Keisuke e Miruko #2


Keisuke abriu a porta do quarto e encontrou o amigo dormindo. Bem, aquela hora, teria imaginado que ele estaria falando sobre a menina que havia ficado, mas estava jogado na cama debruçado por uma razão. Entrou devagar e seguiu para o banho, precisava mesmo de um.  Após formula-lo saiu, vestiu-se com um short é uma regata branca e se sentou na própria cama, ficou observando o amigo dali e por fim se levantou e caminhou até sua cama, deitou-se com ele.
Um suspiro deixou os lábios do menor, estava dolorido e havia tomado alguns analgésicos para melhorar a dor, até então, não entendia o que havia acontecido, como havia feito aquilo com ele, e porquê. Por fim acabou adormecendo, porém, tinha o sono leve. Ao ouvir o barulho da porta, havia acordado, mas ainda se mantinha imóvel conforme o ouvia, e todo o tempo em que ele estivera no banho. Ao sentir o corpo junto a si na cama, estranhou, porém deu espaço a ele, afastando-se devagar para o canto da cama. 
- ... Como foi lá?
- Foi tudo bem. Como você acabou indo embora, elas acreditaram que a demora havia sido por isso. Mas Aya-chan ficou chateada.
- Hum, não deve ter ficado chateada. - Sorriu. - Pegou as duas?
- Ficou sim. Claro que não, caralho.
Miruko uniu as sobrancelhas. 
- Nossa, que foi, cara?
- A mina era pra você, acha que eu ia pegar? Não são assim tão cretino.
- Ah, você é sim.
- Acha que pegaria sua mulher, é?
O menor riu e virou a face, ficando de frente a ele.
- Você pegou seu melhor amigo.
- Ah, então você pegaria minha mulher? - Disse o maior ao fita-lo agora defronte.
Miruo negativou e riu. 
- Não...
- Mas você pegou seu melhor amigo. - Usou de suas próprias palavras.
O menor riu baixinho e negativou.
- Iie.
- Você está de boa aí embaixo?
- ... É. Estou sim.
- Já... Já tinha feito antes?
Miruko negativou, observando-o.
- É, você é bem apertado mas não apareceu negativo sobre a situação.
O menor uniu as sobrancelhas e riu baixinho. 
- Você também não parecia negativo. Já tinha pego um cara?
- Claro que não, eu gosto de...
- Então. Não quer dizer que estar positivo seja já ter feito.
- Eu não quis insinuar nada, se é o que parece.
- Sei que não.
- Foi bom.
- ... Foi sim. 
Miruko sorriu, meio de canto e cobriu o rosto com o cobertor, escondendo a face corada.
- Hey, vai se fingir de tímido comigo? - Disse o maior a puxar sem força o cobertor. - Ou ficou mesmo com vergonha?
Miruko riu e negativou ao ouvi-lo. 
- Porra... Foi... Estranho, meio... Do nada.
- O que? Dizer que foi gostoso?
- Não, o que fizemos...
- É cara, eu sei. Na verdade quando percebi já tinha enfiado a língua na sua boca.
- ... É, eu também.⁠⁠⁠⁠
- Acho que roubei suas primeiras.
- É, acho que sim...
- Foi mal...
- Não, tudo bem, eu gostei...
- Gostou? Fui bem? - O maior sorriu.
O menor estreitou os olhos. 
- Foi, foi sim.
- Hum. 
Keisuke virou-se na cama e verificou seu rosto, ficando de frente. Por curiosidade tentou beija-lo. Miruko observou-o quando por fim se virou, e aquela altura, não achou estranho a tentativa do toque, por algum motivo, de mesmo modo, o retribuiu, num pequeno selo. O maior voltou observa-lo ao perceber o toque retribuído naquele estalinho quase ingênuo. Riu e o outro uniu as sobrancelhas.
- O que? 
- Nada.
O maior negou, não diria, mas achou graça não ter sido negado, já que dizia ele ter feito no impulso, bem, não era diferente dele. Voltou se abaixar e selar seus lábios. Uma, duas vezes e então toca-lo com a língua, por alguma razão queria fazê-lo, queria saber que ele queria fazer aquilo embora não soubesse porque queria.
Miruko franziu o cenho novamente, sem entender porque ele havia rido, provavelmente estava provocando a si, e virou-se, evitando um dos beijos, porém ao sentir o toque de sua língua, acabou retribuindo-o.
Keisuke não sabia exatamente porque havia ficado fissurado na ideia, talvez estivesse curioso por ter tocado um homem ou por ter feito com ele exatamente. Ele era gay? Pensou, talvez não tivesse coragem de dizer a si por medo de ser julgado? De todo modo, àquela altura já estava a beija-lo mais firmemente.
O menor retribuía seu beijo, e ao contrário do que ele pensava, não era gay, quer dizer, não se identificava como gay até então, e ainda não sabia direito o que queria. Um arrepio percorreu o corpo, prazeroso, porém dolorido conforme moveu os quadris, machucados e gemeu, mesmo entre o toque de lábios.
Ao ouvi-lo gemer, um tanto desabituado com o sexo com um homem, Keisuke não imaginava exatamente que tipo de sensação ele teria depois de transar pela primeira vez, supôs então que estava excitado por seu gemido 
- Quer fazer de novo? - Indagou contra seus lábios.
Miruko desviou o olhar a ele, sentindo a face corada devido ao gemido que escapou e uniu as sobrancelhas, embora não quisesse negá-lo, estava muito dolorido.
- ... Estou com dor.
- Ah sim, eu entendo. Melhor você descansar. 
Disse o maior e então se afastou, mas bem, concluiu o beijo com um selinho.
- Hai... Pode... Pode ficar aqui na minha cama se quiser. Disse, após retribuir o pequeno beijo.
- Ah, quer dormir agarradinho?
- Eu não disse isso, ora.
- Mas quer dormir comigo. Sexo matinal é gostoso, ah? 
- Eh? Eu nem pedi nada, seu trouxa.
- Estou provocando você. 
Disse o maior e se levantou por fim, no entanto não sem antes tocar brevemente seus cabelos e afaga-lo. Era desinibido, não tinha problemas em lidar com uma situação como aquela, por isso mesmo continuava as brincadeiras como se nada houvesse acontecido. O menor uniu as sobrancelhas ao vê-lo se levantar, mas nada disse, apenas o permitiu.
- ... Boa noite.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário