Thor e Loki #4 (+18)


Os passos calmos, Loki deu pelo corredor, deslizou uma das mãos pelos cabelos a ajeitá-los e parou ao ver o loiro próximo da porta, falando com alguém, mas não pode ver o rosto. Rápido se escondeu ao lado da porta, observando em silêncio o irmão a conversar com a garota e abriu um sorriso sínico. Tinha que ser, pensou. Desviou o caminho a seguir até a cozinha.

Thor traçou o curso pelo corredor até o cômodo, onde no limiar de entrada encostou-se com os braços que se cruzaram contra o peito, observando a figura de típicos cabelos impecáveis para trás.
- Como se sua presença não fosse notável.

- Ah falou o olho que tudo vê. - Loki falou a desligar o fogo. - Precisamos de empregados...
- Sim, eu realmente vi tudo. Até o que há entre suas pernas.
O moreno estreitou os olhos.
- Fiz o jantar. - Pegou um dos pratos no armário. - Para mim. - Sorriu.

- Faça um bom proveito.
- Vou fazer.
Thor sorriu com lábios cerrados e caminhou a sala. Na luz baixa do ambiente, no barzinho um trago de bebida servida e sentou-se no estofado onde pelo amplo vidro substituto de uma parede, encarava a figura noturna.
Loki suspirou ao vê-lo se retirar e serviu pouco do espaguete em um dos pratos, uma das comidas que aprendeu a fazer enquanto estava naquele lugar horrível naquela eternidade, que na verdade, eram somente cinco dias. Caminhou em direção a sala a observar o irmão, sentindo-se insatisfeito consigo mesmo por fazê-lo, mas apenas seguiu o caminho a ele, deixando o prato sobre a mesa de centro junto do talher, voltando a cozinha sem dizer nada.
- Não se dê o trabalho, meu irmão. - Thor retrucou antes mesmo de sua saída.
- Bom apetite. - Loki murmurou apenas a seguir ao outro comodo, servindo a si.
O loiro encarou o jantar servido, por fim apenas desviou os orbes nítidos em azul ao copo nas mãos, e virou o conteúdo amargoso na boca, ingerindo-o completamente. O menor seguiu ao próprio quarto com o prato em uma das mãos, sentando-se na própria cama a pegar o livro no móvel ao lado, abrindo na pagina marcada e vez ou outra levava garfadas da comida a boca.
Thor afastou o servido de cima da mesa para o lado. Buscou no móvel do lugar o caderno onde algumas riscas faziam anotações os quais analisava e pensava. Voltaria ao reino algum dia, assim pensava, e mesmo ante as travessuras do irmão adotivo o levaria.
Loki terminou de comer e logo baixou o livro a observar o quarto, perdido em pensamentos por alguns segundos. Sabia que havia brigado com ele, várias vezes, e ele havia sido um cretino consigo quando chegaram, mas não fora nada diferente do que fazia com ele, ser um cretino. Em silêncio podia ponderar sobre o ocorrido, e embora parecesse absurdo para alguém saber que estava numa boa com aquele estupro estranho, sabia que não era a primeira vez que tivera um contato íntimo com o irmão, não havia sido daquela forma, mas já o havia tocado, não, não podia se lembrar disso.
Thor suspirou e jogou o pequeno caderno em couro negro acima da mesa central, o copo havia deixado no sofá de lado, acomodou as costas que pesaram no encosto do estofado, e uma das mãos levou o polegar ao lábio, deslizando-o. Loki levantou-se, seguindo a sala e observou o outro, em silêncio.
- Ainda desconfia de mim, meu querido irmão? - Riu baixo.

O loiro recostou a nuca contra o sofá, voltando os azulados orbes ao irmão.
- Não como deveria.

Loki riu.
- Não se preocupe, eu não o mataria... Preciso de você para voltar para Asgard.

- Não tenha tanta certeza disso.
- Ora... Já se esqueceu o motivo de sermos banidos? Nosso pai... - O moreno falou a caminhar em direção ao sofá em frente a ele. - Digo, seu pai, disse que só poderíamos voltar quando nos entendêssemos a ponto de não destruir mais lugar algum. Ou seja, sou obrigado a te tratar bem.
- Você foi banido, estou aqui de passagem, cuidando de uma criança. Se eu quiser voltar, eu volto.
- Então vá embora! Eu não preciso de você. Me diga, porque está aqui se não precisa, ahn? Volte pra casa... Pro seu reino ridículo.
- Meu reino ridículo o qual deseja liderar.
- Não quero aquele mundo que só tem mais e mais decadência. Aquele lugar não significa mais nada pra mim.
- Suas palavras não fazem jus a seu comportamento, na verdade, minutos atrás disse que voltaria para Asgard.
- Só quero os meus poderes de volta... Quando eu for capaz de te afastar de mim de novo, eu vou embora... Se acha melhor do que eu só porque ainda tem sua força, mas não é. É só um tolo, filho de outro tolo.
Thor se levantou a encarar a figura do meio irmão e não demorou a traçar o caminho até sua presença e fronte seus um e oitenta e sete de altura, o fitou desde os pés a face.
- Você quer ficar sozinho, Loki?

O moreno o observou em frente a si, estreitando os olhos.
- Eu sempre... Estive... Sozinho.

- Você sempre esteve comigo. Sua sede de igualdade o cega a ponto em que somente estará satisfeito sendo superior a isso.
- Eu nunca fui igual a você. E sabe muito bem disso... Vivi na sua sombra a minha vida inteira! - O menor falou a virar-se de costas ao outro, observando a janela.
- Você se colocou nesse lugar.
- Não... Eu sempre fui somente uma arma... Nunca fui tratado como um igual... - O moreno sentiu as lágrimas presas aos olhos.
- Nosso pai o criou como jamais teria sido tratado em seu reino.
- Mas mesmo assim fui um estranho...
- Você é o único que vê isso.
- Todos viram isso... Ele deu o trono pra você e eu tive que ficar calado diante das ordens que recebia.
- Nunca se mostrou capacitado a ser um rei melhor.
Loki virou-se a estreitar os olhos mesmo que molhados pelas lágrimas a observar o outro.
- Se acha um rei melhor do que eu?

- E você, se acha melhor que eu?
- Eu sou melhor do que você! Você é tão... Imbecil e sentimental. Acha que vai chegar em algum lugar dessa maneira? É fácil de pisar em você!
- Você por acaso já pisou?
Loki riu.
- Não... Mas eu vou. Espere até eu poder voltar. Enquanto isso... Vou embora. Não vou ficar no mesmo lugar com você.

- É mesmo? Então vá.
O moreno estreitou os olhos a seguir o caminho ao próprio quarto, jogando a mala sobre a cama. Thor observou apenas a figura diminuindo em sua distância, porém não o impediu de fazê-lo. O menor jogou as roupas dentro da mala, de qualquer jeito, tinha poucas coisas afinal e a fechou a seguir a direção da saída. O loiro dirigiu as mãos à porta, bloqueando-a de sê-la aberta pelo irmão, acomodando-o na jaula pessoal que criou com os braços a cada lateral, porém sem tocá-lo.
- Não me mandou ir embora? Com licença.
- Não mandei, você quem disse que iria.
- O que você quer, Thor? Já me ofendeu, me estuprou, o que é pior. Vai fazer o que agora? Só falta me bater.

- Você não consegue ficar sozinho, você é uma criança irresponsável, se sair por essa porta eu volto a Asgard, ficará sozinho com seus problemas nesse reino.
O moreno estreitou os olhos a observar o outro e assentiu.
- Sabe que o respeito, meu irmão. No entanto, não vou permitir que me engane e que faça o que quer, como já fez antes. Eu confiei em você pela ultima vez.
Loki sorriu típico e assentiu apenas.
- Certo

Thor suspirou pesaroso e desceu as mãos do material na porta, o enlace formou a volta de seu tronco, tendo contra o peito o irmão adotivo, o abraçando. O outro uniu as sobrancelhas ao senti-lo abraçar a si, permanecendo imóvel.
- Eu te amo, meu irmão.
Loki suspirou ainda a permanecer imóvel e sutilmente repousou a face sobre o ombro dele, tentando não ser tão perceptível. O loiro teria afastado-se anteriormente, se não fosse pela sutil pose cômoda em que se pôs o irmão, e deixou-o permanecê-lo.
O menor fechou os olhos um pequeno tempo a aproveitar o abraço e logo se deu conta de que estava abraçando o outro. Abriu os olhos a levar as mãos ao tórax do maior, afastando-o.
- Já esta bom.

Thor pouco se afastou, com seu impulso que não era suficiente. Levou ambas as mãos que não eram delicadas até seu rosto, o segurando e curvou-se na mínima diferença que tinha na altura, beijando os lábios do meio irmão. Loki observou-o a se aproximar e sentiu o beijo logo, unindo as sobrancelhas a levar uma das mãos a face dele com a intenção de afastá-lo e por fim manteve o toque, retribuindo-o visto que não havia como afastá-lo, na verdade era aquilo que queria pensar, mas não o afastava porque gostava dele, do gosto de uísque em seus lábios, de tê-lo.
O loiro deslizou os dedos até sua nuca e pouco engrenhou de seus fios negros medianos, por fim invadiu a linha extrema de seus lábios, deixando o toque superficial a beijá-lo. O menor ergueu a face a observá-lo.
- Thor...
Murmurou, sem tempo de dizer mais nada devido ao beijo do irmão que retribuiu, agarrando-lhe o casaco que usava e deu passos para trás a encostar-se na parede, deixando escapar o gemido baixo com o impacto no local.

O loiro seguiu o caminho junto ao irmão, impondo-o ao concreto onde se acomodou. Seus fios impecáveis chegou a desalinhar, enquanto por vez, beijava-o vigoroso, alternando a forma com que encaixa os lábios aos seus. Loki suspirou em meio ao beijo, levando uma das mãos ao ombro dele, apertando-o no local e logo cessou o toque de lábios.
- Irmão... Por que esta fazendo isso?

- Por que está me retribuindo? - Thor ditou de voz baixa ainda próximo de si.
Loki uniu as sobrancelhas. O loiro ignorou sem indagá-lo novamente e tornou comprimir seus lábios com o toque dos próprios, deslizando a língua pelo toque da sua, cálida, suave. O menor retribuiu novamente o beijo, levando uma das mãos a face do irmão, apenas apoiando-a no local.
Thor baixou uma das mãos de seu pescoço pela lateral na cintura, sentindo a singela e quase inexistente curva e o outro uniu as sobrancelhas ao sentir o toque, por um minuto ansiou por mais, queria mais do toques do outro. Empurrou-o a observá-lo, arregalando os olhos.
- Não podemos fazer isso, Thor...

- Loki... - Thor murmurou a observá-lo conforme afastado.
- Hum? - Uniu as sobrancelhas.
- Você quer mais, irmão.
- Não.
- Por que tem essa expressão no rosto?
- É estranho... E não é permitido...
- Não é permitido? Não estamos em Asgard.
- Nosso pai ainda deve saber tudo o que fazemos...
- Heimdall é o único que pode ver de onde está, e mesmo sua presença ainda é oculta de Asgard.
- Mas não seria boa ideia... Já me machucou o suficiente. Procure uma mulher para suas necessidades sexuais.
- O machuquei?
- Estou dolorido há dias.
- Uh, então sua desculpa não é não querer.
- Eu... Vou pro quarto.
Thor apenas o observou ainda em silêncio. Loki se virou a seguir alguns passos em direção ao quarto e logo parou, suspirando,, não acreditava que estava ponderando sobre aquilo. Jogou a mala no chão e voltou em passos firmes, puxando o outro para si e encostou-se na parede novamente, levando uma das mãos em direção a face dele a puxá-lo e lhe selou os lábios algumas vezes, voltando a beijá-lo.
- Venha então...
Murmurou a abrir o sorriso sínico, típico e lhe puxou o lábio inferior a mordê-lo, causando uma pequena ferida que sugou o sangue como fez dias antes.

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