Daisuke e Misaki #18


Era tarde, não havia barulho pelo local, a janela fechada e a cortina que cobria a mesma era escura, evitando que a luz do sol pudesse adentrar o local de manhã. O menor encolhia-se nos braços do vampiro e sentia frio, mesmo coberto por dois cobertores, não pelo clima, os braços dele eram frios. Tremia, encolhendo-se ainda mais até abrir os olhos, podendo observar apenas os braços dele ao redor do próprio corpo já que estava de costas, abriu um pequeno sorriso nos lábios e permaneceu do mesmo modo, mesmo sentindo frio, não sairia dali já que estava nos braços confortáveis do outro.

Os finos dígitos do maior passearam sob o braço magro do outro homem, enquanto mesmo sonolento sentia tênues movimentos de seu corpo, estremecido. Fosse o frio talvez, ponderou o cainita ainda com tuas pálpebras juntas a correr descontraidamente os dedos sob sua pele macia, porém sem resquícios de estar ainda acordado, logo o apertou suavemente entre os braços que adornaram seu corpo, e tinha em mente que permanecia no abraço apenas por apreciar o carinho, e mesmo tão frio o sentia aconchegar entre os robustos ainda mais, porém sem lhe dizer algo, a mentir o sono, afastou-o de si e virou-se de bruços no colchão macio, sentindo os dedos tatearem os macios pelos do tapete felpudo, e apenas permaneceu, evitando de tocá-lo com o corpo sem calor.
Misaki uniu as sobrancelhas ao sentir os movimentos do outro e virou-se devagar, com cuidado para não acordá-lo, observando-o e sentou-se na cama, sentindo ainda mais frio longe dele, queria que ele abraçasse a si, mesmo que o corpo dele fosse tão frio daquela maneira. Suspirou e levantou-se, dando a volta na cama e delicadamente ergueu o braço dele, deitando-se em baixo do cobertor com cuidado com a barriga crescida dos quatro meses de gravidez e ajeitou-se de costas ao maior, segurando uma das mãos dele e entrelaçou os dedos aos do outro, levando-a aos lábios e a beijou.
Daisuke perdurou de tal modo até sentir os movimentos sutis pela cama, o silêncio minucioso, que fizera descerrar brevemente os olhos e fechá-los logo que visto a ligeira silhueta do outro. Permitiu que o braço pesasse conforme elevado por ele, enfatizando o fato de fingir sono. Um suspiro pesado abandonou conforme o sentia se ajeitar na cama e ao meio do abraço, quase a abandonar um riso que prendeu sonolento e o firmou no toque, igualmente se ajeitou e roçou o rosto contra a nuca do alheio, onde lhe deu dois ou três beijos bem preguiçosos.
O menor sorriu, Virando a face ao sentir os beijos, pedindo por um beijo nos lábios e deslizou a mão dele pelo corpo até alcançar a barriga, acariciando o local. Sutil, Daisuke desceu a mão ao ventre protuberante, e preguiçosamente o acariciava com a ponta dos frios dígitos, enquanto lhe pressionava tão igual os lábios, demorando a finalmente distanciá-los.
- Eu te acordei? Desculpe... - Murmurou, ajeitando-se na cama.
- Não estou acordando, estou dormindo ainda. - Riu o vampiro, tão preguiçoso quanto as vistas que se mantinham fechadas.
-  Sei... Esta falando comigo porque é sonambulo.
- Sou vampiro, tenho esse poder. Agora estou sonhando com você.
- Own... Não adianta tentar me convencer que vampiros tem todos esses poderes...
- Todos esses quais? - Tornou rir. - Não sou eu quem julga, é você quem me pergunta se posso virar morcego.
- Poxa, mas pra mim vampiros não existiam...
- Hum, durma de novo, ah?
- Tenho que trabalhar já já.
- Hum, odeio seu trabalho.
- Eu também. - Misaki riu. - Mas eu vejo você depois.
- Claro, terei que resolver uns problemas então acho que ficarei sem aparecer alguns dias, mas... Retornarei logo.
- Hum... Não vá me deixar.
- Nem pensar.


O turno já havia acabado no trabalho e o menor estava pegando as coisas no escritório, não era muito tarde quando iria sair. Tirou o celular do bolso e digitou o numero do vampiro, levando ao ouvido e esperava que atendesse.
Diante do leve som de celular no aparelho sob a cômoda, Daisuke desligou o chuveiro a constar se tinha perfeita audição de tal. Visto que o telefone tocava, buscou alguma toalha qualquer preparada ao lado. O cainita deixo o banheiro com respingos pelo quarto, envolvendo a felpuda toalha na cintura, mesmo que fosse desnecessário diante de nenhuma presença se não fosse a própria. No visor observou o nome conhecido e logo o levou ao ouvido em espera por ouvir a agradável voz do outro rapaz.
Misaki sorriu ao ouvi-lo atender mesmo que não dissesse nada.
- Oi, amor. - Riu baixinho. - Bem... Marcou o horário... ? Digo... Pra ver o bebê?

- Boa tarde, Misaki.
Disse o maior ao meio sorriso que dera conforme a voz suave através do aparelho telefônico. Acomodou-se à beira da cama, enquanto a toalha antes envolta ao corpo, tateou no pescoço e tronco, descendo-a pelo corpo nu e pouco molhado.
- Ah sim, bem, posso visitá-lo quando eu quiser, somos familiares afinal.

- Ah sim... Ne... Estava pensando em ir ai pra visitar ele contigo... Eu... Quero ver o bebê. - Sorriu. - Se importa?
- Hum? Ah, não, venha. Onde você está?
- No escritório, vou sair agora.
- Quer que eu vá aí? Vamos direto.
- Hai, pode vir me buscar?
- Sim. Preciso me ajeitar. Espere no café mais próximo.
- Ta bem, amor. - Misaki sorriu a chamá-lo daquela maneira, mesmo sabendo que ele não era ainda um namorado para poder chamá-lo daquele modo, mas gostava do apelido. - Vou pra la então, mas olha, vou andar a noite... Vão me raptar e me matar. - Riu.
- Ah, não se esqueça que sou mais perigoso.
Daisuke riu ante a brincadeira própria, transmitindo o som abafado pelo aparelho celular e levantou-se, já a aprontar as roupas de uso.

- Mas até você chegar já me mataram. - Riu.
- Nada, chego voando. Afinal, sou um morcego.
O maior tornou a rir, enquanto desajeitado vestia já a calça, logo após a peça íntima.

- Ah, meu morceguinho. Pode ficar falando comigo pelo menos no celular? - Riu.
- Está realmente com medo, é?
- Não, só quero ficar falando contigo, não gosto de andar a noite.
- Ora, mas que triste. Não serviria como vampiro então?
Daisuke o indagou enquanto manejava o celular e ia a vestir as peças de roupa, prontamente no físico antes desnudo, e vestido, afagava os cabelos, alinhando as melenas castanhas com os dígitos, arrumando-as frente ao espelho.

Misaki saiu logo do escritório carregando a bolsa e observava o local, dirigindo-se ao café.
- Ah... Eu não gosto porque sou fraco.

- Fraco, é? Ainda é homem, não deve ser tão fraco assim. Só um minuto.
Ao tê-lo dito, o maior ajeitou-se em últimos detalhes e alinhou as roupas, pegou as chaves sob a cômoda próxima e desceu a saída de casa, assim tornando a lhe dar atenção no aparelho telefônico.
- Então...

- Oi. - Misaki riu, adentrando o local e sentou-se em uma das mesas, pedindo um café. - Estou aqui já, ne.
- Okay. Espere um pouco mais.
Já a caminho do local, não muito distante da residência, o vampiro deu partida no veículo, seguindo à cafeteria mais próxima do serviço onde o belo rapaz trabalhava.
- Então, se ouvir algum barulho estranho, bati o carro.

- Ah! Perdão, deixa eu desligar. - Riu.
Daisuke riu novamente, tendo a direção a seguir apenas com o uso de uma das mãos.
- Não.

- Ué, e se bater o carro?
- Morrer eu não vou.
- Mas vai ficar todo machucado... Eu cuido de você, mas melhor prevenir do que remediar, não quero estragar esse seu rostinho lindo.
- Isso não acontece. Já tentou me machucar alguma vez?
- Não e nem quero. -  menor riu, sorrindo a moça ao pegar o próprio café e bebeu alguns goles. - Mas e se o carro pegar fogo?
- Antes dele pegar fogo já vou ter saído. Mas ora que rapaz mais pessimista.
- Você quem disse que o carro iria bater. - Riu.
- Ah, se bater só amassa o carro. Não vou morrer. - Tornou a rir. - Bem, devo entrar aí ou você traz um café pra mim, ah? - Daisuke o indagou, já com o veículo estacionado próximo a cafeteria.
- Eu levo um café pra você.
- Então vem pra cá, meu amor.
- Já chegou?
- Estou na frente. Estou te vendo pelo vidro. Uh, - Murmuriou num riso baixinho.
- Ah, sim. - Misaki ajeitou os cabelos e riu baixinho. - Que café você quer?
- Hum... Forte, bem doce, assim como você.
- Hum... - Riu baixinho. - Ta legal. - A face se corou. - Bem, vou desligar, já já eu vou ai.
Desligou o telefone e levantou-se, caminhando ao balcão e pediu o café do outro, aguardando até que a moça entregasse o pedido, pagou ambos e saiu, voltando ao carro, adentrou o mesmo e lhe entregou o café.
- Pronto ne.

Daisuke via-o deixar a cafeteria e abriu a porta, lhe concedendo passagem. Aceitou o café conforme entregue e golou a bebida, voltando-se logo ao rapaz sentado no banco passageiro e o observava. Misaki sorriu, aproximando-se e lhe beijou a face.
- Senti sua falta.

- O rosto? - O maior indagou no arquear de uma das sobrancelhas em sua quase inexistência.
Misaki uniu as sobrancelhas.
- Ahn... Desculpe. - Riu e aproximou-se, selando-lhe os lábios.

Daisuke o retribuiu no selo e tornou lhe puxar próximo conforme o aparte do toque, tornando a selar-lhe os beiços macios e leve roçá-lo com a língua.
- Doce, como eu disse.

O menor retribuiu o pequeno beijo e riu baixinho, sentindo a face se corar novamente.
- H-Hai ne...

- Uh, - O menor tornou murmuriar num riso breve e se afastou, acomodando-se no assento de motorista e tornou golar o café americano. - Mas me diz, como tem estado, uh?
- Muito bem... Sinto um pouco de enjoo pela manhã... Mas... Nada demais.
- Hum, entendo. Quanto tempo já tem?
- Cinco, ne.
- Sua barriga não cresce muito. Isso significa que já nos conhecemos há meio ano.
- Faz... Bastante tempo ne. Que bom que ela não cresce... Imagine se eu ficasse gordo.
O maior riu.
- Deve ficar bonito de qualquer forma.

- Eu estou feio.
- Hum, é? Quando é que você está feio... Uh.
Daisuke tornou a murmuriar um riso de som breve, enquanto repousava o copo de café já em sua metade no copeiro e voltou a mão a chave do veículo, tomando movimento do carro em caminho ao local desejado. O menor r
iu baixinho.
- Pra mim sempre... - Murmurou.

- Como é exagerado. Duvido muito que não se ache bonito.
- Não acho. 
- Acha sim, moça exagerada. - Daisuke riu baixinho enquanto fizera o curso, não longe e nem perto.
- Bem... Onde vamos exatamente?
- Eu não disse?
- Não... Não especificamente...
- Iremos a casa de um amigo de minha mãe. Também vampiro.
- Ah sim... Sua mãe sabe que eu estou... Grávido? Digo... Que você vai ser pai?
- Provavelmente, já que eu pedi o endereço a ela.
- Ah sim... Mas, não contou a ela?
- Não é necessário, como eu disse, ela pode deduzir.
- Ah, hai... - Desviou o olhar a janela.
- Hum.. Por acaso... Quer conhecê-la?
- Hn? Não, não... Não somos... Namorados, ne.
- Hum, mas parece que quer.
- Não... Eu só... Perguntei, ne. Estamos chegando?
- Quase. - Disse a breve observá-lo.
Misaki assentiu e sorriu a ele.

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