Kusagi, Shohei e Yukinori #25


Kusagi seguiu para fora, encontrando o menorzinho sentado, enquanto mexia no celular.
- Namorado?

- Eh? Ah, iie. - Yuki sorriu. - Eu terminei.
- Terminou, é? Por quê? - Indagou e indicou que caminhassem. - Vamos.
- Não estava dando muito certo. - Levantou-se e seguiu junto dele.
- Ainda gosta do Sho?
- Claro que eu gosto, gosto muito de você também, não tenho como apagar vocês dois tão fácil.
- Você queria voltar ao que era antes?
- Por que está me perguntando isso?
- Porque eu quero saber a verdade.
- Eu estou atrapalhando? Eu posso ir embora, Kusagi, já disse.

- Não está. - O maior sisse e tocou seus cabelos, os afagando. - Sabe que nunca foi um problema.
- Eu sempre fui, separo você do Sho, e vocês dois se gostam muito. Eu cuidei do Sho até você voltar, e agora que voltou, eu não tenho mais utilidade. Isso não me machuca, porque sei que ele está feliz com você. Gostaria que ele gostasse de mim como gosta de você, mas infelizmente ele não gosta, não sou o amor dele... 

- Não quero que fique com o coração partido. - Kusagi disse e tocou-o no peito, sentindo bater suavemente. Mas de modo descontraído, tão logo continuou a andar junto a ele. - Eu sinto muito por ter atrapalhado você. Sei que é minha culpa.
- Iie, o Sho seria infeliz se você não voltasse. - Yuki falou a ele, sentindo sua mão sobre o próprio peito e segurou-a, entrelaçando os dedos aos dele e beijou-a no dorso. - E eu não quero que ele seja infeliz.
- E eu não quero que você esteja infeliz também. - Disse o maior e segurou sua mão, seguindo até a lanchonete alguns metros dali. - Vá jantar com a gente na sexta-feira, certo?
- Eu ia adorar. - Sorriu. - Eu estou bem, de verdade, só gostaria de visitar vocês as vezes, como por exemplo, jantar.
- E pode ir, sei que você e o Sho brigaram, mas sabe que o Sho é temperamental, logo passa. E pelo que vê, já passou. O que você quer comer?
- Hai, eu sei, vivi com ele alguns anos. - Riu baixinho. - Quero algum bolo.
- Você está com fome de bolo?
- Ué, por que não?
- Não existe fome de doces, e sim vontade de comer doce. Escolha algo pro Shohei comer, ele disse que queria algo bem salgado, eu não sei, você viveu mais tempo com ele nos últimos anos.
Kusagi disse, fitando a vitrine, escolhendo algo para si mesmo, embora não estivesse verdadeiramente com fome. 

- Algo bem salgado? - Yuki falou a ele e escolheu um salgado de calabresa na vitrine. - Ele gosta. - Sorriu.
- Hum, Sho gosta mesmo de uma linguiça. - Disse, mais para si mesmo que pra ele.
Yuki riu ao ouvi-lo e negativou, pegando um pedaço de bolo de morango para si.
- Ainda lembro dele irritado comigo porque eu quis fazer amor com ele de forma diferente.
- Acho que ele tinha medo de parecer "menor" ou melhor, perder a virilidade porque você é todo delicadinho.

- Eu não sou tão delicado assim. - O menor falou e estufou o peito a mostrar a ele.
- Claro que é, baixinho. - O maior pressionou a ponta do seu nariz. - Vamos lá levar pra ele.
- Hai. - Fez bico e assentiu, seguindo junto dele.
Kusagi pediu embalagem para o que levaria e após o pagamento, retornou caminho de volta ao hospital, reencontrando o companheiro, que parecia um pouco incomodado.
- Que foi, rabugento?

- Estou com muita dor... Acho que o efeito da morfina passou, ah... Não acredito que me machuquei tanto, meus braços estão machucados, minhas pernas.... Deus, o que aconteceu?
- As pernas estão bem, a única coisa que realmente machucou foi o pulso, mas isso melhora logo. Yuki escolheu um lanche de calabresa já que adora uma linguiça.

- Adoro uma linguiça, é? - Riu e negativou. - Obrigado.
- Chamei o Yuki pra ir jantar lá na sexta. Comida chinesa é bom para os dois, uh?
- Hum, perfeito. - Shohei sorriu. - Posso ir embora já?
- Oishi! - Yuki disse.
- Acho que daqui algumas horas, precisa suavizar a dor. Então combinado.
- Hai. - Yuki sorriu novamente. - Bom, agora que o Sho está bem, eu vou indo, disse pra minha mãe que iria com ela no shopping, é aniversário dela, então... Vejo vocês na sexta.
- Ah, tudo bem. - Disse Kusagi e tirou da embalagem seu bolo na caixinha. - Aqui, coma com ela.
- Obrigado. - O menor sorriu e aceitou o bolo. - Posso dar um beijo no Sho? N-No rosto.
- Claro que sim.
Yuki assentiu e aproximou-se do outro na cama, beijando-o sobre a testa, onde não estava machucado. Shohei fechou os olhos ao sentir o pequeno beijo do outro e sorriu a ele.
- Até logo, Yuki.

- Até sexta.
Disse o moreno como despedida e sentou-se quando enfim o menor fora embora. Suspirou e era evidente o fato de que ainda se incomodava com a situação. Shohei d
esviou o olhar ao outro e suspirou igualmente.
- Sinto muito por isso.

- Preste atenção enquanto anda pela rua.
O outro uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Que livro estava lendo? Cinquenta tons de cinza?
- Que horror. - Revirou os olhos. - Estava vendo a finalização do meu antes de levar para impressão.
- Hum, da próxima vez diga que eu levo você.
- Não vai acontecer de novo, desculpe. Pode passar a noite em casa se quiser.
- Você vai ter alta hoje.
O menor assentiu a observá-lo.
- Está chateado comigo? Não sabia que ele estaria aqui.

- Não estou chateado. Gosto do Yuki, mas ele faz com que eu me lembre que estou na casa de vocês juntos e que eu estraguei o que ele tinha de bom com você, e mesmo assim, ele olha pra mim e sorri, como se nada tivesse acontecido.
- Eu não estava feliz sem você, Kusagi. Se a casa te incomoda, então vamos nos mudar, não tem problema. Eu tinha algo de bom com você antes dele.
- Não era realmente bom, sabe disso. - Disse o moreno, com sorriso canteiro. - Mas eu tenho um apartamento vazio.
- Então, podemos morar lá. Isso é, se me quiser com você, não diz que quer uma família comigo? Não quero que vá embora...
- Estou falando pra irmos pra lá, não eu ir sozinho.
Ah...
Shohei sorriu e assentiu, e já sentia o coração acelerar com a possibilidade dele ir embora, não queria pensar nisso, nunca de novo, e isso era bem visível no monitor cardíaco preso a si.
Calma, bonitão. Não faz sentido.
Disse o maior, tranquilizando-o e afagar-lhe os cabelos. 
Shohei suspirou e assentiu novamente, fechando os olhos por alguns segundos.
- Não sei viver sem você Kusagi. Não quero fazer isso.

- Pare com isso. Não seja paranoico.
- Ta bem... Eu te amo.
- Eu também. Agora descanse.
- Posso fumar?
- Cale a boca.

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