Kyo e Shinya #11


As pequenas batidas na porta foram audíveis de dentro da casa, Kyo estava na sala, no sofá quando o baterista havia chego, e faziam alguns dias que o maior estava indo visitá-lo mais frequentemente, talvez, tivessem desenvolvido aquele estranho relacionamento desse mesmo modo, suave com que foi fluindo. Shinya esperou na porta, ouvindo os passos pelo piso de madeira até que o outro atendesse.
- Shinya.
- Kyo! Está tudo bem?
Disse o mais alto, notando a aparência do vocalista, que parecia estar acordado há dias.
- Hai, só estou com sono.
- Hai, suas... Olheiras estão enormes.
- Tsc, não faz mal, adoro minha aparência deplorável.
- É, você fica lindo de qualquer jeito.
O baterista sorriu, e sabia que ele não gostava que dissesse aquilo.
- Tsc, eu devia te bater, Terachi.
- Me bater por quê? Eu só disse a verdade.
- É, devia mesmo te bater.
- Bateria em mim? - Riu.
- Bateria.
- Você continua sendo mau comigo.
- Sempre fui.
- Posso entrar?
- Claro.
Assim que a passagem fora cedida, Shinya entrou para a casa do vocalista e observou-o em seus estranhos passos preguiçosos até a sala, onde se jogou no tapete.
- Ah...
O maior riu baixinho e ao se aproximar, ajoelhou-se ao lado do outro.
- Esse tapete é realmente confortável.
- É, está fresco aqui.
E com um movimento, Kyo jogou uma das pernas sobre o corpo do amigo, que riu baixo.
- Folgado.
- Eu sou mesmo.
Com os olhos cerrados, o menor tentava continuar atencioso ao amigo, para não pegar no sono.
- Vai dormir, hum?
- Não, estou acordado... Se quiser dizer algo pode dizer.
- Vim aqui dizer uma coisa... - Disse o maior, pigarreando e tentava buscar palavras para explicar pra ele o que vinha sentindo, embora todas elas não seriam suficientes. - Eu queria dizer que quero sempre estar com você, que você me deixa sem fôlego muitas vezes, que me deixa sem saber o que dizer por medo de me achar meio bobo, mas eu espero que você saiba, apesar de tudo... E-Eu amo você.
Kyo deu um longo suspiro, desviando o olhar meio de canto ao outro, e havia vivido tempo demais com ele para saber que não precisava de declarações longas ou dizer aquelas palavras, e de certo modo, sentia o mesmo por ele, mas como um amigo que era, não como o que Shinya pensava ser, talvez sentisse algo mais, mesmo sem perceber, mas não saberia dizer naquele momento.
- Idiota... - Riu sutil - Eu também te amo...
Shinya deu um pequeno sorrisinho de canto e silencioso repousou a face sobre o peito do outro, que acariciou seus cabelos com uma das mãos.
- Se eu pudesse, ficaria assim pra sempre.
- Você é tão gay, Shin.
- Eu sei... - Riu. - Mas eu adoro cada segundo com você.
O loirinho sorriu a ele, e puxou-o pela cintura.
- Vem aqui.
O maior sorriu a ele, assentindo e selou os lábios dele algumas vezes, já era acostumado a fazer aquelas pequenas brincadeiras, então isso não seria diferente. A mão de Kyo que pousara sobre a "coluna" do mais novo, fazia sutis movimentos em carícias leves. Vez ou outra em meio ao beijo sugava-lhe o lábio inferior, dava leves mordidas mais logo retomava o beijo. Shinya tentava retribuí-lo da forma que podia, sentindo o corpo do outro, quente contra o próprio.
Devido a intensidade do beijo a respiração do menor começara a ficar ofegante e ouvinte, agora ambas as mãos iam deslizando sobre a cintura dele, costas, passeando por todo o corpo do maior até a parte na qual conseguira alcançar. Cessou o beijo por falta de oxigênio, separou os lábios dos alheios apenas tomou um pouco de ar e retomou o beijo cessado há pouco. 
Shinya desceu a mão do rosto dele até o pescoço, arranhando levemente, ao cessar o beijo tomou um pouco de ar e riu baixo, virou, deitando no tapete e o puxando sobre o meu corpo,voltando a beijá-lo.
Kyo pôs-se sobre o corpo do maior, ajeitando-se entre as pernas deste e começara a pressionar o quadril contra o do mesmo para que o outro pudesse sentir as reações causadas por ele, insinuava o falo enrijecido contra o sexo do mais novo, enquanto as mãos deslizavam pela lateral de seu corpo, descendo e voltando a subir e adentrar a veste superior, roçando as unhas médias contra a pele alva do loiro à baixo.
O loiro sentia seu quadril ser pressionado contra o próprio, deixando um baixo e abafado gemido escapar em meio ao beijo, desceu mais a mão ,levando a outra até o mesmo local, desabotoando sua camisa, botão por botão, arranhando seu peito algumas vezes até que tivesse desabotoado todos os botões, dessa vez ao invés de retirá-la apenas desceu uma das mãos até seu abdômen, passando levemente as unhas pelo mesmo, cessou o beijo e respirou fundo, levando os lábios até sua orelha, mordendo-a levemente e sussurrando enquanto deixava que as unhas fossem cravadas em sua pele.
- Você fica tão sexy com a camisa aberta desse jeito...
Disse o maior, a observar o corpo dele com um pequeno sorriso nos lábios. 
Kyo riu.
- Aposto que fica ainda mais sexy quando você está sem roupa, e pode assistir e sentir meu jogo de sobe e desce, hum.
Os lábios foram guiados até a curvatura do pescoço alheio na qual cobriu de beijos e mordidas, sugadas que marcavam a pele clara do outro. Ergueu assim que cessara os atos, puxando consigo o maior, apenas para tirar a veste incômoda, assim feito voltou a empurrá-lo contra o tapete. As mãos ágeis tratavam de desafivelar o cinto que logo puxou e jogou, e fez o mesmo com a calça em seguida após abri-la. Curvou-se novamente sobre o maior, cobrindo-lhe o corpo de beijos na região da clavícula, pescoço, tórax, abdômen, sugando, mordendo, marcando. Ergueu-se minimamente mais uma vez, a mão ousada, roçava sobre o pano fino da roupa intima do loiro deitado, "contornando" a ereção deste, provocando. Abaixou-se até o local ereto, na qual a língua começara a brincar ainda por cima do tecido.
Shinya sorriu com o comentário e as bochechas se coraram levemente,sentia os beijos e mordidas no pescoço, deslizando a mão por dentro de sua camisa até as costas, cravando as unhas no local e logo em seguida teve as roupas retiradas do corpo, mantendo um sorriso malicioso nos lábios, principalmente ao sentir suas provocações e caricias sobre o local específico, mas mesmo com o sorriso não conseguia se livrar do rosto avermelhado, levou por impulso uma das mãos até os cabelos dele, acariciando-o e deslizou por todo seu ombro, até seu braço, por dentro de sua camisa, onde cessou ao sentir ali a pele áspera, como um corte recém feito, e estranhamente, não era sutil como os outros, era largo, machucado.
- ... O que é isso?
Kyo cessou os toques naquela região sensível do corpo abaixo do próprio e ao ouvir as palavras, voltou os orbes negros em direção ao mais novo afim de observá-lo, e este olhar direcionado fora um olhar, um tanto sério, mais logo este ar sério fora quebrado, de fato já havia percebido que ele fitava o próprio corpo em busca dos machucados, mas não diria nada. Levantou-se, ajoelhado em frente ao corpo deitado, na calça jeans escura pegava no bolso o pequeno objeto cortante, na qual sem delongas o pegou e breves os movimentos e tão rápidos que logo este se encontrava a romper a própria pele.
O maior desviou o olhar a ele, notando seus movimentos firmes contra a pele de seu braço e arregalou os olhos, segurando sua mão, ou tentando fazê-lo antes que ele continuasse com aquela sessão de auto-mutilação.
- Pare! Kyo!
- Gostou disso? Não é por isso que você tem tanta curiosidade?
- Curiosidade? Kyo, não quero que se machuque!
Ainda ajoelhado em frente ao corpo alheio, Kyo jogou o pequeno objeto cortante sobre o corpo do outro e se levantou, fitou diante de si o corpo do mais novo, balançou mentalmente a cabeça em sinal negativo.
- Levante-se, vá tomar um banho, está numa posição ridícula.
O mais novo se sentou sobre o tapete, observando em silêncio, indagativo. Kyo d
eixou a sala em que estavam, e fora até a cozinha, por lá fazendo prover dos vícios, nicotina e cafeina, enquanto as mãos tremulas denunciavam o nervosismo e excitação de certa forma, fora sorvendo o líquido escuro e amargo sem adição de açúcar e nem se dera conta disso, fumava e bebia, enquanto se sentava sobre a pia e olhava pela janela.
Shinya não falou com ele, achou melhor seguir ao banheiro onde deixou que a água escorresse pela face e o corpo, e ficou um tempo por ali, tentando entender o que havia feito de errado, tentando conter as lágrimas e se sentia imponente, era muito novo, como iria consolá-lo? Não tinha se quer como pensar em abraçá-lo, tinha medo dele. Após finalizar o banho, uma das toalhas usou para se secar, colocou-a ao redor da cintura e devagar seguiu até a cozinha, fitando o outro dali.
- Kyo... O que eu fiz?
- Que merda você acha que fez?
- Eu me preocupo com você...
- Você é idiota, Shinya. Não preciso da sua piedade, não pedi por ela, está ouvindo?! A sua ou de ninguém.
- Kyo, pare de falar besteiras, não é piedade, eu me preocupo.
- Tsc, vá fazer algo melhor.
- Não fale assim comigo...
- Some.
- Mas Tooru...
- Vá, depois conversamos.
O baterista o observou em silêncio por alguns segundos, e não havia nada que pudesse dizer, decidiu sair como havia sido indicado, e ao vestir as próprias roupas, seguiu o caminho para fora. Não voltaria para casa. 
A xícara na qual Kyo possuía o café amargo fora arremessada ao chão, quebrando a porcelana e espalhando a bebida que nem se preocupou em limpar, saiu da cozinha e voltou para a sala, deitou-se no sofá, enquanto massageava as têmporas, as pálpebras, ato feito ante o nervosismo.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário