Miyako e Sayuki #20


- Sensei, eu preciso desligar. - 
Miyako falou a ele pelo telefone, dando término à conversa enquanto se levantava conforme o tilintar da campainha, denunciando a visita. - Eu tento fazer o jantar dessa vez, hum? Voltará no horário. Beijo, bom serviço.
E finalizou a ligação a atender a agente, a qual trataria os detalhes curtos de uma pequena entrevista pessoal na revista do próximo mês.

- Hai, ta bem... - Sayuki murmurou e sorriu. - Eu te... - Ouviu o barulho do telefone, notando que a outra havia desligado e uniu as sobrancelhas. - Amo.
Observou o telefone e o fechou, guardando-o no bolso.

- Eh, Sayuki... Que cara feia é essa?
- Ah, não é nada... Eu... Acho que estou trabalhando demais.
- Então vá pra casa, hum?
- Mas meu turno não acabou...
- Sayuki, nenhuma alma viva entrou aqui hoje.
- Tem certeza que eu posso ir?
- Sim, caso dê algum problema eu resolvo.
- Ah, obrigada.
O loiro sorriu a ele e fez uma pequena reverência, pegando as próprias coisas e seguiu à saída do local. Seguiu ao banheiro em seguida e trocou as próprias roupas pelas típicas roupas coladas no corpo, sabia que a outra gostava e só então deixou o colégio, pegando um táxi em frente ao mesmo e indicou o caminho de casa, encostando-se no banco e suspirou.

Após o chá feito, o qual Miya serviu a moça de longos cabelos negros sentada no sofá da sala. Acomodou-se deixando passar as perguntas que alguns detalhes escritos e outros gravados. Pequenas perguntas da vida pessoal, como preferência de roupas, produtos de cabelo, perfume ou maquiagem, ou mesmo alguma indicação de propaganda. Sobre o relacionamento não havia perguntado ou mesmo sobre interesses de fãs à fora. Alguns detalhes a mais fora sobre a revista, o que poderia esperar da coleção da marca e delongas a mais. Após o término de seu serviço, conversou com a já conhecida agente, algo qualquer e que certamente não seria colocado na entrevista. No fim de uma segunda xícara de chá levantou-se junto a ela e seguiu para a porta, dando fim a entrevista curta. E num beijo ligeiro sob seu rosto como despedida, logo voltou-se novamente para dentro.
O maior parou em frente à própria casa e sorriu ao motorista, retirando da bolsa o dinheiro que entregou a ele. Virou-se em direção a saída e antes que pudesse abrir a porta observou a outra na porta com a garota de cabelos compridos e bem vestida, era muito bonita de fato, e não tinha nada a ver consigo. Saiu do carro e pegou a própria bolsa, carregando as roupas e uma pequena sacolinha com doces que havia comprado para ela. Porém uniu as sobrancelhas e seguiu em direção à porta, abrindo-a com a própria chave e entrou, vendo ainda sobre a mesa as xícaras de chá.
A morena elevou a direção do par de olhos acinzentados ao rapaz. Sorriu a ele, ou ela, com surpresa diante da sua chegada inesperada. Tinha no balcão algumas sacolas de papel, onde guardados os ingredientes que usaria a fim de que, pela primeira vez, fizesse o jantar. Ainda assim, deixou-os ali e caminhou a ela, numa corrida não muito ligeira e beijou-o em sua testa coberta pelos cabelos louros.
- O que faz aqui tão cedo, gatinha?

- O diretor me liberou mais cedo... O que estava fazendo?
Sayuki murmurou a observar o local e ligeiramente as sacolas sobre o móvel.

- Hum, que bom. - Miya levou as mãos a acaricia-lo brevemente na cintura. - Estava escolhendo as coisas para o jantar.
O loiro arqueou uma das sobrancelhas.
- Ah estava?
- Ah... Sim? - Afirmou confusa, observando-lhe a feição do rosto.

Sayuki estreitou os olhos e retirou da bolsa a sacola com os doces de menta e os palitinhos de biscoito cobertos com morango, entregando-os a ela.
- Comprei pra você.

A menor aceitou o pacotinho com suas pequenas compras doces e observou-as, notando o que havia trazido. Deu-lhe uma piscadela e sacudiu a caixinha de pockys, sugestivamente lhe mandou beijinho pela ar e caminhou até a sala, deixando a sacola com os doces que aproveitaria mais tarde e da mesa de centro tirou as xícaras de chá, levando-as até a pia.
- Está com fome?

- Uhum.
O maior assentiu e sentou-se no sofá, observando-a retirar as xícaras e cruzou os braços.

-Por que não toma um banho enquanto eu faço, hum?
Miya sugeriu e levou a água ao fogo, enquanto posterior ao gesto, retirou as compras e separou o necessário. Alguns vegetais e temperos leves.

- Certo.
O loiro assentiu e levantou-se, seguindo devagar em direção ao quarto. Adentrou o local e fechou a porta, suspirando a permanecer parado ali por alguns segundos. Retirou as próprias roupas, e notou que ela se quer havia comentado algo sobre as mesmas como faria habitualmente. Seguiu até o banheiro e logo ligou o chuveiro, tomando um banho rápido.

Miya assistiu-o a se levantar e franziu suavemente o cenho como nem mesmo percebeu. Enquanto via sua figura dorsal partir de vistas, estranhou-o. Seria pela ligação da tarde? Indagou-se em silêncio enquanto ponderava e preenchia a panela d'água com os fios grossos do fettuccine. E ao tê-lo feito, voltou-se a cortar em filetes os temperos verdes o qual sabia não ser de desagrado alheio, visto que o lourinho era exigente com suas refeições. E noutra panela, levou os ingredientes, faria molho parisiense como sabida da afeição do rapaz pelo lugar. Talvez tivesse usado um elástico nos cabelos, evitando-os na comida, se não fosse pela franja que corria com teimosia em frente ao rosto. E enquanto banhava-se o companheiro, imaginava pedir-lhe desculpas pela ligação ou pela forma como havia desligado.
Sayuki desligou o chuveiro e soltou os cabelos presos pela presilha no alto, logo após secar o corpo com a toalha própria já no banheiro. Voltou ao quarto e vestiu-se com a roupa intima preta, havia substituído quase todas as próprias roupas para aquela cor, afinal sabia que a outra gostava dela. Suspirou e observou a gaveta, pensando em uma roupa para vestir e por fim ergueu-se, desistindo da gaveta. Saiu do quarto e seguiu ate a sala, observando-a na cozinha e fez questão de fazer um barulho qualquer para que ela prestasse a atenção em si, mesmo por alguns segundos, seguindo até a lavanderia onde pegou o short não muito curto e soltinho que vestiu e a regata branca, voltando até a sala após se vestir.
O fio do macarrão pairou entre os lábios da menor, que até a pouco o sugavam para a boca. Pendeu entre eles enquanto assistia a passeata do companheiro até a lavanderia, em uso de suas habituais rendas pretas, destacantes em sua cútis clarinha e com demasiada falta de imperfeições, principalmente em suas belas nádegas nada masculina e suspirou, enquanto ingeria a massa já cozida. Sobre o molho paris na panela, despejou o fettuccine, e igualmente os temperos já preparados, o queijo, e os vegetais. As azeitonas separou em fatias finas, não gostava delas, mas o outro sim.
- Sensei, me desculpe pela ligação hoje mais tarde.
A morena dizia e voltou-se novamente a observá-lo, por um breve momento arqueou ambas as sobrancelhas com passagem rápida, surpresa pela escolha de roupas. Sayuki s
entou-se no sofá da sala logo após voltar ao local e ligou a tv, assentindo ao ouvi-la.
- Tudo bem.

- O que há com essas roupas? É difícil usar roupas assim. - Ela o provocou junto a um riso e voltou-se ao jantar quase pronto. - O que quer beber?
- Só queria ficar confortável. Por quê? Não gostou? - Murmurou e voltou-se novamente à tv. - Suco de abacaxi com hortelã.
Iie. Te faz parece um menininho, mas fica uma gracinha. - Ela ditou e seguiu à geladeira, buscando as folhinhas de hortelã. - Achei que fosse preferir vinho.
Os pedaços de abacaxi preparados em cubos, pouco encoberto por raspas de de gelo e levou ao processador, preparando a bebida mencionada. E com atenção no jantar, desligou-o, servindo-o na travessa. O suco levou à jarra e embora já gelado o suficiente, acresceu gelo. No término guardou os retirados da geladeira de volta a ela. Algumas louças na pia, poucas, mas que deixaria a limpeza para mais tarde.
- Aonde quer jantar? Ainda quer ver tv?

- Não, podemos comer na mesa se quiser. - Levantou-se. - Eu arrumo. - Seguiu em direção à cozinha, pegando a toalha de mesa que levou até a mesa de centro da sala. - Da pra ver a tv daqui.
Miya assentiu a ele e deixou-o adornar a mesa. Pegou a travessa de jantar, deixando-a sobre ela. Posteriormente as taças de vinho tinto, embora escolhida outra bebida que igualmente deixou ali. E postos os pratos que ele mesmo deixou, seguidamente os talheres. E após ajeitar as coisas na cozinha, voltou novamente ao cômodo junto dele e sentou-se à mesa.
O loiro se sentou ao lado da outra ali após tê-la ajudado a arrumar a mesa e serviu-se com a comida, assim como o suco em seguida, bebendo um pequeno gole do mesmo antes de experimentar o jantar. Miya se serviu posteriormente ao outro, da bebida e experimentou-a, achando suficiente a quantidade pouca de açúcar que adicionou e logo, do jantar do qual não experimentou e esperaria-o fazê-lo primeiro.
- Está muito bom. - Falou baixinho a observar o prato e levou pouco mais aos lábios.
Miya sorriu a ele.
- Hum, que bom. Primeira vez que faço algo pra você comer, não?

O maior assentiu e desviou o olhar a ela, mesmo ainda sério.
- Obrigado.

- O que houve? Aconteceu algo no serviço? - Indagou após dar início ao jantar.
- Não. Mas aconteceu aqui.
A menor o observou e descansou o talher em beira ao prato.
- O que?

- Quer explicar as xícaras de chá?
- O que há com as xícaras?
- O que há com as xícaras? - Riu e negativou levantando-se.
- Eh?
Ela indagou num murmuro breve e segurou-o no pulso ao que se levantou, porém ele puxou o braço.

- Me solta!
Miya ergueu a direção visual a ele, conforme ainda sentada e franziu suavemente o cenho. Levantou-se posteriormente, observando-o defronte.
- O que foi?

- Eu vi aquela vadia saindo daqui! - Puxou o braço novamente, soltando-o. - Eu posso não ser tão bonito, nem ter o cabelo tão comprido, nem ser mulher, mas eu não sou idiota!
- Ah?
Ela indagou ainda que fosse desentendida. E ponderou diante das reclamações e comparações desnecessárias. Embora fosse contrária, e fosse realmente idiota. Negativou com a cabeça, num maneio e tornou segurá-lo no pulso.
- O que faz concluir que eu estava fazendo alguma coisa com ela?

- Vi você beijando ela, e até agora tentou esconder que ela esteve aqui! Me diga... Quantas vezes ela veio aqui desde que peguei o turno da noite?
- Eu não a beijei. Está vendo coisas! - Exclamou sem que o tom fosse alto. - E não tentei esconder nada.
- Não?! Perguntei o que estava fazendo e falou dos temperos. Falei da xícara e desconversou!
- Mas eu estava escolhendo o que fazer pro jantar! E eu perguntei o que tinha a ver com as xícaras, você não me perguntou porque tinham duas sobre a mesa de centro. E eu não beijei ninguém.
- Beijou sim! - Sayuki falou alto e sentiu as lágrimas presas aos olhos.
- Não beijei!
Miya exclamou e dessa vez soou mais alto, porém sem gritos. Puxou-o em seu braço o qual segurado ainda no pulso novamente, e o abraçou contra o peito diante das lágrimas que assistiu limitadas em suas marcas d'água. E com a outra mão que levou em seu queixo, erguera-o a fim de beijar seus lábios.

Sayuki fechou os olhos ao senti-la puxar a si e a única lágrima escorreu pela face. Uma das mãos levou sobre o ombro dela, pronto para empurrá-la, porém apenas repousou sobre o local, assim como relaxou as mãos ao sentir o beijo e as carícias dos lábios dela.
A outra pressionou os seus lábios com os próprios, sentindo o toque macio do par. Entre beijos superficiais a partilhar de mordidinhas sem uso dos dentes, o lambeu e apertou contra si no abraço. O maior uniu as sobrancelhas ao senti-la apertar o corpo contra o dela e gemeu sutilmente, porém afastou-se dela, cessando o beijo apenas para puxá-la pelo braço, seguindo em direção ao quarto.

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