Nowaki e Tadashi #39


Tadashi revirou-se na cama, sentindo o cheiro gostoso de perfume e desviou o olhar ao lado dele, notando que o outro já não estava mais ali. Negativou, era médico, quase nunca podia ficar com ele. Levantou-se, devagar seguindo para o banheiro e escovou os dentes, lavou o rosto e logo desceu as escadas, notando que ele ainda estava ali embaixo.
- Nowaki...? Achei que já tinha saído.

- Estou prestes a sair. - Disse o maior enquanto tomava o café, encostado ao balcão central na cozinha. - Bom dia.                        
- Bom dia. - Sorriu. - Desculpe, não sei o que houve ontem. Vou pegar as minhas coisas hoje pra trazer pra cá.                        
- Deixe que eu o ajudo a pegar amanhã. Terei de ir até o consultório brevemente. Na ida eu o deixo e na volta o pego.
- Hai... Tudo bem. Tem mesmo que ir hoje?                        
- Tenho. Tenho que dar entrada em um novo paciente.                        
- Hai... - Tadashi uniu as sobrancelhas.
- Você pode vir se quiser. Tem uma sala de intervalo. Tem café, biscoitos.
- Ah eu posso?                        
- Pode. Mas precisa ser rápido em se vestir                        
- Hai! - Tadashi disse e correu escada acima para o quarto, onde buscou uma camisa qualquer e uma calça limpa, vestindo-se e correu pra baixo. - Estou pronto! - Falou com os cabelos desarrumados.
Nowaki viu-o sumir pelas escadas, ouvia-se as fortes pisadas até que estivesse de volta. Fora no tempo em que descansou o café sobre a xícara e deixou a louça de lado. Tocou seus cabelos, ajustando os fios desalinhados.
- Você é o que, uma criança?                        

- Eh? - O menor riu baixinho e negativou. - Mandou eu me trocar rápido. Ai, esqueci minha base e meu batom. Brincadeira.                      
- Esqueceu o cabelo também.                        
- Ah... É verdade...
O menor suspirou, observando a mesa vazia do consultório, e já morria de tédio conforme via o horário passar no relógio, estava sozinho, o outro estava no trabalho, e odiava ter que esperar por ele sozinho. Tinha biscoitos, mas já havia comido uns dez, e o tédio não passava, mesmo comendo dez biscoitos, estava faminto.
- Tadashi. - O maior chamou, já abrindo a porta. Notou o tédio estampado na face do rapaz. O que causou o riso em si.                     
- Nossa, você demorou, estou quase comendo a mesa.
- Por que não disse que tinha fome? - Nowaki sorriu, canteiro.- Você normalmente procrastina fome.                        
- É, eu sei, mas eu comeria um boi hoje. - Riu.
- Vamos almoçar juntos então.           
- Hai! Onde? Restaurante italiano?                        
- Quer massa hoje?                        
- Quero!                        
- Então vamos. Eu vou trocar de roupas.                        
- Hai. Vou esperar lá fora.
- Espere aqui. Serei rápido.
Disse o maior e se dirigiu novamente ao consultório, onde simplesmente tirou e deixou de lado o jaleco. Pegou alguns pertences e voltou para a sala de descanso onde novamente o encontrara com a mesma feição de tédio.
- Porra, saí um minuto.

Tadashi encostou-se sobre a mesa, estirando-se no local e esperou pelo outro, que logo voltou, mas novamente encontrou a si daquele jeito.
- Um minuto? Saiu há um século.

- Que um século o que, seu dramático. Vamos, vamos comer.                        
- Sou mesmo. - Levantou-se e sorriu a ele. - Vamos.                     
Nowaki sorriu, achando graça, na verdade animado com o fato de que não havia tido a iniciativa sobre sua alimentação, mas sim que viera por sua parte.
- Quer o que, macarrão? Uma pizza?

- Macarrão, frango e salada de batata.                        
- Nossa... Que específico.                        
- Sim. - O menor sorriu.                        
- Bom, então venha.
Disse o maior e abriu a porta onde deu passagem a ele e posteriormente o seguiu. Deixando por hora a clínica, seguindo ao estacionamento, tomando logo posse do veículo. O menor s
orriu a ele, assentindo e entrou no carro, colocando o cinto e ligou o rádio de imediato. Nowaki fitou em seus atos prontos e deliberados. Parecia disposto. Ao ligar o veículo logo traçou caminho a um restaurante já conhecido.
- Estou feliz que possamos sair juntos.                        
- Hum, mas já saímos juntos outras vezes.                        
- Eu sei, mas faz um tempo.
Nowaki não retrucou, balançou a cabeça em compreensão e continuou o caminho até o restaurante. Ao chegar, deixou o serviço de estacionamento para o frentista e desembarcou junto dele, seguiu ao lugar e buscou uma das mesas e com ele se acomodou. Tadashi seguiu junto dele para dentro do restaurante e sentou-se em uma das mesas, perto da janela como pedido ao garçom.
- Hum... O cheirinho, sente.

- Cheiro de molho de tomate. - Disse o maior ao se acomodar, tendo vista através da janela, da tarde chuvosa.
- É gostoso. - O menor sorriu e deslizou a mão sobre a mesa. - Parece que está aqui na minha frente
- Então já quer pedir? - Disse e sorriu a ele, em sua empolgação.                        
- Hai, macarrão!                        
- Carne de frango?                        
- HaiVinho!
Nowaki assentiu e logo pediu ao garçom. Escolheu praticamente todos os mesmos elementos que ele.
- Pronto.                        

Tadashi sorriu e assentiu, ajeitando-se na mesa e só então, deu-se conta de que estavam num restaurante meio... Chique? Ele era médico, frequentava lugares como aquele, e agora levava a si. Ponderou que não era sua esposa, bem arrumada, de salto e roupas de marca, e até recebeu um olhar meio torto da mesa do lado pelo modo como se vestia, meio desleixado. Uniu as sobrancelhas, sentindo-se constrangido e cobriu o rosto com os cabelos.                        
O maior percebia-o recatado, jogando seus cabelos claros demais em frente ao rosto. O que fez com que os tocasse e voltasse a arruma-lo, tirando daquela sua 'cabine', só não havia de fato percebido o motivo de se esconder, ou coisas como aquela a pensar.
... Iie, pode deixar assim, estou me sentindo meio deslocado... - Murmurou.
- Não seja idiota. O trouxe aqui pra comermos. Não pra desfile de moda.                        
- ... Eu sei, mas as pessoas estão me olhando feio.
-  Foda-se. Ninguém paga a conta.                        
Tadashi sorriu.
- Você paga. Gosta de mim?                        

- Bem, você vai morar comigo.                        
- Hum... - O menor sorriu novamente, desviando o olhar aos talheres na mesa. - ... Ah... Quatro?                        
- Uma frescura a parte. Pegue um que te deixe confortável.                        
- Hai. - Sorriu.
Qando finalmente teve o pedido servido, como havia lhe dito, Nowaki pegou o talher com que se sentia mais confortável e prontamente o dispôs junto ao prato. Não sem antes iniciar com um trago do vinho que ele mesmo pedia. Tadashi sorriu a ele, meio de canto e passou a comer da comida pedida, e estava gostosa, talvez porque estava com fome, ou porque todos os aromas dela pareciam uma delícia para si.
- Oishi!               

- Gostou? - O maior disse, mais como um comentários descontraído e logo provou do jantar assim como ele, de fato saboroso. - Hum...                        
- Hai, o cheiro disso, é muito muito bom, não sei porque.
- É porque está com fome.
- Talvez. Ou talvez eu esteja doente por estar comendo tanto...
Nowaki o fitou, franzindo o cenho.
- Talvez ansiedade. Está ansioso por algum motivo?
- Não... Não que eu saiba. Quer dizer, o lugar me incomoda, mas...
- Não acho que seja isso. Hum, coma, logo tenho que voltar ao trabalho.
- Ta bem...

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário