Thor e Loki #18


Loki suspirou, havia passado uma semana desde que o havia visto, estava cansado de ficar sozinho, na verdade, andava em círculos pelo quarto, esse era o problema de estar numa prisão, não importava o quanto quisesse vê-lo, não podia pedir que o chamassem, o pai nunca permitiria aquilo. Via as revistas sobre a mesa, amontoadas, já havia lido todas, sabia sobre tudo o que falavam, o copo que havia sido trazido para si estava agora entre os dedos, podia sentir o vidro, e se lembrava dos momentos que havia passado na terra, com ele, toda a mordomia que havia tido, não tinha mais agora e era frustrante, estava preso por um motivo estúpido, injustamente, e se sentia um idiota por não tomar uma atitude. Apertou o copo contra a mão, firme e sentiu as partículas do vidro se romperem, havia quebrado o copo, e nem se importava com o corte que havia feito na palma, que expelia sangue.
Thor sentou-se à cama junto ao irmão. Havia retornado em seu quarto atual, junto a alguma bebida alcoólica, uma pasta que seja lá do que fosse feita, era para cortes e queimaduras, mas não tinha um cheiro agradável. Jogou a bebida em sua mão ferida, higienizando-a como podia improvisar, e em sua mão suavemente depositou a pasta, pincelando-a com os dedos levemente.

O menor observou-o adentrar o quarto, surpreso, já que geralmente ele não descia ali, teve que esperar uma semana para finalmente vê-lo, e junto dele viu a garrafa, arqueando uma das sobrancelhas.
- O que você v... Ah! Thor!
Falou a observar a mão e estreitou os olhos, puxando-a sutilmente para livrá-la.

- É sua culpa, meu irmão. Por um ato tão inconsequente.
O loiro retrucou e segurou sua mão, mantendo-a no lugar a cobri-la daquela pomada.

- Odeio essa cela.
Thor posteriormente encobriu-o pela fina faixa de tecido, amarrando as pontas.
- Assim está bem. Esconda quando alguém vier.

- Consigo materializar uma mão boa.
- Certo. Então faça isso. E não coloque mais suas mãos aonde não se deve.
- Não me trate como uma criança, Thor.
- Agiu dessa forma.
- Não esperava que fosse ver.
- Veria quando viesse.
- Não se eu não deixasse.
- Mentiria pra mim?
- Hum... Talvez.
- Por quê?
- E se fosse necessário?
- Se diz que me ama, então não mente. Se me ama, resolvemos problemas juntos. Não há necessidades de mentiras, desde que confie em quem está do seu lado.
O moreno observou-o em silêncio e assentiu. Thor segurou-o em sua mão já coberta, e beijou-o no dorso, embora sobre o tecido.
- O que fez hoje?
- A rotina que sempre tive aqui. Gostaria de voltar para a Terra, onde estávamos, onde passou a ser a nossa casa.
O menor ergueu uma das mãos e acariciou a face dele.
- Vamos fugir.

- Nós vemos. 
Thor virou-se com o toque sobre o rosto e beijou-o em sua mão.

- Como vamos?
- Daqui até dois dias decidirei o que faremos.
- Dorme comigo hoje? - Disse o menor num suspiro.
- Posso ficar um tanto.
Loki assentiu e abaixou a cabeça. O maior puxou-o, e consigo ajeitou-se em sua cama, deitando-se com o irmão. O moreno ajeitou-se junto dele e cerrou a própria mão que doía, embora não fosse dizer a ele.
- Tem somente o tédio habitual aqui?
- Tenho meus livros. Quem dera poder ter televisão como tinha na terra.
- Logo a terá.
O maior falou baixo e ajeitou-se consigo, escondendo parcialmente o rosto em seu pescoço. Loki s
orriu a ele.
- Parece um bebê.

- Pareço, hum? Então cuide do bebê.
O menor riu e acariciou os cabelos dele. Thor voltou-se com o rosto em sua direção, embora ainda de olhos fechados e tateou-o até encontrar seus lábios e selá-lo. Loki riu baixo e retribuiu o selo, usando os poderes que tinha para diminuir a luz do local.
- Hum, assim é melhor. 
- Difícil ouvi-lo a rir e vê-lo sorrindo sem que haja alguma ironia.
- Bem difícil.
- E o que há de especial hoje?
- Você.
- E nem sempre fui?
- Antes eu não amava você.
- E semana passada também não?
- Mas eu não estava sendo irônico.
- Mas também não ria ou sorria assim.

- Ah é? Acho que nem notava minha risada.
- Loki, disse que era capaz de me dar um filho.
O moreno desviou o olhar a ele.
- Disse.

- Você quer um filho?
O menor assentiu.
- Você quer um filho?

Loki assentiu.
- Quer ter um filho meu? - Thor tornou indagar.
O menor observou-o por um pequeno tempo e assentiu novamente. Thor observou-o em sua afirmação e logo ajeitou-se novamente contra seu corpo, onde descansou com a face escondida.
Loki observou-o e sorriu a ele, deslizando uma das mãos pelos cabelos do irmão. A mão machucada ergueu e deslizou suavemente pelo ar, fazendo o teto aos poucos desaparecer e dar lugar ao céu coberto de estrelas.
- Não deveria se sentir tão entediado se pode manipular o espaço dessa forma.
Thor ditou e observou o espaço aberto, embora falso, agradável.

- Já conheço todos os meus truques, por isso é chato.
- Quis dizer que poderia usar algo que entretesse seu tempo.
- Como por exemplo?
- Não sei, isso vai de você.
Loki riu baixo e segurou uma das mãos do outro, guiando-a ao próprio ventre, crescido por si numa pequena ilusão.
- Eu ficaria bonito assim?

Thor sentiu o volume falso em sua barriga, e observou-a.
- Acho que fica bonito de qualquer forma, Loki,

- Não seja tolo. - O menor riu e cessou a ilusão.
- Parece gostar mesmo da ideia.
- Asgard tem que ter um herdeiro, não acha?
- Uh, você consegue estragar, Loki.
- Idiota. - Riu. - É obvio que eu gosto da ideia, eu a sugeri.
- Claro, se ele pode ser herdeiro, a ideia é ótima.
- Odin nunca vai deixar... Seria um gigante de gelo.
- Estou cansado dessa conversa de Asgard, reinos, tronos.
- Um dia você será o rei, Thor, terá que gostar.
- Não quero falar disso com você.
Loki estreitou os olhos.
- Faça o que quer como sempre fez, querendo ou não tomar o reino, mas não falaremos disso enquanto estivermos juntos. Não gosto de tratar esse assunto com você.
- Acho melhor ir pro seu quarto.
- Está me mandando ir embora?
- Se vai agir como um idiota, sim.
O loiro assentiu e afastou-se do moreno, sentando-se em sua cama. Observou-o em sua mão, o qual acariciou brevemente.
- Não vou roubar o trono de você. Eu não o quero mais.
- Eu não disse que fará. Só não quero que fale sobre o trono comigo, ou quando nos referimos a fazer um filho.
- Que seja.
O maior se levantou, caminhando em direção a saída e voltou-se a observar o irmão, negativando antes de sair.

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1 comentários:

  1. Mesmo estando nessa situação ainda encontram tempo para discutirem. Calma rapazes! Precisam pensar em uma forma de ficarem juntos.

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