Fei e Hazuki #42


A mesa estava posta, todos estavam tranquilos com o jantar que ocorreria no salão, todos, menos Hazuki. O moreno nem havia levantado da cama, ainda se sentia mal e machucado, mas estava preocupado com o que ocorreria, se os pais dele iriam gostar de si. Mitsuki estava ao lado dele, penteando seus cabelos longos e negros.
- Está se sentindo melhor hoje, Hazuki-san?
- Estou sim... Quer dizer, ainda meio dolorido, mas melhor.
- Que bom, queria que pudesse sair e ver a China, é linda! Mas logo você vai poder ver.
Hazuki deu um pequeno sorriso.
- E você e o Izumi?
- O que... O que tem a gente? - Disse o loirinho.
- Como vocês estão? Estão se dando bem? Namorando?
- Namorando? Eu... Talvez.
O moreno riu.
- Ah, então estão namorando mesmo? Que gracinha.
- Não conte pra ninguém...
- Por quê?
- Porque... O Izumi meio que não sabe.
- Eh? Não sabe que estão namorando?
Mitsuki se corou, assentindo.
- Hum... Você é o passivo?
- Passivo? Talvez...
- É, você é. - O moreno riu.
- O que as mocinhas estão conversando?
Disse Fei ao entrar no quarto, observando o moreno na cama e o outro loirinho, dando um pouco de atenção a Hazuki.
- Fei! Nada... Só estamos conversando. - Disse o loirinho.
Hazuki sorriu.
- Mitsu, pode me deixar sozinho com o Fei? Por que não fala com o Izumi um pouquinho?
- Ah, hai... Com licença.
O menor se levantou e se retirou com uma reverência. O maior sorriu ao moreno e seguiu até seu futon, ajoelhando-se lado a ele.
- Como está se sentindo, Goungzhu?
- Estou bem. Me sinto melhor hoje.
- Melhor, é? E nosso bebê?
- Bem também, eu acho. - Sorriu.
- Acha não, está sim. Consegue caminhar?
- Consigo, pode me ajudar a levantar?
- Claro. O jantar está quase pronto, tenho uma roupa bem bonita pra você.
Hazuki sorriu, animado com a nova vestimenta e apoiando-se no loiro, levantou-se devagar, pisando no chão e gemeu dolorido, mas estava se sentindo um pouco melhor.
- Goungzhu, se não quiser ir, não precisa.
- Sei disso... Vou ficar bem.
Fei assentiu, segurando-o e sentou-o numa poltrona bem adornada do quarto, puxando o obi de seu quimono a desfazê-lo, observando o corpo bonito de pele clara do rapaz, que não via há um tempo.
- Ora... Senti saudade.
Hazuki deu um pequeno sorriso.
- Logo estarei melhor, poderei te dar prazer.
- Não se preocupe comigo, tem que se preocupar com você também.
O menor assentiu num sorrisinho e Fei deslizou aqueles tecidos sedosos pelo corpo do menor, vestindo-o com a roupa chinesa, bonita, num branco e rosa clarinho, que combinavam com a pele do moreno.
- Você fica lindo assim, combina mais com você do que os quimonos.
- Acha? Então estou feliz.
Fei sorriu e deslizou uma das mãos pelos cabelos dele.
- Mitsuki penteou seus cabelos, não deixou nada pra mim.
- Ele é um bom garoto. - O moreno sorriu. - Me ajuda bastante.
- Ele é sim. Fico feliz que o trouxemos com a gente.
- Ainda não sei como você conseguiu fazer tudo isso sozinho, eu iria me sentir completamente perdido.
- Tive que ser forte por você, Goungzhu. Pra te salvar.
Hazuki deu um sorriso.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. Vamos, segure-se em mim.
O menor guiou o braço ao redor do corpo do loiro, porém ao invés de ajuda-lo a levantar, Fei o pegou no colo.
- Não, eu posso andar... Não quero que seus pais me vejam assim.
- Sabem que está machucado, está tudo bem.
O menor se encolheu no colo do loiro e assentiu, encostando a cabeça sobre o ombro do loiro. Fei sorriu a ele e levou-o consigo escada abaixo, devagar, descendo degrau por degrau e por fim, colocou-o sentado na sala de jantar, e foram os primeiros e estarem sentados ali.
- Nossa, que cheiro bom.
- Espero que goste do jantar, pedi para que fizessem algo mais leve pra você, sem fugir muito do típico japonês, não está acostumado.
O menor sorriu e assentiu, beijando a mão do loiro, a qual segurou.
- Obrigado.
Logo após, Mitsuki e Izumi entraram com suas roupas igualmente chinesas e se sentaram, em frente ao loiro e o moreno.
- Meninos. - Disse Fei.
Os dois deram apenas um sorriso, e logo foram acompanhados dos pais do loiro que adentraram o local. O pai, que havia visto de cabelos longos e loiros, suas expressões tão joviais, era tão bonito, que se sentia com vergonha dele e nem poderia pensar o que veria em sua mãe, que não veio. Logo atrás dele, outro homem, cabelos compridos e morenos, e parecia tanto com Fei de rosto que até estranhou, ele era filho de dois homens. Arregalou os olhos, sem saber o que dizer, e permaneceu a observá-los em sua pequena reverência para si.
- Você deve ser o Hazuki. - Disse o moreno, estranhamente em japonês. - Muito prazer, sou Yun.
- Y-Yun...? Muito prazer, eu... Faria uma reverência se pudesse, sinto muito.
- Não se preocupe, sabemos que não está bem, fique tranquilo.
- O senhor fala japonês?
- Sim, eu falo, meu esposo é quem não fala muito bem. Mas vou falar com ele com você hoje.
- Hazuki. - Disse o loiro que parecia ser a "mãe" de Fei, arranhando o japonês. - Sou Qiu.
- Qiu? - Tentou repetir o moreno. - É diferente.
- Significa outono. Foi quando ele nasceu. - Disse Yun.
- É bonito. Eu... Achei mesmo. - Hazuki sorriu e Yun traduziu a seu marido, que sorriu.
- Você sabia que Fei é nosso único filho?
Hazuki deu um sorriso.
- Não, vocês... São importantes, não é?
- Somos. Fei seria nosso herdeiro a...
- Pai, por favor.
- O que? Tem vergonha da sua família?
- Eu não quero ser herdeiro de nada, nem uma parte da China, por isso eu fui embora.
- Fei, você não pode fugir de suas responsabilidades.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Por que você foi embora, Fei? Já está na hora de dizer pra gente.
- Você sabe porque eu fui embora. - Disse o maior. - Eu não queria ficar aqui e me casar com quem eu nem conheço, assumir responsabilidades por coisas que não eram minhas.
- E onde diabos você esteve todo esse tempo? Matando sua mãe de preocupação?
- Eu estive no Japão, vocês sabem.
- Fazendo o que?
O loiro deu um risinho.
- Não diga isso pra sua mãe, nem pensar. Hazuki estava lá com você?
- Estava, não quero que o julguem por isso. Ele foi vendido pra lá.
- Não vou julgá-lo. Sua mãe deu uma casa a vocês, poderá se mudar com ele logo.
- Sei disso, e agradeço. Foi a única coisa boa que fizeram por mim.
- Não fale assim, Fei...
- Sabe disso.
Yun deu um sorriso inflexível, meio irritadiço com a opinião do filho, porém, traduziu poucas palavras ao parceiro, somente o suficiente.
- Temos algo a falar pra vocês. - Disse Fei. - Quer falar, Hazuki?
- Eh? Ah... Eu... Não, eles são seus pais, então...
- Uh? Então ta bem.
- O que houve? Você está bem?
- Estou, mas... Vocês vão ser avós.
Yun arregalou os olhos ao ouvi-lo, desviando o olhar ao pequeno e permaneceu longos minutos a fitá-lo, Hazuki até se sentiu constrangido.
- Está falando sério?!
- Sim, Hazuki está grávido.
- O que ele disse? - Disse Qiu, em chinês, puxando a roupa do marido.
Yun se voltou a ele e traduziu as palavras, que deixaram o loiro igualmente atônito.
- Fei! É verdade?! Quer dizer, vai dar um neto a nós dois?
Fei deu um pequeno sorriso.
- Sim mamãe, você vai ser avó.
- Mas, você... Vocês não são casados. Tem que se casar.
- Vamos nos casar, em breve.
- Ótimo, eu vou organizar o casamento.
- Fei, o que ele está dizendo? - Disse o moreninho, chamando a atenção do maior.
- Esqueço que você não entende chinês. Está dizendo que vamos nos casar.
Hazuki manteve-se em silêncio ao ouvi-lo, observando o rosto do loiro e um sorriso se alargou em seus lábios, feliz com a notícia, por ser aceito, por agora ter um lar e por baixo da mesa, segurou a mão do loiro, apertando-a. Fei manteve-se em silêncio, mas sabia que o outro havia gostado e num sorrisinho, beijou o topo da cabeça do pequeno. 

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