Fei e Hazuki #25


Já era tarde da noite, Hazuki já havia acabado todos os próprios clientes e fazia pouco frio pelo local, mas indicava que logo iria nevar, e o inverno costumava ser rigoroso. Tocava a flauta que carregava consigo, deixando que o som fosse agradável pelo local numa musica tranquila e lenta, esperando o outro voltar, afinal, ele tinha clientes a mais que si e mesmo que sentisse o ciúme, não poderia dizer fazer nada, era o trabalho dele, então apenas guardava para si.

O tênue caminho dos passos descalços do loiro pelo solo de madeira, numa plataforma polida em qualquer canto da casa de cortesões, indicava em som a proximidade, denunciada pelo cheiro doce que vinha do corpo recém banhado, limpo e pronto. A melodia era tão calmeira, que se a ouvisse por demais tempo, dormiria ali mesmo, naquele frio que eriçava o corpo, a tez.
- Se não parar vou cair dormindo, Gong zhu.
O moreno nem ao mesmo ouviu os passos pelo local, concentrado na musica que tocava, de olhos fechados e logo que ouviu a voz dele, virou-se, fitando-o e cessou a musica.
- Boa noite, ouji.
- É estranho o modo como instrumentos tristes são sempre os mais bonitos, não é?
Fei indagou no costumeiro tom baixo. Aproximou-se do outro e ao seu lado se sentou, sentindo a falta de calor, mesmo a transpassar pelo tecido da roupa. O menor s
orriu a ele.
- Hai... É linda. Encerrou a noite?

- Já faz algum tempo, até tomei banho.
- Ah... - Riu e lhe selou os lábios. - Temos trabalhado muito ultimamente...
- Agora eu vim trabalhar pra você. O que deseja essa noite, ohime-sama?
Hazuki riu baixinho.
- Quero você, hum... Como eu tinha antes... - Aproximou-se, selando-lhe os lábios novamente. - Depois que eu fiz amor com você... Eu só queria você... E só consigo sentir tanto prazer assim contigo.
Murmurou, segurando a mão do outro e entrelaçou os dedos aos dele. 
Uma das mãos, o loiro levou a tocá-lo em sua nuca, onde pressionou a ponta dos dedos enquanto havia o prendido por alguns segundos a manter o toque labial.
- Mas eu acho que fazer amor aqui não seria uma boa ideia.

- Hai. Está muito frio.
- Onde quer ir?
- Hum... Se não tivesse acabado de tomar banho, eu ia pedir pra tomar um banho quente comigo...
- Vamos a um hotel. Vamos passar a noite fora.
- Hum? Mas... Katsuragi vai perceber.
- E daí?
- Ah... Ta bem.
- Não tenha medo do Katsuragi. Só aproveite a noite, gritos não vão matar a gente e ele não vai bater em você.

- Hai... - Hazuki se levantou, sentindo o vento frio bater em si. - Hum...
Fei se levantou logo junto dele, postou-se em sua frente até que fosse voltado a si. Uma das mãos dispôs em sua cintura, enquanto a outra lhe fora ao queixo.
- Wo de Gong zhu.
Sussurrou ao que sobrepôs seus lábios com os próprios e o beijou. Hazuki s
orriu, mal lembrava-se como era o chinês, tão diferente pra própria língua, mas não se importava, diante dos atos do outro, sabia o que significava. Levou ambos os braços ao redor do corpo dele, apertando-o entre os mesmos e retribuiu o beijo, massageando-lhe a língua com a própria.
O loiro passou a língua sobre a outra em toque suave que prosseguiu pouco gradativo, não foi rápido, mas firme pressionava a língua do outro, roçando-as em troca de saliva branda, mesmo intensa, e abraçava-lhe igualmente a cintura ao que passou os braços em torno de si.
Uma das mãos de Hazuki subiu a lhe acariciar os cabelos, suspirando em meio ao beijo, esperou tanto tempo por aqueles toques e mesmo que o tocasse diariamente, não era suficiente, queria uma noite com ele, queria o corpo dele junto ao próprio. Cessou o beijo, selando-lhe os lábios algumas vezes.
- Vamos... Vamos.

- Vamos.
Fei sussurrou-lhe contra os lábios ainda próximos, num meio sorriso que lhe deu a fitar de seus beiços corados pelo beijo. O moreno s
elou-lhe os lábios mais algumas vezes, entrelaçando os dedos aos dele.
- Vamos. - Puxou-o consigo.

- Precisamos buscar alguma roupa pra dormir.
- Ah, hai... Desculpe.
- Está excitado, hum?
O loiro indagou de voz baixa, entrando pelo bordel e subiu as escadas encarpetadas até a região dos quartos. Hazuki s
eguiu o outro, rindo baixinho ao ouvir a pergunta, sentindo a face se corar e assentiu, mesmo que o outro não pudesse ver a si, seguindo ao próprio quarto e pegou as roupas.
Fei buscou as roupas para o dia seguinte e uma peça e outra pra dormir, isso se realmente fosse dormir com roupas no corpo. Guardou-as em uma sacola simples e encaminhou-se ao quarto do outro, observando-o a ajeitar suas próprias coisas. Assim que pegou as roupas, o menor se virou, sorrindo ao maior e lhe segurou a mão novamente.
- Pronto ne.

- Ya.
O maior sorriu a ele e se voltou ao caminho das escadas, desceu pelos degraus a fitar a silhueta distante de Katsuragi, que viu a ambos e não disse nada, mantendo-se naquela distância que não se expunha e nem o disfarçava. O menor c
aminhou mais rápido, escondendo-se próximo ao outro e correu escada abaixo, com cuidado para que não tropeçasse no quimono.
- Hazuki, sem pressa.
O maior disse, e estranhou até mesmo a si ao tê-lo chamado pelo nome, mas continuou o caminho.

- Ahn?
O moreno uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo chamar a si e assentiu, caminhando junto ao outro. 
Após a saída, Fei caminhou pela cidade, que apesar de tudo, era muito bonita, mesmo a noite.
- Não precisa ter medo quando estou com você.

Hazuki observava o local com um pequeno sorriso nos lábios.
- Não... Não tenho medo quando estou com você... Tenho medo quando estiver longe.

- Então por que tanta pressa?
- Porque ele me assusta. - Riu.

- Só ficar o tempo todo comigo.
- Hai... - Suspirou. - Essa cidade é tão bonita.
- Vamos trabalhar juntos qualquer dia, ah?
O moreno se virou, observando-o.- Ahn....? Ah...N-Não...
- Por quê? Não gostaria que eu fizesse com você enquanto um cliente olha?
- Hum.... - O menor escondeu a face, virando-a de lado e deixou que os cabelos cobrissem a mesma. - Iie...
- Por quê?
Fei cessou os passos a lhe segurar o rosto e voltá-lo a si novamente. O menor s
entiu a face se corar, observando o outro.
- Eu... Eu teria vergonha.

- Vergonha de que?
- Do cliente, ora...
- Por quê? Você transa com eles e tem vergonha que eles olhem?
- Mas... É que... Com você é diferente deles ne...
- O que é diferente?
- Eu amo você...
- E isso faz ter vergonha que um cliente veja?

O menor uniu as sobrancelhas e não era aquilo, o problema era que não queria misturar amor ao trabalho.
- S-Se quiser, eu faço.

- Quero que me diga o motivo, é só isso. Não consigo compreender. Eu não gostaria que me visse transando com outra pessoa, mas não me importo que me vejam transando com você.
- Não quero ver você transando com outro... Eu arrancaria a pessoa no tapa. - Riu.
- Esqueça, estou louco pra fazer amor com você.
Fei o passou fronte ao corpo e passou ambos os braços a envolta de sua cintura num abraço, o caminho sem agilidade ao hotel próximo, caminhando atrás do moreno, lhe mordeu a pouca exposição do pescoço onde deu um beijo em seguida.
- Ai ni. - Sussurrou-lhe ao pé do ouvido na tênue rouquidão da voz.

Hazuki abriu um pequeno sorriso, caminhando junto dele e já podia ver o local próximo, levando uma das mãos aos braços dele e fez uma leve caricia.
- Hum... Aishiteru mo... - Sorriu.

- Você é meu?
O loiro tornou sussurrar enquanto entrava pela recepção de baixa luz no hotel oriental.

- Claro, Fei.
- Eu sei.

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