Naoto e Kazuya #32


O sorriso enorme estava no lábios do loiro, estava tão feliz de vê-lo mais uma vez, gostava de morar tão perto dele, afinal podia visitá-lo quando queria sem precisar de ônibus ou carro, ele morava praticamente na rua de baixo. Tocou a campainha a esperá-lo atender e aproveitou para ajeitar os cabelos curtos bem alinhados, o brinco estava na orelha como de costume e usava uma roupa praticamente toda branca se não fosse por alguns detalhes cinzas. Carregava consigo um buquê de rosas vermelhas que entregaria a ele, sentia pouca vergonha de levar para um homem, mas estavam perto do dia dos namorados e queria fazer uma surpresa.

- Nao, eu mandei usar o avental!
Naoto exclamou ao pequenino, assistindo-o em pé sobre uma cadeira próxima ao balcão americano da cozinha enquanto atendia à porta. Vestia uma camisa de linho, gola redonda aberta, azul marinho e mangas longas. A calça era cinza, mas um pouco escondida pelo avental preto envolto à cintura.
- Kazuya?
Indagou sem realmente querer a resposta, não havia sido avisado pela visita. Ajeitou rapidamente o cabelo até então solta, prendendo-o languidamente com o fino elástico antes no pulso.

Kazuya sorriu a ele e estendeu a mão a segurar as rosas com o papel decorado.
- Feliz dia dos namorados adiantado... Não, não prenda, eu gosto deles soltos...

Naoto voltou a atenção às flores, notando o tom rubro de rosas tradicionais e volumosas. Era estranho ganhar flores daquela forma, se sentia quase tratado como uma mulher, mas ele era romântico, de um jeitinho que tentava sem conseguir esconder. Aceitou-as, fitando o rapaz.
-  Feliz dia dos namorados...

O loiro sorriu novamente.
- Não sabia quais você gostava mais, então escolhi as vermelhas...

- Elas combinam muito mais com você. - Disse o moreno e abriu a porta, dando espaço para ele.
Kazuya adentrou o local e selou-lhe os lábios.
- Hum... Que cheiro bom, o que estão fazendo?

Naoto observou o outro e encostou a porta, fechando-a. Virou-se para ele passando os braços em torno de seus ombros, cuidando das flores na mão e selou seus lábios.
- Oi pequenininho. - O loiro sorriu ao irmãozinho dele e observou o namorado melhor. - Você está tão bonito.
- Estamos fazendo chocolate. Por que não me disse que viria?
- Ah, desculpe... Estou atrapalhando?
Naoto caminhou até a sala, aonde buscou o vaso transparente e cristalino de flores, preencheu com água e até incrementou com um corante azul, tonalizando-a e posteriormente colocou as rosas, deixando-a aproveitar a bebida.
-  Iie, é que geralmente avisa. Estamos fazendo chocolate pro Kazuki.

- Ele vai dar, é? - Sorriu.
- Sim. Compramos algumas formas ontem.
- Hum, eu não ganho? - Fez bico.
Naoto sorriu a ele, sutil, mas não respondeu o flagrante.
- Quer ajudar?

- Claro!
O moreno assentiu e buscou um avental para ele, o da própria mãe, rosa e com cupcakes estampados. O outro observou o avental e riu.
- Rosa?

- E com cupcakes. Combina com você.
Kazuya riu e colocou o avental. Naoto sorriu ao vê-lo vestido, e acabou rindo posteriormente ao seguir para o balcão, vendo o irmão lamber os dedinhos sujos.
- Quer que eu chame o Kazu? - Riu baixinho.
- Não né, se ele está fazendo pro Kazuki, não vai querer que ele veja.
O loiro estreitou os olhos.
- O que foi?
- Vou chamar hein?
- O que foi, oh?
- Quero fazer um pra você. - Riu.
- Já me deu as flores.
- Ah, mas eu quero.
- Vem logo! - Disse o caçula, já enchendo a colherzinha com chocolate, não aguentando vê-lo sem prová-lo.

Kazuya riu e assentiu, aproximando-se dele e pegou a colherzinha, roçando em sua bochecha. Naoto observou o irmão na tentativa de lamber a bochecha aonde roçado, mas riu da falsa tentativa e pegou a colherinha de chocolate branco desta vez, comendo.
- Hey, vai acabar não fazendo chocolate.

- Desculpe. É pra usar esses coraçõezinhos?
O moreno assentiu ao loiro e pegou o pincel, pincelando a bandejinha para que não grudassem e entregou ao loiro, deixando colocar o chocolate. O loiro colocou o chocolate na bandejinha, sorrindo a ele.
- Eu tenho uma surpresa pra vocês.

- Hum, não é mais surpresa se começou a falar.
- Ah é? Então não vou contar.
- Já contou que tinha algo, então já não é surpresa, diga!
- Ah, vai ter que arrancar de mim. - Riu.
- Arrancar de você? A roupa?
- A surpresa.
- Fale, Kazuya. Não gosto de ficar curioso.
- Eu vou levar vocês no parque! - Sorriu ao pequenininho. - Eu, você e os pequenininhos.
- Vai, mamãe?
- Vou. - Uniu as sobrancelhas.
- Vai pagar tudo?

Kazuya assentiu e tirou os ingressos do bolso, mostrando.
- O sorvete também?
- Uhum.
- E quando vamos?
- Hoje.
- Hoje? Mas por que não trouxe o Kazuki então?
- Ele ficou se trocando.
- Devia ter dito, Kazu. Assim teríamos deixado o chocolate pra depois.
- Nós podemos ir amanhã...
Naoto observou o loiro, mas sorriu um pouco depois e tocou seu cabelo, como se confortasse uma criança.
- Nós vamos hoje.

- Mas você que sabe se quer ir hoje ou amanhã, porque vamos ter que fazer as malas.
Naoto arqueou a sobrancelha.
- Em que parque nós vamos?
- Nós vamos para Tokyo.
- Me pergunto se não gastou demais.
Kazuya riu baixinho.
- Bem, nós vamos passar uma semana na Disney.

- Uma semana?
- Uma semana. Nós estamos de férias mesmo.
- Mas não deveria ter arrumado tudo sozinho.
- Não se preocupe, eu não gastei demais.
O moreno observou-o por algum instante, repreendendo-o em silêncio.
- Que horas devemos partir?

- O voo é para hoje as dez, mas se quiser posso adiar para amanhã.
- Bem, acho que o chocolate do Kazuki não vai virar, Yuki.
- Não. ainda temos quatro horas, eu ajudo a terminar.
- Ainda vai precisar endurecer. Ele queria por recheio. Nós faremos na volta.
- Ta bem... Desculpe.
-
Não, não tem problema, você ficará sem chocolate, já me pegou em flagrante.
- Ta bem...
- O que foi? Parece desanimado.
- Eu não sabia...
- Não estou achando ruim, Kazu. Só não queria que tivesse feito tudo sozinho assim, gastado desse jeito.
- Tudo bem, Nao... Eu abri uma loja virtual de cupcakes. Eu faço por encomenda e entrego. Eu consegui um bom dinheiro, queria dar esse presente pra você.
- Ah, é mesmo? - Sorriu, surpreso.
- Devo confessar que fiz algumas entregas até conseguir as passagens, mas não faz mal.
- Só preciso salientar o quanto me esforecei. - Riu.
Kazuya riu.
- Desculpe.

- Então coma esse chocolate.
O loiro assentiu e riu baixinho.
O moreno pegou a colher e entregou a ele.
- Quer fruta pra acompanhar?

- Uhum, morango.
- E banana, Saru?
- Também.
Naoto riu baixinho.
- Tenho certeza que anda sentindo falta de uma. - Brincou, embora não tivesse o costume de fazê-lo.

Kazuya sentiu a face se corar, principalmente por estar em frente ao irmão dele. Naoto arregalou os olhos, embora com sutileza, notando o rubor diante da brincadeira, num gesto atípico para os dois. Sorriu e pegou as frutas, lavou os morango e fatiou-os assim como as bananas. O loiro riu baixinho e abaixou a cabeça, colocando o chocolate num potinho, o outro colocou as frutinhas no pote com o chocolate e jogou o branco por cima.
- Hum... - Kazuya sorriu, pegou uma das frutas com o garfo e experimentou.
O moreno sorriu ao loiro e caminhou até ele agora sentado próximo ao balcão, fez-se atrás de si.
- Já fez sua mala? - Indagou e pousou as mãos em sua cintura.

- Já, já sim. -Sorriu a se virar a ele.
- Hum, vou já já fazer a minha e do Yuki. Vou ligar para minha mãe.
- Ah é, tem que avisar.
- Hum. - Naoto assentiu e deslizou as mãos por suas costela e passou as costas, logo aos ombros.
- O que está fazendo? - O loiro sorriu a ele e desviou o olhar ao pequeno. - Yuki, arrume suas malas, hum? Estou fazendo "massagem".
- Hum sei. - Kazuya sorriu ao ver o pequenininho correr ao quarto. - Vem cá.
- Já estou aqui. - Apertou-o na cintura.

O loiro riu baixinho e virou-se a observá-lo.
- A frente.

- É só você se virar pra cá. - Afastou-se, dando espaço para ele.

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