Yuuki e Kazuto #54


Kazuto caminhou pela casa a deixar a cesta sobre a mesa de centro e pegou algumas das bolinhas vermelhas para decorar a pequena arvore na sala, haviam se passado longos meses, em que passava ali com o outro, morava com ele, quer dizer, não porque ele queria, claro, acabou ficando, ficando e quando viu, já estava morando com ele, e também, estava carregando um bebê, algo que seria próprio e dele, e na verdade, não se importava de ele dissesse não gostar, gostava de tê-lo, gostava de ter uma parte dele. Os passos pelo local, sabia que era a vampira pelo cheiro que sentiu, virou-se e sorriu a ela.
- Hum?

- Eu acho que não é uma boa ideia você fazer isso. 
- Por quê?
- Primeiro que você vai ter que ficar abaixando pra pegar os enfeites. - Ela segurou a cesta. - E segundo que... O Yuuki não gosta muito dessas coisas.
- Mas não fica bonito? 
- Bem... Fica, mas... Certo, vá em frente.
O menor sorriu e ajeitou as pequenas bolinhas na árvore, pegando algumas prateadas a pendurar igualmente, enfeitando a árvore de natal ao canto da sala, podia sentir algo estranho, uma sensação meio leve, sabia que sentiria alguma coisa e levou uma das mãos sobre a barriga, sentindo uma leve dor no local. Deixou um gemido baixinho escapar, desviando o olhar a garota.
- O que foi? 
- Nada, isso é comum as vezes. 
- Quantos meses você está?
- Nove. 
- Nove? E-Esse bebê pode nascer a qualquer hora, o Yuuki não devia estar aqui?
- Não... Deixa ele trabalhar, não gosto que se preocupe comigo.
O menor suspirou e virou-se a pegar mais algum enfeite e ajeitar na árvore.

- O que são esses pacotes embaixo dela?
- Alguns presentes que eu comprei.
- Todos pro Yuuki?
- Não, tem pro bebê também. - Sorriu.
- Ah sim. Acho que devia colocar mais dessas bolinhas prateadas. 
- Acha?
Kazuto pegou mais duas delas, ajeitando uma sobre a árvore e a outra deixou cair ao sentir a dor novamente no abdômen, dessa vez mais forte.
- Hum...
A moça deixou a cesta sobre a mesa e observou a si.

- De novo? Você está bem?
- Iie... - O menor apoiou-se no sofá e sentiu a ruiva segurar a própria mão.
- Sente-se, vou ligar pro Yuuki.
- Não... Eu quebrei o enfeite...
- Tudo bem, eu limpo. 
Kazuto sentou-se no sofá, suspirando e levou uma das mãos a barriga a fazer uma leve carícia, logo sentindo outra contração no local.
- Kasumi!

- Estou ligando!
A ruiva pegou rápido o telefone a digitar o numero de Yuuki e levou ao ouvido, esperando que ele atendesse.

A música quase por fim abafou o toque de celular, despercebido se não fosse pelo tênue trepidar do aparelho a vibrar no bolso frontal esquerdo. Yuuki tateou a região, e por fim esperou até o fim da música cantada para por fim atendê-lo.
- O que foi Kasumi? - Ditou a tê-la atendido.

- Senhor? Acho melhor vir pra casa. 
O menor desviou o olhar para a vampira, unindo as sobrancelhas.
- O Kazuto vai ter o bebê.
- Você não deveria ligar para o médico ao invés de perder tempo ligando primeiro para mim? - Advertiu à ruiva.
- D-Desculpe senhor, é que... Eu não sei o que fazer... Peço pra ele vir aqui... Ou vai levar o garoto para lá? 
O gemido um tanto alto deixou os lábios do menor e a ruiva desviou o olhar, num leve sobressalto.
- Chame o doutor aí, de qualquer forma o lugar não faz diferença.
- Hai... Você vem? Eu não sei o que fazer pra acalmar ele.
- Eu já estou indo pra casa.
- Certo. Até logo. - Desligou o telefone.
- Ele vem? 
- Calma... Disse pra eu ligar pro médico, já está vindo.
Kazuto assentiu e a ruiva pegou o telefone a digitar o numero do médico, levando o telefone ao ouvido e conversou com ele a pedir que estivesse no local o mais rápido possível, logo a desligar o telefone.
Yuuki pôde chegar algum tempo depois, deixadas instruções aos demais membros do grupo. Ao entrar no elevador do edifício, a porta em bloqueio manual, assistiu o médico conhecido entrar conjunto dentre a caixa de metal e seguir ao apartamento. Concedeu passagem ao homem, enquanto se encaminhava seguido ao cômodo onde se encontrava o garoto.
O menor manteve os olhos fechados, sentado no sofá e vez ou outra sentia as contrações que causavam a dor em si e arrancavam alguns gemidos, a vampira ruiva fez uma pequena reverência ao vê-los entrar.
- Yuuki! - Kazuto estendeu uma das mãos ao maior, unindo as sobrancelhas.
- O senhor vai precisar de algo? - Falou a outra ao doutor.
Yuuki encarou o garoto, acomodado como podia no lugar, visto que em pergunta da ruiva, somente pediu que levasse a qualquer cama mais propicia, obrigou-se a sentir o peso de sua gravidez quando teve de pega-lo no colo, o levando para o quarto, o deitando na cama.
- ...

Kazuto segurou a mão do outro, sentindo-o pegar a si no colo e levou uma das mãos sobre a barriga, sentindo os leves movimentos no local e logo sentiu a cama abaixo de si.
- Hum... - Desviou o olhar ao doutor. - Vai doer?

- É claro. - Ditou objetivo e realista. - Mas nada que um vampiro não aguente. - Dizia o médico.
O menor uniu as sobrancelhas e assentiu, segurando a mão do maior ao lado de si.
- Vai ficar segurando a minha mão? Você precisa trocar de roupa.
- Desculpe... Me ajuda?
Kazuto levantou-se com cuidado a pegar a roupa que teria que vestir. 
Em assistência médica, como indicado e como sabia fazê-lo, Yuuki ajudou o outro a se despir e substituir suas roupas pela dada pelo médico. O menor deitou-se logo na cama novamente, observando o namorado.
- Posso segurar sua mão agora?

- Por quê? Vai atrapalhar o serviço.
- Por favor...
Kazuto segurou a mão do outro e desviou o olhar ao doutor a preparar as coisas para a cirurgia.

- Parece uma criança.
- Estou tendo uma.
O menor riu baixinho e apenas esperou, nada podia fazer, a dor das contrações aumentava cada vez mais e logo o doutor deu inicio a cirurgia, não demorou muito, mas se recusou a soltar a mão do outro um minuto se quer, o olhar igualmente voltado a ele e o podia sentir forte cheiro de sangue que se instalou pelo local. Parecia durar anos, o médico falava consigo, mas só conseguia fitar o namorado, amedrontado pelo barulho seco dos aparelhos que eram trocados, sabia que a barriga estava sendo cortada, podia sentir a sensação incômoda. Após um pequeno tempo, pode ouvir além dos pedidos do médico, o choro do filho recém-nascido do qual foi avisado que era um menino. Kazuto abriu um enorme sorriso nos lábios e desviou o olhar ao outro, observando as reações dele diante de tudo, as coisas haviam mudado muito rápido, antes, ele nem olhava para si e agora, tinha um filho com ele, mas claro, não esperava grandes reações vindas dele, ele sempre parecia do tipo que não se importava com nada, nem com aquilo. Ao fim da cirurgia, o doutor se despediu de ambos, depois de cuidar do bebê e claro, fechar o corte no próprio abdômen que melhoraria assim que bebesse um pouco de sangue. O médico entregou-o delicadamente nos braços da ruiva em pé que caminhou até si a deixar o bebê nos braços do pequeno e se retirou do local a deixar ambos a sós.
Kazuto observou o bebê e levou uma das mãos a mãozinha pequena dele, segurando-a com cuidado, observando o rostinho igualmente pequeno, tão tranquilo nos próprios braços, a pele tão branca, que podia jurar estar morto, se não fosse 
o fato de saber que ele era um vampiro e era com certeza, muito pequeno. Aproximou-se do bebê ao beijar-lhe com cuidado a face e logo desviou o olhar ao vampiro ao lado de si, ajeitando o bebê nos braços a mostrá-lo a ele.
Yuuki sentia as sutis fincadas de suas unhas sob a tez, onde a mão alheia possuía a própria em posse, enquanto procedia com a cirurgia, pouco tempo iniciada. O cheiro infestou o quarto, estranhamente não causando nenhum tipo de sede a si ou talvez a qualquer um no lugar. O semblante receoso do louro era bem visto, porém em momento algum o vira protestar, e fez o mesmo, mantendo o silêncio enquanto apenas o tilintar dos objetos cirúrgicos eram audíveis, até que a voz fraca ecoasse no choro, enquanto o corpo minúsculo e sujo se expunha em vista, por fim o novo vampiro. Podia ver a felicidade que se fez no outro vocalista, a ruiva a tapar seus lábios, e os seus olhos vermelhos, desta vez não de sede. Teve-se livre algum tempo depois, pagou os procedimentos médicos e deixou que a serviçal levasse ao homem até a porta, afinal, nunca gostou de gente no lugar, seja vampiro ou não. Com a volta da ruiva, o menino já em suas roupas tão mínimas quanto ele, num tom clichê e azul, deixado entre um tipo de abraço de seu antigo portador.
Kazuto sorriu a sentir as lágrimas que escorriam pela face e ainda acariciava sua mãozinha pequena.
- Você é tão lindo... Como vamos chamá-lo?

- Não chore por tudo. Não deveria chorar se está feliz, pirralho.
- Mas é de felicidade... - Sorriu.
- Ainda assim. Escolha o nome.
- Eu?
- Eu disse escolha.
- Não sei...
-Não pensou num nome pra criança que levava na barriga?
- Claro que... Pensei. Mas todos eles você vai achar estranho.
- Diga.
- Não... Acho que devíamos chamá-lo de Yuuki. - Sorriu.
- Ah, tão criativo.
- Suzuya?
- É bom.
- Gosta?
- Eu respondi.
- Hai. - Kazuto desviou o olhar para o filho pequeno e sorriu. - Suzuya.
- Durma...
- Hum?
- Deveria dormir.
- Por quê?
- Ora, e por que mais?
- Eu estou bem... Você pode... Pode colocar ele no berço, por favor?
Yuuki pegou a criança recém nascida, minuciosidade entre braços até leva-lo em seu leito e neste o deixou. Kazuto o observou enquanto pegava o bebê entre os braços e uniu as sobrancelhas, não parecia sentir algum sentimento nele. Algum tempo, o maior permaneceu a observar a criança no leito, observando-a sem mais. Um pequeno filete formou no indicador com a unha, superficial corte que expeliu o gotejo e o jogou naquela pequena boca. Kazuto abriu um pequeno sorriso, ajeitando-se na cama e permaneceu a observar o maior junto do bebê.
- Está feliz?

Yuuki voltou-se ao outro.
- Você deve dormir.

- ... Vai se deitar comigo?
- Não sou eu quem acabou de fazer um parto, não estou cansado. Já tomou alguma coisa?
- Minha barriga está doendo... - Murmurou. - N-Não vai cicatrizar logo?
- Ele cicatriza quando você tomar sangue, animalzinho.
- Não sabia... - Kazuto murmurou. - Pode trazer pra mim?
- Tenho cara de Kasumi?
- Por favor... Você não sabe o quanto esta doendo.
- Uh.
Yuuki não disse mais qualquer comentário e se voltou a caminhar até a cama, sentou-se à beira e expôs o pulso fronte ao louro. Kazuto d
esviou o olhar ao pulso do outro e mordeu o lábio inferior.
- V-Vai curar mesmo os cortes? Você também é vampiro.

O maior apenas o encarou. Kazuto assentiu, segurando o pulso do outro e levou aos lábios, suspirando e expôs as presas a cravar na pele e sugou-lhe o sangue. Yuuki deixou pesar o braço segurado pelo demais, fechou os olhos enquanto apenas sentia o movimento sanguíneo pela veia sugada.
O menor manteve os olhos abertos a observar o outro e seus olhos fechados, a face tão bonita e os poucos o sangue que descia pela garganta alterava a cor dos próprios olhos ao vermelho. Após alguns minutos de tal maneira, Yuuki fez menção em puxar o braço indicando que era o suficiente. Kazuto assentiu, retirando as presas da carne do outro e lambeu o sangue no local, mal sabia ele que aquele simples ato era um dos mais significativos entre os vampiros.
- Obrigado.

- Já deve estar amortecido. Me alimentei recentemente.
Kazuto assentiu e gemeu baixinho a se ajeitar na cama.
- É difícil saber que não estou mais carregando o nosso filho... Mas ao menos agora vai querer fazer amor comigo...

- Fazer amor...
- Sexo. - O menor corrigiu-se e sorriu.
- Pelo menos não parece mais um ovo.
- Me da um beijo? - O pequeno sorriu.
Yuuki o encarou.
- Por favor...
O maior o puxou por seu queixo, fê-lo desacomodar suas costas do travesseiro fofo onde repousava e pressionou os lábios aos demais. O menor gemeu.- Hum... Não faz assim... Machuca. - Uniu as sobrancelhas e retribuiu o toque, levando uma das mãos a face dele e acariciou-o ali. - Deita comigo...- Não, vou tomar banho e fazer umas coisas. Aproveite o filho que acabou de ter.
Yuuki tornou puxa-lo, deslizando a língua entre seus lábios, em resvalos ligeiros em contato a alheia, um beijo vigoroso e rápido, logo finalizado.

O menor uniu as sobrancelhas novamente ao ouvi-lo e assentiu, retribuindo o beijo a massagear a língua do outro com a própria, mas logo sentiu-o se afastar.
- Que coisas vai fazer?

- Coisas pra resolver com relação ao trabalho.
- Ta bem... Pode pedir pra Kasumi me trazer a mamadeira com sangue? Eu deixei no armário. - Murmurou e lhe selou os lábios.
Yuuki encaminhou-se a cozinha, avisado a jovem serviçal sobre a mamadeira da criança. Após tê-lo feito, no quarto a volta, buscou algumas roupas e lançou-as acima do ombro, assim como a toalha, seguindo o caminho ao banho.
Kazuto sorriu, observando o maior e ajeitou-se na cama a esperar a moça, colocando a mamadeira sobre o móvel logo.
- Kasumi, pode ver por favor se ele esta acordado?
A moça inclinou-se para o berço, observando o bebê tão quietinho e apenas negativou a si.

- Dormindo. E é uma gracinha.
- Obrigado... - Kazuto sorriu e suspirou. - Quando ele acordar, eu dou a mamadeira então, obrigado. 
- De nada, se precisar, grite. 
O menor assentiu e viu a ruiva sair do quarto. Fechou os olhos, ajeitando-se na cama e abraçou o travesseiro do maior, aspirando o cheiro dele, silencioso.
- Está farejando?
Indagou o maior enquanto afagava os cabelos com a toalha, regredindo ao quarto após o banho. Kazuto d
esviou o olhar ao outro.
- Não... É que, durmo abraçado com ele quando você não está.

- Uma criança que teve outra.
Yuuki deixou a toalha ao lado e caminhou a cama. Portava um caderno e o notebook em mão. Sentou-se na cama, cômodo e deixou o aparelho descansar sob as pernas, trabalharia mesmo ali. Kazuto s
orriu, observando o maior e ajeitou-se.
- Vai trabalhar aqui comigo?

O maior o fitou, alternando o olhar que foi do visor a ele, e logo passou a revisar algumas escritas, algumas músicas, detalhes a mais do CD e afins. O menor ajeitou-se junto do outro e fechou os olhos por alguns segundos, descansando. Yuuki observou sobre o móvel a mamadeira da criança, e logo ao garoto ao lado, na cama.
- Não ia dar mamadeira a ele?

Kazuto abriu os olhos a observar o maior.
- Ele está dormindo. - Sorriu e ergueu o corpo a se sentar na cama, erguendo a camisa e observou o próprio abdômen.
- Isso é tão estranho...

- O que?
- É que...Eu achei que ia precisar de dias pra me recuperar.
- Não, mas você precisa beber continuamente, senão vai sentir dor. Meu sangue não cura você, sangue humano sim, o meu está forte porque me alimentei, precisa beber sangue humano puro.
- Vou me alimentar direitinho.
Kazuto sorriu ao outro e ouviu o choro fraco pelo local que aos poucos se tornou mais forte, mostrando que o filho havia acordado. Levantou-se devagar a caminhar até o berço e pegou-o com cuidado nos braços, movendo-o sutilmente para cessar o choro e levou uma das mãos a face dele, acariciando-o.
- O que foi, meu anjinho? - Sorriu ao pequeno que aos poucos parou de chorar e estendeu uma das mãos em direção ao outro. - Yuuki, me dá a mamadeira, por favor.

Nos ouvidos o instalar de tênue vocal, iniciando um choro que logo teve mais vigor. Yuuki observou o outro a caminhar até o recém nascido, o tomando nos braços como alguém que já parecia ter alguma experiência.
- Você não alcança? Está de pé.

O menor estreitou os olhos e caminhou até a comoda, pegando a mamadeira e logo levou aos lábios do filho pequeno que aos poucos sugou o líquido vermelho, e abriu um pequeno sorriso, caminhando em direção a cama, sentando-se próximo ao outro.
- Ele é tão lindo...

Yuuki observou brevemente a ambos e logo, voltou ao serviço pelo computador.
- Mesmo se fosse feio acharia ele lindo.

- Será que você poderia por favor ser mais sensível?
- Eu não disse que ele é feio.
- Mas podia ser mais sensível. Podia dar carinho pro pai do seu filho, só um pouco.
- Que tipo de carinho?
- Sei lá, qualquer coisa. E pro seu filho também.
- Me diga.
- Podia me beijar sem eu ter que pedir... Podia fazer carinho quando estou contigo... Qualquer coisa, até parar com os comentários maldosos... Ele é lindo sim... E será mais assim de for parecido contigo.
- Eu não disse que ele era feio, eu disse mesmo se fosse, afinal, os pais sempre acham os filhos bonitos. Veja você, provavelmente sua mãe te achava bonito.
- O que quer dizer com isso?
- Exatamente o que você acha que eu queria dizer.
- Obrigado por me chamar de feio.
Yuuki riu baixo. Kazuto levantou-se da cama, dando as costas ao outro e logo retirou a mamadeira do filho pequeno a vê-lo satisfeito, acariciando-o.
- Oh, ficou chateado?
O menor ignorou o maior, segurando uma das pequenas mãozinhas do bebê e levou aos lábios, beijando-a.
- Uh.
Yuuki silenciou-se num riso e continuou o trabalho. Kazuto b
eijou o filho e colocou-o no berço com cuidado, cobrindo-o com o lençol, nada muito quente e voltou a cama, deitando-se.
- Você nunca vai ser carinhoso...

- É mesmo?
O maior indagou a voltar de uma das mãos sob a cabeça alheia, descansada novamente acima do travesseiro e deslizou a ponta dos dedos no contorno de sua face, morrendo a carícia em seu queixo. Kazuto d
esviou o olhar a ele, unindo as sobrancelhas e encolheu-se a se aproximar do outro.
- Larga esse notebook...

- Eu tenho serviço pra fazer aqui.
- Por favor...
- Eu tenho serviço. Alguém resolveu parir quando eu ainda tinha trabalho.
- Eu não tenho culpa.
- Não o culpei.
- Depois você termina...
- O que você quer?
- Carinho.
- Parar o serviço pra te dar carinho? Você é um animal de estimação?
- ... Estupido. - O menor virou-se de costas ao outro e abraçou o próprio travesseiro.
- Sempre fui.
- Vou dormir... Se ele chorar, dê atenção a ele. Aliás, me acorde.
- Não, o deixarei chorando.
- Você me entendeu.
- Não disse o contrário.
Kazuto fechou os olhos e suspirou.
- Bom descanso, gato carente.
- Bom trabalho.

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