Atsushi e Kaoru #11



Kaoru suspirou, e de fato, se sentia ótimo naquele dia, havia dormido bem, com ele, depois de fazerem amor, e era a primeira vez que havia feito sem estar bêbado, tinha certeza, gostava dele, gostava de um homem, e sentia-se feliz por descobrir isso, de alguma forma. As mãos estavam pouco trêmulas no dia, havia ensaiado por alguns minutos, mas ao se lembrar da forma como ele havia tocado a si, com a língua, demonstrando um certo apoio, não se importou, continuaria fazendo o tratamento e tomando os remédios. Ao sair pela porta do estúdio, fitou o amigo ali, o sorrisinho de canto e negativou, ajeitando os cabelos a girar a chave do carro em um dos dedos, iria vê-lo.

Atsushi chegou poucas horas depois da saída, que não se demorara muito no compromisso. Ao estacionar o veículo, tirou o óculo escuro de fronte os olhos e levou com a mão junto as chaves que segurava e abria a porta de casa. Na passagem, habitualmente sentia o cheiro de casa, tinha o cheiro de produtos de limpeza, formulada pela serviçal, um pouco de canela, cujo um adorno na sala exalava, um pouco de perfume masculino, habitualmente usado, e agora tinha também um pouco do cheiro de outro alguém, sabia bem de quem era. Antes mesmo que pudesse fechar a porta notou o movimento a fora, pôde ver um carro conhecido, que saíra há algumas horas de casa e regredia por vez, ficou um pouco surpreso. 
Ao estacionar o carro em frente a casa dele, Kaoru viu o carro ali, sabia que estava em casa, por isso, sentiu um leve frio no estômago, a ansiedade, vontade de vê-lo, era estranho. Ao se aproximar da porta, observou-a por um pequeno tempo, ponderando se devia ou não chamá-lo, e por fim, bateu algumas vezes.
O maior havia acabado de encostar a porta ao ouvi-lo bater, tanto é que, em sua tentativa de segunda investida à ela, abrira deixando sua mão pairar na menção. Deu-lhe um sorriso canteiro, fitando-o pela fresta que revelou, mas cedeu maior passagem ao guitarrista.
- Hum, que visita inesperada. - Brincou, embora fosse de fato.

Kaoru sorriu a ele, meio de canto e guiou a mão no ar para os cabelos, ajeitando os fios de modo sutil.
- ... Desculpe é que... Gosto de conversar com você.

- Vem. - Disse o maior, soou baixo mas era audível e assim deu-lhe passagem para entrar. - Também gosto da sua companhia. - Disse após finalmente fechar a porta.
O menor assentiu e adentrou a casa dele, num pequeno sorriso canteiro e cumprimentou-o com uma sutil reverência.
- Hum, que formalidade, parece até que não nos vimos algumas horas atrás. - Disse o maior e sorriu-lhe mutuamente. - Trabalhou muito, ah?

- É que não sei como cumprimentá-lo. - Riu sutil. - Um pouco... Amanhã tenho consulta com o fisioterapeuta...
- Não tem porque cumprimentar se há pouco nos vimos, ou pode me dar um beijo. - Disse Atsushi, provocando-o é claro, embora não estivesse a sorrir. - Ah, verdade? Isso é bom. Quer alguma bebida ou prefere tomar banho?
Kaoru sentiu a face sutilmente aquecida ao ouvi-lo e roçou a cabeça novamente, assentindo a ele em sua confirmação.
- Hai... Ah, a bebida, eu aceito.

O maior assentiu a ele e seguiu consigo pela sala onde serviu-lhe do pequeno bar um trago de uísque sem gelo.
- Teve tempo de falar com a sua mulher hoje, hum? - Indagou ao entregar o copo a ele, indicando a ele o sofá.

Kaoru seguiu com ele e aceitou o copo, dando um pequeno trago no uísque, e sentou-se no estofado confortável.
- Falei sim... Pelo telefone. Ela vai passar um tempo com a mãe dela que está doente, então não está dando importância se estou ou não em casa.
- Hum, então ela te deu alguma folga. Se não quiser estar sozinho, pode ter uns dias aqui. O que quer fazer?
Atsushi indagou e após se servir de um pouco de vinho, tragou um gole e deixou ao lado conforme se sentou defronte a ele. Acomodou-se no sofá, descansou o cotovelo no encosto do estofado e descansou a face contra o punho cerrado, fitando o moreno. O menor d
esviou o olhar a ele, ponderando o que havia dito e sorriu consigo mesmo.
- Atsushi... Vou ser sincero com você. As últimas semanas tem sido... Bem prazerosas pra mim, em quase vinte anos, eu não sabia o que era ter algum divertimento fora do estúdio, fora da banda, de meus afazeres e é por isso que eu vim direto pra cá, porque tem sido agradável ficar com você. O problema é que... Eu sou casado, você sabe, e eu tenho receio, posso dizer medo de que eu acabe... Realmente gostando de você. Espero que eu não o ofenda, quer dizer, estamos nos divertindo, talvez você não queira que isso... Aconteça. Ainda mais por eu ser um homem.

O maior assentiu a cada frase terminada dele, assentia em compreensão, como se concordasse embora de fato só indicasse atenção. Sorriu no entanto, um sorriso casual por assim dizer, nada que indicasse alguma graça.
- Bom, eu não sou casado, então não tenho porque me preocupar com isso.

Kaoru assentiu, observando-o meio de canto e retirou do bolso o maço de cigarros.
- Posso?

- E também não estou me importando que você tenha um pau, do contrário, se isso fosse de fato importante, o meu não subiria. - Atsushi disse, um pouco exposto demais, mas fazia-se completamente entendido. - Também gosto de estar com você, Niikura-kun.
Kaoru riu ao ouvi-lo, negativando e guiou um dos cigarros aos lábios, porém desistiu ao perceber o cheiro gostoso de canela pelo local, não queria estragar o cheiro de limpeza que tinha em casa.
- Fico feliz em ouvir isso.

- Do contrário, também não estaria dizendo pra ficar aqui durante a saída da sua esposa. Ainda assim, não sei se isso pode ser bom, mas também não espere que eu vá ter consideração por ela, já que não a conheço, então se você achar que estou sendo insensível não me importando com a sua esposa, deve você ter alguma atitude.
- ... Não, Atsushi... Quem deveria ter consciência sobre isso sou eu. Sei que é errado fazer isso com a minha esposa, mas não estávamos dando mais certo mesmo antes de você aparecer, não sei quanto tempo isso vai durar. De todo modo, sei que não devia fazer isso, e me sinto um imbecil.
- Não quero servir de motivo. - Disse o maior e voltou a beber do vinho, tornando deixa-lo ao lado do sofá, no chão. - Pode acender o cigarro.
- Você não é um motivo. - Kaoru disse a ele e bebeu o próprio uísque de mesmo modo. - Iie, o cheiro está muito bom. - Sorriu.
- Bem, esse cheiro de canela continua, é do globo ali. - Atsushi indicou a pequena esfera talhada, um adorno feito em pau de canela. - Já a limpeza, amanhã o cheiro volta. - Deu-lhe uma piscadela. - Mas voltando, quer passar uns dias, hum? Vou gostar de ter sua companhia.
O menor assentiu e guiou o cilindro aos lábios, acendendo-o.
- Eu vou adorar, se eu não for te incomodar.

- Se fosse, não existiria um convite. Quanto tempo ela ficará fora?
- Uma semana inicialmente.
- Hum, então talvez precise buscar alguma roupa.
- Hai, eu vou pegar... - Sorriu meio de canto. - Posso ficar no quarto de hospedes.
- Sabe que isso é uma sugestão absurda, não sabe?
- Absurda é? Quer que eu durma com você?
- Você dorme sempre, porque agora seria diferente?
- Queria ouvir você dizer.
- Quer que eu diga o que? Que quero que durma na minha cama?
Kkaoru assentiu, tragando o cigarro a observá-lo.
- Hum... - Atsushi disse em compreensão e sorriu achando graça. - Quero que durma na minha cama.
O menor mordeu o lábio inferior e assentiu, guiando o cigarro aos lábios dele em seguida.
- Certo, então vou dormir na sua cama.

O maior sorriu meio de canto e tragou o cigarro oferecido, achando graça e diferença em seu comportamento, um pouco mais deliberado que normalmente.

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