Kyo e Shinya #22


Shinya havia passado a manha inteira no estúdio, já tinha voltado a ensaiar, entrou na casa do menor e deixou as baquetas sobre o móvel da sala, sentou-se no sofá e abaixou a cabeça, as mãos foram até o rosto e suspirou, não sabia se o loiro estava dormindo ou se estava em casa mas logo iria procurá-lo, mas por um tempo ficou ali da mesma maneira apenas descansando.

Kyo entrou na própria casa, e pôde avistar os cabelos louros do outro no sofá, já era normal. Deixou sobre o balcão na cozinha, as garrafas das bebidas que havia comprado, nada alcoólico. Com o cigarro entre os dedos, por vezes tragando-o vez ou outra, foi até Shinya, encostou-se na parede ao lado do sofá.
- Algum problema?

O maior estava tão concentrado que nem ouviu o loiro entrar, ouviu a voz dele e se assustou, retirou as mãos do rosto e fitou o rosto dele.
- Que susto. - Riu - Não, está tudo bem.

- Hum... Certo.
O menor deu um último trago no cigarro e jogou-o para o lado de fora, pela porta da sala que ainda estava aberta.

- Onde foi? - Levantou-se e foi até ele, selando os lábios do namorado.
- Exame, teste vocal. - Kyo retribuiu simples toque de lábios. -  Calor do caralho!
- É, também acho, não aguento mais esse calor. - Shinya abriu a camisa. - Não se importa né?
Kyo tirou a veste superior, jogou-a na face do outro que estava sentado no sofá e seguiu até o exterior da casa, sentou-se numa das cadeiras próxima a piscina e ficou.
- Ah... Vejo que já já vai chover.

O maior segurou a camisa dele e tirou da face, o observando sair de casa, sentiu o perfume dele na camisa e fora atrás do namorado, deixando a camisa sobre o sofá, sentou numa cadeira ao lado da dele.
- Tomara que chova, hum. Assim pelo menos refresca um pouco, ou não.

- Vai continuar abafado, mas pelo menos da pra ficar na chuva.
- Hum,vai pegar um resfriado. - Riu novamente.
- Não sou anêmico igual a você Shin, não vou ficar doente não fácil.
- Não sou anêmico...
- É sim.
- Não sou.
- É sim!
- Não vou discutir com você.
- Shinya... As vezes você consegue ser mais insuportável que o normal.
- Eu sou insuportável? Sou sou eu que estou irritando você?
- É, é sim, muito e consegue ser mais ainda, uma bixa que não sabe nem debater, só fica com frescura, mas quer sabe? Foda-se!
- O que deu em você, hein?
Shinya levantou e foi até a cozinha, não queria de fato discutir. Pegou um copo de água e encostou no balcão, bebendo a água aos poucos.
Kyo se levantou, caminhou até descer as escadas que davam no quarto, entrou no cômodo e logo em seguida no banheiro, despiu as poucas peças de roupa e entrou em baixa d'água fria, tal ação feita como se pudesse esfriar a cabeça, odiava a frescura de Shinya, mas sabia que nem era tanto assim, afinal, se irritava com facilidade, não que fosse culpa do baterista. Ambas as mãos apoiadas na parede, o corpo levemente curvado ficava fora d'água, apenas deixava a cabeça, onde a água fria caía molhando os cabelos, seguido tornou a ficar na água, passando as mãos no rosto sempre que a água caía, ato que era feito sempre que se irritava, as mãos ficavam sobre a face massageando-a de forma pesada.

Shinya jogou o restante de água na pia e deixou o copo na mesma também assim que ouviu o menor descer para o quarto, ao contrario dele, se culpava por cada palavra que dizia sempre, encostou na pia e observou a torneira que pingava, murmurou para si mesmo.
- "Você é irritante Shinya"...
Sabia que ele tinha razão, era realmente insuportável como se irritava fácil com as coisas, mas não gostava quando ele falava coisas sobre a aparência. Caminhou até o bar na casa do menor e pegou a garrafa de vodka, foi até a cozinha e pegou um copo, encheu o mesmo com a bebida e o deixou sobre o balcão, observou o copo e a garrafa por alguns segundos e deixou o copo no local levando a garrafa para a sala e bebendo um longo gole da mesma.

Kyo continuou em baixo do chuveiro, deixando a água cair sobre o corpo, não iria sair e olhar para cara de Shinya, ainda mais sabendo que ele provavelmente estaria com cara de choro ou pediria desculpas, afinal, a culpa era própria também, mas Shinya ultimamente andava perdendo o costume das brincadeiras, após o começo do relacionamento, o outro passou de melhor amigo à quase uma moça sentimental demais, não sabia brincar, nem ao menos debatia. Ergueu a face, abriu a boca tomando a água gelada que caía mesmo da ducha. As pálpebras mantiveram-se fechadas, enquanto a água escorria pelo corpo inteiro, a cabeça levemente inclinada para trás, ainda bebia a água que caía aos poucos dentro da boca. A mão percorreu o próprio peitoral e abdômen, ah, fazia tanto tempo que não era marcado ali, e parecia que isso proporcionava ainda mais angústia, toda vez que fendas no corpo abandonavam sangue, levavam embora o nó dolorido que ficava engasgado na garganta. Saiu dos devaneios, abaixou a cabeça, esfregando os olhos, mania.
Shinya havia se sentado no sofá, bebendo vez ou outra da garrafa, até que bebeu uma quantidade razoável e foi novamente até a cozinha, deixou a garrafa sobre o balcão e bebeu o resto da bebida que tinha no copo, percebeu que o menor ainda estava no banho e lavou o copo que continha o líquido, guardando novamente no armário, jogou a garrafa no lixo, mesmo com o restante da bebida e voltou para o sofá onde estava antes, sentando no mesmo e ficou ali, não gostava de irrita-lo e simplesmente era terrível ficar ali sabendo disso, fechou os olhos, não tinha vontade de fazer nada, apenas esperou que o menor retornasse.
Kyo ficou um bom tempo mais em baixo do chuveiro. Após os devaneios quebrados, pegou o sabonete e lavou rapidamente o corpo, nos cabelos apenas passou shampoo nada além disso. A mão passeava pelo corpo, e como aquilo instigava, tornou a fechar os olhos, as unhas medianas forçaram-se contra o próprio abdômen, mas fora rápido, sabia que uma coisa levava a outra. Ao ver-se contendo-se para não fazer o que queria, o único ato involuntário fora o punho fechado socado contra o azulejo na parede. Maldição! Desligou o chuveiro, pegou a toalha, secou o excesso de água e envolveu-a na cintura. Voltou ao quarto, vestiu a boxer preta e ficou apenas à usá-la, nada além da roupa íntima. Jogou-se contra a cama, os olhos negros percorrendo a imagem do céu diante de si que era proporcionado pela porta da varanda que estava aberta. Ao lado, sobre a cama, pegou o ipod largado, ligou o pequeno aparelho, colocou a música para tocar e os fones no ouvido, junto a música, murmurava baixo as letras, tão semelhantes a si, e riu, riu pois si próprio havia a escrito.
Shinya ficou um tempo no local e não ouviu mais nenhum barulho, sentou no sofá e suspirou, levantou-se e caminhou até o quarto, encostou na porta e cruzou os braços, observando o loiro sobre a cama, não disse nada, sabia que ele não queria ouvir, mas do jeito como estava, estava mais se "apoiando" na porta do que apenas encostado.
- O que foi? - O menor indagou após sentir o olhar de Shinya sobre si.O maior apenas balançou a cabeça em negatividade e murmurou.- Nada... Queria... saber o que estava fazendo... Eu...
- Está bêbado ? -Virou-se à fim de fitá-lo.
- Bêbado? ... Eu estou bem...
- Hum, certo. Pegue meu cigarro ali em cima da escrivaninha.
- Cigarro? Ah sim.
Shinya pegou o cigarro e foi até ele, estava completamente tonto mas ajoelhou ao lado da cama do maior, entregando o cigarro a ele. O menor p
egou o cigarro da mão alheia, acendeu um deles, tragou
- ...

O maior sentou na cama, o olhar percorrendo o corpo do menor, fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente.
- Tá legal, eu bebi... Desculpe.

- Bebeu, e o que eu tenho haver com isso para você vir me pedir desculpas? Tsc
Faça o que quiser.
- Ah Kyo. - Shinya inclinou-se sobre ele e beijou o pescoço do loiro. - Não fique bravo comigo...
- Não estou bravo Terachi, estou normal. - Disse e após expeliu a fumaça do cigarro.
- Jura? - O maior selou os lábios dele e mordeu seu lábio inferior.
- Já disse, mas se ficar perguntando vou me irritar mesmo.
- Tá bem vou me calar.
Shinya abaixou um pouco e beijou o abdômen dele várias vezes, claro, já não era mais por si que agia assim, era o efeito da bebida. Kyo a
penas continuou a prover da nicotina sem dar atenção às ações de Shinya, sabia que estava bêbado. O maior observou o menor e subiu até o pescoço dele, beijando-o.
- O que foi, hum?

- Eu que te pergunto, esse é toda sua vontade reprimida , é?
- Que vontade reprimida, hum?
O maior selou os lábios do menor algumas vezes, sentando sobre o abdômen dele.

- Nada Terachi, nada!
- Hum, você está tão... Bonito. - O maior passou uma das mãos pelo peito dele, arranhando-o levemente. - Larga esse cigarro e me da atenção, hum...
- O que quer?
Kyo tirou o cigarro que estava entre os lábios, mas continuou com ele entre os dedos, já estava acabando afinal.

- O que acha, hum? - Shinya selou os lábios dele e observou o rosto do loiro, abriu um sorriso e dessa vez o rosto não se corou nem ao menos chegou a murmurar as palavras. - Quero que me foda.
- Hum, é? Levante-se , tire a roupa e vem!

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