Atsushi e Kaoru #12


- Porra!
Kaoru falou alto, jogando a revista sobre a mesa, e estava realmente irritado. Todas as vezes que tentara voltar para casa, observava se não era seguido, e mesmo assim, os malditos tiveram a audácia de seguir a si com o outro até uma cafeteria onde haviam tomado o café, certamente por não saber onde ele morava, e agora tinha uma foto com ele em uma das páginas, e para si, bem comprometedora. Não havia nada demais, de fato, mas a mão dele, levando uma das frutas aos lábios do guitarrista dizia tudo. Tudo passou pela cabeça naquele momento, o que a mulher diria quando visse a foto, o que diria a ela, já que chegava com o perfume dele nas roupas todos os dias, por sorte, ela não estava em casa, estava em outra cidade com a mãe, meio afastada do centro e não sairia de casa, mas aquilo para si era uma droga, não sabia como iria resolver, ligaria para a revista primeiro? Para um adovgado? Deus? Novamente, estava chutando a mesa.
- Inferno! Kyo... O Kyo.
Disse, pensando primeiramente no amigo, que sempre resolvia problemas do tipo quando tinha fotos divulgadas com o baterista, ele saberia o que fazer e 
saiu da sala.
- Alguém viu o Kyo? No estúdio? Okay.
Falou, seguindo os passos mais rápidos, até abrir a porta e observar o vocalista ali, enrolou a revista, passando pelos amigos e indicou visualmente ao outro.
- Posso falar com você?

- Hum? - Kyo disse ao amigo ao se aproximar dele, notando-o um pouco desconfortável. Pela revista em sua mão, podia deduzir algo ruim vindo dela. - Eu só espero que não seja o Hitomi.
- Não, se fosse eu não estaria tão desesperado... - Kaoru falou a sair com ele. - Eu quero bater com essa revista na minha cara, como eu consigo ser um líder de uma banda e fazer uma merda dessas? - Disse e mostrou a ele a foto entre as páginas.
Cruzados os braços em frente ao peito, Kyo nem segurou a revista mas verificou a foto. Bem, era duvidosa, mas não tinha nada comprometedor em excesso.
- Bom, é mão de homem, mas não diz quem é então acho que ninguém vai encher o saco. Vão supor que é sua esposa, com mão grande.

O maior arqueou uma das sobrancelhas ao observá-lo, e o outro não costumava brincar, então era estranho.
- Noite boa com o Shin? Porque acordou engraçadinho. - Falou e em resposta apenas virou a página, expondo na página seguinte a foto do outro do outro lado da mesa.

- Não estou vendo graça em nada, Kaoru. - Retrucou o menor seu comentário e fitou-o com cara de paisagem por uns instantes, sendo retribuído com o mesmo olhar, até finalmente prosseguir o assunto. - Bom, pode ser sua esposa ainda. 
- É, minha esposa pode ser extremamente parecida com o vocalista do Buck-Tick, quem sabe alguém acredite. Puta que pariu, o Atsushi vai ficar muito puto. O que eu posso fazer sobre isso?
- E por que estão fazendo isso? Nem o Shinya faz isso, Kaoru.
- Eu sei... Tsc. Eu disse pra ele não fazer, mas... Porra, eu olho o sorriso dele e não sei dizer não.
Claro que o guitarrista havia ganhado uma sobrancelha arqueada, como se houvesse dito algo que condenasse ele mesmo.
- Podemos resolver isso, peça para o agente ligar pra revista e ameaçar por danos morais e uma imensidão de coisas caso isso interfira em sua vida pessoal e essas coisas. Acho melhor avisar ao seu "amigo", pode acabar dando problema com a mulher dele também.

- Hai, eu vou ligar. Atsushi está se divorciando. - Falou e suspirou. - E pelo jeito, eu vou ser o próximo.
- Hum, que informação necessária pra mim. Ou você quis somente evidenciar o fato de que ele não é de outra pessoa. 
- Estou falando pra você porque é meu amigo, ora. Ou não posso mais conversar com você?
- Ainda está saindo com ele, ah? E sua mulher?

- Está cuidando da mãe. Estou dormindo na casa do Atsushi... Eu sei, eu sei que é errado, mas eu gosto dele de alguma forma.
- Então vai terminar com a Haruna?
- Eu acho que sim... - Suspirou. - Não estávamos mais dando certo, ela cobrava muito o meu tempo, o filho que ela queria, não... Não daríamos certo.
- É isso mesmo ou está tentando arrumar motivos?
- Não, é isso mesmo, já me perguntei a mesma coisa, antes mesmo do Atsushi aparecer, já não estávamos dando certo. Eu dormia mais na sala do que na minha cama, não posso voltar pra casa depois de dias de show e lidar com isso.
- Acho que está sendo um pouco sensível demais, meu amigo. Mas se vai terminar com ela, então, fica de boa com a notícia. Só fale com ele.

- O problema é que eu não quero que isso estoure, gosto de ser discreto, não quero ninguém infernizando o Atsushi e nossa carreira indo por água abaixo, conhece as fãs. E bem, não é ser sentimental, é complicado, o Shinya não é uma mulher, então não tem como você saber como é. Aliás, está tudo bem com o Kyohei?
- Shinya é tão sensível quanto uma mulher, sabe disso. Talvez até mais que algumas. E eu não disse pra deixar estourar, disse apenas pra ficar tranquilo sobre o impacto disso na sua vida pessoal. Está bem, continua bem pequeno. Mas estamos falando de você, vê com o agente, ok?
- Hai, eu vou ligar agora, diga a eles que deem um tempo, eu já volto. Toshiya e Die viram a revista?
- Não sei, não falei com ninguém sobre isso.
- Hai... Espero que não, eles são meio palhaços, não quero explicar porque estou dormindo com um homem agora.
- Como se não fizessem o mesmo. O Die eu não sei, mas o maldito do Toshiya sei e não quero saber. 
Kaoru riu.
- Pobre Hitomi.

- Mudando de assunto, vai resolver isso.
- Hai, eu vou. Hey, obrigado.
- Não fiz nada. 
- Fez sim, me ouviu.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário