Nowaki e Tadashi #51

Aviso
Essa história foi descontinuada, ou seja, não temos previsão de novos capítulos, mas esse fato não prejudica nem deixa a história com mistérios não resolvidos, prometemos que ainda será uma boa leitura.


O suspiro longo escapou dos lábios do menor, o esperava, já havia passado um pouco do horário e não era muito acostumado a esperar, quase roía os dedos, observando o relógio. Usava aquelas roupas larguinhas, típicas, e era a primeira vez que iria com ele até a clinica, para ver o bebê.
- .... Nowaki... Cadê você?

Nowaki estacionou o carro, não deu muita atenção a como coloca-lo na calçada, sairiam em alguns minutos. Não havia lembrado de tirar o jaleco. Ao sair do carro levou consigo o copo com o chá que havia comprado no meio do caminho, lembrando-se de um resmungo de seu sono, mencionando o chá com bolhas de maçã. 
- Venha. - Chamou dali mesmo, entregando a ele então o copo.
Ao ouvir o barulho do carro, Tadashi suspirou e só então saiu a sorrir a ele. 
- Nowaki! 
Falou e desviou o olhar ao chá, ele havia se lembrado. Sorriu e aceitou a bebida, furando-a com o canudinho e bebeu alguns goles do líquido.
- Obrigado.

- Você falou algo sobre chá enquanto dormia. 
Disse o moreno e guiou pelo ombro até que saísse em direção ao carro.
O menor sorriu novamente e assentiu, adentrando o carro ao seguir junto dele. 
... Por que está atrasado?
- Eu perdi um pouco a noção do horário na verdade. Passei pra comprar o chá e só então vi a hora.
- ... Hum. 
Tadashi disse a ele e desviou o olhar para a janela, na verdade, se sentia um pouco inseguro, por saber que a ex noiva dele ainda trabalhava no local, chegar atrasado era estranho. Os hormônios estavam causando aquilo em si. 
- ... Tudo bem.
- Cuidar de uma clínica não é fácil. 
O maior disse ao perceber seu olhar mais murcho do que recebera antes. Tadashi assentiu e bebeu alguns goles do chá.
- Quer?

Nowaki aceitou o copo, tragou a bebida e devolveu para ele. O menor pegou o copo novamente e desviou o olhar a ele.
- ... Será que... Quer voltar pra casa e deixar pra outro dia?
- Não, por quê? Você não quer ir?
- ... Não. É que parece meio nervoso.
- Bom, é meu primeiro filho.
- Especificamente hoje parece meio nervoso, como se não quisesse ir comigo.
- Não estou nervoso, Tadashi. 
Nowaki disse a ele simplificado. Não estava nervoso de fato, mas não sabia a razão de sua impressão para tal dedução, sabia menos ainda como provar isso a ele. O menor assentiu ao ouvi-lo e bebeu mais do chá, suspirando.
- O que há, Tadashi? Diga logo.
- Nada, eu só esperava... Mais ânimo.
-  Eu estou animado, mas acelerado pelo atraso. 
O moreno sorriu a ele, meio canteiro. Tocou brevemente sua mão, acalmando. O menor desviou o olhar a ele e assentiu, sorrindo.
- Ta bem!
Algumas vezes, Nowaki pensava, sua bipolaridade era algo bom em sua vida. 
- Então vamos conhecer esse pirralho dentro de outro pirralho.
Tadashi riu baixinho e assentiu, bebendo mais do chá. 
- Estou de... Quatro meses já?
- Quase lá. Daqui uma semana. Vai querer saber o sexo?
- Claro que quero. - Sorriu.
- Quer mesmo? Achei que fosse querer descobrir no nascimento.
- Não, eu não sei esperar, quero saber se vai ser uma mocinha ou mocinho.
- Hum, assim o quarto fica pronto logo.
- Hai, e podemos pintar as paredes.
- Comprar o berço.
Tadashi sorriu e assentiu. 
- Estou animado.
- Chegamos. 
Disse o moreno, uma vez já parado no estacionamento.  Olhou-o ao lado e tragou um pouco mais de chá. O menor assentiu e soltou o cinto, deixando escapar um longo suspiro. 
- ... Estou um pouco nervoso.
- Por quê? - O maior indagou antes de sair.
- Eu... - O menor suspirou. - Tenho muito medo. Dizem que dói muito.
- Para as mulheres sim. Mas pra você, vai doer apenas a anestesia. Vai ser tranquilo.
- ... Eu vou levar injeção?
- É, mas não vai ver. É apenas daqui seis meses.
- ... - O menor arrepiou-se, mas assentiu. - Ta bom.
- Você já teve agulhas por um motivo muito menor, hum? Será para que não sinta dor.
Nowaki disse e por fim deixou o carro, encontrou no meio do caminho e após alarmar o carro, seguiram a dentro da clínica.
- Ta bem. 
Disse o menor mais uma vez e saiu, segurando a mão dele do lado de fora. Por um hábito, mesmo com o toque na mão, Nowaki o segurou pelo ombro, na verdade o pescoço. Após leva-lo consigo, seguiu até a sala médica. Ultrassonografia não era um hábito por lá, exceto em casos de pacientes com suspeitas de gravidez, por isso existia. Quando finalmente o deixou entrar, prontamente colocou no jeito o que iria usar e com isso, indicou a ele para tirar as roupas e substituir pelo avental. Tadashi seguiu junto dele pelo local, sorrindo meio de canto ao sentir o toque no pescoço e silencioso adentrou a sala branca, sentiu o estômago revirar ao pensar nas vezes que estivera ali.
- Vamos, coloque a roupa. 
Disse o maior a ele e o jaleco, deixou de lado, substituindo por um novo, higienizado. Tadashi assentiu e devagar retirou a blusa, assim como a calça, deixando de lado. Seguiu em direção a ele, lentamente e sorriu meio de canto. 
- Preciso... Tirar a calça?
- Não de fato. - Disse o maior, mas ao se voltar para ele, encontrou já carecido das roupas, como havia indicado. - Põe o jaleco, bonitinho.
Tadashi assentiu e sorriu a ele, colocando a roupa e logo deitou-se na maca. 
- Pronto.
Nowaki sorriu canteiro, imaginando que o garoto teria reclamado de vestir a roupa ou simplesmente dispensado. Porém, talvez estivesse tão curioso sobre agir como uma mãe, que resolvia obedecer as normalidades. Após deixa-lo cômodo, se sentou e então usou o gel para sua barriga levemente aparente e exposta. O meno uniu as sobrancelhas ao sentir o gel e estremeceu. 
- Ai, é quente.
- É gostoso, hum? 
Nowaki indagou e após a breve massagem em sua pele, colocou então o aparelho de ultrassom, indicou a ele a imagem no pequeno visor. Tadashi assentiu num pequeno sorriso e desviou o olhar ao monitor, silencioso e tentava ver alguma imagem na tela.
- ... Não vejo nada.
- Calma. 
Dito, aos poucos a imagem se tornava mais nítida, ainda que fosse uma pequena silhueta centralizada. Porém, podia-se ouvir cada batida emitida pelo aparelho, dando audição de seu coraçãozinho pulsante. Tadashi uniu as sobrancelhas ao ouvir o som e desviou o olhar a ele, a própria respiração ficou um pouco acelerada. 
- ... Isso... É o coração dele?
- É, é o coraçãozinho dela.
O menor desviou o olhar a ele.
- ... É uma menina?
Ao ouvi-lo, o menor observou o monitor novamente e sentiu as lágrimas presas aos olhos. Até então, embora não fosse novidade fazer um procedimento como aquele, Nowaki adotava uma posição profissional involuntariamente, só então percebeu que não era um paciente, estava na verdade vendo a própria filha no monitor. Sorriu para ele e tocou seu rosto para que não vertesse em lágrimas, mas não soltou o aparelho, não queria impedi-lo de ver. Tadashi observou-o, desviando rapidamente o olhar ao monitor em seguida. 
- Ela... É esse... Montinho aí no meio?
- A cabeça dela é aqui. Aqui o corpo e bem, aqui você percebe que é uma menininha. Embora não seja visível de fato.
O menor desviou o olhar onde ele havia dito, podia ver o bebezinho no monitor, pequenininho. 
- ... Ela é linda. - Sorriu.
- Aposto que muito mais do que parece. - Nowaki sorriu, num riso sem altura.
Tadashi assentiu e riu baixinho.
- Ela parece com você?
- Acho que talvez quando eu estava na barriga de minha mãe.
- ... Posso... Levar pra casa uma foto?
- Claro. Quer olhar um pouco mais?
- ... Quero. - O menor sorriu.
- Escute. Fale com ela.
Tadashi assentiu, observando o monitor.
- Oi... Você... Consegue me ouvir aí dentro? - Disse, desviando o olhar para a própria barriga. - ... Eu... Sou sua mãe, eu acho. - Sorriu, meio desajeitado.
Nowaki sorriu a ele, observando o monitor e o movimento suave da bebê. Pegou sua mão com a que estava livre e levou para sua barriga. 
- Fale assim.
Tadashi guiou a mão sobre o próprio abdômen e ainda tinha as lágrimas nos olhos quando olhava o monitor. 
- Esse... É o seu pai. - Disse, observando-o com um sorriso. - ... Você é bem pequenininha não é? ... Espero que fique grande e forte... Eu... Espero não ter te machucado quando... - Disse, tendo que pigarrear para afastar o choro. - Quando eu... Usei aquelas coisas.
Sua interação com a pequenina, fazia-a se mover um tanto mais, não suficiente para ser desconfortável, mas para deixá-lo sentir e ver no monitor. 
- Não, papai vai te ajudar a ter um pré natal muito bom, não vai me machucar mais. - Disse Nowaki.
O menor desviou o olhar a ele e sorriu, limpando as lágrimas com a mão livre.
- ... Ela me escuta, eu... Será que ela gosta de mim?
- É, ela está escutando você. Claro que ela gosta.
- Eu fui um pai tão ruim no início...
- Mas ela não tinha consciência disso até então.
- Eu não trouxe o ursinho dela...
- Ela vai ter quando chegarmos em casa. Parabéns, mamãe.
Tadashi sorriu e assentiu, desviando o olhar a ele. 
- Parabéns papai.
Nowaki deu a ele uma piscadela. 
- Pode se levantar, te darei a ultrassonografia.
O menor assentiu e levantou-se, limpando a barriga com os papéis perto da pia e colocou a camiseta de volta. Após ceder permissão a ele, o moreno arrumou tudo no devido lugar e só então entregou as folhas para ele, após guardar num envelope.
- Aqui.

O menor sorriu e pegou as folhas, observando a filha pequena na foto. 
- Obrigado.
- De nada. 
Disse o maior, quase como se fosse de fato um médico atendendo seu paciente. Brincando com ele. Tadashi riu e ergueu-se pouco até alcançar seus lábios, selando-os.
- ... Você... Vai fazer meu parto?
- Se for da sua vontade, não sei se você se sentiria confortável com isso.
- Eu não sei, vou pensar... Talvez satisfaça sua vontade de me abrir no meio por ter feito algumas idiotices. - Riu.
- Não tenho essas vontades ou já teria feito. 
Disse o maior, brincando com ele embora o olhasse muito seriamente. Tadashi uniu as sobrancelhas e assentiu, erguendo a foto do ultrassom. 
- Não pode me bater, olha o bebê.
- Não vou te bater, por nove meses. - Tornou brincar com ele.
Tadashi riu e negativou.
- Hum, hum. Não duvide.
- Ta bem. - Sorriu. - Podemos ir pra casa? Eu... Quero colocar na geladeira que nem aquelas mães de filme.
Nowaki sorriu, num riso baixo.
- Claro. Eu estou com fome. Vamos comer em algum lugar?
Tadashi riu e assentiu.
- Ta bom. Pizza?
- Hum, você está com vontade de pizza?
- Eu... Acho que sim. De mussarela com champignons.
- Hum, isso foi específico. Deve ser uma vontade.
- Hum... Achei que eu já tinha passado da época de desejos.
- Isso vai durar um tempo. Então vamos até a pizzaria.
- Ta bem. - O menor sorriu e estendeu a mão a ele.

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