Atsushi e Kaoru #30


Era tarde quando Kaoru chegou em casa, na verdade, era cedo, havia chego de uma viagem com a banda, cinco horas da manhã. Havia tomado banho há pouco tempo, e embora quisesse cair na cama, sabia que era aniversário dele e havia passado para pegar seu presente, que havia pedido há algumas semanas para a própria agente, o bolo também havia encomendado numa das confeitarias favoritas dele, esperava o encontrar em casa. Ao subir as escadas, deixou a mala ao lado da cama, caminhando para a cama somente com a caixa circular com alguma altura e sentou-se ao lado dele, observando seus cabelos negros e compridos, dispersos do travesseiro.
- ... Atsushi?

- Hum?
Atsushi murmurou em resposta, na verdade respondia no sonho. Tinha a sua voz um pouco misturada com o sono e a lucidez. Mas nos dedos sentiu um movimento macio e felpudo, afagou o bichinho e acabou desperto com o miado e a pisada dele no peito, passando para cumprimentar seu quase segundo dono. 
Kaoru sorriu ao gatinho, deslizando a mão agora pelos pelos macios dele e desviou o olhar ao maior, notando-o acordando aos poucos de seu sono, riu baixinho. 
- Desculpe te acordar, mas não posso esperar pra dar o seu presente.
O maior suspirou e no peito sentia o pouco peso do felino. Reabriu os olhos e fitou o moreno, o qual ergueu a mão e tocou a face, sentindo sua barba rala no queixo. 
- Bem, se você deitasse, eu acordaria amanhã cedo e veria meu presente aqui do lado. - Disse e sorriu, ainda sonolento.
O guitarrista sorriu a ele conforme sentiu seu toque e beijou-o nos lábios e rosto, deixando a caixa sobre a cama. 
- Acho que isso não seria possível, ou eu posso matá-lo. 
Disse num risinho e devagar retirou a tampa que tinha pequenos furinhos, mostrando a ele o pequeno filhote de gato, com seu miadinho fino e olhos grandes, não tinha nenhum pelo pelo corpo, ao contrário de seus dois gatos. O pequeno se levantou, erguendo a pequena cabeça para fora da caixa e o fitou, aspirando o cheiro dos gatinhos que estavam pelo quarto, novamente, num miadinho fraco.
Atsushi havia falado dele, mas não tinha certeza se havia desviado propositalmente ou não entendido. Porém o farfalhar sobre o cobertor indicou seu movimento, o que arrancou uma esfregada de olhos, tentando dar nitidez aos olhos castanhos nublados pelo recém acordar. Ele não esperou muito tempo para abrir a caixa, mas viu pela beira destampada um par curioso de pontas triangulares que se revelaram maiores até expor olhos grandes e redondos, tinham um azul escuro. 
- Oh... - Disse num tom já risonho enquanto tomava espaço para se sentar. - Meu Deus.
Viu a pele rosada do bichinho, seu corpo pequeno e com dobrinhas. Por um momento só o olhou estupefato e risonho. 
- Eu trouxe um bebê pra você. - Riu. - Eu... Não sei se iria gostar dele por não ter os pelos macios, mas... Ele olhou pra mim com essa carinha e não consegui deixar ele lá. 
Kaoru disse com um sorrisinho e o viu dar um pulinho para sair da caixa, caminhando na cama em direção ao maior e cheirou seus cabelos compridos, observando o gatinho maior em seu peito, indagativo se deveria se aproximar.
- Oh amor, devia ter me pedido para ir com você fazer o parto. 
Atsushi brincou com ele, tinha ainda o sorriso aparente, esticou-se para o pequenino e pegou o bichinho pelado junto ao peito. 
- Ele é maravilhoso. Oi bebê.
O menor riu ao ouvi-lo e sentou-se na cama a seu lado, vendo o pequeno esticar-se nas patinhas traseiras e cheirar o rosto dele, roçando-se em sua bochecha. Risonho, Atsushi virou para o moreno, beijou seu rosto, evitando a boca por ter acordado recentemente, ao descer ao pescoço somente então falou. 
- Obrigado, amorzinho.
Kaoru sorriu a ele, beijando-o igualmente, porém em seus lábios num pequeno selo, não se importou por seu sono recente. 
- Não é nada. Precisa escolher um nome pra ele.
- Kurai, Kuroi e você vai ser Kagerou. - O maior disse e pegou o pequenino, roçando em seu nariz rosado e frio. Podia ver os pequenos que o cheiravam, interessados. - Bem, eu devia deduzir que as coisas importantes na minha vida precisam vir com a letra K.
Kaoru sorriu a observa-lo e deslizou uma das mãos pelos pelos macios de um dos gatos. 
- Será que eles vão se dar bem com ele?
- Teriam rosnado a essa altura se não estivessem dispostos a conhece-lo. Você é menininho, Kagerou?
Kaoru viu o pequenino piscar com os olhinhos grandes e miar baixinho ao observa-lo.
- É mocinho sim. - Sorriu.
Atsushi sorriu a ele novamente, estava de fato feliz com o presente. 
- Obrigado, outra vez. - Tocou seu rosto.
O menor riu baixinho. 
- De nada. Espere até ver seu bolo, quase tal negro quanto você.
- Ah, é? Suponho que seja um Devil's cake.
- Ele mesmo. - Riu. - Tem um espacinho pra mim na cama?
- Sempre. 
Atsushi deixou o pequeno curioso passear pela cama, sua caixa levou ao lado e pôs no chão, indicando o espaço ao guitarrista. Kaoru deitou-se junto dele e sorriu, observando o pequeno a passear por ali. 
- Ele tem só três meses, então comprei ração pra eles e comprei leite sem lactose, eu... Li que gatos não podem tomar leite...
O maior cedeu espaço na cama, tal qual no braço, se ele quisesse se deitar. O riso soou baixo, mas podia ser notado. 
- É, fez a lição de casa, papai.
- Hai. - O menor riu baixinho e deitou-se sobre o braço dele. - Feliz aniversário, amor.
Atsushi percebeu o apelido na frase, mas embora tenha achado graça não disse nada, não iria deixa-lo sem graça. 
- Obrigado. Acho que você pode descansar, amanhã nós comemos bolo.
O menor assentiu e sorriu a ele. 
- Acho que... Temos que coloca-lo numa caminha no chão.
- Hum, eu vou buscar. Você pode dormir.
- Iie, tudo bem, eu te ajudo.
- Me ajudar a que? A buscar uma cama de gato?
Kaoru riu.
- Desculpe.
- Fique e tire a roupa. 
O maior se levantou, levando consigo o novo integrante da casa, bajulando o animalzinho. 
- Ih, perdi meu lugar.
- Ah é? Meu colo?
- Não, o lugar de coisa mais fofa dessa casa.
- Ah, você é a coisa mais fofa. 
Disse o vocalista, sentindo-se obrigado a voltar para cama e beijar seu pescoço, seu rosto, bajulando-o como o pequenino. Kaoru riu e acariciou seus cabelos ao senti-lo beijar a si. 
- Hum, eu também sou um gatinho pelado.
- Por enquanto está vestido. - Disse, surpreso por seu modo deliberado.
Kaoru riu novamente e negativou, levantando-se e retirou a camisa.
- Você, é mesmo fofo. 
Disse o maior ao observar o corpo dele. Estranhamente o achava adorável.
- Hum, espero que isso seja bom. Não é legal alguém olhar seu corpo e dizer que você é fofo.
- Hum, não pode dizer que isso não é legal se não sabe o quanto isso é bom pra mim. Você é um tipo de homem que não acho que muitas pessoas descreviam como fofo, mas se eu vejo assim, é porque não te vejo como os outros ah? Você é adorável pra mim, não só por seu corpo mas por sua personalidade também. Seu corpo é fofo de uma forma que me faz querer sentir com a boca, não como a fofura de uma criança.
O menor sorriu meio de canto, talvez um pouco corado pela declaração dele e retirou a calça igualmente, permanecendo apenas de roupa íntima.
- Uh, vai dormir peladão ou está querendo mesmo a boca?
Kaoru riu.
- Quero dormir abraçado com você.
- Tudo bem. 
Atsushi afagou seus cabelos ondulados, gostava deles. Se percebia gostando de tudo o que compunha o músico. Suspirou e se levantou sem dizer nada, buscou a caminha para o filhote, acomodou-a ao lado a cama. Serviu sua refeição, o leite sem lactose e um pouco de ração úmida. Após acomoda-lo, recepcionando em casa, deitou-se outra vez.
- Sei que estou te tirando da cama, não quero isso, mas não o recusei, tá bem?
- Eu sei que não. Mesmo que me pedisse, quero que descanse pra ter a disposição.
O menor sorriu e assentiu.
- Me desculpe, eu trabalhei demais.
- Bom trabalho, hum? - Atsushi disse e afagou seus cabelos.
- Hai. - Kaoru sorriu, virando-se e o abraçou. - Não aguento mais aviões.
- A turnê vai terminar e você não vai mais precisar de aviões.
- Espero. - Sorriu. - Vem, me deixa abraçar você, fico feliz que pelo menos seu aniversário posso passar em casa.
- É, vai me fazer companhia, me dar um pedacinho de bolo, mimar meu gato novo.
Kaoru riu. 
- É, vou sim.

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