Kyo e Shinya #10


O baterista parou em frente a casa do loiro, havia deixado o carro estacionado na rua, porque não queria chamar a atenção dos vizinhos e seguira em direção a porta, onde deu pequenas batidas, esperando pelo outro para recepcionar a si. Não demorou, Kyo estava tão entediado quanto ele, e abriu a porta sem nem mesmo conferir quem era, conhecia as batidas fracas na madeira.
- Kyo!
- Olá, Shin.
- Como você está?
- Estou bem e você?
- Também... - Um pequeno sorriso fora visto na face do baterista, que sumiu aos poucos. - Senti saudade.
- Eu também. Estou meio entediado.
- É, concordo. Fiquei em casa olhando as paredes, quando não tem ensaio eu fico tão desanimado, mas também não consigo pensar em nada pra fazer.
- É, idem.
- Uma semana sem ensaio... Por que não... Viajamos pra algum lugar ou podemos nos divertir por aqui mesmo, o problema é que eu não sei muito bem o que você gosta de fazer, a maioria das coisas que eu gosto parecem tão infantis como você diz...
- Hum, tanto faz, não estou afim de viajar, mas façamos como quiser, eu não posso opinar em nada já que eu mesmo não tenho ideias do que fazer.
- Hum... Você está bem mesmo?
- Estou.
- Hum... - O baterista fitou o chão, e sabia que havia algo errado, como sempre. - Vamos sair para dançar então? Quem sabe eu não melhoro esse seu ânimo. - Sorriu meio de canto.
- Dançar não é comigo, mas vamos. Eu fico no barzinho e você vai dançar, irei para o banho e logo nós vamos, ok?
- Hum, ta bem.
O vocalista se demorou pouco tempo no banheiro, logo vestindo-se com suas roupas habituais e com a toalha em uma das mãos, se cada os cabelos.
- Quer tomar um banho também?
- Não, eu o fiz antes de vir pra cá.
- Tudo bem. - Kyo jogou a toalha sobre o sofá, ajeitando os cabelos de qualquer jeito no caminho. - Vamos.
- Vamos.
Disse o maior e estendeu uma das mãos ao outro, esperando inutilmente que ele fosse segurá-la, e para sua surpresa, ele o fez, seguindo com o outro para fora de casa e o carro fora o do vocalista, ele não gostava muito de dirigir o dos outros. A rua estava cheia durante a noite, as pessoas queriam comemorar o fim de semana, e Kyo passava pela rua, procurando um bar onde pudessem parar e fazer o que o outro havia escolhido.
- Qual prefere? - Indagou, o mal humor e desanimo sempre evidente.
- O que há com você? Você não está bem...
- Só estou um pouco desanimado, apenas isso, Terachi. Escolha.
- Bem, tanto faz pra mim, qualquer um está bom. O que acha de irmos numa boate de strip? - Riu.
- Não reclamaria se quisesse ir a uma.
- É, eu que não iria nem em um milhão de anos.
O menor estacionou em frente ao bar e saiu do carro junto do outro, seguindo para dentro do pequeno bar, e aquelas expressões animadas eram o pior terror do vocalista, totalmente desinteressado no que ocorria ali. Sentou-se no bar e para si pediu uma dose de whisky.
- Vai ficar no bar a noite toda, hum? - Perguntou o baterista.
- Vou ficar aqui até a hora de ir embora. - Disse e virou a dose da bebida.
- Não vai dançar comigo...?
- Não, eu não danço.
- Nem um pouquinho?
- Nem um pouquinho. Eu disse que eu não danço e você já devia saber disso.
- Eu sei, mas você parece tão desanimado, não sei o que fazer pra animar você...
- Nada, não precisa fazer, me deixe beber e pronto, logo me animo. - Disse pediu outra dose. - Não se preocupe, não vou ficar bêbado.
- Tudo bem, acho melhor eu não beber... - Disse o maior e desviou o olhar as pessoas que dançavam.
- Pode deixar, estou bebendo pouco, como já disse, pode ir dançar, Terachi.
- Não quero ir sozinho...
- Pare de ser idiota, Shinya. Vai logo ou apenas beba alguma coisa, se ficar assim nós vamos pra casa.
O menos ergueu uma das mãos, fazendo sinal para mais uma dose de bebida.
- Hai...
Sem saber o que dizer, o loiro maior pediu uma dose de saquê, escondendo a face corada e bebeu todo o líquido servido de uma vez só.
- O que foi, hum? - Bebeu pouco do drinque servido e resmungou algo inaudível. - Porra, que coisa enjoativa.
- O que é enjoativo?
- A bebida. - Disse e pediu uma nova dose, dessa vez, vodka com gelo. - E fala logo que porra você tem.
- Não tenho nada, só desanimei.
O vocalista virou os olhos e o outro fez o mesmo, era difícil lidar com o humor dele, parecia tão impassível que não deixava brechas para que o baterista se aproximasse pouco mais, fora por isso, que decidiu apenas se manter a seu lado enquanto bebia, e pediu a garrafa de saquê, que bebeu em pequenos tragos enquanto o outro continuava com suas doses alternadas de quase tudo disponível no cardápio, sempre dizendo que não iria ficar bêbado.
Quando enfim, a garrafa havia terminado, o baterista seguiu em direção a pista de dança, deixando no bar o outro, ranzinza com seus drinques estranhos. Kyo desviou o olhar a ele e negativou apenas num pequeno riso, vendo parte da vergonha do baterista desaparecer junto da bebida e fora nessa hora que o viu seguir novamente em direção ao bar.
- Não quer mesmo dançar comigo?
- Não, só danço nos shows e olhe lá.
- É, eu adoro ver você dançando. Mesmo sendo só de costas...
O tom da voz do baterista já havia mudado e aquele tom de vergonha na face fora substituído pelo tom da bebida. Fora então que ele se aproximou do vocalista e lhe selou os lábios, dando-lhe uma pequena mordida no inferior.
- Hum... Fica sem vergonha quando bebe... - Sorriu.
- Eu fico, hum?
O maior riu e os beijos desceram em direção ao pescoço do menor. Os dedos do vocalista deslizaram pelos cabelos do outro, suavemente até que se agarrassem a ele e o puxasse, podendo fitar a face dele.
- O que foi, princesa? Já quer foder?
O outro deixou escapar um gemido suave, desviando o olhar a ele de mesmo modo.
- Só gosto do seu corpo... Não posso?
- Gosta que eu te coma.
O menor sorriu a ele e ao selar seus lábios novamente, deu uma mordida razoavelmente forte.
- Você não faz ideia...
Disse o loiro e sentou-se sobre o colo do menor, tentando não gemer mais alto devido aquela mordida dolorida. Claro que o outro não cessou naquele toque, ao ter o maior sobre o colo, segurou-o na cintura e beijou o pescoço dele, mordendo-o e marcando-o.
- Mas hoje não faremos nada, hum.
- Hum? Por que não?
- Porque não dá tempo, temos que acordar cedo.
- Droga, eu tinha esquecido da maldita hora.
- É, fique bêbado mais cedo amanhã.
- Mas Kyo, nem se for rapidinho...
- Não.
- Amanhã estarei com dor de cabeça.
- Não posso fazer nada...
- Posso ao menos dormir com você?
- Pode. Mas não se acostume...

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