Kazuma e Asahi #17 (+18)


O sorriso estava na face do padre, e talvez fosse a primeira vez em muito tempo, estava feliz. Andava pelos cômodos analisando se tudo estava de acordo, e estando tudo certo, desceu para a cozinha a pedir ao rapaz que fizesse o almoço. O dia até parecia mais claro naquela tarde, embora ainda estivesse nublado pela nuvem de poeira do lado de fora. Quando finalizado o trabalho, depois de tanto tempo, indicou que faria uma missa mais tarde e subiu para a torre do sino, onde costumava olhar o terreno e dali, enxergou a base dele, mesmo que não pudesse vê-lo, e pegou o quepe que havia deixado ao lado, observando-o, era bonito, e dele, tinha aquele cheirinho gostoso de shampoo, e era isso mesmo que queria sentir quando sentisse a falta dele.
- Ele vem hoje... Ele tem que vir.
Murmurou e sorriu, e parecia uma adolescente apaixonada.

Kazuma fez última anotação na listagem de suprimentos, conferindo a nota passada pelo soldado, verificando se batia com a descrição no papel e somente então regrediu ao próprio aposento e escritório. Preparando a listagem de produtos que poderiam sair da base e que fossem levados para a igreja. Há alguns dias não ia até lá, precisava abastecer o lugar, já bem "povoado" por pessoas que precisavam de cuidados mais detalhados. Feito isso, selecionou o soldado e amigo responsável pela separação e empacotamento do que levariam, e na conclusão, logo recolocavam as caixas dentro do veículo, transportando-os até a igreja no caminho já bem conhecido. 
Asahi ouviu o barulho do carro que havia estacionado ali e abriu um sorriso nos lábios, sabia que era ele, e estava feliz, só esperava que aquela felicidade não fosse em vão e que ele de fato estivesse ali. Desceu as escadas em direção ao salão e observou ali a enfermeira, que parecia meio triste, meio distante e sabia o porque, era ele, mas não entendia como ela podia se afetar tanto.
O moreno parou o veículo em frente ao lugar onde de costume. Desembarcou assim como o soldado que consigo levou as caixas, adentrando logo o salão da igreja onde depositou os mantimentos. Pôde interromper a oração de pelo menos meia dúzia de idosos.
- Continuem. - Disse no entanto, sendo logo recepcionado.
O loiro se aproximou do rapaz assim que o viu entrar e o sorriso estava agora no canto dos lábios, meio tímido, queria abraçá-lo, mas não pôde.
- Kazuma.
- Padre.
O outro disse em retribuição, e não pode deixar de lhe ceder um mesmo suave sorriso diante do que recebeu em troca. Claro que não era normalmente muito simpático, mas seu sorriso parecia o de uma criança tímida, impossível não retribui-lo.

Asahi se aproximou dele, meio contido, o coração ainda batia acelerado no peito e não sabia se conter, era tão bom se sentir daquele modo. Mas estava fraco, não havia comido direito há alguns dias e tudo isso se devia aquela febre repentina que tivera e estava fraco. Observou o outro, tão próximo e tão contido que sentiu-se mal e teve que se apoiar nele para não cair, mas fora exatamente nessa hora que caiu, perdendo a consciência. Certamente se estivesse acordado, se acharia um imbecil, já que ele vinha poucas vezes e quando vinha, desmaiava.
- Como est-...
Kazuma disse e no entanto interrompeu antes mesmo de terminar a frase, teve de segurá-lo conforme despencou sem sustento no corpo. Por um momento permaneceu parado, fitando algum ponto qualquer sem nitidez a frente. Era um padre pirralho mesmo. Pensou consigo mesmo e notou a enfermeira desesperada em direção a ambos. Ergueu-o no colo no entanto, o levando para o caminho de seu quarto.
Não durara muito o sono que o loiro teve, assim que caiu, fora o tempo de ser carregado ao quarto e mais um pouco, o suficiente para uma discussão dele com a garota que insistia em ficar no quarto, sonhava com ele. Sonhava com um campo bonito com flores e estava junto dele, longe de todo aquele caos, longe daquele inferno. Piscou algumas vezes quando por fim se libertou do sono e o observou ao lado, confuso.
- O que houve...?
- Você age feito criança, Emi. Terá de voltar para a base militar, não sabe agir como enfermeira, age como mulher! - O maior retrucou e diante do murmuro, logo se voltou ao rapaz no qual estava sentado ao lado. - Você, criança, precisa ter cuidado.
Asahi uniu as sobrancelhas, observando-o e encolheu-se ao ouvi-lo, amedrontado pelo tom alto com que falou consigo.
- Pare de agir assim, senão só vai me fazer ver ainda mais uma criança. Dois pirralhos, você, mulherzinha apaixonada por um homem que não quer uma mulher, não sabe ser enfermeira, desista, vá embora. E você, não sabe se cuidar? Tem que se recolher por uma voz alta?
O menor negativou, sem saber o que acontecia e novamente uniu as sobrancelhas.
- Kazuma...
- Por que está falando assim comigo?! Como pode ser tão cruel? - Disse a garota.
- Porque estou cansado dessas carinhas covardes. Vocês dois parecem irmãos.
- Eu não fiz nada! - O loiro arqueou uma das sobrancelhas. - Por que diabos está gritando?
- Então porque não me mata? Já que sou tão inoportuna para o senhor? - Disse a enfermeira.
- Inoportuna a mim? - O maior indagou e riu, talvez pela primeira vez para ambos, de modo tão aberto. - Você não é nada pra mim Emi, mas é inoportuna na sua função como enfermeira, você está pensando com seus sentimentos, não com a sua cabeça estudada. 
E você, Padre, não estou gritando, pra início de conversa, mas deveria dizer a essa mulher que não quer uma boceta. E parar de se encolher feito um filhote em sua cama, e parar de ficar adoecido já que a enfermeira que veio aqui está mais preocupada em relacionamentos amorosos do que ao bem estar de seu pacientes. Tão boa que não pôde nem recuperar Asahi.
A outra arregalou os olhos ao ouvi-lo e irritada, virou-se a seguir para fora, batendo a porta ao sair e seguiu em direção ao andar de baixo. Asahi estreitou os olhos a ele, principalmente pelo palavreado.
- Cale-se, Kazuma! Você está na casa de Deus caso não se lembra! Vai continuar falando assim?!
- C-Cale-se!
- Cale-se você.
- Eu esperei você chegar! Eu esperei todo dia, e quando chega desconta a raiva em mim?!
- Não estou descontando a raiva. Eu não gosto de irresponsabilidade.
- Eu não sou irresponsável! Minha responsabilidade não é cuidar de ninguém! A dela é! Eu fiquei doente, só isso.
- Sua responsabilidade é cuidar de si mesmo.
- Estou cuidando.
- Hum, ora, fez muito bem.
- Por que não pode simplesmente dizer que sentiu minha falta?
- Apenas cuide melhor de si mesmo, e converse com a Emi sobre o que ela acha que vai conseguir, certo?
- Por que não quer que ela fique perto?
- Não ligo que ela fique perto desde que o sentimento dela não interfira no trabalho. Na última vez que conversamos ela queria mais duas enfermeiras pra cuidar dos idosos e crianças, e pra que? Para ter tempo a toa, e ficar dando atenção somente a você. Logo, qual a valia de uma enfermeira que não sabe ser uma? Ela preferia tirar duas enfermeiras que cuidam de dezenas de homens todos os dias somente para ser capaz de ficar sem fazer nada do seu lado. Portanto se cuide e não dê motivos para que ela se torne ainda mais inútil do que tem se tornado.
Asahi o observou por um pequeno tempo, e queria acreditar que ele podia ter um pingo de ciúme de si, ou tentar arrancar dele algum sentimento diferente, mas não haviam brechas.
- Hum.
- De todo modo, seu jantar deve estar pronto em breve, precisa se alimentar para não desmaiar.
- Não se preocupe comigo.
- Estou falando sério.
- Também estou.
- Certo, não estou com paciência, sua comida está toda lá embaixo.
- Já vai?
- Vou.
O menor assentiu e desviou o olhar, ajeitando-se na cama a se cobrir com o cobertor.
- Afinal, você está bem e eu não preciso me preocupar, ah?
Kazuma disse, como a última coisa que queria dizer. Havia chegado bem por lá, mas as coisas haviam tomado um ritmo diferente e já não era alguém muito fácil de se lidar. Deixou-o em seu quarto, impaciente para suas expressões afetadas ou sua hipocrisia.
O loiro desviou o olhar a ele e negativou enquanto o via seguir para a saída, e embora não quisesse, fora obrigado a engolir o orgulho.
- Kazuma!
O maior esperou por um momento ao ouvi-lo chamar, esperando que dissesse algo de valia.
- Não vá embora, preciso de você.
- Do que você precisa?
- De você.
- O que quer de mim?
- Que volte aqui.
- Diga logo!
- Não posso falar isso alto, Kazuma.
- O que, ah? - Indagou a se virar de volta a ele. - Você quer sexo?
- F-Feche a porta...
O moreno empurrou nos poucos centímetros aberta a porta, e fechou-a.
- Quero.
- Ora, quer isso na casa de Deus?
- Pare com isso.
- Tire sua maldita batina.
Asahi suspirou e abriu o zíper na parte de trás da roupa, retirando-a a expor o corpo magro já conhecido por ele e deitou a roupa no chão, vestindo apenas a roupa intima.
- Está com ciúme?
- Ciúme de que, padre?
Kazuma retrucou e caminhou até ele, impaciente em suas delongas e todos seus retruques insolentes, tal como puxou vigorosamente seu uniforme religioso, num rasgo bem fácil. O menor uniu as sobrancelhas ao ouvir o uniforme rasgando e desviou o olhar.
- Era... Minha única roupa. - Murmurou e negativou.
- Terá outras. Não há porque vestir essa merda de roupa. - Disse o moreno e jogou no chão o pedaço de tecido antes de tirar a peça completamente.
- Eu ainda sou um padre, Kazuma.
- Não é. - Kazuma retrucou e puxou o garoto por seus braços, virando-o de costas em sua própria cama.
- Sou sim, desde que nasci praticamente! - Asahi falou a ele e virou-se, agarrando-se a cama e uniu as sobrancelhas. - Kazuma...
- Não é, está sendo hipócrita, não tenho paciência pra isso, Asahi. - O maior retrucou novamente e levou os dedos entre suas nádegas, tocando o louro em seu amago.
- Pare de mentir pra mim, Kazuma... - Falou a ele e encolheu-se num sobressalto ao senti-lo tocar a si no local.
- Mentir o que?
Kazuma indagou outra vez e com a mão que o tocava, levou até a boca e tornou ao mesmo lugar, onde com o dígito úmido, vagarosamente o penetrou. O menor femeu, dolorido ao senti-lo adentrar o corpo e mordeu o lábio inferior, desviando o olhar a ele atrás de si.
- Eu sou... Sim...
- Então não sou eu quem está mentindo.
O moreno tornou dizer e investiu novamente, tendo o dígito inteiramente penetrado em si. Asahi abaixou, repousando o tronco sobre a cama e negativou, agarrando-se ainda ao lençol e já sentia as lágrimas presas aos olhos.
- Iie!
- Por que inferno você quer tanto se auto afirmar?
O maior brandiu e  soltou novamente, deixando seu corpo a pouco penetrado por um dos dedos. 
- Preciso desse lugar... Sem ele eu não sei quem eu sou... E se você for embora amanhã, eu não tenho mais nada...
- Mesmo se não for a porra de um padre, você vai poder morar aqui, vai poder descobrir o que quer. Pare de tentar se auto afirmar, isso é ridículo. Faça o que quer fazer, esse país está um caos, tem coisas mais importantes pra pensar.
O menor desviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas e negativou.
- Por que está tão nervoso?
- Porque você está sendo patético, chorando, tentando se convencer disso, é irritante.
O menor assentiu, piscando algumas vezes e desviou o olhar a ele. Kazuma fitou o jovem padre, cansado do assunto preferiu calar tanto a si como ele. Levou a mão até a roupa, abrindo o que fosse suficiente da roupa, tão logo se expor. Não precisou de muito, envolveu-se com os dedos, movendo-os em torno do sexo exposto, suficiente para formular uma ereção a medida em que o encarava já nu, de quatro.
Asahi manteve-se em silêncio, virado ainda e fechou os olhos, apoiando-se com firmeza na cama. Ao chegar até ele, o general segurou seu quadril com uma das mãos, usou a outra para roçar-se em seu âmago, e com a glande friccionou o sexo em seu corpo, tão logo o qual adentrou,o penetrando devagar, embora não tanto.
O loiro o sentiu tocar a si, e era gostoso apenas de meio frustrante por saber que ele estava zangado consigo. Manteve a cabeça baixa e olhos fechados, agarrado ao local e gemeu, dolorido novamente, mordendo o lábio inferior a sentir a pontada de dor que percorreu a espinha.
Numa investida, Kazuma se moveu o suficiente para preenchê-lo com todo o próprio tamanho, senti-lo se moldar em torno do sexo e ser apertado suavemente, por seu corpo pouco acostumado com o sexo. Permaneceu algum tempo parado, apenas para acostumar até a si mesmo com seu aperto, no entanto logo formulou a primeira investida.
O menor apertou o lençol entre os dedos, dolorido demais e sentiu os braços fraquejarem, fora então que novamente se deixou cair sobre a cama e o tronco apoiou na cama, mantendo o quadril erguido ao sentir a primeira investida dele, gemeu novamente, mais alto.
Quando o fez, o moreno fora novamente obrigado a interromper os movimentos, esperou um tanto mais, ouvindo-o gemer dolorido, rouco. E voltou a fazê-lo ruir na segunda investida, o qual deu passe para dar sequência, criando ritmo. Sentindo seu corpo aos poucos se lubrificar, ferido, mais quente. Asahi suspirou e fechou os olhos, mordendo o lábio inferior a tentar conter os gemidos antes que alguém pudesse ouvir e já podia senti-lo se mover contra si.
- A-Ah...
- Pode gemer alto, geme e mostra pra Emi que quer dar o cu ao invés de penetrar uma mulher. Assim, ela vai poder cuidar dos velhos e das crianças.
Asahi negativou e mordeu o lençol, puxando-o entre os dentes e estremeceu, sentindo-o atingir a si a fundo, onde gostava. O maior levou ambas as mãos em sua pelve, segurou direção dos quadris e passou a puxá-lo sem impasse, era magro e fácil de manejar. Podia ouvir a pele ressoar na colisão do ventre em suas nádegas, como se fossem tapas sequentes. Gostava daquele ruído, gostava propriamente do barulho quanto a força que usava.
O loiro se apoiou na parede com uma das mãos, visto que era empurrado contra ela devido aos movimentos dele, mais fortes do que de costume, até meio descontrolados. Talvez ele ainda sentisse raiva de si por algum motivo. Uniu as sobrancelhas e desviou o olhar a ele, o gemido alto deixando os lábios.
- Kazuma!
- Fala.
Kazuma retrucou unicamente e soou um pouco rouco, embora tivesse compasse. Continuava no entanto a se mover, investindo para ele, puxando-o consigo, ainda em seu protesto ao chamar pelo nome. 
- V-Vão ouvir! - O loiro falou a ele, tentando soar audível em meio a voz falhada pelos movimentos e sentia-se arder ao redor dele, apertado e dolorido. - Ah!
- Vão ouvir o que?
O moreno voltou a dizer, o respondendo, mesmo assim continuou, deu até uma afrouxada, não por seu aviso.
- O... O barulho...
Asahi murmurou e encolheu-se, sentindo-o tocar a si no local tão prazeroso por dentro, estremeceu novamente.
- Qual? Da sua bunda batendo em mim?
- A cama... Na parede...
- Não vão, sempre fizemos esse barulho.
- Hum...
- Vamos, Padre. Pode gritar, pode gemer. Você pode gozar. - Retrucou outra vez. - Estou sentindo você apertar.
Disse o maior outra vez e voltou a penetrá-lo com a mesma força, fazendo o mesmo barulho, e com o ritmo, logo chegava cada vez mais perto do ápice assim como ele, um pouco mais rápido que o habitual, talvez fosse a falta da paciência, a força como o tomava.
Asahi assentiu, apertando o lençol novamente e manteve-se em silêncio, esperando não irritá-lo mais e não fora necessário muito mais de suas investidas naquele mesmo local. Gozou, e o gemido mais alto deixou os lábios, estremeceu mais uma vez, apertando-o no corpo e contorceu-se sutilmente.
Kazuma continuou a tomá-lo e mesmo antes de constar seu ápice, deixou fluir o próprio ao mesmo tempo, consequentemente pôde atingir junto a ele. Gemeu suave, rouco, ao finalmente gozar e deixar-se adentrá-lo, deixando o prazer dentro dele, dando interrupção ao ritmo mais vigoroso, o segurando, consigo dentro dele ainda.
O loiro gemeu novamente, sentindo-o a fundo no corpo e prendeu-o ali com o aperto que deu, embora não o suficiente para machucá-lo, queria apenas fazê-lo se sentir desconfortável e prazeroso ao mesmo tempo, como se sentia e ao fim, despencou sobre a cama, fechando os olhos.

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