Tsuzuku e Koichi #21


O pijama quente cobria o corpo de Koichi, sentia fome, mas sabia que alguém viria trazer comida para si logo, então ligou a televisão e seguiu ao banheiro para deixar a toalha do banho tomado há pouco. Saiu do local logo e uniu as sobrancelhas a observar o rapaz loiro já dentro do quarto e mexia na própria gaveta.
- O que está fazendo aqui?

- Ah, olá Koichi.
- O que faz no meu quarto?
- Só estou observando... Esse quarto era meu sabia? Antes dele me expulsar daqui... Logo vai expulsar você também...
- Não vai... Ele gosta de mim.
O outro riu.
- Garotinho bobo... Ele me ama, não vê? Assim que eu conseguir que ele se case comigo, vou expulsar você dessa casa e aí você vai voltar a... - O outro falou a erguer uma das roupas intimas do menor em uma das mãos. - Fazer programa. - Falou e soltou a roupa novamente na gaveta.

- Tsuzuku falou que não quer você aqui... Saia do meu quarto. 
- Pensa que manda em quem, garoto?
- Casamento, amor, quanta coisa acumulada. Yusuke, deixe de provocá-lo.
Tsuzuku ditou conforme se pôs encostado ao limiar da porta, na entrada.

- Ora, mas não é verdade? - Aproximou-se do moreno a lhe selar os lábios. - Vai dizer que não me ama mais?
Koichi observou a ambos e desviou o olhar ao chão, não queria se meter, embora quisesse dizer que também gostava dele. O maior se voltou ao louro a observá-lo, porém sequer formulou qualquer expressão.
- Não precisa mais esconder o nosso amor, Tsuzuku.
Tsuzuku não conteve o riso que viera quase imediatamente espontâneo e o menor ergueu a face a observar o outro.
- Vai dizer que gosta mais dessa puta do que eu?
Koichi se aproximou do loiro, ágil e acertou o rosto dele com um tapa, com toda a força que conseguiu, marcando a pele branca.
- Puta é você.
Yusuke estreitou os olhos.
- Como ousa encostar em mim?

- Tsc, vou deixar vocês dois criarem um barraco, mas será fora daqui. Não tenho paciência com mulher. Estão parecendo duas. Yusuke, vá embora.
- Ué, manda ele ir embora também.
- Eu moro aqui!
- Sh... Quietas as duas. Vá, Yusuke.

Koichi observou o loiro a estreitar os olhos e logo saiu do local do mesmo modo onde entrou, a janela.
- Ah, Yusuke. - O maior freou-o antes de sair do lugar. - O que veio procurar?
- Só queria te ver.
- Mexendo nas coisas do Koichi?
- O que? Ele só tem coisas de vadia.
- Então por que estava mexendo?
- Porque eu quis.
- Queria achar alguma coisa ou roubar uma calcinha, uh?
- Por que roubaria uma calcinha? 
- Pra usar.
- Tenho coisas melhores que esses trapos.

Koichi uniu as sobrancelhas.
- Hum, que raivoso. Vou lhe fazer uma visita mais tarde. Te ensinar alguma coisa.
- Hum... - O loiro sorriu e assentiu, logo saindo do local.
O menor abaixou a cabeça apenas, silencioso e claro, se remoía de ciúmes, mas ele não pertencia a si.
- O que foi, Koichi? - Indagou e lhe tocou o queixo, erguendo-lhe a face.
Koichi sorriu a observá-lo e negativou.
- Estou com fome...

- Que bichinho de estimação com posse.
- Eh?
- Você está com ciúme.
- Eu?
- Quem mais poderia?
- Não tenho o direito de ter ciumes de você... Você só é meu dono.
- Uh. - Tsuzuku expôs um riso breve de som nasal. - Ah, é claro.
- Posso comer?
- Vá em frente.
- Eh?
- Não disse que queria comer?
- Sim... Mas não vem comigo?
- Não, pode ir.
O menor uniu as sobrancelhas mais uma vez, e estava incomodado, parecia de fato que ele se interessava menos por si, que não tinha mais tanto interesse quanto antigamente, que não era mais uma novidade. Seguiu rapidamente ao andar de baixo, onde buscou uma taça de sangue com um dos serviçais e logo voltou ao próprio quarto, d
eixando a taça sobre o móvel ao lado da cama e ao se deitar, cobriu-se com o cobertor quente, vendo o outro desencostar da janela e seguir para fora.
- Tsuzu! - Chamou antes que ele deixasse do quarto. - Dorme comigo hoje?

- Uh? Quer que o esquente à noite? - O maior indagou prontamente, próximo da saída.
- Hai.
- Achei que não deveria expor suas vontades já que sou eu seu dono.
- Mas achei que o senhor ia gostar de ver a roupa intima nova que comprei.
- Quanto fetiche. Vou tomar banho.
- Mas volta?
O maior piscou ao outro, e se dirigiu para fora sem dizer nada. O menor tomou aquilo como um assentir, e sorriu a ele igualmente, porém aquele sorriso afrouxou aos poucos conforme ele se dirigiu para fora.

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