Daisuke e Misaki #23


Misaki levantou-se enquanto o outro ainda dormia, já havia recebido várias ligações da chefe e não queria acordá-lo, afinal sabia que ele podia ouvir muito bem. Pegou o celular sobre a comoda e caminhou até a sala, sentando-se no sofá e apenas ouvia as reclamações da outra devido a falta de organização e a falta igualmente no serviço e que não devia ficar na casa de um dos escritores se não estivesse trabalhando, ouvia apenas, sempre tentando achar uma brecha em algo para explicar a situação mesmo que a outra não parasse de falar um minuto e deixasse a si explicar.

Daisuke já havia se levantado minutos antes conforme ausência do alheio na cama. No guarda-roupas de móvel antigo e muito bem cultivado, pegou alguma camisa das típicas, escondendo o corpo antes semi-nu, apenas com a boxer bem justa a região dos quadris, e a vestiu. No caminho ao banheiro, lavou o rosto com água sem temperatura e algo na boca deu hálito de menta. Tão logo desceu ao andar abaixo, em busca do rapaz noutro cômodo e via-o sentado atento a conversa em teu celular.
O menor desviou o olhar ao outro ao vê-lo e suspirou, colocando o celular no viva voz, deixando-o ouvir os gritos da chefe consigo. Daisuke riu, porém não contradisse a jovem mulher trabalhadora, afinal, a mesma não tinha consciência do que se passava nos últimos dias. Caminhou à mesa no centro da sala, e sentou-se sob o móvel, posto próximo ao recente vampiro.
- Deve explicar a ela, ela não está errada.

Misaki desligou o auto-falante e levou o celular ao ouvido.
- Kyoko, me deixe explicar o que aconteceu, só espere eu falar, me de cinco minutos. - Observou o outro e tapou o microfone do celular. - O que eu digo?

- A verdade. - O maior sorriu a ele.
- Hum... - O menor destapou o microfone, aproximando o telefone novamente do ouvido. - Ahn... Bem... Eu vou casar com o Dai.
- ... Isso não é motivo pra faltar no trabalho, Misaki. Explique.
- Digo... Não, não é por isso... É que... Eu decidi que quero passar a minha vida toda com o Dai... - Misaki observou o outro e sorriu. - E então, eu pedi a ele que me transformasse em vampiro, não posso mais ir ao trabalho pelo dia, entende? 
- Hum... Entendi. Posso falar com o Dai?
Misaki assentiu e entregou o telefone a ele.
- Viu, como é fácil explicar? - O maior riu tênue e quase não notório a segurar o aparelho e levá-lo a direção auditiva, atendendo à chefe. - Kyoko.
- Dai, como assim você transforma o Misaki em vampiro? Sabe que ele é um dos meus melhores editores, o que você acha que eu vou fazer agora sabendo que ele só pode sair quando eu fecho o escritório, ahn?
- Então eu deveria terminar com ele só porque você precisa de um editor? - O maior indagou a moça através da linha telefônica.
- Você nunca ficou mais de uma noite com ninguém! O que deu em você agora?
- Os vampiros são conhecidos como criaturas sem coração. No entanto, uma vez que apaixonados, eternamente comprometidos.
Um típico sorriso de canto, Daisuke expôs ao rapaz em frente e lhe deu uma piscadela. Misaki r
iu baixinho, aproximando-se e lhe selou os lábios.
- Pelo visto gosta mesmo dele, hum.
- É claro. Senão seria apenas mais um caso de uma noite. Isso é algum pecado?
- Não, só está me causando alguns problemas. Enfim, vou ver o que eu posso fazer por ele, terei que fazer ele trabalhar em casa assim como você pelo visto.
- Empresas grandes são sempre assim. Você deve estar acostumada com esse tipo de acontecimento. Por que tem demasiada atenção apenas comigo? Não é como se eu falhasse nos prazos, e ao contrário de muitos, não demoro nem seis meses para escrever um livro.
- Não estou preocupado com você, Daisuke, estou falando do Misaki.
- Se trata de mim, de meu trabalho, afinal ele é editor do meu livro. Algum problema, hum?
- Não, nenhum, mas espero que ele faça o trabalho dele se for te ajudar aí.
- É claro que irá. Não me trará problemas, eu tenho certeza que ele não faria isso. E eu tenho escritório que pode ser facilmente adaptado com as coisas que ele precisa.
- Ótimo, trabalhem um pouco ao invés de ficar se pegando o tempo todo, apareço ai essa semana ainda pra levar as coisas do Misaki.
- Também não somos como cadelas no cio. Eu trabalho mesmo quando Misaki está aqui. Pois bem, seja bem vinda quando quiser vir.
Misaki riu baixinho, observando o maior.
- Ah não? - A moça riu baixo. - Então tá bem, aparecerei. - Desligou o telefone.
- Quem vê pensa que fazemos sexo o dia inteiro.
- Acho que ela entende isso porque dormimos juntos todas as vezes que ela veio.
- Dormir junto não necessariamente significa que passamos a noite e dia fazendo amor.
- É, tem razão. E ela é bem indiscreta... Lembra na última vez?
- É que já somos amigos próximos, então ela não usa papas na língua.
- Mas eu não. - O menor riu. - Não conhecia ela tão bem.
- Mas estando próximo, ela toma liberdade.
- Bem... - O menor riu. - É meio estranho. Quer sair hoje a noite?
- Bem, pela pergunta eu suponho que deseja ir em algum lugar. Qual é?
- Hum... Não sei, dar uma volta já que não gosta de lugares agitados.
- Vou a lugares agitados mesmo que não sejam meus favoritos. Afinal, onde mesmo nos encontramos, uh?
- Num bar.
- E pelo que me lembro, era o barzinho de uma boate.
- Uhum, eu estava dançando.
- Eu sei, e chegou bem animado pra me cumprimentar e pedir uma bebida.
Misaki riu.
- Ora, eu queria companhia.

- Ah é? Então faria isso com qualquer outro que lhe desse companhia?
- Não, eu gostei de você. Parecia diferente de todas as pessoas ali, estava tranquilo e não olhando todo mundo que passava.
- Na verdade eu olhava a todos que ali passavam. Porém de esguelha, eu sou discreto.
- Ah... - O menor uniu as sobrancelhas
- Mas não como qualquer homem que mede as curvas e centímetros de um traseiro.
- Ah sim. 
- É claro, não sou maníaco sexual.
- Eu fiquei meio em duvida quando mordeu meu pescoço. - Riu.
- Ah, quando já estamos no clima, aí é diferente... - Daisuke riu conjunto.
- Não, digo, na primeira vez que me mordeu. - Riu. - Fiquei assustado, eu achava que vampiros não existiam, achei que era um sádico, sei lá.
O maior tornou a rir.
- Achou que eu era um maniaco pagando de vampiro?

- Mais ou menos. 
- Ah, como é exagerado. Dente humano não rompe a pele de modo tão fácil, teria doído ainda mais.
Misaki sentiu o arrepio percorrer o corpo.
- Ai que horror.

- Mas bem, onde iremos? Acho que uma boate ou bar não será confortável a você, já que está com essa barriguinha grande.
- Pois é... Eu disse que você não me veria sem roupa com essa barriga, mas não consegui evitar...
- Mas não está feio. Aliás, você está lindo como um recente vampiro.
- Mesmo?
- Você já se olhou no espelho?
- Não... Eu acordei e vim direto.
- Então vá. Aproveite, tome um banho, relaxe um pouco.
- Mas... Mas e você?
- Quero que vá primeiro. Vá sozinho e curta o banho, vou depois. Vou fazer algo pra tomarmos. O que você quer? Aliás, acho que já posso te dar um vinho bem diferente.
- Hum... Seria bom. - Misaki riu. - Ta bem, eu vou.
Aproximou-se do outro e selou-lhe os lábios, voltando-se as escadas.

- Hoje eu poderia te dar carne crua com sangue. Não é mesmo?
Daisuke riu e via-o subir pelas escadas.

- Pode. - O menor riu e correu. - Mas isso ainda me da nojo.
- Hum... Será que errei em alguma coisa?
O maior concluiu e riu consigo ao desviar-se a direção da cozinha.

- É que ainda me parece meio nojento. - O menor riu e correu ao andar de cima. - Amo você!
Gritou e voltou ao quarto, retirando as roupas e deixou-as sobre a cama.

- Não é nojento, vou cortar uns filetes pra você comer.
Daisuke riu em leve tom maldoso em brincadeira e na cozinha procurou os utensílios. Caminhou distraído pelo cômodo aberto, o qual tinha vista do resto da casa num aconchegante loft de móveis tão antigos quanto a si, porém tão bem cuidados. A faca de ponta fina, afundou na carne macia, fatiando em pequenos e finos pedaços de um atípico petisco. Misaki a
dentrou o banheiro e observando-se no espelho e assustou-se ao ver a leve coloração avermelhada nos olhos, ajeitando os cabelos.
- Nossa... Que... Diferente...

Fosse talvez atípico ao rapaz, já que por bons séculos havia compartilhado tal refeição. Daisuke suspirou, sentindo o aroma fresco da carne enquanto fatiada pela faca grande numa das mãos. Quando enfim formou os quadrados finos de carne, suficientes para os ambos, levou-a a uma tigela funda e redonda. A garrafa do vinho escuro, misto ao liquido que corre em veias humanas, abriu a preencher certa altura para um repouso da carne crua, e após lavar as mãos manchadas do vermelho, guardou o que já fora de uso e não mais seria.
O menor ligou o chuveiro logo, adentrando o mesmo e sentiu a água escorrer pelo corpo, já não sentia mais a água quente. Uniu as sobrancelhas e suspirou, deslizando uma das mãos pela pele branca.
- Estou mesmo diferente. 

- Não está feliz com isso?
Indagou o cainita posto à porta, quando repentino já esteve no andar e cômodo mesmo que o novo vampiro. Misaki d
eslizou o olhar a porta, unindo as sobrancelhas.
- Que susto. Estou sim.

- Uma hora aprende a sentir prazer com tudo isso. É o único conforto que posso lhe dar, já que uma vez feito, não posso revertê-lo.
Conclusivo fora Daisuke a dizer-lhe as tais e por fim deu as costas a sair dali. Não fora rude nos modos e nem mesmo chateado, constou ante um sorriso breve que lhe deu antes de abandoná-lo novamente no cômodo de banho. Fez-se na cozinha após os degraus inúmeros que desceu. O liquido na refeição escorreu a pia, e passou os petiscos um a um, com os hashis, decorando o prato sem nenhum empenho a fazê-lo, enfileirando as fatias vermelhas em pedaços pequenos sob a louça de porcelana branca.

Misaki saiu logo do banho, enrolando-se na toalha e voltou-se ao quarto dele, pegando a própria roupa intima na bolsa e a vestiu, buscando uma camisa no armário dele e deixou as pernas expostas como sempre fazia. Desceu as escadas e seguiu em direção a cozinha, observando o outro de costas. Caminhou em direção a ele, sabendo que ele poderia ouvir a si, mesmo assim agarrou-lhe a cintura e lhe beijou o pescoço algumas vezes, lambendo-o no local.
- Eu estou muito feliz em ser um vampiro e ficar ao seu lado... Muito. Eu quero ficar sempre assim.

- Terá uma boa vida.
Disse o maior não surpreso ante ambos os atos do outro homem, enquanto sentia a cintura agarrada por magros braços cobertos por um tecido de camisa, e teus lábios -agora sem calor- no pescoço, enquanto não impedido traçava um curso calmo pelo cômodo de cozinha, pegando atrás das portas de vidro no armário de cozinha, as taças bem fundas e cristalinas em nada mais que vento em seu interior. Misaki s
eparou-se do outro, encostando-se no balcão e observou-o apenas.
Ao postá-las sob o balcão de cozinha, o maior caminhou a geladeira onde manteve a bebida de vinho e sangue bem refrigerada. Após o saque da rolha na bebida com leve teor de álcool e alto de sangue, aspirou o aroma doce e fermentado que certamente o belo recente vampiro também seria capaz de sentir.
- Sente?

Misaki aspirou o aroma de sangue no local e sorriu a ele, assentindo.
- Eu quero...

- Leve as taças a sala, levo a garrafa e seu delicioso petisco.
Daisuke dizia o cainita e com teus olhos de cores diferentes indicou a direção do prato com carne banhada acima do balcão e com garrafa já em mão, apenas adornou o prato com os pares de hashis, elevando o recipiente noutra mão -antes livre- e junto do outro homem seguiu a direção da sala de estar sem iluminação, enquanto a cada passo do jovem andrógino, apreciava o balanço bem sutil de seus quadris.
- Agora sim eu posso dizer que estou o olhando como um podre homem humano.

O menor virou-se, pegando as taças sobre o móvel e caminhou até a sala, levando as mesmas e deixando sobre a mesa de centro. Desviou o olhar a ele e riu baixinho.
- O que?

Daisuke abandonou sob o baixo móvel no centro do cômodo garrafa e prato. Despreocupados os passos ao caminho pelo tapete até as grandes cortinas que escondiam a noite através dos grande vidros ao longo de onde deveria ser uma parede. Tinha em vista livre o céu noturno, tão escuro, chegava quase a um negro com poucas mas tão nítidas estrelas distantes da grande esfera de luz, o qual chamavam de lua.
- Vou te ensinar muitos modos de ver o lado bom de ser um vampiro.

Misaki sentou-se no sofá, observando-o e riu baixinho a ele, observando o céu lindo assim que o outro abriu as cortinas.
- Bem, me diga.

- Não vou dizer, você vai saber conforme viver.
Daisuke conclusivo disse ao vampiro mais novo, enquanto em seus mesmos passos sem preocupações traçou o caminho com pés descalços nos macios pelos do tapete no solo onde pisava. Jogou-se minucioso na maciez do estofado em couro, confortável logo o recebeu abaixo de um dos braços.

O menor aproximou-se do outro e riu baixinho, encolhendo-se próximo a ele.
- Estava olhando o meu corpo enquanto eu estava andando na sua frente, não estava?
Murmurou e ergueu a face, selando-lhe os lábios.

- Foi aí posta a comparação dos homens que frequentam aquela boate.
O maior ria, desvencilhando do abraço recente e no leve inclinar da coluna, a garrafa sobre o móvel fora a preencher a taça com seu liquido de cheiro tão agradável. Quando entre dedos recebeu a base do cálice, fronte as narinas sugou seu aroma, e no cerrar tênue das pálpebras a esconder as vistas de cor bonita, apreciou-a num gole severo, e entregou-a ao outro homem.

Misaki observava-o ao encher a taça com o líquido e lambia os lábios, mantendo os olhos presos no liquido. Estendeu a mão em direção a taça ao vê-lo golar a bebida e logo a pegou, levando-a aos lábios e bebeu alguns goles.
- Isso é tão bom...

- É.
O maior disse entre um sorriso tão leve e quase não notável, enquanto entre os dedos de mão direita, prendia os hashis a levá-los serventes a boca, degustando o filete saboroso de carne crua e seu forte sabor sanguíneo. Misaki o
bservou a carne no hashi do outro e fez uma pequena careta.
- Isso é bom?

Daisuke degustava o aperitivo a preencher um pequeno espaço entre hashis com um novo pedaço de carne.
- Feche os olhos.

Misaki fez o pedido.
- Hum?

O maior ajeitou-se em proximidade e junto levou o hashi com a pequena refeição, fronte sua face deixou-o apreciar o cheiro gostoso de seu futuro novo costume.
- Sinta o cheiro e experimente sem ver, depois que gostar, não sentirá nojo.

O menor aspirou o aroma de sangue da carne fresca e abriu a boca, esperando pelo pequeno aperitivo. Daisuke levou-o a boca do alheio, deixando o aperitivo lhe tocar a língua. Misaki fechou os lábios assim que o outro deixou a carne sobre a língua e mordeu a mesma, perfurando-a com os caninos afiados, apreciando o sabor de sangue.
- Hum... É bom.

- Sim, apenas uma carne. Não é algo nojento.
Daisuke dizia a repousar os hashis sob o prato de cor branca, servindo outra das taças que havia trago e levou-a aos lábios, sorvendo o líquido para a boca. Misaki s
orriu ao observá-lo e logo desviou o olhar a própria barriga.
- Hum?

- O que?
- Eu senti... Algo.
- Nosso bebê está feliz, ah?
Misaki riu baixinho.
- Nunca tinha sentido ele mexer.

- Você está dando o que ele gosta. Coma, hum? - Daisuke dizia e tornou a golar a bebida.
O menor assentiu e pegou os hashis, pegando mais um pedaço da carne e levou aos lábios, mantendo uma das mãos sobre a barriga e acariciou o local.
Daisuke confortou a coluna no encosto tão macio, e no recostar da nuca tinha as vistas dispersas ao lado exterior da casa, vista através do vidro extenso, desta vez sem as cortinas a escondê-lo, e por vezes desapressadas levava o cálice a boca, golando o vinho diferenciado.
Misaki sorriu ao maior, observando-o e pegou mais um pedaço de carne com os hashis, levando aos lábios do noivo e sorriu a ele. O maior voltou-se ao outro conforme vira o hashi e sentiu o aroma do aperitivo, forte. Sorriu igualmente e descerrou os lábios a aceitar a refeição. O menor aproximou-se do maior, selando-lhe os lábios e riu.
- Eu ainda gosto mais do seu sangue.
- Hum, é mesmo? - Disse o maior após ingerir o filete de carne, e golar mais do vinho.
- Muito mais.
- Hum... Já leu histórias de vampiros, Misaki?
- Não... Por quê?
- Meu sangue é melhor para você do que o de humanos.
- Bem, isso não é especificado em livros de história. - Riu.
- De fato, humanos não sabem muito sobre vampiros de verdade.

Misaki ergueu a face, fitando-o e lhe selou os lábios.
- Quantos dias eu dormi?

- Três apenas...
- Nossa... Fiz muita falta?
- Foram apenas três dias, Misaki.
- Hum... Hai.
- Não ache que não senti realmente, o olhei dormir.
Misaki fez uma pequena careta e o maior riu.
- Coma. Você precisa.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário