Naoto e Kazuya #30


Kazuya acordou em meio a noite, num sonho meio perturbado, havia sonhado com ele, e levantou-se quase num desespero, procurando-o pelo quarto, mas obviamente, ele não estava. Estava na própria casa, e o coração apertado, havia sonhado um desastre, envolvendo ele, e não queria acreditar que aquilo fosse real, embora fosse somente um sonho.
O loiro pegou o roupão, colocando-o rapidamente sobre o corpo e as chaves, deixaria o irmão por alguns minutos para que pudesse ver se eles estava bem, e quase se jogou para fora de casa, seguindo para o encontro dele em sua casa que não era longe. Ao chegar, bateu na porta e tocou a campainha, sem pensar que poderia ter outras pessoas dormindo ali além dele. Apertando duas vezes a campainha, o outro apareceu na porta, esfregando os olhos, sonolento.
- Kazuya? Ficou louco?
- Naoto! - O loiro o abraçou, apertando contra o corpo e selou seus lábios várias vezes. - Que bom que está bem!
- O que aconteceu?
- Tive um sonho horrível com você... Quase morri.
- Calma... Eu estou bem.
Naoto deu um sorrisinho e por fim o segurou pela cintura com uma das mãos, assim como a outra que segurou sua face. Kazuya riu baixinho ao senti-lo segurar a própria face e aproximou-se sutilmente, selando-lhe os lábios.

Os dígitos de Naoto deslizaram sobre a cútis macia em seu rosto, e desenharam a curva de seu pescoço onde pousou a segurá-lo. E retribuiu seu selo, assim como deu-lhe outro e beijou-o menos ingenuamente, suavemente deslizando a ponta da língua acima de seus lábios fechados, sentindo-os tão frios como sua pele. 
Kazuya sorriu em meio ao toque sutil dele e retribuiu, deslizando a língua por seus lábios igualmente, apreciando-o e estremeceu novamente.
- Quer entrar? Eu estou congelando...

- Ah, sinto muito. Deve estar morrendo de frio.
Naoto murmurou e ainda o abraçava quando por fim os ruídos vindos da cozinha denunciavam uma terceira pessoa. E pôde ver dali a própria mãe, que sorria com sua pele amassada pelo travesseiro, tomando um copo de água e seguiu para o hall, evidentemente animada em provocar.
- Nao, me apresente sua namora...do. - Ditou ela, ao constar a aparência física do outro antes que terminasse a frase.

Kazuya observou ali a moça, vindo em direção a ambos e empalideceu, assustando-se, afinal não estava preparado para conhecê-la, não naquela hora, de pijama e abraçando seu filho como um sem vergonha na porta da frente. Afastou-se educadamente e fez uma pequena reverência.- M-Me perdoe senhora, não estou apresentável para conhecê-la...
Naoto pôde notar o tom branco na face do outro. Não estava diferente, mas sentia borboletas no estômago diante do flagra, talvez estivesse tão desprevenido na situação quanto ele. E tal como o louro, afastou-se. Chegando a arquear a sobrancelha diante de seu gesto formal. Pôde notar a surpresa no rosto da mãe, embora inabalável, apenas inesperada. Levou talvez algum tempo a processar a ideia, enquanto fitava o outro com uma feição sutilmente confusa, até que após uma boa olhada, ela sorrisse.
- Meu deus! Mas que coisa inesperada, Nao! Por que não me avisou? Me desculpe, achei que você era uma amiga do Naoto. Oh, como você é bonitinho.

Kazuya observou a moça à frente e uniu as sobrancelhas, permanecendo parado, processando a informação por um instante.
- Ele não disse pra senhora que estava namorando comigo?

- Ahn, ele me disse que traria alguém para o jantar. Mas não me disse o fato de que esse alguém era um rapaz. Não que eu me importe, só não imaginei. Vem, vem, você deve estar com frio.
Naoto já previa um ar chateado vindo dele logo após toda a situação. Quase chegou a suspirar, se não estivesse tenso o suficiente para fazê-lo. O loiro d
esviou o olhar a ele e nada disse, estava decepcionado de fato, não chateado, sentia-se traido por ele, que disse a si que havia dito para sua mãe. Desviou o olhar à ela e negativou.
- Agradeço o convite, senhora, mas é melhor eu ir.

Naoto fitou a própria mãe, ainda parecia confusa, mas evidentemente inabalada. Pediu silenciosamente licença para ela e se voltou ao louro, encostando a porta de entrada.
- Você veio de pijama até aqui, plena madrugada, me chamou, me abraçou feito um louco de saudade e vai agora me dizer que quer ir embora? Não fiz nada de errado, Kazuya. Só não disse "Mãe, a pessoa que vou trazer tem um pau."

- Não seja rude. Eu esperava que ela ao menos soubesse o meu nome. Pense se fosse o contrário! Ficaria feliz em saber que minha mãe acha que você é mulher? Você tem vergonha de mim!
A porta protestou atrás do louro quando o punho atingiu o material maciço. Sabia que a mãe estava a poucos metros distantes dali, mas certamente não se meteria no problema. Encarou seu rosto, sua maldita teimosia, seus ouvidos tapados que certamente haviam deixado passar as últimas coisas que disse a ele referente àquilo.
- Já falei com você, Kazuya. E vai me deixar realmente irritado se continuar com essa maldita frase.

O loiro uniu as sobrancelhas a observá-lo, magoado pelo modo como ele agia consigo e por fim apenas assentiu.
- Acha mesmo que tenho vergonha de você, ah? Acha mesmo que tenho vergonha quando ando de mãos dadas com um cara. Quando beijo um cara na escola, quando brigo com alguém no intervalo do mesmo jeito por esse mesmo idiota teimoso.
- Por que não contou a ela? - Kazuya falou a observá-lo, com as lágrimas preenchendo os olhos.
- Por que não falei pra ela? Eu ia mostrar a ela, Kazuya.
O loiro assentiu e levou a mão aos olhos, limpando as lágrimas deles.
- Eu estava me sentindo estupidamente feliz porque tinha vindo até aqui precisando de mim no meio da noite, consegui sentir tudo o que estava bom ir por água abaixo.
O outro uniu as sobrancelhas novamente e abaixou a cabeça.
Um sopro deixou pesadamente a garganta do menor e a distância que tinha dele no espaço entre o braço ainda tocando a porta interrompeu, e fez-se próximo ao outro, que embora tivesse a mesma altura que a própria, parecia menor naquele instante.
- Me desculpe. Não seja tão neurótico. Está insistindo tanto nisso que já está me deixando com os nervos a flor da pele. Se tivesse vergonha sequer deixaria você cruzar o espaço no mesmo horário que a minha mãe, evitando que ela o visse.

Kazuya assentiu novamente, sem dizer nada, sentia-se prestes a chorar, mas não queria, tentar manter a pose que tinha, porém naquele momento sentia-se tão pequeno perto dele, tinha medo de perdê-lo, que ele tivesse realmente vergonha de si. As mãos, estavam tremulas, sentia algo horrível na garganta por segurar o choro e desviou o olhar a ele, sutilmente, porém desviou em seguida, evitando que a lágrima escorresse pela face. Nunca havia se sentido daquela maneira, era estranho, mas também era a primeira vez que amava e que temia perder alguém.
Naoto esperou por um instante, aguardando por ouvir mais algum comentário dele. Esperando sua resposta, o que tardou e ainda assim não veio. Somente seu olhar estranho, um pouco carente e um pouco altivo, como se quisesse demonstrar um daqueles dois sentimentos tão distintos, mas um leve brilho adornava seus olhos claros, quebrando sua tentativa de parecer de acordo, de parecer inabalado. Fitou-o de perto só então, e estalou um beijinho rápido em seus lábios. E outro, e outro a medida em que se acomodava não só com o rosto, mas com todo o corpo por perto, voltando a abraçá-lo.
Kazuya repousou a face sobre o ombro dele, abraçando-o e quase sufocou-se ali, contendo a voz chorosa e os soluços a deixar apenas as lágrimas caírem sobre a camisa dele, e apertou-o contra o corpo, sentindo-o próximo.
O menor sentiu gotas gentis tocarem a roupa, umedecendo-a tão insignificantemente, mas não diminuía em si a proporção de seu choro contido. E compartilhou com ele seu abraço apertado. Na verdade não entendia o porque das neuras em sua cabeça, não entendia essa insegurança que já havia tentado tirar dele nas últimas duas vezes em que estiveram juntos, na cama. Suspirou, fechou os olhos.
- Não entendo porque é tão neurótico quanto a isso. É minha mãe, ela é importante pra você entre nós, mas eu já havia dito que traria alguém importante aqui. Foi um senso natural que ela pensasse ser uma mulher, afinal, ela trabalha tanto que quase não conversamos pela divergências dos horários. Você é bonito. Você é incrivelmente excitante, só de usar essa pequena argola na orelha. Já te disse palavras que achei que nunca fosse ter vontade e coragem de dizer. Já fomos pra cama, já fizemos sexo, tivemos prazer juntos. E por deus, adoro sentir sua existência tão real e evidente nos meus braços. Eu não suportava você, eu odiava seu jeito carente de se sentir o rei da sala de aula, de achar que todos giravam em 
torno de si. Odiava que fosse tão convencido, embora eu soubesse que aquilo era sua casca. Mas o que eu mais não suportava em você, era o fato de que parecia lindo e incrível, até mesmo para mim.
Kazuya manteve-se em silêncio a ouvi-lo, e ouvia com toda a atenção, talvez até mais do que podia e por fim assentiu, virando a face de lado a observá-lo e sorriu a ele.
- Eu te amo.

Uma das mãos, Naoto levou em seu rosto, limpando o fino rastro úmido que deixou uma lágrima.
- Eu também te amo.
Grunhiu, ainda soava baixo quando dizia, tímido sobre a forma como soava aquela frase dita por si. Kazuya sorriu a ele mais uma vez e pôde ver em seus olhos que ele realmente era sincero. O amava, como nunca tinha aprendido a amar ninguém na vida, e o queria por perto para sempre. Abraçou-o forte novamente e deslizou a mão por suas costas numa suave carícia, queria dormir com ele, mas antes, queria fazer amor, queria senti-lo sobre si, a roçar no corpo, dar prazer a ele, queria ouvi-lo chamar por si e falar novamente aquele simples "eu te amo" após tudo, queria sentir-se trêmulo em seus braços.
- Vamos subir. - Murmurou, próximo de sua orelha e lhe deu uma pequena mordida ali.

Naoto fitou-o mutuamente conforme sentiu-se encarado. Olhando para ele, certamente ele pensava sobre alguma coisa. E novamente seus braços se tornaram firmes no enlace cujo retribuiu. Foi tirado do espaço que deixava para ele ao sentir o mordisco na orelha, sentia-se tenso com aquele toque, era quase agonizante embora tão sutil, e uma onda fria subiu por toda a coluna. Ainda que seu convite tentasse chamar mais a atenção do que o gesto. E assentiu.
- Vamos.

Kazuya afastou-se dele sutilmente e sorriu à mulher ainda ali.
- Muito prazer em conhecê-la, senhora. Se importa se eu passar a noite aqui?

Naoto observou a mãe, que já se distraía fazendo um café, enquanto em seu celular provavelmente se perguntava qual seria sua agenda de trabalho. E um sorriso despreocupado pousou em seus lábios, assentindo descontraidamente a pergunta do outro.
- Claro. Precisa de outro quarto ou...?

- Não... Não se preocupe. Se não se incomodar, eu durmo com ele.
- Claro, claro. Quer café antes de subir?
- Não, não é necessário, café me tira o sono, mas agradeço.
- Ok. Durmam bem, meninos. Amanhã nós podemos almoçar juntos e conversar um pouco sobre vocês.
- Almoçaremos sim. Muito obrigado por me deixar ficar.
Kazuya fez novamente a reverência a ela e sorriu, seguindo em direção à escada junto do outro.

- Boa noite, mãe. - Naoto disse a ela, e seguiu logo após ele. Cutucou-o em sua cintura, certamente na tentativa de soar desagradável.- Hum... Que formalismo.
O loiro riu e logo adentrou o quarto dele, fechando a porta cuidadosamente atrás de si e empurrou-o em direção à cama, retirando a camisa. Naoto fitou-o defronte, e regrediu passos visto que de costas à cama, aonde se sentou obrigatoriamente, fitando-o a despir sua blusa e pijama. O maior jogou a peça no chão e logo seguiu em direção à cama, sentando-se sobre ele.
Naoto observou seus passos seguidos até si. Já em sua pele revelada pela falta de roupa, ao menos na parte de cima. E o pouco peso de seu corpo que deliberadamente se ajeitou no próprio colo. E as mãos pousaram em suas coxas com o reflexo de tê-lo ali em cima. Kazuya sorriu a ele e puxou a regata que ele usava, retirando-a.
Naoto indagou e ergueu os braços, deixando-o livrar-se da peça. Sentiu a troca de temperatura eriçar a pele.
- Queria chamar você pra ir a praia comigo amanhã.
- Hum... Nós podemos. 

Os dedos do menor deslizaram sob o mesmo elástico, da frente para trás e deslizou a ponta dos dedos, invadindo igualmente o cós de sua boxer embaixo da roupa. Kazuya sorriu a ele e ergueu-se, puxando a calça devagar a retirá-la e deixou-a no chão, voltando a sentar-se sobre ele somente com a boxerNaoto foi interrompido por ele, embora não intencionalmente. E ambas as mãos levou ao colchão, aonde as apoiou. Os olhos voltou a si mesmo, fitando a extensão do tronco nu, até a roupa inferior que vestia, indicativo.
- Quer que eu tire também? - Kazuya murmurou e sorriu a ele novamente.
- A menos que queira fazer com roupas.
Kazuya negativou e guiou a mão até o cós da roupa intima, abaixando-a aos poucos e retirou-a igualmente, sentando-se nu sobre o colo dele. O menor voltou-se novamente a seu corpo, encarando sua nudez. Seu corpo ainda adormecido, embora não totalmente. Suspirou sem que percebesse, enquanto se perguntava internamente quando foi que passou a se sentir tão excitado com um corpo masculino.- Me diz como quer fazer hoje e eu farei.
- Na verdade eu queria fazer na banheira... - Sorriu a ele. - No seu colo.
- Hum... Parece que te deixo mais passivo a cada dia.
Naoto murmurou ao outro, e envolveu firmemente sua cintura, tomando-o no colo conforme se levantou, o levando ao banheiro.

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