Atsushi e Kaoru #27


Kaoru havia comprado uma gravata, não sabia porque em especial havia feito aquilo, mas talvez de alguma forma estranha, quisesse ficar bonito para ele. Os cabelos estavam arrumados, o blazer bem colocado sobre o corpo, cheirava a perfume, como ele gostava e era um show particular, poucas pessoas, selecionadas, não queria chamar atenção, por isso, não sentou na frente, havia se sentado no canto e já acomodado, apenas permaneceu a observar o celular, procurando saber se ele dizia alguma coisa.

Após finalizar os ajustes da roupa, que naquele dia consistia em uma calça escura e uma camisa sem mangas, pelo menos na parte inicial da apresentação que seria branda, tinha um público fechado. Quando enfim terminou as arrumações, Atsushi seguiu com os amigos de trabalho para o palco, não sem antes, num ritual de boa sorte unirem as mãos com um urro breve e enfim partir para o palco cuja iluminação era leve, tal qual todo o ambiente.
Kaoru ouviu o barulho da música, iriam iniciar o show e se arrumou na poltrona para assisti-lo, dali podia ver seus cabelos compridos quando entrou no palco, seu corpo bonito e delineado, suspirou sem perceber.
A nébula de efeito tornava o aspecto da casa nublado, somado ao fato de estar apagado, pouco podia ver. Quando o maior iniciou o show, a música era uma das antigas, mas que continuava em ênfase. Só então a leve claridade expôs o público qual normalmente não costumava dar demasiada atenção, olhava sempre pontos altos, mas pôde vê-lo, por sorte em um momento da música onde teve pausa vocal. Teve de sorrir pela surpresa, mas tentou não expor a direção do sorriso. Bem, teria um show difícil.
O menor deu um sorriso ao ouvi-lo cantar, aquela voz era uma delícia, adorava ela, adorava ele. Observava-o quase como um adolescente, notando seus movimentos, seus atos, e também, notou aquele sorriso, era lindo. Sorriu junto dele, havia visto o olhar na própria direção, mas não sabia se ele havia visto a si, então, não se pronunciou nem fez algum movimento.
Atsushi podia notar seja olhos repuxados com um sorriso leve, tornando-os menores do que já eram. Estava formal, achou adorável. E como podia, vez outra voltava-se para vê-lo, fosse simplesmente por ver ou saber se gostava da apresentação.
Ele havia visto a si, Kaoru sabia disso porque seu olhar o entregava, a todo momento olhava na própria direção e em troca dos olhares, dava a ele alguns sorrisos, também a cada vez que ouvir o tom mais alto de sua voz, seus dentes alinhados, ele. Sorria a noite toda, estava feliz por poder vê-lo cantar, não era normal, não tinha tempo. Claro que o maior ousava movimentos levemente insinuantes, era comum fazê-lo durante as apresentações, mas aquela, deu pra ele.
O menor tinha os olhos presos a ele, em cada movimento, cada segundo, via tudo, quase nem piscava. Viu os lábios dele, deslizando tão próximos ao microfone, os dedos no pedestal, viu seus braços, e estava com calor, estranhamente um homem deixava a si com calafrios, quase chegou a rir.
Atsushi queria rir como ele, mas não podia. Queria saber o que estava pensando, mas tentou não dar foco, queria se apresentar bem sem se distrair, ainda que fosse difícil, por sorte adicionou no repertório uma música que gostaria de brincar ao cantar para ele. Em breve tocaria.
Kaoru negativou a ele no palco, sutilmente, e sabia que ele veria. Podia ver algumas garotas alvoroçadas na parte de trás do show, provavelmente gostavam do que viam, claro, quem não gostaria de vê-lo? Tinha sorte em tê-lo para si.
Após a primeira parte do show, o maior trocou algumas palavras com a platéia, uma leve agitação no ambiente e tão logo partiu ao backstage. Tempo suficiente para trocar a camisa por uma preta, beber água, hidratar as cordas vocais e regressar então com a música que gostaria de cantar pra ele.
O menor suspirou ao vê-lo sair do palco, levaria um tempo até que retornasse, aproveitou para passar uma mensagem a ele, embora ele não houvesse visto. "Adorei a roupa". Num sorriso, o recebeu de volta, e a música já era conhecida, gostava dela.
Embora Atsushi estivesse evitando encarar a direção específica, ao formular a palavra destaque da música e também o nome dela, encarou o moreno e sorriu a ele. Kaoru sorriu a ele igualmente, dando uma mordidinha no lábio inferior, expondo a ele que o havia feito e discretamente, mandou um beijo. O maior tornou sorrir, achando graça em seu gesto descontraído, estava mais liberal, parecia animado e estava da mesma forma junto a ele. O sorriso de Kaoru só foi desviado dele quando ouviu uma voz ao lado de si, era uma senhora, talvez uns sessenta anos e havia segurado o próprio braço.
- Rapaz, você é o Kaoru, não é? Me diz que é. 

- Eh? Ah... Hai... Posso ajudar a senhora?
- Eu ouvia você quando eu era mais nova, adoro a música de vocês.
Uniu as sobrancelhas com um sorrisinho nos lábios. 
- A senhora gosta, é?
- Gosto, gosto muito, pode me dar um autógrafo?
- Claro... Tem caneta? - Disse e recebeu dela a pequena caneta e seu caderninho, onde assinou. 
- Obrigada, muito obrigada, é um prazer conhecer você. 
- O prazer é meu de conhecer a senhora. - Sorriu. 
- Está sorrindo pro Atsushi, né? Ele não é lindo?
- Ah? Ah... Deve ser. - Riu. - Estou vendo a banda inteira.
- Sei, notei seu olhar pra ele, rapaz, ele está retribuindo, achei vocês dois uma graça. Não vou contar pra ninguém.
Kaoru desviou o olhar a ela e logo a viu se afastar, deu um risinho e negativou.
Atsushi precisou se dispersar para não rir, percebeu a mulher, que dali não podia ver sua idade aparente, mas parecia se tratar de uma fã. Caminhou pelo palco até o outro lado, tornando-se mais distante de sua vista, mas ainda visível é claro. O menor riu baixinho e conforme desviou o olhar a ele, havia se afastado, chegou a unir as sobrancelhas, esperando-o retornar, e por sorte, o show já estava acabando.
Quando finalmente encerrou o show, o maior despediu-se longamente dos participantes da apresentação. Queria ter chamado ele porém preferiu fazer por celular. Ao deixar o palco tão logo tomou posse do telefone onde formulou a mensagem para ele.
"Hoje fiz um show com participação especial. Venha ao camarim. Diga ao segurança que o chamei."
Kaoru sorriu a ele conforme o viu sair do palco e levantou-se, todos iriam se retirar, então se retiraria em conjunto, porém recebeu as mensagens dele e desviou o olhar ao celular. 
"Estou indo, me espere na porta."
Mandou com um sorrisinho e seguiu em direção ao local dito, passando facilmente pelos seguranças e por fim, bateu na porta.
Ao ouvi-lo, bem sabia que era ele, Atsushi abriu a porta e não era fácil recebe-lo de outra forma que não fosse sorrindo.
- Hum, parece que um fã veio ao meeting.
O menor riu baixinho ao ouvi-lo e deu-lhe um selo nos lábios ao adentrar. 
- Tem alguém com você?
Atsushi retribuiu o toque que de alguma forma não esperava. Assentiu em sua pergunta, que foi respondida com o guitarrista ao passar por ambos com uma garrafa d'água e logo sair após cumprimentar o outro. O menor desviou o olhar rapidamente ao guitarrista da banda dele, o qual os fãs até juntavam com ele algumas vezes e arregalou os olhos, unindo as sobrancelhas.
- ... Ah.
- Não tem problema. 
Disse o maior após a saída do mais velho e sorriu ao moreno diante do desespero em seu semblante, achando graça. Explicações ficariam para depois.
- ... Sinto muito. - Kaoru disse novamente, desviando o olhar a ele. - Achei que estava sozinho.
- Não importa, Imai é meu irmão.
- Irmão? Bem, não é isso que seus fãs dizem. - Sorriu.
- Hum, os fãs gostam de imaginar. E você o que diz?
- O que digo sobre isso?
- Sim.
- ... Digo que você é o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida, e é só meu.
Atsushi riu entre os dentes diante da resposta, que não era de fato o que havia perguntado, pelo menos até o fim. Tocou sua gravata no entanto, ajeitando em seu pescoço.
- Boa escolha.
Kaoru sorriu a ele, meio de canto. 
- Você não tem ideia do quanto eu quero arrancar isso.
- Por quê? Está tão bonitão.
- Eu não tenho costume. - Riu. - Podemos entrar e... Fechar a porta?
- Claro. - Atsushi guiou-o pelo ombro onde segurou e tão logo fechou a porta que ficou para trás. - Gostou da apresentação?
Kaoru sorriu a ele e assentiu, observando a roupa dele, molhada em algumas partes, sabia que era suor, ou água. mas parecia estranhamente atrativo.
- ... Você está muito bonito.
- Não é como se eu estivesse engravatado e todo charmoso.
- Bem, você não precisa de tudo isso pra ser bonito.
- É? Você também não. Na verdade quanto menos, mais bonito você é. 
O maior disse e tocou seus cabelos logo sobre a orelha onde acariciou-o na parte de trás dela, encaixando a mecha ondulada. Kaoru sorriu conforme sentiu seu toque. 
- Desculpe não te avisar nada, queria vê-lo de surpresa, achei que nem ia me ver.
- Fiquei feliz por ver você no show. Por querer me ouvir.
- É claro que eu quero te ouvir, adoro sua voz.
- Adora, hum? 
Disse o maior e os dedos já em seus cabelos deslizou e segurou, próximo, aproveitou para lambiscou sua barba rala no queixo, sentindo espetar levemente a língua.
- Adoro. 
Kaoru sorriu e sentiu um suave arrepio percorrer o corpo, aproximou-se do outro e beijou-o no pescoço, sentindo o cheiro de perfume dele, misturado ao suor. 
- ... Você tem um cheiro muito bom.
Ao se afastar, Atsushi fitou seus cabelos ondulados ao abaixar, beijar o pescoço onde lamentou, uma vez transpirado, embora sem excessos ainda assim. 
- Hum, é? - Indagou uma vez que mencionava exatamente o que lamentava.
- Hai... Mesmo suado, seu cheiro ainda é uma delícia. - Sorriu a ele.
O riso de Atsushi soou baixo, entre dentes.
- Hum, está ficando mais gay, Niikura.
Kaoru estreitou os olhos. 
- Ora. - Riu baixinho. - Que horas você vai poder sair?
- Não demoro. Quer ir onde após isso?
- Não sei, podemos sair pra jantar, eu... - Kaoru disse num sorriso ansioso. - Estou sentindo como se estivesse levando a esposa que eu amo pra jantar. Quer dizer... O homem... Isso, eu não sei fazer isso... - Riu.
- É, esposa não é legal. - Disse o maior, com o sorriso canteiro. - Então vamos jantar juntos.
- Desculpe... - Kaoru sorriu e deslizou uma das mãos pelo tórax do mais alto. - ... Gay, né? é, devo estar ficando mesmo.
- Bem, estamos ficando gays. - Disse o maior e tocou sua mão sobre o peito.
O menor riu baixinho e assentiu, negativando, e abraçou-o, deslizando ambas as mãos ao redor do corpo dele, estava com tanta vontade de fazer aquilo que nem se esclareceu, apenas permaneceu silencioso enquanto o abraçava.
Atsushi fitou-o da mesma forma, na verdade parecia sem graça e com o silêncio que prosseguiu acomodou os braços num abraço que o retribuiu. Descansou por um minuto o rosto lado ao seu, mas mordiscou sua orelha cuja altura dos lábios davam perfeitamente à direção dela. 
- O que há? Está afim de namorar?
Kaoru sorriu confirme sentiu o toque na orelha, gostava dele, e ele sabia. Estremeceu e afastou-se sutilmente, observando-o a negativar. 
- Não, quer que eu espere tomar um banho?
- Quer vir comigo? 
O maior retrucou, embora tivesse o hábito de estar sozinho na atividade, sentia-o como dizia, a fim de namorar, carente talvez, animado talvez. O menor desviou o olhar a ele num sorriso e assentiu. 
- Hai... Mas vai estragar o cabelo.
- Hum, mas você fica bonito com cabelo úmido. Se preferir eu posso tomar uma ducha rápida.
- Não... Vou com você.
- Então venha. 
Disse o maior e deslizou a mão por seu braço, pelo ombro o guiou consigo até o banheiro. Kaoru sorriu e assentiu a ele, seguindo para o banheiro do local e devagar, afrouxou a gravata.
Atsushi o soltou quando chegou ao local, voltou-se para ele e afrouxou por ele sua gravata, assim como desabotoou a camisa, que ao separar, deslizou as mãos em seu peito, como ele fez consigo mas parou na cintura e abaixou-se na diferença de altura que não era demais, e beijou seu pescoço, desceu ao peito.
O menor suspirou conforme sentiu as mãos dele e deslizou os dedos pelo pulso do outro delicadamente, apreciando a textura macia de sua pele, deixando-o tirar as próprias roupas e inclinou o pescoço para o lado. 
- ... Atsushi.
- Seu corpo é... Adorável? Não sei, é bonito. É masculino mas parece delicado. - O maior tocou seu peito, lambiscando o mamilo. 
Kaoru deslizou uma das mãos pelos cabelos compridos dele e sorriu.
- Bem... Adorável parece meio feminino.
- Não, uma criança menino consegue ser adorável e menino do mesmo jeito, não?
- Bem, isso quer dizer que eu sou uma criança? - Riu.
- Não estou sendo literal. Só estou dizendo que adorável é uma palavra unissex.
- Entendi, só estou te enchendo o saco.
 O maior sorriu e mordiscou seu mamilo, puxou de leve e deslizou as mãos por sua barriga e ao se reerguer, deslizou para seu cós, adentrou sua calça e apalpou suas nádegas. Kaoru sorriu igualmente, deixando-o adentrar a calça e negativou para si enquanto observava o rosto dele.
- Não sorria pra mim...
- Por quê? - O maior indagou, mas seu pedido fazia sorrir ainda mais.
- Porque você é lindo, seu filho da puta. - Kaoru disse num riso.
- Filho da puta? - O riso do maior soou entre os dentes. - Gosta do meu sorriso então, hum?
Disse e voltou imergir em seu pescoço, onde o beijou, mordiscou, aproveitou ali. O menor assentiu e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele. 
- Desculpe o palavrão. Adoro seu sorriso, eu mataria alguém se você pedisse sorrindo assim.
- Hum, exagerado. 
Atsushi marcou seu pescoço onde sugou vigorosamente, de propósito. Mas as mãos em suas nádegas logo voltou para a calça, abriu o zíper e tirou-a ao se afastar, o despindo.
- Precisamos ser rápidos aqui.
Kaoru suspirou conforme sentiu-o sugar a si, franzindo o cenho. 
- Ah... - Gemeu dolorido, segurando os cabelos dele e ajudou-o a retirar as próprias roupas. - Hai...
Ao abandona-lo, o maior deixou terminar de se despir. Voltou-se para si mesmo e tirou a camisa levemente transpirada que ele gostava. Deixou de lado e seguiu ao restante das roupas até se fazer nu e então ligar a ducha, chamando-o consigo. 
O menor observou-o a retirar a roupa, desnudando o tronco e teve que morder o lábio inferior, negativando ao vê-lo jogar a camisa pra lavar. 
- Que atrocidade. Devia guardar ela pra mim. 
Disse num risinho e seguiu com ele a adentrar o chuveiro.
- Hum, você quer? Vou até autografar.
- Hum, eu quero. Vou vender no eBay. - Riu.
- Com meu cheiro, é?
- Hum, tem razão, talvez eu não venda.
- Você tem meu cheiro o tempo todo, não precisa de uma camisa. 
Disse o maior a puxa-lo consigo e faze-lo se molhar. Kaoru riu baixinho, porém franziu o cenho ao senti-lo puxar a si. 
- Porra, minha maquiagem! Brincadeira...
- Sua maquiagem, é? Não vejo seus lábios negros. Aquele batom borrado fica bem.
- Ah é? - O menor sorriu. - Vou me lembrar. Tem algumas fotos antigas que prefiro não lembrar que existem... - Riu.
- Por quê? É visual kei, é comum usar maquiagem. E você sempre teve um rosto bonito pra isso.
- É, mas não cinta-liga.
- Hum, se fica bonito não tem problema usar. - Disse o maior e pegou o sabonete que tirou da embalagem e passou a se lavar. - Você não precisa, está cheiroso.
Kaoru riu. 
- Você também está. Curtido.
- Estou curtido, é? - O riso do maior soou nasalado e após finalizar a higiêne, lavou os cabelos rapidamente com shampoo. - Pronto, agora posso lavar seu corpo já limpo.
O menor riu e assentiu a ele, selando-lhe os lábios. 
- Não precisa.
- É um pretexto pra te acariciar. - Disse o outro enquanto o ensaboava.
- Ah, então tudo bem. - Kaoru riu e deslizou a mão pelos cabelos molhados dele.
- Gosto tanto de você que eu não acredito. - Disse Atsushi e fitou seu rosto enquanto o banhava. - Porque nos conhecemos de uma forma que eu não pude prever ou planejar qualquer coisa.
Kaoru sorriu ao ouvi-lo, aproximando-se dele a lhe selar os lábios. 
- Eu também gosto... E o pior, não éramos gays.
- É por isso que digo o quão imprevisto isso foi para mim.
- Lembro do seu rosto quando te vi na gravadora... Quer dizer, já tinha visto você mas...
- O que lembra? Gostou pessoalmente, é?
- Claro que eu gostei. Me sentia um idiota perto de você.
- Por quê? - Disse o maior e tocou seus cabelos. - É tão bom músico, inteligente.
Kaoru sorriu meio de canto. Bem, você é um dos músicos mais influentes do Japão. Está quase empatado com o X-Japan em audiência​, então... Quem sou eu perto de você?
- Fala como se sua banda não fosse importante. Vocês fizeram além, são conhecidos em grande escala no exterior.
- Eu sei, mas... Bem, ainda sinto que não o mereço.
- Isso não combina com você.
- Eu sei. - O menor sorriu meio de canto. - Por isso fiquei em silêncio.
- Quero que me mereça e quero merece-lo.
Kaoru sorriu a ele e assentiu. 
- ... Eu as vezes me sinto meio estranho, não sei te explicar, como quando abracei você ali na porta... Sinto como se eu gostasse tanto de você que não coubesse no peito, e não sei se isso é normal...
- Hum, só está apaixonado. Isso é por saber que gosta do que tem. Também me sinto assim.
O menor suspirou, coçando a cabeça. 
- Eu nunca me senti assim, então... Achei que estava ficando louco.
- Hum, sua esposa não te fez sentir assim?
- Não...
- Hum, é, eu também não.
O menor desviou o olhar a ele num sorriso sutil. 
- ... Sério?
- Sério. - Atsushi afagou seu rosto. - Pronto, mais limpo impossível.
- Hum. - Kaoru disse, com um pequeno sorriso ainda nos lábios. - Bem, vamos jantar.
- Vamos. Eu tirei sua roupa, então me ajude a vestir.
- Ah... Ta bem.
Kaoru sorriu e saiu com ele do banho, usando uma das toalhas ali para se secar. Ao deixar o banho, desligar o chuveiro, Atsushi tateou-se com a toalha e ficou desnudo, esperando de fato a ajuda com a roupa.
O menor sorriu a ele, meio de canto e buscou a roupa íntima, deixada ali, entregando a ele. A peça íntima, o maior tratou de vestir, o restante no entanto esperou por ele e fitou deixando claro.
Kaoru sorriu a ele, meio de canto, pegou sua camisa separada, manga comprida, gostava dela, e vestiu-o com ela, abotoando cada um dos botões, claro, não sem antes vestir a própria roupa. O outro deixou-o fazê-lo, vestiu uma manga após a outra e os botões deixou fechar por si. Após finalizar, Kaoru ergueu-se e selou os lábios dele, indicando que erguesse a perna para ajudá-lo com a calça. O riso soou entre os dentes do maior e erguera os pés, um após o outro, vestindo a calça.
- Ora, parece que tenho um filho, um filho bem grande. - Kaoru riu.
Atsushi ainda sorria quando por fim tomou posse da calça e tão logo ajeitou a veste nos quadris, fechando o zíper. O outro ergueu-se e riu baixinho. 
- Pronto?
- Prontinho. 
Atsushi disse e tocou os cabelos, os ajeitou e tratou de formular o restante das arrumações para enfim poder estar pronto para sair. Kaoru sorriu e após se vestir novamente, somente deixou ali a gravata.
- Devo coloca-la em você?
- Eh? Ah não, eu não... Vou usar.
- Por quê? 
O maior indagou e buscou a gravata, enlaçou seu pescoço. Kaoru franziu o cenho e riu baixinho. 
- Gostou dela, não é?
- Gostei que a comprou para usar pra mim.
O menor sorriu. 
- Hai, eu... Escolhi pra você.
- Tem como não gostar, hum?
O menor riu baixinho, nervoso e sentia as mãos trêmulas, aquelas malditas mãos, mas sabia que não era dor, estava nervoso. 
- Atsushi, eu quero casar com você.
O maior observou seu silêncio que durou um tempo, não demais. Sorriu para ele, tipicamente sútil e lateral e bem, disse a ele o que queria dizer.
- Eu também quero.
- Quer? 
Kaoru disse, realmente surpreso e franziu o cenho, achou que ele não fosse querer de fato, afinal, havia saído de dois casamentos em sua vida. 
- Bom, então vamos casar, sei lá, sem avisar ninguém. - Riu.
- Sim, você é um homem incrível. - Atsushi retrucou e se surpreendeu com a continuidade no entanto. - Hum, está me pedindo em casamento?
- ... Eu... Talvez. - Kaoru riu e negativou. - Desculpe, estou ficando louco.
- Hum, quer assim casar tão logo, ah? 
O maior indagou e afagou seu cabelo ondulado, pouco molhado em partes, não completamente. Kaoru assentiu num riso. 
- Não quero passar mais um minuto que não seja do seu lado.
- Mas estamos morando juntos. 
O maior tocava-o ainda, tentando não soar rude ao indaga-lo curioso. Kaoru assentiu novamente ao ouvi-lo e negativou. 
- Eu... Não estou falando sério, não se preocupe.
- Não? Eu falo sério, quero que se case comigo.
O moreno desviou o olhar a ele a franzir o cenho.
- Ué, mas... Está dizendo que já moramos juntos e...
- Sim, estou contestando seu motivo de pressa.
- Não tenho pressa, só... Só quero que seja meu.
- Que seja seu? Sou seu. Então vamos nos casar, mas não tenha pressa. Seja meu noivo, o que acha?
- Não podemos nos casar agora. - Kaoru sorriu meio de canto. - Estamos no meio de processos de divórcio. Mas... Gosto de ser seu noivo.
- Noivos então. 
Disse o maior e beijou seu rosto, onde havia sentido vontade de tocar sem razão. Kaoru sorriu novamente, e sorria feito um bobo, embora não estivesse realmente levando a brincadeira a sério. 
- Sou noivo do homem mais bonito do mundo.
- Você é tão coruja, mas fico feliz de poder dizer a mesma coisa.
O menor riu baixinho. 
- Bem, não posso dizer que você é noivo do homem mais bonito do mundo.
- Me sinto assim.
- Não sente não.
- Pode dizer o que sinto?
- Não, mas se eu sou noivo do homem mais bonito do mundo, não podemos competir. - Riu baixinho.
- Beleza é uma coisa relativa. Agora podemos levar meu noivo para um jantar?
Kaoru sorriu.
- Claro, quero levar o meu também.
- Então vamos, noivo.
- Gostou de me chamar de noivo, não é?
- Se isso te faz feliz, adorei.
- Pior é que faz.
- Agora vamos. 
Disse o maior e após arrumar todos os pertences, levou-os para o carro do moreno, dada despedida aos companheiros de banda e agente. O menor sorriu a ele e assentiu, seguindo para fora junto do outro e cruzou com os rapazes do lado de fora, que claro, deram alguns risinhos sobre o próprio cabelo molhado assim como o dele.
- E onde vamos jantar? 
Disse o maior e queria um cigarro, mas preferiu não ter o cheiro dele durante o jantar. Kaoru sorriu a ele. 
- Comida italiana?
- Hum, achei que havia marcado alguma coisa. Que tal carne?
- Ah, desculpe, eu... Não sabia se iria querer comer, então...
- Não importa. Quer massa e vinho ou carne e cerveja?
- Carne e cerveja, como sempre. - Kaoru riu.
- Hum, então vamos. - Disse o maior e por fim entrou em seu carro. - É como fizemos nos primeiros encontros.
O menor assentiu e adentrou o carro junto dele, deixando-o dirigir. 
- Quero ter pra sempre esses primeiros encontros.
- Ah, quer que eu tome o volante? - O maior indagou quando ligou o carro e tão logo deu partida.
- Hai, gosto quando dirige.
- Por quê? - Atsushi fitou-o de soslaio.
- Não sei, de alguma forma gosto de te ver dirigir.
- Apreciando a paisagem?
- Do seu braço forte segurando o volante, com certeza.
- Meu braço forte? - Atsushi indagou e sorriu, achando-o incomum.
Kaoru sorriu a ele, negativando. 
- Desculpe, tive um devaneio.
- Costumava ser tão recatado.
O sorriso sumiu dos lábios aos poucos e abaixou a cabeça, assentindo.
- Não o estou criticando, gosto de vê-lo animado.
- Eu sei. - Kaoru sorriu de canto.
- Pelo que?
- Por me empolgar.
- Então por que desculpe se eu acabei de dizer que eu gosto?
- Não sei, estou envergonhado por dizer o que disse.
- Me dá um beijo que eu esqueço.
O menor riu baixinho e inclinou-se para ele, beijando-o, na verdade, não era habitual, só estava feliz por tê-lo visto cantar. 

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