Daisuke e Misaki #9


Alguns minutos haviam se passado desde que Daisuke saíra do quarto, certamente atrás de comida. Misaki suspirou, os olhos percorrendo o quarto grande e sentia frio, puxou os cobertores sobre o próprio corpo, sentindo-se pouco mais quente. A mão ajeitou a camisa pouco erguida e tocou o próprio sexo por acidente, ereto e fechou os olhos, mordendo o lábio inferior.
- Não dá... Toda vez que eu fecho os olhos eu penso nele de qualquer maneira...
Murmurou, deslizando uma das mãos pela própria coxa, subindo ao membro e envolveu o mesmo com a mão, sentindo a face corar por um segundo, afinal, nunca havia se tocado. Deslizou a mão pelo local numa leve caricia, mantendo os olhos fechados e passou a mover a mão, estimulando-se e dos lábios escaparam pequenos gemidos, entre eles o nome do maior. Mordia o lábio algumas vezes, lembrando-se de cada toque pelo corpo, cada beijo, aquela pele tão fria que ficava tão quente quando ambos estavam juntos. Deslizou a mão pelo local, alcançando o ponto intimo do corpo e o tocou com um dos dedos, sentindo a face se corar ainda mais e subiu a mão novamente até a ereção.

- Uh.
Um riso dos típicos soprados pelo vampiro, o fez ao constar das pequenas brincadeiras do jovem andrógino em seu quarto. Estivesse lá ou não, seria capaz de saber o que o rapaz estava a fazer. Horas, três ou quarto, haviam se passado desde a saída da moradia. Como numa rotina noturna, havia se fartado em sangue e limpava os lábios com o contorno pela língua, saboreando as ultimas gotas restantes de um ótimo jantar. A excitação de fato já havia passado, talvez a fome tivesse o feito ansiar ainda mais por si. Ao pisar na entrada de casa, tornou a fechar a porta e deixá-la para trás, talvez com o sentimento novo de ter alguém dentro dela a esperar pela volta, imaginava se ele estaria satisfeito com suas próprias mãos, e um riso sutil abandonou o cainita enquanto seguia ao quarto.
- Cheguei, Misaki.

Após algum tempo com as próprias provocações, Misaki acabou desistindo das mesmas, sentia a face tão corada como se alguém pudesse ver a si. Levantou-se e caminhou até o banheiro, ligando o chuveiro e retirou a camisa, se colocando abaixo da água morna, tomando um banho rápido apenas para voltar até a cama. Vestiu novamente a camisa do outro, confortável e deitou-se, virou-se de lado na cama, escondendo a face com o travesseiro e fechou os olhos, suspirando. Ouviu os passos pelo local, abrindo os olhos rapidamente, percebendo que havia cochilado, afinal, não estava realmente com sono. Sentou-se, na cama, observando o outro.
- Está bem?
Daisuke indagou tênue a fechar a porta do quarto e retirar o casaco comprido que desnecessariamente havia trajado antes de sair.

- Hai... Por quê?
- Por nada, desmaiou algum tempo atrás.
O maior concluiu e caminhou até a cama onde se sentou a beira e levou uma das mãos ao rosto do rapaz, acariciando-lhe a bochecha.

- Obrigado por se preocupar. - Sorriu. - Está melhor?
- Estou cheinho. - Daisuke comentou o vampiro num riso breve e tão sutil, quebrando a pouca distância que tinha do alheio e lhe beijou os pequenos e bonitos lábios. - Deveria levá-lo para casa?
Misaki uniu as sobrancelhas, retribuindo o beijo e assentiu, abaixando a cabeça.
- H-Hai... Daisuke.

- Ou não.
O maior comentou novamente a deslizar os dedos abaixo do queixo do outro e elevá-lo novamente a direção da própria face, que ainda tinha os olhos nítidos pela quantidade de sangue ingerida. 
A face do menor se corou ao ouvi-lo e observou os olhos bonitos do outro.
- Já o incomodei o bastante...

- Por que não quer ir?
- Eu quero ir... - Falou baixo.
- Por acaso está com medo de alguma coisa?
O menor negativou.
- Não pense que está me incomodando, porque não está. É ótimo ter a presença de meu belo noivo por aqui.
Num timbre cortês concluiu o cainita, e por fim um riso sutil na conclusão da frase deu o ar da brincadeira. Misaki u
niu as sobrancelhas e logo ouviu o riso do outro, rindo baixinho.
- Tá bem, meu amor.

Ao fim do riso, Daisuke apenas um sutil expandir dos lábios o qual manteve.
- E então?

- Eu posso ficar? - Riu baixinho.
- Bem, se quiser.
- Eu quero
- Hum, está bem. Mas e o trabalho? Roupas para ir ao serviço.
- É mesmo... Venha pra minha casa comigo. - Sorriu.
- Levá-lo?
- Hai...
- Você parece apaixonado, Misaki. - Daisuke riu em tom mínimo.
- Não estou. - Fez bico.
- Está confuso. - O maior acariciou-o no contorno facial, desviando os dedos sutis antes em seu queixo. - Está se apaixonando por mim, ah?
Misaki observou-o, permanecendo quieto por um tempo e aproximou os lábios dos dele, selando-os apenas e logo se afastou, brusco.
- Pare de dizer besteiras!

- Besteiras?
O maior disse ao meio do riso e o desproveu da carícia tênue que antes lhe dava com os dedos.

- Hai... Como eu estaria apaixonado? Te conheço há pouco tempo.
- Eu não disse que estou apaixonado.
- Você me disse que estava apaixonado. - Riu.
- Eu disse que está se apaixonando, e fiz uma pergunta, não afirmei. Sua agitação só me faz crer que sim.
- Você disse que estava apaixonado pela minha beleza. - Riu e piscou a ele.
- Fugir do assunto e não negar me faz crer novamente que está se apaixonando por mim, Misa-chan! - Daisuke brincou ao apelidá-lo num meio riso de tom baixinho e sutil, quando por fim o cainita voltou suas orbes sem nitidez do jovem e afirmou. - Sim, é realmente muito bonito, Misaki.
Misaki riu baixinho, sentindo a face se corar ao ouvi-lo e lhe selou os lábios.
- Obrigado. - Puxou-o sobre si, rolando na cama e ficou sobre ele, colocando as pernas ao lado do corpo do vampiro, sorrindo ao fitá-lo. - E se eu estiver apaixonado?

As ambas mãos do maior, abruptamente se voltaram às laterais do alheio abaixo, porém ao revirar de corpos, estas repousaram sob seu corpo. Numa massagem sutil sobre a coxa direita do rapaz, enquanto a própria mão esquerda se levou ao rosto do jovem andrógino e suas feições bonitas, trazendo-o entre proximidades através de seus cabelos macios e ondulados o qual o fitou bem próximo ao delicadamente puxá-lo.
- Foi por isso que desejei avidamente fazer amor com você naquela noite, ao invés de simplesmente lhe usar feito um banquete de sangue.

Misaki abriu um pequeno sorriso nos lábios, aproximando-se ainda mais do maior e lhe selou os lábios.
- Porque me acha bonito?

- Me excitou demais, Misaki. Sou alguém difícil de ter-se atencioso à alguém, porém aquele dia meus olhos não se desviaram de você. No momento em que o vi, talvez estivesse bêbado, eu achei que seria um rapaz mais difícil, porém me cumprimentou logo com um oi bem atrevido. - Riu o vampiro. - É claro que por ser tão bonito me chamou atenção, mas talvez meu instinto não esteja tão vagabundo à ponto de me fixar a um rapaz por ser belo, tanto que este rapaz fora capaz de gerar um filho meu em sua barriga. Sou um romancista, gosto de fazer amor e não sexo, Misaki. Tenha certeza que não vou com qualquer pessoa para a cama.
Misaki levou uma das mãos aos cabelos do outro, acariciando-os enquanto apoiava-se ao lado dele com a mão livre. O olhar percorreu a face dele, cada pequeno detalhe, tão perfeito do vampiro e novamente lhe selou os lábios, repetindo o toque algumas vezes.
- Gosto de você... Não por ser o pai do meu filho... Gosto mesmo de você. Você é atencioso comigo, cuidadoso, romântico, carinhoso... Lindo, delicado. No começo, eu quis me apegar a você por medo do que pudesse acontecer, eu estava com medo de tudo... De ter o bebê, de ficar sozinho novamente... Mas agora eu percebo que eu não quero ir embora porque eu quero estar contigo, só com você e mais ninguém.

- Quem o vê dizer pensa que estamos a conviver por dias, sendo que esta aqui há dois. É realmente um animalzinho carente, Misaki. - Riu.
Misaki abriu um pequeno sorriso, certamente sem vontade alguma e deitou-se ao lado do maior.
- O que há? - Daisuke virou-se de lado na cama, e sob o punho apoiou o descanso da face voltada a direção do outro. - Pareci indelicado? - O indagou a levar a mão livre de uso a seu rosto afeminado, o acariciando.
- Num instante estava falando comigo de modo carinhoso e no outro como se eu fosse um idiota por dizer o que eu disse.
- É claro que não, Misaki, talvez tenha mal interpretado minhas palavras.
- Talvez eu seja só um animalzinho carente mesmo.
- Hum... É mesmo?
Misaki observou o outro e suspirou, negativando e abaixou a cabeça.
- Uh, por que não aceitamos logo que vamos ficar juntos?
- Porque quando meu sangue acaba, você vai caçar outra vadiazinha. - O menor riu baixo e virou-se de costas a ele, provocando-o apenas. - E me deixa sem sexo.
- Seu sangue não acabou, mas suas forças sim. Não era você o desesperado a não morrer?
- Hã. - Falou baixo, ajeitando-se e cobriu-se novamente.
- Eu sei que lentamente está se apaixonando por mim, como é a confusão que cresce ai dentro, tanto quanto cresce em mim. Mas talvez o deslumbre que me despertou naquela noite, me fizesse saber que mesmo sem vê-lo por um ou mais meses, teríamos de nos encontrar novamente, para que eu pudesse aquecê-lo mesmo nestes braços frios.
Misaki abriu um pequenos sorriso nos lábios e virou-se novamente, aproximando-se dele e abraçou-o, apertando-o entre os braços.
- Gosta de mimos, gatinho carente. - Comentou a envolvê-lo num abraço, e retribui-lo no seu feito.
O menor assentiu, rindo baixinho.
- Então... Vamos ficar juntos?

- Não é preciso que haja feito um homem casado, até que esta se torne uma vontade.
Misaki assentiu e ergueu a face.
- Se... Ficarmos juntos vai ficar com mais alguém?

- Por que eu o faria?
- Não sei... Só estou perguntando.
- Até que se torne meu noivo, continuo com minha rotina noturna.

- Hum... - Assentiu.
Daisuke voltou uma das mãos ao braço do rapaz, e deslizou a ponta dos dedos sob a região, o acariciando como tinha o costume. Misaki sentiu o toque da mão fria pelos braços e arrepiou-se sutilmente, deslizando uma das mãos pela cintura dele, as mãos quentinhas.
- E então... Irá para casa ou passará a noite aqui novamente?
O menor sorriu, observando-o e lhe selou os lábios.
- Quero ficar.

- Certo. Mas irá cedo para casa, ainda tem serviço.
- Hai. - Sorriu e selou-lhe os lábios. - Posso te contar uma coisa?
- Conte.
- Você me deixou tão excitado ontem... - Riu baixinho. - Estava tão desesperado pelo meu sangue...
- Uh, - Riu o cainita como já era de seu costume com um breve sopro nasal. - Que comentário repentino.
- Eu sei... - Riu.
- Qualquer mínimo corte já me deixa daquela forma, por isso o quanto puder evitar de se cortar.
Misaki sorriu, mordendo o lábio inferior.
- É bom evitar se não quiser virar carne seca.
Misaki uniu as sobrancelhas.
- Mas eu gosto quando fica daquele modo...

- Por que não me faz ficar assim por você ao invés de seu sangue?
- Não sei se iria conseguir isso.
Os olhos do vampiro se voltaram aos dedos que devagar caminhavam pelo braço do outro. Misaki sorriu apenas, observando-o.
- Ou acho que sim.

- Não precisa se importar com o que fazer, só não use sangue se não quiser acabar fraco.
- Ta bem.
- Jogo sujo. Misaki diz que não está apaixonado quando usa o sangue pra me seduzir. - Brincou o maior, o provocando e riu no fim.
- Você adora sangue... - Riu baixo. - E adorei ver você feito um cachorrinho seguindo os rastros.
Daisuke arqueou a sobrancelha diante do comentário.
- Ah perdão. - Riu. - Não quis dizer isso
- Sou só o lobo que não quis atacar e acabar com a presa.
- Rawr. - O menor riu, selando-lhe os lábios.
- Uh.
- Não vou mais brincar com sangue então.. - Fez bico.
- Se quiser viver, é bom não brincar demais.
- Hai, afinal... Quando fazemos amor você sempre da um jeito de tirar um pouquinho né? - Misaki riu, mostrando as cicatrizes do pescoço a ele.
- Gosto dos dois juntos.
- Ok, já me tem nas mãos mesmo...
- Hum? - Daisuke indagou a não entendê-lo.
- Você já me tem nas mãos, pode me pedir o que quiser. - Mordeu-lhe o lábio inferior.
- Foi assim tão fácil de conquistar?
- Estou tentando te seduzir, da licença?
- Me seduzir? - Riu o cainita. - Me seduz se me faz ansiar por tê-lo entregue a mim, não me mostrando que já o tenho o quanto eu quiser.
- Hum, certo, romancista. 

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