Suzuko e Miyuki #10

Aviso
Essa história foi descontinuada, ou seja, não temos previsão de novos capítulos, mas esse fato não prejudica nem deixa a história com mistérios não resolvidos, prometemos que ainda será uma boa leitura.


Miyuki saiu da própria sala, e iria de encontro a professora, havia comprado um cupcake na cantinha que pretendia comer junto dela, era de chocolate com morango, e lembrava-se dela dizer que parecia um moranguinho um dia, até chegou a rir sobre isso. Já havia passado alguns dias desde que tivera a primeira relação com ela, agora a considerava uma espécie de namoradinha, embora escondida, já que era a própria professora. Cessou o caminho até a sala onde dava aula e ajeitou o uniforme, os cabelos e até pigarreou, abrindo a porta com um pequeno sorriso nos lábios, que sumiu aos poucos conforme a viu em frente ao garoto, 
sem a parte de cima das roupas e nem notou o roxo em seu ombro, somente fechou a porta e uniu as sobrancelhas, deixando o saquinho com o cupcake no chão, e meio pasma ainda, ou magoada, caminhou pelo corredor em direção ao banheiro, obviamente havia pensado o pior daquela cena, afinal ela estava ficando consigo, era aluna dela, e agora estava com um garoto? Então havia somente enganado a si?
- Droga, Ryoma. Por que não foi até a enfermaria? 
Suzuko disse ao garoto e se aproximou, observando seu ombro a tocá-lo de leve. E pela tonalidade, certamente havia um sangue pisado ali. Não gostava de bancar a babá. Fitou o garoto novamente, repreendendo-o com o olhar e a quem visse de fora, tinha um ângulo peculiar. As costas nuas do adolescente, com uma mão em seu ombro e um rosto oculto com cabelos louros e longos sobre o que tinha exposto sobre a pessoa a sua frente, que parecia muito perto de seu peito, embora fosse somente o fato de um ângulo infeliz.
- Apenas pegue suas coisas e vá para enfermaria. Não saia daqui antes que um de seus responsáveis venha, vou pedir que liguem para sua casa.
Levantou-se por fim, arrumando as coisas sobre a mesa, levando-as consigo. Ao sair, quase pisou no pacote que estava ali, porém o viu a tempo e pegou-o da frente da porta. Levando consigo sem antes conferir, a fim de deixar o rapaz na enfermaria. Após fazê-lo, entregou-o aos cuidados da médica ali e por fim saiu em busca da secretaria, aonde pediu que formulasse a ligação para o responsável do aluno e que assim alguém pudesse buscá-lo e levá-lo ao hospital. No entanto, voltou a atenção ao pacote e abriu, observando o bolinho na embalagem um pouco suja pela cobertura e o transporte. Um cupcake? Não conhecia ninguém que pudesse deixar um cupcake para si senão ela. Estranhou no entanto o fato de simplesmente tê-lo deixado e saído. Sua sala já estava vazia, e optou por fim a mandar uma mensagem a aluna.
"Deixa o cupcake e vai embora, hum? Não quer ver sua professora?".

Miyuki correu pelo corredor por fim, adentrando o banheiro e viu ali algumas amigas paradas, mas passou por elas, se enfurnando em uma das cabines e sentou-se, ouvindo o barulho dos passos para fora do local, só então abaixou a cabeça e sentiu as lágrimas que escorreram pela face, estragando a maquiagem que usava, embora isso não importasse naquela hora. Sentiu o celular vibrar no bolso da blusa e pegou-o na mão, observando-o de sobrancelhas unidas e respondeu.
"Não quero te ver mais."

Suzuko sorriu consigo mesma, esperando por alguma resposta agradável. O sorriso é claro, se converteu a uma expressão indagativa, confusa.
- Que... 

Murmurou consigo mesma, seria um cupcake um modo de terminar os encontros com um convite de paz? Pensou, mas parecia estranho, tratou por fim de respondê-la, até parou para digitar a mensagem. 
"O cupcake é um modo de terminar comigo e não me deixar com raiva?"
"Vi você com o menino na sala, não me mande mais mensagens." 
A loira falou a ela, irritada ainda e ajeitou os cabelos, embora ainda chorasse.
Suzuko imaginava o que havia acontecido. Talvez tivesse se tornado constrangida pelo que fizeram? Talvez não tivesse gostado do modo como haviam feito sexo. Na verdade era bem diferente de um homem. E no entanto voltou a atenção ao celular ao receber a mensagem, o que devia ter deixado a si a ponto de consolar a aluna, e tentar se explicar, mas no entanto, teve de rir primeiro. Aquilo era patético, e ela com certeza ficaria com vergonha após explicar. 
"Meu aluno teve um ferimento no ombro. Tirou a camisa para me mostrar. Pode ir até a enfermaria e ver se ele ainda está lá."
Miyuki desviou o olhar ao aparelho, lendo a mensagem e uniu as sobrancelhas, negativando em seguida.
 "Mentira, você estava abaixada... Você só me usou, não foi?"
A morena observou a nova mensagem, e riu num resmungo na verdade, com o impasse de não estar defronte a ela.
"Apenas vá a enfermaria e veja o ombro do garoto."

A menor suspirou.
"Estou no banheiro".

Por um momento, Suzuko virou-se para o lado direito, aborrecida pelo fato de estar em frente ao banheiro feminino, embora apenas alguns metros distantes da porta, e estava ali, esperando poder conversar com ela, e trocando mensagens de texto.
"Saia daí".
Miyuki levantou-se e olhou-se no espelho antes de sair, limpando as marcas do delineador, mas faria no caminho, tirando o espelho do bolso e ao sair, deu de cara com ela. Arregalou os olhos e quase voou para dentro novamente. Suzuko fitou-a de cima e de olhos estreitos. Pronta para falar quando por fim viu-a na tentativa de fugir e puxou-a pelo braço.
- Ora, aonde vai, mocinha? - Disse e só então notou a maquiagem borrada, o que para si não fazia diferença, exceto pelo fato de que era o indício de que chorava. - Hey, estava chorando, docinho?

A loira uniu as sobrancelhas a abaixar a cabeça e negativou.
- ... Não...

- Ah, mas você é muito boba. - Disse a maior e puxou-a para si, a abraçando.
Miyuki encolheu-se em meio aos braços dela e sentiu seus seios macios contra a face, suspirando em seguida.
- Não me assuste...

- Ora, você se assusta sozinha. Está me achando com cara de vagabunda, é? - Riu.
- Não... Mas as vezes.
- O que?
Suzuko indagou, afastando-a portando, a fim de observar-lhe o rosto.

- Mas a gente pensa que conhece a pessoa, de repente ela ferra a gente.
- Posso esperar isso de você?
- Claro que não.
- Então por que pensa assim de mim, sua pirralhinha?
A maior indagou, quase afirmando na verdade e apertou seu nariz, na ponta.

- Porque eu vi você com ele, ora. - Falou a ela e uniu as sobrancelhas. - Experimente o bolinho, escolhi pra você.
- Você acha que viu alguma coisa.
Suzuko disse e limpou seus olhos, tirando o delineador sujinho nas pálpebras inferiores. Miyuki s
uspirou e assentiu.
- Nós podemos sair?

- Claro que sim. Está com fome?
A maior indagou e por fim observou os cantos do corredor com sutileza e por fim se abaixou, beijando superficialmente seus lábios com cheiro frutado, talvez pelo batom que já não existia mais ali. A loira s
orriu ao sentir o beijinho e mordeu o lábio inferior.
- Hai, mas eu quero levar você num lugar.

- Ok. Mas vai ter que me dizer onde é porque eu quem vou dirigir. - Suzuko sorriu.
- Ah... - A loira sorriu. - Na verdade, eu queria te levar na minha casa... Mas acho que ainda é muito cedo, não é? Não somos... Namoradas nem nada.
Suzuko riu, achando graça do modo como ela dizia e no fim, tentava notar se aquilo não era um modo indireto de dizer que queria ser namorada ou se estava só comentando sem intenções.
- E o que diria a seus pais? Trouxe minha professora?

- Não. Trouxe minha namorada, ora.
- Ah, e eles vão deixar você namorar uma mulher mais velha?
- Minha mãe tem 42 e meu pai 33.
- Ora, seu pai é um pouco mais velho, ou velha, que eu.
- Então. Mais velha. - Riu.
- Então, acha que vai pensar o que?
- Ora, o que tem? Eu gosto de você, eles tem que entender.
- E seu namoradinho, não levou ele lá?
- Iie.
- Papai ia achar ruim, não é? - A maior riu. - Então vamos. Será que elas já comeram? Ou levamos alguma coisa?
- Podemos levar alguma coisa. - Miyuki sorriu. - Eu ligo pra avisar.
- Ta bem. Então vamos. 
Disse a maior e no entanto a levou consigo, porém pegando o bolinho a comer durante a caminhada, dividindo-o com ela. Miyuki sorriu, mordiscando o bolinho vez ou outra e de longe, acenou para um dos amigos, de cabelinhos loiros que encontrou pelo caminho.
- ... Natsuki e Chisa vão sair do colégio, isso é meio triste, mas espero que eles fiquem bem. 
Suzuko fitou seu amigo e não o conhecia no entanto.
- Acredito que não dou aula na sala dele, não o conheço. - Suzuko disse e entregou para ela o ultimo pedaço do bolinho, logo após abrir a porta do carro para ela. - Entre.

Miyuki aceitou o bolinho e assentiu, adentrando o carro a colocar o cinto. A maior entrou no carro logo após e tomou posse do volante.
- Em qual direção nós vamos?

- Esquerda.
- Hum, tudo bem.
Suzuko disse e deu partida no veículo, iniciando caminho a seguir as direções indicadas por ela. A loira s
orriu a ela, e já haviam passado para comprar a comida chinesa, favorita da mãe, desceu do carro, animada e esperou-a.
- Vem sensei, vem.

- Eu realmente gosto desses nikumans.
Suzuko disse, mais empolgada com os pães do que o macarrão e seguiu com ela para sua casa após estacionar o carro. Miyuki s
egurou a mão dela e logo entrou em casa, observando a mãe sentada ali e vestida para o trabalho, apesar de estar fuçando o celular.
- Miyu, chegou cedo, está tudo bem? Tirou sua temperatura hoje? - Sayuki murmurou a se levantar e deu de cara com a moça que a acompanhava. - Ah... Oi. 
Suzuko levava consigo a embalagem do restaurante chinês, e no entanto, foi surpreendida pelo toque na mão conforme era puxada para dentro de sua casa, visto que desprevenida, dando atenção ao que tinha num dos braços. E quando por fim ergueu a direção visual, fitou a pessoa loura e vestida com roupas hospitalares, por um momento imaginou que podia ser o pai, mas deduziu que era a mãe tão logo.
- Hey, olá. - Disse, e por fim estendeu a mão a ela, ele, ela...

- Tirei sim, mamãe... - Miyuki sorriu. - Essa é minha... - Desviou o olhar a ela.
Sayuki observou a moça, bonita, bem, o que queria ser realmente se fosse mulher e apertou sua mão, meio apreensivo a esperar o restante da frase.
A morena s
orriu a ele, e imaginava que parecia um pouco infeliz consigo. Parecia não gostar do fato de ser uma mulher mais velha lidando com sua filha, era isso o que pensava, embora não fosse realmente o fato. E nem era realmente velha. Olhou para a aluna, imaginando como responder.
- Quase... Namorada?

- É... - A loira sorriu.
- Namorada? - Sayuki sorriu meio de canto. - Mas... Quantos anos você tem? Não que isso seja muito importante.
- Ah, eu não pareço tão velha, pareço?
Suzuko indagou por fim, afinal já estava matutando a pergunta desde que saíra do colégio. Não que se importasse por si mesma, mas sim justamente por seus pais, afinal, ela era jovem e ainda adolescente.
- Eu tenho 24.  

Sayuki riu baixinho e negativou.
- Você é muito bonita... É alguns anos mais nova que a Miya. Bem, se você cuida bem da Miyu é o que importa. Miya! Venha conhecer a namorada da Miyu! 

Suzuko teria arqueado a sobrancelha se não estivesse sendo encarada, havia sido tão fácil. Fitou a menorzinha ao lado e deu-lhe uma piscadela.
- Miya e Miyu? - Falou baixinho ao ouvir o nome do que devia ser seu pai. - Se eu fosse um homem já teriam chamado a polícia.
Disse a ela, novamente baixo. E voltou a atenção tão logo a outra mulher na casa. Era magrinha como a aluna. E tinha traços orientais ainda que fosse diferentes dos traços de um japonês comum, era tão bonita quanto a outra.
- Vocês são realmente um casal lindo.
Disse sem rodeios e se aproximou da outra, cumprimentando-a tal como com a loira, ou loiro. 

Miyako levantou-se ligeiramente ao ouvir o anúncio. Namorada? Nunca havia ouvido a menção de alguém saindo com a própria filha. Deixou o escritório por um momento, após o fim de uma ligação e seguiu até as demais na casa, no hall do apartamento. Sorriu ao cumprimentar igualmente a visitante. Era bonita, bastante bonita por sinal. E lembrava suavemente a própria esposa.
- Miyako. Ah, obrigada.
Disse, no entanto imaginando sua idade, já era adulta evidentemente.

Miyuki sorriu a ela, rindo baixinho em seguida e assentiu, desviando o olhar a outra mãe que descia a escada, meio intrigada pelo anuncio.
- Ah, obrigado. - Sayuki sorriu. - Miya, essa é a namorada da Miyu. Vocês estão juntas há quanto tempo? Nunca ouvimos falar que a Miyu estava saindo com alguém.
- É que a sensei é quase minha namorada...
- Sensei?
Suzuko fechou os olhos por um instante, mas tentou ser discreta.
- É... Nós nos conhecemos na escola. Sou professora de química. 

- Hum... Sayuki e eu nos conhecemos na escola também. - Miyako sorriu, notando o receio da outra. E bem, ficaria esperta é claro. - Mas se a Miyu sumir eu vou culpar alguém então, cuide bem dela.
Miyuki uniu as sobrancelhas.
- Ela cuida sim, papai. - Sorriu.

- Eu nunca ia imaginar que você ia querer namorar uma moça... Ainda mais tão bonita assim. - Sayuki sorriu, sendo sincero. - Achei que estava namorando um garoto. 
- Iie, não estou.
Sorriu, agradecendo o elogio, e observou a menor, notando como parecia constrangida. E realmente, não tinha nada que a fizesse parecer interessada em uma mulher.
- Bem, trouxemos comida chinesa.

- Yakissoba? Eu adoro yakissoba.
Miyuki sorriu.
- Eu sei mamãe, por isso trouxe.
- Então vamos porque a vontade de comer esse pãozinho está me matando. - Disse Suzuko.- Vou arrumar a mesa!
- Quer conhecer meu quarto enquanto isso, sensei?- Ah sim, claro. Imagino que seja todo rosa e branco.
Disse a maior e pediu licença antes de se retirar, mas é claro que notou o olhar atencioso de um de seus pais. 

Miyuki sorriu a segurar a mão dela, puxando-a consigo escada acima e abriu a porta do último quarto, expondo a ela a decoração realmente nessas mesmas cores.
- Será que a Miyu tem algum complexo de mãe?
Disse Miyako, brincando com o companheiro referente a aparência de sua namorada, tão bonita quanto a dele. Não eram exatamente iguais, mas tinham elementos semelhantes, tal como os cabelos, embora os da outra fossem mais lisos sem os cachos iguais aos do companheiro.
- Complexo de mãe? - Sayuki diu baixinho ao ouvi-la e uniu as sobrancelhas. - É meio chato, eu queria ser exatamente desse jeito se eu fosse mulher, acho que estou com inveja dela...- Inveja de que, dos peitos dela? Parecem duas almofadas. Você pode ter se quiser. Mas sabe que eu gosto de você desse jeito, como é. E você é tão bonito quanto ela, gatinho. - Disse Miyako, afagando-o em sua bochecha e por fim selou seus lábios. - Parecem irmãs, dá até pra sair falando na rua que eles vão acreditar. - Riu.Sayuki retribuiu o selo a observá-la e uniu as sobrancelhas.
- Quer que eu coloque silicone? 
Eu acabei de falar que prefiro seu corpo como é. Gosto de saber que tenho quem você realmente é, amor.
O loiro assentiu, unindo as sobrancelha.
- Sinto muito não ter nascido mulher...
- Se eu quisesse uma mulher eu ia atrás de uma. Assim como eu entendo que não sou homem, mas você me escolheu mesmo assim.Eu amo você, gosto de você assim como é.
Então você entende o que sinto, hum?- Hai. Desculpe.


- Olha só, eu adivinhei.
Disse Suzuko, notando as cores de sua decoração, exatamente como havia imaginado, tão delicado quanto ela. E entrou no quarto, seguindo até sua cama, onde se sentou.
- Hum, então aqui você dorme, ah?
Disse e pegou seu travesseiro, sentindo o cheirinho de perfume e banho. Miyuki a
ssentiu e sorriu a ela, sentando-se a seu lado na cama e arqueou uma das sobrancelhas.
- S-Sensei.
- O que? Estou brincando, docinho. Suas mamães são lindas.
- Obrigada. - Miyuki sorriu. - Você entendeu certo? Minha mãe... É meu pai e...
- Sim, da pra saber quem é o pai.
Miyuki sorriu.
- Então.

- Ela é japonesa mesmo?
- Minha "mãe" é japonesa, meu "pai" é coreana.
- Ah, então, seu papai. Imaginei que fosse mestiça.
- Hai. Ela é modelo.
- Ah sim, você mencionou. Foi por isso que escolheu ser modelo também?
- Hai, gosto disso.
- Embora tenha seios tão grandes conseguiu ser modelo? - Suzuko disse e deu-lhe uma apalpadinha no seio, brincando é claro. - Bem, você é linda, pecado seria não ser modelo.
Miyuki sentiu a face se corar ao ouvi-la e encolheu-se com o toque.
- Japonesas não tem seios então... Eu ganhei emprego fácil. - A loira riu baixinho. - Vou virar modelo de lingerie daqui há uns anos.

- Ah, você vai, é?
- Vou sim. - Sorriu.
- Por quê?
- Porque eu sou bonita, não sou?
- Sim, mas por que quer mostrar seu corpo?
- Está com ciúme, hum?
- Sim, claro que sim. - Suzuko disse e sorriu a ela, apalpando seu seio novamente e se levantou. - Vamos antes que seu papai venha atrás de mim.

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