Kaname e Shiori #31


Shiori desceu as escadas num caminho lento, ainda vestia o próprio pijama, usava a camiseta preta e o short curto num cinza claro. Carregava nos braços o filho tão pequeno, e já acordado, no meio da tarde. Certificou-se de que as cortinas estavam bem fechadas antes de entrar a cozinha e seguiu a geladeira onde pegou o sangue que levou a mamadeira, tentando cuidar de tudo usando apenas uma das mãos. Caminhou em direção a sala, levando consigo o pequeno que tinha os olhinhos em sua cor vermelha e amarela abertos a observar a si, enquanto segurava com as mãozinhas pequenas a mamadeira e sugava o líquido vermelho. Sorriu a ele enquanto segurava a mamadeira igualmente, cuidadoso, porém logo ouviu o barulho da porta. Desviou o olhar a mesma, observando o outro que acabara de chegar e sorriu a ele, aproximando-se a erguer-se pouco e lhe selar os lábios.

- Chegou tarde... Aconteceu algo?
Kaname cruzou a porta, entrando pelo cômodo inicial da moradia e finalmente estava em casa, pensou consigo na pressa de chegar sem obter algum problema com luz do dia, ou tarde, seja qual fosse o período senão à noite. E no caminhar sem muitos passos encontrou e cumprimentou na retribuição do beijo, o companheiro.
- Não, não houveram problemas. Só que tive alguns pacientes a mais hoje, já que passei alguns dias em casa.

- Ah, que bom que foi tudo bem.
O menor sorriu a desviar o olhar ao filho que ainda sugava o sangue até que terminado da mamadeira. Puxou-a devagar, a senti-lo soltar a mesma e colocou-a sobre o móvel ali perto, segurando uma das mãozinhas do filho que observava o outro agora.

O maior observou o menorzinho e sorriu quase sem consciência de tal. Noutra de suas mãozinhas, tocou, sentindo a firmeza de seus dedinhos envolverem o próprio indicador. Shiori sorriu a ele, o maior e lhe beijou a face, tímido.
- Quer segurar?

Kaname sorriu posteriormente ao menor, e aceitou no colo o pequenino, colocando-o contra o peito. Shiori entregou-lhe o filho e fez uma pequena caricia no rostinho pequeno do bebê.
- Ele me acordou.

- Chorando?
- Hai. Estava com fome.
- Já ele volta a dormir.

- Eu espero. - Shiori sorriu.
- Já comeu?
- Não.
- Vamos comer?
- Hai. - Sorriu. - Deve estar com fome.
- Eu estou. E você não?
- Eu acordei agora. - Riu baixinho. - Mas sempre estou com fome.
- O que podemos comer?
- Eu posso fazer algo pra você.
- O que você gosta de comer?
- Ah, fazia tanto tempo que não comia comida humana... Estou comendo só com você. Eu nem sabia cozinhar, tive que aprender.
- Mas o que gosta?
- Ah... Eu gosto de massa. - Fez bico. - Eu sou comum.
- Hum, quer pedir yakissoba?
- Seria bom.
- Antes, quero colocar ele no berço, você vem comigo?
- Hai.
Kaname subiu as escadas, carregando o pequeno no colo, e podia sentir seu cheiro agradável de bebê, um perfume e talco usado pelo menorzinho certamente, observava-o atentamente em seu rostinho, e até se parecia consigo de fato, quer dizer, um pouco. Tinha poucos fios de cabelo, uma pele macia, e era forte mesmo pequeno, podia sentir pela força com que segurava o próprio dedo.
Ao adentrar o quarto, guiou o pequeno ao seu bercinho bem decorado, confortável, e cobriu-o com o cobertor, embora não fosse necessário, era um mimo a ele.
- Sabe, estive pensando... Deveríamos chamá-lo de Etsuo.
- Etsuo?
- Sim, eu gosto do nome.
- ... Quem se chamava assim?
- Ninguém, eu só gosto.
Shiori o observou por um pequeno tempo, e logo o bebê, abrindo um pequeno sorriso.
- Etsuo... Certo, é bonito.
- Você gosta?
- Hai. É um nome forte, combina com ele, se ele crescer que nem você.
Kaname abriu um sorrisinho e deslizou a mão pela face do filho.
- Obrigado, Shiori.
- Eh?
- Obrigado por me dar ele.
O pequeno uniu as sobrancelhas, porém assentiu por fim.
- Não é nada.
- Espero que ele cresça logo, e que possamos ver o homem que ele vai se tornar.
O menor sorriu.
- Vai crescer sim. E vai ter vinte e dois anos pra sempre.
Kaname assentiu.
- O lado bom de ser um vampiro. Nunca perder os filhos.
- Hai, estaremos sempre com ele.
O pequeno se aconchegou ao peito do outro, e foi abraçado por ele, que deslizou os dedos pesados pelos próprios cabelos. 

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário