Nowaki e Tadashi #25


- Amorzinho, eu trouxe um lanche do Burguer King pra você porque achei melhor do que do Mc Don...
O menor falou a entrar na sala, distraído, já havia tomado banho, trocado as roupas, ficado apresentável e até escovado os cabelos. Virou-se, encontrando ali a garota parada junto a mesa dele, e se parecia mesmo com ele, realmente.
- Ah... Oi. Acho que entrei na sala errada.

Nowaki voltou a atenção a porta, sentindo o cheiro do lanche que trazia consigo, em junção do banho e do perfume que ele usava. Fez silêncio assim como a própria irmã, o qual trocava algumas palavras consigo, sentada sobre a mesa com somente uma das pernas. Observou o outro, e teria rido da atitude se não estivesse achando a situação esquisita.
- Ah, Tadashi, venha. Meiko, esse é meu paciente, Tadashi. Aliás, costumava ser meu paciente.

- Ah... Hai. - Tadashi assentiu e adentrou o local, deixando o lanche sobre a mesa e sorriu a ela, meio sem graça. - Oi Meiko, seu nome é bem bonito... Prazer. Eu vim deixar o lanche, estou indo já.
- Pode ficar aí, Tadashi. Tem consulta hoje, não pense que vai fugir. A Meiko já vai sair também.
- Oi Tadashi. Obrigada. - Disse ela enquanto cumprimentava-o com o aperto de mão. - Sim eu já vou sair. Vim ver meu irmão que não faz visitas a ninguém, mas tenho umas conferências de trabalho.

- Ah, claro. - O menor sorriu a ele, desviando o olhar, era óbvio que não queria apresentar a si para ela, e ainda estava com o rosto machucado pela caída do andar de cima. - Ta certo, você vai ficar na casa dele mesmo, depois conversam. - Falou e empalideceu logo após, despercebido da enorme idiotice que havia dito e desviou o olhar. - Digo, eu acho.
O médico não havia notado o gafe como ele, talvez não parecesse estranho supor que estaria na casa do próprio irmão afinal. 
- Hum, parece que você gosta bastante do seu médico, Tadashi. Eu não vou ficar lá, hoje a noite eu viajo para outra cidade, queria apenas ver meu irmão já que tinha uma folga rápida. Mas sou ocupada, infelizmente não virei uma médica com vida boa. Sabe como é.
Ela sorriu ao garoto e lhe afagou os cabelos, afinal, certamente era um adolescente ou um pouco mais que um. Era novinho. Tadashi s
orriu a ela e assentiu, esperou não ter sido muito perceptível e sentiu até mesmo as bochechas se corarem, seguindo até o outro a sentar-se na cadeira em frente a ele.
Nowaki observou a irmã e até achava graça do modo como agia como se Tadashi fosse uma criança, e por algum motivo, com ela ele realmente parecia agir feito uma criança sem se importar em ser tratado como uma. Foi o que pensou ao vê-lo se corar. Após sua saída, e mesmo sua despedida com o próprio ex-paciente como havia dito a ela. E observou o lanche deixado a mesa.
-  Meu carro chegou inteiro, "amorzinho"?

O menor abriu um sorriso e a face corada sumiu automaticamente, assentindo a ele.
- Só uns riscos nas laterais. Ela sabe?

- Riscos, é? Eu risco você. Gostou da Meiko, é? Cadê a bochecha tímida?
- Ela é bonitona, mas fiquei com vergonha por ter falado merda mesmo.

- O que disse de mais?
- Que ela estava dormindo na sua casa, ora. Como eu saberia disso?

- Se supõe que é parente, logo dorme em minha casa se está pela cidade. Não precisa ser neurótico.
- Ah, graças a Deus.
- Você já comeu ou esperou?
- Esperei, trouxe pra mim também.
- Então vamos comer. Quer ir pra casa antes?
- Pode ser. Já vai sair?
- Sim, já posso sair.
- Então vamos, ora. - Sorriu. - Sua cama me parece incrivelmente confortável uma hora dessas.
- Ah é? Então tem sono mesmo acordando as duas?

- Quem disse que é pra dormir?
- É pra que?

- Ora, você sabe.
- Não sei, me diga.
- Sexo, Nowaki, sexo.
- Adolescentes.
- O que?
- Hormônios.
- Vai dizer que não gosta de transar?

O moreno fitou-o, como um adulto que repreendia uma criança e por fim se levantou sem respondê-lo, buscando o pacote com o lanche, as próprias coisas no consultório e tirou o jaleco, permanecendo portanto com uma camisa preta e que usava.
- Vem.

- Ué.
Tadashi se levantou e assentiu, seguindo com ele para fora do consultório. Nowaki s
eguiu até o estacionamento, por sorte não cruzara com a própria noiva. Conferiu o veículo antes de adentrá-lo, notando se por acaso havia realmente riscado e conferiu que não, logo, entrou no carro e indicou-o que fizesse o mesmo. O menor estreitou os olhos.
- Não risquei, huh.  - Adentrou o carro e riu baixo, colocando o cinto.
Como está seu amigo de casa? - O maior indagou, logo após iniciada a partida.
- Nossa, por que está perguntando dele?
- Porque você o viu hoje.
- Não entendi, mas está tudo bem, meio atarefado com o café.
- Você não tem ido trabalhar direito.
- Eu sei, é que eu quero ficar mais tempo com você.
- Não é pra se tornar irresponsável.
- ... Eu nem fiz nada.
- Fez o que eu acabei de falar.
- Certo, não falto mais.
- E se seu amigo te mandar embora?
- Não vai me mandar.
- Ele é bom com você, não idiota.
- ... Nowaki.
- O que?

- Você não é meu pai.
- Se eu fosse você não precisaria de um médico pra te dizer o que fazer.
Tadashi arqueou uma das sobrancelhas.
- Você ficou louco ou está implicando comigo do nada só por esporte mesmo?

- Não estou implicando, só estou falando pra não ficar sem ir no serviço. Não é implicância, é conselho.
- Eu já ouvi, não precisa continuar.
- Não continuei.

O menor suspirou e cruzou os braços, irritado. Nowaki continuou a dirigir, não demorando a chegar em casa. Estava sim um pouco implicante, talvez por perceber que o convidava para ir para casa, que o convidava para comer, que o deixava usar o carro e que não o mandava ir para casa, mas que levava-o para própria casa e estava fazendo errado. O fez relaxar com o emprego, ou mesmo com seu modo aplicado no início, deixava-o focado demais em estar consigo e ao mesmo tempo acabava fazendo o mesmo, de modo que havia até evitado estar próximo a própria noiva, por receio de chateá-lo. 
Tadashi suspirou, retirando o celular do bolso e mandou uma mensagem ao rapaz que morava consigo, desculpando-se por ter faltado tanto no trabalho, e prometendo que no dia seguinte iria mais cedo. Não entendia o porque ele estava sendo implicante consigo, mas tinha vontade de ir embora, tornava desconfortável estar com ele.
- Venha, vamos comer. - Disse o moreno visto que já dentro de casa e levava consigo o pacote, deixando sobre o balcão da cozinha. - Não estou sendo chato com você, apenas não quero que deixe de viver por si pra viver por alguém.
O menor assentiu ao se aproximar da cozinha e desviou o olhar a ele.
- Você não me quer aqui?

- Eu não disse isso.
- Mas parece.- Me importar com o fato de que não quero que você seja um ninguém é algo ruim?
- ... Eu sou ninguém?
- Estou dizendo que não quero deixar que se torne um ninguém.
- E como isso seria? Se eu perder o emprego automaticamente eu me torno ninguém? Se eu perder então, adeus.
- Tadashi, cale a boca e pare de tentar achar merda nas coisas que eu disse pra parecer uma vítima. Eu desde o início sempre te incentivei a tentar ser melhor, apenas isso. Não estou dizendo que você é menos importante só porque não tem ou tem um emprego, mas você automaticamente começa a caçar interpretações estúpidas no que eu digo.

O menor uniu as sobrancelhas e assentiu, desconfortável novamente e sentou-se no banquinho em frente ao balcão.
- Você entendeu? Ou só consegue achar crítica no conselho das pessoas?
Nowaki indagou e se voltou a geladeira, onde pegou a garrafa de vinho, e serviu para si uma boa dose, que bebeu sedento.  Tadashi a
baixou a cabeça ao ouvi-lo, e parecia rude demais, até dava um nó na garganta porque nunca o ouvira falar daquele jeito consigo. Desviou o olhar, sentindo os olhos marejados e empurrou o próprio lanche.
- Sh sh... Não estou sendo rude. Aliás, não tinha intenção de ser rude, mas você começou a se vitimizar e isso me incomodou, porque você simplesmente desacredita do fato de que simplesmente quero dar um conselho e pega como um ataque e isso me emputece.
O maior disse ao chegar mais perto dele e ergueu seu rosto com o toque através do queixo. O outro ergueu a face a observá-lo, piscando algumas vezes para espantar as lágrimas e assentiu, ainda meio chateado.
- Pare com isso. - Disse o maior e tocou seus olhos, nas pálpebras, tentando evitar seu choro. - Ó...Ó...
- Ta bem...
- Isso, fique calmo. Agora vamos comer e logo vamos para a cama. - Piscou.

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