Kaname e Shiori #29


Shiori adentrou o hospital, com passos apressados, já atrasado para a própria consulta, porém sabia que realmente não importava a hora, afinal o médico era pai da criança. Seguiu até a recepção a falar com as enfermeiras e viu ambas sorrirem entre si, uniu as sobrancelhas ao ato, estranhando o comportamento e por fim assustou-se com o comentário.
- Parabéns, Shiori-chan!

- P-Parabéns?
- Sim, pelo bebêzinho. Nós compramos um monte de coisa pra você. - Falou uma das moças a puxar a si pelo braço até o assento no local.
- Eh..?

- Ouvimos o Kaname dizer que você não falava com a sua família nem amigos e então decidimos fazer um chá de bebê pra você. Afinal, você merece um, é tão bonzinho.
- Ah, obrigado...
Shiroi sorriu e observou a pequena peça amarela que a moça colocou sobre o próprio colo.

- Não sabíamos se era menino ou menina, então compramos com cores neutras.
- Não faz mal, é lindo. - O menor sorriu a pegar a roupinha tão pequenininha e logo após receber o sapatinho branco da outra, tão pequeno que poderia perder em meio as proprias roupas. - Ah, eu adorei esse... - Sorriu. - Acho que... Um pézinho não cabe aqui dentro. - Falou baixo e riu.
Kaname se levantou da mesa, e tornou observar o relógio de pulso. Suspirou profundamente pelo atraso e da sala saiu caminhando pelo corredor afim de buscar algo na cafeteria do hospital, e talvez ligar em casa. Voltou-se as moças conforme o murmuro vindo da recepção e claro que se destacou os negros cabelos no meio do branco de sua pele e arqueou a sobrancelha, indagativo silenciosamente.
- Meninas, eu agradeço muito, mas eu estou atrasado, o Kaname está me esperando... - Shiori tentou se levantar e sentiu a moça puxar a si novamente.
- Mas você ainda não viu o meu presente...
- Ah... Hai... Mas...
Dali, Kaname cruzou os braços e ficou a observá-los numa leve distância. Shiori pegou o pequeno sapatinho azul de uma delas e o observou de perto, abrindo um pequeno sorriso tímido com tanta coisa que tinha sobre si e chegou a unir as sobrancelhas,afinal, queria sair e encontrar o outro, mas não deixavam.
- Já chega, não?
Kaname indagou sem exigir resposta enquanto se encaminhava à pequena festa particular. O menor d
esviou o olhar ao maior, assim como as garotas e assentiram, afastando-se.
- Desculpe, Kaname.
O maior observou os presentes ganhos e sorriu com sutileza as mulheres, agradecendo-as naquele gesto silencioso. O menor pegou as roupinhas embaladas novamente e a sacola rosa clarinho e levantou-se a carregá-la.
- Muito obrigado.

Kaname tornou agradecê-las e desta vez bem audível, seguindo com o moreninho até a sala médica. Shiori segurou a mão do outro e o acompanhou até a sala.
- E o que você quer saber sobre o bebê hoje?
- Sei que ele esta bem... Eu só queria ver você.
- Podia me ver em casa. Sabia que existem pacientes precisando desse horário, hum?
- Existem? As quatro da manhã?
- Claro, sempre tem alguém com um problema. Ser médico é ter sangue frio, sabia?
- Então, agora isso em você é literal. - Riu baixinho.
- Alguém me fez esse favor.
- Pode ficar um pouquinho comigo?
- Logo dará o horário de irmos embora mesmo. Quer ver o bebê?
- Quero.
- Então vamos na outra sala. - Dizia o maior sugerindo com a mão que seguisse à saída.
Shiori assentiu e o seguiu pelo local, carregando consigo as sacolas. Kaname descansou a mão sob seu ombro e seguiu consigo até a ultima sala no corredor onde acendeu a luz que pouco iluminou o cômodo, apenas o suficiente. Como já havia feito antes, lhe cedeu uma roupa, o qual seria de melhor uso. O menor caminhou junto dele até o local e logo pegou a roupa dada a si, retirando as próprias ali mesmo, afinal, já o conhecia o suficiente e vestiu-se.
Kaname caminhou a ele, observando sua menor figura, agora modificada pelos meses em que em seu ventre possuíra uma vida e enquanto se vestia, deslizou os dedos que suavemente elevaram o tecido em sua barriga e deslizaram outra vez descendo e a cobrindo.
- Deite ali. - Indicou ao caminho que logo traçou até chega no pequeno banco ao lado da cama médica.

O pequeno sorriu a ele e assentiu e se deitar sobre o local, ajeitando-se a puxar a própria roupa, expondo a barriga já maior do que anteriormente.
- Pronto.

Kaname buscou o aparelho, em junção de todo o necessário. Talvez quase não sentisse o calor do gel, fosse apenas um toque levemente cálido em comparação de sua pele e o espalhava, logo descansando o aparelho que deu visão do pequenino em seu ventre.
Shiori sorriu novamente a observá-lo pegar o aparelho e deslizar o gel pela própria barriga, por pouco tempo desejou poder sentir o toque em si, e se perguntava se era quente ou frio. Desviou o olhar ao monitor em seguida e pode ver o filho no local.
- Já está quase chegando em casa, hum? - Murmurou o maior, fosse para ele, fosse para si ou até mesmo ao bebê em seu ventre.
- Hai... Isso me assusta um pouquinho.
- Não precisa, não vai nem sentir e nem precisar se recuperar como alguém normal.
- Hai... Eu sei... Mas vai doer... Eu lembro como foi quando quebrei a perna.
- Mas não vai ser como quebrar um osso.
- Hai... 
- E a pele é quase superficial agora.
- Quanto tempo... Até ele nascer?
- Hum... Algumas semanas.
- Muitas ou poucas?
- Meio termo.
- Mas e se eu estiver sozinho em casa...?
- Na sua ultima semana eu vou ficar em casa.
- Você... Vai... Fazer o parto?
- O que prefere?
- Não é que eu... Esteja duvidando da sua capacidade... É que... Não gostaria que me visse assim...
- Assim como? Você não é uma mulher, não vai ser estranho.
- Hai...
- Mas se não quiser, podemos pedir a outra pessoa.
- Iie... Eles não podem saber...
- Ah, é verdade.
- Não me importo... Que seja você.
- Não farei nada ruim pra você.
Shiori desviou o olhar e sorriu logo após.
- Você viu que eu ganhei um monte de roupinhas?
- Vi sim, as enfermeiras decidiram te alugar.
- Ah, hai... Mas não vai acontecer de novo.
- Acho bom. Me mostre. 

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