia sentir ao certo as temperaturas, talvez estivesse frio. Seguiu ao próprio quarto, pegando o cobertor, mas logo o devolveu a cama, sabia que ele iria preferir algo dele, então seguiu um novo caminho ao quarto do outro a pegar seu cobertor e levá-lo para a sala, aproximando-se hesitante a observá-lo e logo estendeu o cobertor sobre ele, com cuidado para não atrapalhar o programa que ele via, ajeitando o cobertor sobre o sofá, sentindo a face pouco corada ao fazê-lo.

Vez outra o olhar de Kaname se alternava ao televisor, porém um mero passatempo. Não deu atenção a mais, que não fosse ao livro medicinal nas mãos, lendo alguns trechos, dividido entre ele e a televisão. O olhar se voltou ao outro a vê-lo com passos ligeiros pelo corredor, porém se voltou à leitura, no mais, não demorou ao seu retorno, pousando o felpudo cobertor sobre o corpo, e assim tornou a fitá-lo, permitindo-o fazê-lo, tirando o livro de impasse.
- Obrigado. - Disse após um período silencioso.
- Não... Não tem problema. - Abriu um pequeno sorriso. - Está... Nevando la fora. Eu queria saber se posso sair.

- Hum? ... Fique à vontade.
O menor sorriu e assentiu, correndo rapidamente em direção ao próprio quarto. Kaname seguiu-o visualmente até o esvair de sua figura, porém voltou atenção ao material sob o colo. Shiori desceu após um pequeno tempo, vestido com o casaco quente e preto e as luvas da mesma cor, acenando a ele antes de sair e logo seguiu em direção a saída do local.
Kaname o observou e acabara por franzir o cenho tamanha empolgação e trajes do outro, já que sequer sentiria frio, não precisaria de luvas, talvez o casaco afim de um disfarce. Negativou consigo, quase num riso interno. O pequeno desceu com o elevador até que chegasse ao térreo e saiu logo do apartamento, caminhando pelo local a pisotear a neve, observando o chão com um pequeno sorriso nos lábios.
O maior suspirou e deixou de lado o livro. O cobertor sobre o corpo dobrou e deixou no sofá. Pela porta em passagem à varanda notou a neve fina, suave, cobrindo as árvore com a tonalidade branca e límpida. Caminhou até o quarto, e sobrepôs o corpo com um sobretudo preto, calçando os sapatos habitualmente social, mas dessa vez eram pretos. O cabelo permitiu continuarem com os longos fios soltos, apenas os tirou de dentro do casaco e pegou as chaves do carro. Não ficaria em casa, havia perdido o costume de estar ali por tantas horas. Desceu pelo edifício e tirou o carro da vaga no estacionamento, passou pelo rapazinho, que contrastava os cabelos e roupas na neve, com quase o mesmo tom de sua pele, e talvez a mesma temperatura. Observou-o num olhar mútuo, como quem se perguntasse onde iria. Parou o carro e abriu a porta, levantando-se dali a fitá-lo.
- Shiori, estou saindo.

O menor pegou a pequena bola de neve na mão e sorriu a observá-la, porém, viu também o carro do outro a sair da garagem do apartamento, unindo as sobrancelhas e soltou a neve que caiu no chão.
- Eh...? Onde vai? - Aproximou-se do outro.
- Você quer vir?
O médico indagou, e teve um momento breve com pausa na conclusão da frase. Não que tivesse algum acanhamento ao fazê-lo. Shiori o o
bservou por um pequeno tempo e sorriu a ele, assentindo.
- Entre no carro. - Dito, tornou adentrar o veículo.
O menor adentrou o carro no lado do passageiro e sorriu a ele.
- Onde vamos?
- Não sei. Só não vou ficar em casa.

- Ta bem.
- O que você gosta?
- Podemos tomar chocolate quente.
- Hum, ok.
O maior voltou novamente a direção, dirigindo a um lado qualquer até que pudesse decidir onde ir.

-  Hum... Já estou pensando no chocolate. - Sorriu.
- Eu prefiro mocaccino ou capuccino.
- Faz tanto tempo que não tomo chocolate... Acho que desde que saí de casa.
- Você pode preparar as coisas lá, para você.
- Mas não gosto de pegar suas coisas.
- Você já mora na minha casa, já tem um quarto e uma cama lá. Que diferença faria?
- É que são suas coisas.
- E daí?
- É que a comida é sua ne.
- E a cama onde você dorme?
- Mas eu não como ela.
- Mas não deixa de ser minha.
- Ta bem... Você gosta de mim, Kaname?
- Se não gostasse não o deixaria em minha casa.
O pequeno sorriu.
- Por quê?
- Só queria saber.
 O maior o observou silencioso, porém logo se voltou a direção traçada, em apreço da vista e pouca dificuldade pela neve.
- Vai devagar Kaname-san... Cuidado.
- Estou indo devagar.
- Hai. Eu não conheço nada por aqui.
- Viveu onde? Num cativeiro?
- Mais ou menos.
Kaname estacionou o veículo na vaga, em frente a confeitaria popular no centro da cidade. Visto que já no período de tarde, as luzes coloridas da fachada se tornavam agradavelmente foscas pela neve. Lá dentro a luz ambiente, algumas pessoas que borrifavam o ar frio de suas bocas enquanto se proviam de um café ou algum doce e conversavam. Ao demais olhou uma vez, prévia a seguir para dentro do estabelecimento, sendo objetivo à mesa que localizou e optou.
O pequeno observou o local fora do carro e sorriu a observar a neve. Saiu do carro junto dele e seguiu a adentrar o local, sentando-se ao lado dele na mesa a observá-lo.
- Você quer o meu casaco?

- Não. Não está assim tão frio.
Sob a mesa a pequena caderne
ta de opções, arrastou na planície em direção ao rapaz que pegou o cardápio a observá-lo.
- Posso escolher o que eu quiser?

- Fique a vontade.
- Jura? - Sorriu.
- Apenas escolha.

- Eu quero um chocolate quente e um pedaço de bolo de chocolate.
- Quanto chocolate.
Kaname observou as opções, optou pelo mocaccino e torta de frutas vermelhas o qual formulou logo para a serviçal.

- Eu gosto de chocolate, chocolate e cereja.
- Hum... Cerejas geladas.
- Hai, oishi.
Um breve maneio o maior deu como agradecimento ao serviço prestado pela mulher, enquanto a mesa era servida com os pedidos feitos a pouco tempo atrás. Adoçou mínimo a bebida, e experimentou-a, mesmo ainda quente. Shiori agradeceu a moça a observá-la e observou a própria bebida, levando-a aos lábios a beber alguns goles.
Cuidado, está quente. Vai queimar sua língua de gato.
O menor riu.
Shiori cortou um pedaço do bolo a levá-lo a boca e apreciou o sabor do doce, logo desviando o olhar a ele.
- Tem pedacinhos de chocolate... - Sorriu.

- Sim, afinal ele é de chocolate.
Kaname o observou sem alguma expressão aparente, e assim levou uma das frutas sob a sobremesa até a boca.

- Mas nunca tinha comido um assim... - Sorriu. - Você quer?
- Não, obrigado.
Desta vez, Kaname preencheu o talher de sobremesa com o próprio pedido, levando o pedaço da torta de frutas vermelhas a boca, sentindo o misto do doce e um leve toque azedo no final. Shiori a
ssentiu e levou mais um pedaço de bolo aos próprios lábios.
- Do que é a sua?

- Frutas.
Disse o maior ao término de ingerir um dos pedaços da sobremesa e sorver um gole da bebida. Com a colher mediana tirou um pedaço a preenchê-la novamente em direção do outro rapaz.
- Quer?

Shiori assentiu e abriu a boca a aceitar a torta, sorrindo a ele. Kaname o permitiu com a colher na boca, e posteriormente serviu a si mesmo, tornando saborear a sobremesa. O menor aproximou-se pouco mais do outro, tentando ser sutil e bebeu pouco do próprio chocolate.
- Está um dia bonito já que não tem sol.

- Também prefiro dias sem sol. - Comentou em descontração.
- Você seria um vampiro lindo... - Sorriu.
- Ser vampiro não muda aparência.
- Quem disse? Sua pele ia ficar bem mais branca e seus olhos mudam de cor.
- Mas não muito.
- É são poucos detalhes.

- Então. - Pegou um dos pedaços de morango sob a torta, levando-o a boca.
- Também quero morango. - Fez bico a observá-lo.
- E por que não pegou bolo de morango?
Kaname o provocou, com uma brincadeira que não passava muito do tom humorístico. Shiori u
niu as sobrancelhas e desviou o olhar ao próprio bolo. O maior o encarou de esguelha e pegou um dos morangos, o deixando sob seu pedaço de bolo. O pequeno sorriu a observar o morango e pegou-o com o pequeno garfinho, levando-o a boca.
O médico tornou breve a observá-lo, e com o dorso do dígito indicador limpou o pequeno grão de chocolate em sua boca, levando-o a própria. Tornou assim a mais um gole da bebida. Shiori desviou o olhar a ele e sorriu, pegando o bombom de chocolate sobre o próprio bolo a levá-lo ao prato do outro.
Era notório um forjado desinteresse do maior a pegar o chocolate, junto a um pequeno pedaço da massa de torta e levá-lo a boca.
- Você não gosta?
Kaname tornou observá-lo de canto e se voltou a seu bolo, tomando um pequeno pedaço com a ptópria colher, o qual levou a boca. O menor sorriu e pegou o chocolate a levá-lo aos lábios, apreciando a bebida quente.
O moreno pousou a colher de sobremesa sob o pequeno prato e a xícara com a bebida já morna levou a boca, terminando-a aos poucos. Shiori seguiu junto do outro, devagar a terminar o doce e logo deixou o copo vazio sobre a mesa.
- Quer algo mais?
Iie. Está escurecendo...
- E qual o problema?
- Nada. - Sorriu.
- Hum?
- Nada, só estou notando.
- Então não quer mais nada?
- Não. Podemos ir.
O moreno observou o valor entregue, levantou-se por fim após deixado o pagamento entre a caderneta que entregou a mulher. E caminhou a saída, confortando as mãos nos bolsos quentes do casaco por um breve momento, e a retirar o par de luvas pretas e em couro, revestindo as mãos frias, entrou no carro.
Shiori caminhou junto dele para fora do local e observou-o a colocar as mãos no bolo e depois retirar, aproximando a própria mão da dele a espera de que ele a segurasse, porém o viu retirar as luvas e disfarçou a voltar a mão ao local. Num breve reflexo, Kaname chegou notar proximidade dele, voltou-se a encarar a zona abaixo, porém nada viu. Abriu a porta do carro e entrou no veículo, sentindo a calidez agradável do lugar na troca de temperaturas. O menor adentrou o carro junto dele e acomodou-se no local.
O médico fechou a porta do veículo e mesmo ainda parado, abriu a janela e sob a porta descansou o braço, deixando para fora o cigarro que acendeu e passou a fumar, silenciosamente enquanto o outro desviou o olhar a ele com um sorriso.
- Queria poder sentir frio...
- Por quê?
- Porque era bom. - Sorriu.
- Hum, principalmente quando há modos de tirar esse frio de maneira corporal.
Hai. E eu não iria fazer você morrer se frio...
- O que?
- Se eu te abraçar... Você vai morrer de frio.
- Quando estamos transando seu corpo não fica frio.
- Eh?
- O que eu acabei de falar.
- Eu... Eu fico quente?
- É óbvio que fica.
- Mas isso não é normal...
- Você provavelmente só não sabia ou não sentia. Afinal é o meu corpo que esquenta o seu no contato físico.
- Hum... - Shiori uniu as sobrancelhas e desviou o olhar a janela. - E-Entendi...
- Se estou quente, em contato físico sua pele se torna quente. Por esse fato que pessoas com febre adoram o contato físico de outras, encontram a calidez de outro corpo, o mesmo acontece com o frio.
- Entendi...Após o término do cigarro, que foi embora com o cheiro suavemente perfumado do ar condicionado no carro, Kaname deu contato da chave no veículo e por fim o ligou a seguir a rua, e enfim o caminho de casa. O menor desviou o olhar ao próprio colo e uniu as sobrancelhas, encolhendo-se no local a tentar ser sutil.
O médico se virou pouco a observá-lo, conforme se ajeitava pelo banco, porém era breve e logo tinha em vista a direção nublada e certamente fria, da neve em frente a rua. Shiori suspirou, observando a janela ao lado de si.
- Eu... Preciso ir ao banheiro.

- Ainda falta um tanto pra chegar.
- Tudo bem.
- Vou encostar o carro.
- Eh?
- Para você.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Não queria ir ao banheiro?
- Ah... Não...
- O que? - Voltou-se a ele, ao colo reprimido. - Ah, está ereto.
- Não estou...
Shiori uniu as sobrancelhas a pressionar a mão no local e gemeu baixo, sutil.

- Não está, é.
- E-Estou...
- Que lascivo.
- Eh? Não sou...
- Ficou assim porque eu falava que seu corpo esquenta.
O pequeno assentiu, sutilmente.
- Lascivo.
- Não sou!- Quer que eu o alivie?
- Eh? Ah... H-Hai...
- Las-ci-vo.

O menor uniu as sobrancelhas. Kaname dirigiu o veículo a beirar a calçada coberta de neve. Com uma das mãos livrou a outra da luva e logo deu empurrão leve com as mãos do garoto, as que cobriam sua região desperta.

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