Keisuke e Miruko #9


Um sorrisinho adornou os lábios de Miruko, estava bêbado, e isso era um fato, estava irritado com ele, consigo, não sabia lidar com o modo como se sentia sobre ele, tinha que lidar com o fato de que poderia ser gay, porque gostava daquilo, e que provavelmente não saberia se explicar para os pais, para todos, se já sofria bullying, seria pior. No pequeno bar encontrou um garoto da própria sala, e trocou poucas palavras com ele, algum comentário, uma brincadeira, ele parecia interessado em si, e não conseguia pensar direito do modo como estava, então somente seguiu com ele em direção ao campus. Ao invés de levar a si para o próprio quarto, ele parecia ter outros planos, guiava a si pela mão, de modo quase apressado pelo corredor e unia as sobrancelhas, um pouco perdido e cessou na porta de seu quarto. 

- ... O que está fazendo? Eu não quero entrar.
- O que? 
- Eu não quero entrar... Não é legal, eu nem te conheço. 
Disse o menor num sorrisinho e sentiu-o investir contra si, selando os  próprios lábios, ele era um pouco maior do que a si, tanto em tamanho quanto em força, então tinha medo de não saber se livrar dele caso algo desse errado, mas estava tonto, tinha que piscar algumas vezes para enxergá-lo. 
- Venha, vamos.
- Não... Não posso.
Rapidamente, sentiu a mão dele adentrar a calça e a roupa íntima, ele não parecia ter algum tipo de cuidado consigo, e notou quando teve o próprio sexo segurado entre seus dedos, firme, e estremeceu, encolhendo-se com o toque frio, num gemido sutil que deixou os lábios. 
- N-Não... Não faça isso.
- Sh, vamos, vamos entrar, eu não vou te machucar.
- ... Não, por favor... Por favor me solta, eu preciso voltar pro quarto.
O sentiu apertar o próprio sexo entre os dedos e uniu as sobrancelhas, negativando. 
- ... Kei... Me ajude. - Murmurou, um pouco tonto, afetado pela bebida e negativou, segurando a mão dele. - Yamete...
Keisuke havia deixado o quarto feminino em passos sorrateiros e traçado uma pequena fuga até os dormitórios masculinos. Já era tarde e o silêncio tornava notório qualquer pequeno ruído, era por isso que até então os passos vinham sendo lentos e leves, era por isso também que a medida em que se tornava próximo podia ouvir vozes sussurrantes e farfalhos. Alunos tão espertinhos quanto a si causavam um risinho canteiro, se não fosse ao perceber uma silhueta bastante conhecida ao passar por eles. Regrediu um tanto, pôde vê-lo, pode ver sua roupa arreada e por sinal por um garoto. Ficou confuso, mas não o suficiente para se importar com aquele detalhe se não fosse por tê-lo visto negar, mesmo sem força, estava bêbado? Tsc, moleque irresponsável, pensou e ouviu proferir o próprio nome, não precisou de muito mais para alcança-lo e mesmo pelo ombro do garoto que tomou e o puxou, afastando-o do moreno. 
- Você não viu que ele não quer? - Retrucou e o empurrou novamente, por seu peito.
Miruko desviou o olhar a ele lado a si, confuso com sua aparição repentina, e sentiu o aperto ainda mais forte do rapaz ao lado, causando um gemido mais alto em si. 
- Para! Me solta! Está me machucando! - O sentiu tirar a mão de si e virar, observando o outro atrás. 
- O que você quer, caralho? Vai cuidar da sua vida!
- Você devia cuidar da sua antes de começar a me irritar, seu otário. Vem, Miru. - Keisuke disse e esticou a mão para ele, como daria colo a uma criança.
Miruko esticou uma das mãos a ele, tentando segurá-lo, porém, fora impedido pelo outro.
Para cara, ele é meu.
- Sai daí, sua bicha do caralho. Ele não é como você. - O loiro o empurrou. - Se não quiser acabar suspenso por estar se agarrando no corredor é melhor você entrar na porra do seu quarto. Senão eu vou te arrebentar.
Miruko uniu as sobrancelhas e rapidamente passou por baixo do braço dele, segurando-se no outro. 
- Kei...
- Miru! Que caralho?
Keisuke pegou o menor a segura-lo nos braços, daquele modo era mais fácil levá-lo que fazê-lo caminhar. 
- Estou levando ele, e sai fora. Se chegar perto dele eu vou te quebrar.
- Ah vai tomar no cu vocês dois, duas frutinhas!
- Pelo que vi você é o único viado aqui querendo passar a mão no pau do cara que não quer.
O moreno ouviu o estalar de língua do outro, voltando para seu quarto e seguiu junto do amigo, encolhido, estava enjoado devido ao medo que tinha do outro. Keisuke o ajeitou no colo, e não era muito miúdo, mas conseguia leva-lo sem dificuldade. Havia fugido no intuito de conseguir um preservativo, consequentemente havia deixado a garota em seu quarto esperando, mas teria de deixa-la lá.
- Kei... 
O menor murmurou, encolhendo-se contra o peito dele e sentiu as lágrimas nos olhos, ainda estava assustado.
- Calma, ele só estava afim de você e achou que você ia ser fácil, nada ia acontecer.
O maior disse e caminhou devagar até o quarto de ambos. Com certo impasse conseguiu abrir a porta e entrar com ele, fechou com as costas e caminhou até a cama onde ia deixa-lo. Miruko negativou, unindo as sobrancelhas e sentiu as lágrimas que deixaram os olhos, agarrando-se a camisa dele. Keisuke sentiu enroscar os dedos a própria roupa, impossibilitando de deixa-lo no lugar, se sentou à beira da cama, com ele no próprio colo.
- Não me deixe sozinho... 
O menor murmurou, e sentia as mãos trêmulas, desviou o olhar a ele, expondo os olhos molhados.
- Não está sozinho. Estou aqui. - Disse o loiro ao confortá-lo no colo onde o deixou estar.
O menor suspirou, erguendo a face a observá-lo.
- ... Estou enjoado.
- Vou te levar ao banheiro.
Miruko assentiu, apoiando-se nele para se levantar.
- Quer tomar banho? Talvez te faça bem. 
O maior disse e se levantou, fazendo consequentemente que ele se levantasse também, como antes no colo. O menor levantou-se junto dele e rapidamente seguiu ao banheiro, fechando a porta atrás de si, e não queria mesmo tê-lo junto a si naquele momento, não era nada bonito vomitar na frente dele.
Keisuke viu-o sumir mais rápido do que ia prever, tanto é que acabou para trás. 
- Miru, caralho, deixa a porta aberta ao menos. Vai que você cai no banheiro.
O moreno suspirou por fim, levantou-se e escovou os dentes, um pouco tonto.
- Miru? 
O maior chamou da porta, passados os minutos em que ele preferiu ficar lá dentro. O menor saiu logo em seguida a observa-lo na cama e devagar se sentou junto dele. Keisuke fitou após sair e seguiu visualmente seu caminho, ficava enjoado só de imaginar o desconforto dele. 
- Quer o banho?
- Quero... Me ajuda...
Keisuke se levantou e seguiu a leva-lo consigo até o banheiro. Ligou o chuveiro e sentiu no bolso o celular vibrar com a ligação. 
- Eu não vou poder voltar. Não consegui o preservativo e o Miru está zoado. 
Disse após atendê-la e seguiu ao amigo mesmo assim, ajudando com a mão livre a desabotoar sua camiseta. Miruko desviou o olhar a ele ao ouvi-lo, negativando consigo. 
- Pode ir...
- Sh. 
Foi a expressão que o maior lhe fez sem realmente ruir. Ouviu-a lamentar no telefone e tentar alguma palavra convincente, mas finalizou a ligação a seguir, desocupando a mão de modo que mais facilmente o despiu. Miruko uniu as sobrancelhas e virou-se a observa-lo, ele realmente iria sair com alguém pra transar, mesmo que estivesse brigado consigo. 
- ... Você é um cretino.
- Eu sei. 
Keisuke disse já deixado de lado o celular. Após tirar sua roupa de cima, seguiu para a calça e desabotoou-a agora com um ponto de vista completamente diferente de um tempo atrás, conseguia até ficar constrangido no que antes não. Ao ter-se nu, o menor seguiu para baixo do chuveiro, esperando-o ligar e não disse mais nada, estava magoado com ele. Após desnuda-lo, o maior o ajudou a seguir abaixo do chuveiro, já ligado previamente. Teve de arregaçar as mangas, tentando não acabar molhado também. Miruko abaixou a cabeça, desviando o olhar a ele. 
- Como você pode fazer isso com ela sabendo que eu estava aqui magoado com você?
Keisuke o ouviu e não entendeu exatamente o que ele queria dizer, fosse pelo fato de estar bêbado talvez. 
- Primeiro que não tinha feito nada com ela. E segundo, eu nem sei porque você brigou comigo.
- Você saiu pra buscar camisinha idiota!
- Eu sei, mas o que isso tem a ver com estarmos brigados? Somos namorados por acaso?
Miruko suspirou e estava puto com ele, bêbado afinal. 
- Você não vê que eu gosto de você, seu imbecil?
- O que? Está apaixonado? 
Keisuke indagou, quase automaticamente, uma vez que não se dado esperava uma resposta positiva, mas sim uma provocação e uma nova discussão.
- É claro! Seu idiota!
O moreno sentiu as lágrimas nos olhos, novamente estava chorando e era um idiota também por ficar bêbado e dizer a verdades a ele. O maior o ouviu bradar a resposta, embora não fosse de fato alto era tão fatídico que não parecia incerto, tanto que não soube agir, sabia que se fosse verdade, estava falando porque estava bêbado. 
- Miru, você está bêbado. Isso é algo pra falarmos depois quando estiver sóbrio.
- Vai pro inferno. Você e essas meninas. Quando o Kei chegar aqui ele vai alterar arrebentar. - Falou a ele, confuso.
- Vai sim. Vai sim. 
Disse o maior e negativou consigo mesmo, tentando ter paciência para a situação antes que ficasse louco com ele. Miruko suspirou e deixou-o dar banho em si por fim, silencioso.
Por um momento, Keisuke tirou os sapatos e meias, livre para entrar no box. Fez com que enfiasse a cabeça embaixo d'água. O menor uniu as sobrancelhas ao senti-lo segurar a si e negativou, porém fora colocado na água. 
- Para...
- Assim você vai se sentir relaxado, senão amanhã vai ter dor de cabeça. 
Disse o maior e buscou o sabonete, o lavou apenas com a barra de sabão, sem usar a esponja. O moreno fechou os olhos, depois o observou num pequeno suspiro. 
- Você é tão bonito.
- Sou é? - Disse e deu um risinho. - Você também é bonito.
- Sou? - Sorriu.
- Sim, muito bonito.
O menor sorriu e o outro sorriu junto, contagiado. 
- ... 
Miruko aproximou-se dele devagar, segurando-o com os braços ao redor de seu pescoço. 
- Vem tomar banho comigo. - Puxou-o para baixo d'água.
- Miru, Miru! - Disse o maior, sem altura, mas rapidamente, no entanto já havia sido abraçado. - Miruko... Minha roupa.
O menor sorriu a ele, sem se importar com suas roupas e por fim beijou-o, empurrando a língua em sua boca.
- Porra, Miru. 
Disse o loiro, calado por sua boca no entanto, tinha gosto de creme dental por sorte. Se perguntava quanto ele havia bebido, estava confuso, mas bem, eles era confuso mesmo sem álcool. Miruko fechou os olhos, apreciando o toque dos lábios e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele numa carícia, porém impacientes tirou sua camisa, puxando-a.
Keisuke sentiu o toque de sua mão nos cabelos, um pouco pesado, estava bêbado afinal. Voltou-se impaciente para a camisa em seguida, mas levou as mãos para as dele, segurando-as. 
- Miru, não.
O menor uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo.
- Eh?
- Não vou transar com você bêbado.
- Mas eu quero...
- Não vou. Não vou fazer isso sozinho.
- Não está sozinho, eu estou aqui.
- Bêbado vou fazer sozinho.
- Não vai.
- Não. Vamos terminar seu banho e deitar.
- Não, Kei... Por favor. - O menor murmurou, beijando-o em seu pescoço. - Não precisa de camisinha pra fazer comigo... Por favor.
- Não. Fique quietinho. 
Disse o maior e terminava de banha-lo​ enquanto se lamentava pelo desconforto da roupa molhada. 
- Kei... - Miruko murmurou, unindo as sobrancelhas e observando-o, a expressão chorosa.- Por favor...
- Não Miru. 
Disse o loiro e irritado tirou a camisa que estava enchendo o saco, a calça ainda mais desconfortável que pendurou no box após torcer. O outro uniu as sobrancelhas conforme o ouviu. 
- Kei... Faz amor comigo.
- Por Deus, Miruko. - Disse o maior, encarando sua expressão quase chantagista.
Devagar, o menor aproximou-se, beijando-o em seu rosto, seguindo para a orelha onde deu uma pequena mordida no lóbulo e selou seus lábios, murmurando contra eles. 
- Me come...
Keisuke retribuiu seu beijo no rosto com um igual, breve em junção. Ouviu-o dizer no entanto, estava tentando a todo custo. Fechou os olhos, suspirou e então o pegou no braço, tirando-o do banho. 
- Não vai me convencer, Miruko. Mesmo que meu pau fique duro.
O menor observou-o, sentindo-o segurar a si pelo braço e seguiu com ele para fora, ainda meio tonto, porém, era forte o suficiente para para-lo. Puxou-o pelo braço e empurrou-o para a parede. 
- Eu quero transar com você, porra!
- E se eu não quiser transar? 
Disse o maior e ergueu o pescoço numa encarada, como se naquele gesto desse veemência à questão.
- Não é o que seu corpo me diz.
- Como se você entendesse meu corpo, Miruko. 
Ao caminhar para a cômoda, Keisuke fitou,-o de soslaio, cabreiro, tentando proteger as partes que expôs ao tirar a boxer molhada para substituir 
- Ah é? - Miruko disse a sair do banheiro, observando-o. - Então vou voltar para o quarto dele.
- Ah você vai? Depois de chorar com medo do cara? Vou é enfiar a mão na sua cara.
- Vou, estou indo. - Disse o menor a seguir até a porta, mesmo sem roupas.
- Miru... Por favor, pare com isso.
O moreno assentiu e cessou os passos, por fim largou a maçaneta e voltou-se para a cama, deitando-se. Keisuke o fitou, por seu caminho até a cama após desistir do que fazia.
- Eu quero fazer com você, mas bêbado você nem mesmo vai se lembrar disso.
- Cala a boca, Kei. Você vai me deixar dormir e vai voltar pra ela com a camisinha, conheço você.
- Não vou. - Disse o maior e seguiu até a cama, ainda estava desnudo, como ele estava. Queria transar com ele, mas era isso o que incomodava, o fato de querer. - Você fala de mim mas me evitou depois que transamos, agora fica putinho porque eu fiquei incomodado com a porra que enfiei na boca.
O menor virou-se para observa-lo e normalmente teria escondido a face, envergonhado, mas queria fita-lo, tinha a vista um pouco nublada.
- Não fiquei culpando você, eu apenas me distanciei porque achava estranho que eu gostasse tanto de transar com você. Achei que era errado, que eu não devia, que eu não devia olhar o meu amigo e dizer que eu era gay, mas quer saber? Talvez eu seja...
- Você falou sério no banheiro ou está confuso? 
Disse o loiro após ouvi-lo em que dizia. Curioso no assunto embora achasse saudável de fato falarem quando estivesse sóbrio.
- ... - Suspirou. - Claro que estou falando sério.
- Você não sabe sequer se é gay...
- Não preciso ser gay pra gostar de um cara.
- Eu acho que precisa sim.
- Não, não preciso. Gostava de mim como amigo, podia dizer que gostava mesmo de mim, e não era gay.
- Eh? Gostar como amigo não é gostar como namorado.
- Quem foi que definiu como amar pode ser diferente? O sentimento é forte da mesma forma.
- Hum, se amar não tem modo diferente, então tudo bem se eu for só um amigo? Sem sexo, sem beijo. Como antes?
Miruko uniu as sobrancelhas e desviou o olhar a ele. 
- ... Se você preferir...
- Mas é isso o que seu amor quer?
- Não. É diferente.
- Bom, acho que talvez eu também goste assim de você. 
Disse o maior a ele e tentou saber como se sentia ao proferir aquilo para ele. Embora falasse na esperança de não tê-lo sóbrio. Miruko observou-o por alguns instantes, silencioso. 
- ... Então por que você continua ficando com meninas?
- Bem, não vamos falar disso. Você está bêbado. 
Disse o outro, desviando do assunto. Não queria entrar naquele tipo de assunto porque não sabia responder. Na verdade não sabia o que de fato sentia, se estava gostando dele naquele sentido.
- ... Não vai fazer amor comigo?
- Não, descanse. Você vai acabar enjoado de novo.
Miruko assentiu e virou-se, abraçando o travesseiro.
- Boa noite, chorão. 
Keisuke disse e após deixa-lo por lá, buscou a roupa que vestiu. Seguiu para a própria cama e se acomodou para dormir. Não havia dormido no horário que pretendia, desse modo se sentia de fato capaz de adormecer feito pedra. Mas claro, esperou um tempo para ver se ele não passaria mal é só quando seu suspiro pesou, então, dormiu.

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