Kusagi, Shohei e Yukinori #24


Yuki se sentou confortavelmente no sofá e não se lembrava qual foi a última vez que podia ficar tão tranquilo daquele modo, sem nada realmente importante para fazer, o problema foi que logo em seguida o telefone tocou e fora forçado a se levantar novamente. Caminhou até a mesa a pegar o celular e levou ao ouvido, esperando não ser pedido de trabalho ou algo que forçasse a si a deixar a casa.
- Alô?

- Boa tarde, quem fala?
- Yuki.
- Olá Yuki, você é o contato do... Shohei Yamakawa?
- Bom, eu era. Ele tem um novo contato agora, eu posso passar.
- O senhor Kusagi? Ele não responde as ligações, o celular está dando como desligado.
- Hai, o que aconteceu? 
- Shohei está internado no hospital central. Houve um acidente, você poderia vir assinar os papéis por favor?
- Um acidente? Ai meu Deus o que aconteceu?!
- Ele está fora de perigo, porém fora atropelado enquanto atravessava a rua para o trabalho, parece que ele estava lendo um livro enquanto caminhava.
- Eu vivia falando pra ele não fazer isso... Estou indo, chego em quinze minutos.
O menor desligou e pegou o casaco sobre o braço do sofá, atirando-se para fora e obviamente tivera um último encontro terrível com ele, quando saíra de casa e terminaram o namoro, mas não se importava, ainda era amigo dele e precisava vê-lo.
Adentrou o hospital após um tempo e falou com a enfermeira, pegando a indicação do quarto a guiar-se quase num pulo enquanto preenchia as informações do outro. Deixou a prancheta de lado e abaixou-se em frente a ele, observando-o adormecido e com alguns machucados tratados pelo rosto.
- Ah, meu Deus, Sho...

- Ele está bem por enquanto, os ferimentos já foram tratados e ele não sofreu nenhum dano grave.
- Ele quebrou alguma coisa?
- Só o pulso.
- Ah... Deve doer do mesmo jeito...
- Ele está sendo medicado com morfina. Não está sentindo dor. Caso queira, pode esperar aqui ou lá fora.
O pequeno assentiu e sentou-se na poltrona ali dentro mesmo, observando o outro ainda na cama, meio chateado por não poder fazer nada por ele, o que não sabia era que o maior já havia sido contatado e certamente estava vindo para o hospital, apesar de não saber que estava ali.
Kusagi chegou um pouco mais tarde que o menor e já era sabido que ele havia sido notificado. No momento de ligações mais recentes a chegada do companheiro no hospital, estava ocupado com as fotos, deixando o celular dentro da bolsa. Mas ao atendê-lo, graças ao aviso do modelo que passava por perto a ponto de ouvir a música do aparelho. Portanto chegou rapidamente, tendo ido de carro e tendo sido levado para um hospital próximo. Chegou na entrada do quarto, e encostou-se ao limiar, observando o lourinho sentado ao lado de seu ex-namorado, desacordado, e ficou alguns instantes ali, os observando, até que resolvesse se manifestar.
Yuki desligou o celular, nervoso demais para continuar observando-o e ainda não havia comido nada, então o estômago doía, achou que poderia comer, mas não queria sair e ter o risco dele acordar, então apenas se levantou, nervoso demais para ficar sentado e deu de cara com o outro na porta.
- Kusagi? ... Kusagi! - Correu e abraçou-o, sorrindo a ele e ergueu a face. - Oi, que saudade!

Ao vê-lo se mover, Kusagi fez menção de enfim prosseguir e seguir até os dois, porém, o assistiu se virar ao levantar e sorriu, notando sua indagação e tão logo afirmação, e mesmo seu abraço que retribuiu.
- E aí, baixinho.
Disse, fitando-o na altura do próprio peito. Enquanto retribuía seu abraço em torno de seu pescoço. Mas fitou o rapaz atrás, deitado e parecia calmo, embora tivesse algumas feridas no rosto, que cuidaria para ele.  Yuki s
orriu e ergueu a face a observá-lo.
- Desculpe, sei que não devia estar aqui, é que me ligaram dizendo que você não atendia o celular, fiquei preocupado com ele...    

- Claro que devia estar aqui. - Disse o moreno e afagou-lhe os cabelos lourinhos. - Cabelo cheiroso. - Brincou com o pequenino, e visto que não solto, guiou-o consigo até o amigo desacordado. E só então o soltou, sentando-se ao lado do companheiro. - Não vai acordar, dorminhoco? - Indagou e tocou seu rosto machucado. 
- Acho que eu deveria ir embora, Kusagi, ele não vai gostar de me ver aqui.
O menor falou a ele e uniu as sobrancelhas ao observar o outro ainda deitado e desacordado.
- Você pode ficar se quiser. Se prefere ir embora, eu posso avisá-lo quando ele tiver alta.

O menor assentiu, porém antes que pudesse se mover, o outro havia deixado escapar um gemido dolorido a abrir os olhos.
- ... Kusagi? - Murmurou.
- Hey... - Kusagi murmurou ao ouvi-lo, na verdade falou baixo. - Fale distraído.

Shohei riu baixinho ao ouvir a voz dele e piscou algumas vezes tentando enxergá-lo e só então viu o pequeno junto a ele.
- O que aconteceu? Ah! - Falou ao tentar mover o braço e sentir a dor chata no pulso. - ... Caralho.

- Você foi atropelado... Mas vai ficar bom logo. Desculpe estar aqui, Sho, me ligaram porque o Kusagi estava trabalhando, eu já vou embora.
- Iie... Fique. 
- Eh?
- Fique, está tudo bem. Desculpe ter gritado com você, Yuki.
O menor uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu.
- Calma, estão te dando morfina, logo deve anestesiar tudo isso aí. Só não vai ficar bem louco, sabe que morfina dá uma brisinha, uh? - Disse o maior, brincando com ele. - Logo vai ter alta, apesar de dolorido, é bem simples. Em casa dou um jeito nos machucados, assim não formam cicatrizes, pra ser modelo precisamos de alguns macetes vez e outra, já que o rosto é importante. - Brincou, tocando ainda o machucado em seu rosto.

Shohei sorriu ao ouvi-lo e assentiu, desviando o olhar ao outro e não precisou dizer nada, certamente ele entenderia apenas o olhar que deu a ele, e não poderia dizer com o pequeno ali.
- Hum, eu estou com fome, vou comprar algo e deixar os pombinhos a sós. - Yuki sorriu.
Kusagi sorriu ao outro e deu-lhe uma piscadela, mas ouviu o menor. E de algum modo, não conseguia acreditar em suas palavras como se tudo estivesse bem.
- Espere Yuki, eu também estou com fome, podemos roubar algo legal pro Sho comer também, já que provavelmente não vai querer lanche de hospital.

O menor sorriu.
- Ta bem, te espero lá fora.
Falou a ele e saiu, sentando-se na cadeira do lado de fora da sala. Shohei s
egurou a mão do outro antes que saísse e uniu as sobrancelhas.
- Obrigado, Kusagi. Por favor, não faça nada com ele.
Não fazer nada com ele o que? - Disse o maior, ao sentir o toque sobre a mão. - Acha que vou o que? Bater no Yuki? - Riu, negativando.
Iie, o contrário. - Falou a ele e apertou-lhe a mão. - Desculpe pelo acidente.

- Ah, ele não bateria em mim. - Disse o maior, como se falasse sério, mas havia entendido o recado. Abaixou-se, fitando-o de perto. - Não desculpo, não te autorizo a se machucar. Vou ter que te levar a todos os lugares agora, ah? - Sorriu e afagou seu rosto. - Vou trazer alguma coisa gostosa. O que você quer? 
Shohei sorriu assim como ele e esticou-se a lhe selar os lábios.
- Quero algo bem salgado, não quero nem saber. Kusagi, acho que arrancaram o piercing do meu pau. - Riu ao falar e mordeu o lábio inferior.

O maior franziu o cenho.
- Claro que não, não podem mexer aonde não tem nada de errado. A menos que tenham atropelado seu pau.

- É brincadeira. - Riu.
- Seus ovos cozidos viraram fritos?
- Mexidos.
- Puta merda, fez estrago. - Riu. - Vou buscar seu lanchinho. Já volto.  

- Hai, eu espero. - Sorriu.

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